segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PSOL vai representar contra Bolsonaro por causa de agressão ao senador Randolfe



                                                                                              do site de Jean Wylllys
O PSOL vai protocolar representação contra o deputado Jair Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Bolsonaro agrediu fisicamente o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que integrava comitiva para visitar a antiga sede do DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta segunda-feira 23.
O senador Randolfe Rodrigues relata que levou um soco no estômago do deputado Jair Bolsonaro. A agressão aconteceu na frente do prédio do Batalhão de Polícia, pouco antes do início da visita, da qual participavam membros da Subcomissão da Verdade, Memória e Justiça do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Bolsonaro, militar da reserva do Exército e que não faz parte de nenhuma das Subcomissões, nem estava na lista dos integrantes da visita, também quis entrar no prédio, fato rechaçado pelas pessoas que fariam a visita.
O presidente do PSOL e líder do partido na Câmara, deputado Ivan Valente (PSOL/SP), informou que será dada entrada a uma representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro, com agravante de agressão física a um senador da República. “Ele usou de violência contra um senador, e há muitas testemunhas. O Bolsonaro, mais uma vez, extrapola todos os limites”, afirma Ivan Valente.
Assina o texto a Liderança do PSOL na Câmara dos Deputados.


sábado, 21 de setembro de 2013

A REVOLUÇÃO SUICIDA





                                                              por Beth Monteiro / RPR- Rio de Janeiro

PARA FAZER A REVOLUÇÃO, A VANGUARDA DO PROLETARIADO SÍRIO ESTÁ TRUCIDANDO A CLASSE TRABALHADORA. 

Uma conclusão lógica, pois o terror da extrema direita representada pela Al-Nusra/Al Qaeda, o terror de outros grupos diretamente burgueses, reformistas, laicos, democráticos e de esquerda, que atuam em estreita colaboração com a extrema direita fascista da Al-Qaeda/CIA/Monarquias ultrarreacionárias, que estão assassinando, torturando e praticando até canibalismo, não estão dizimando a burguesia síria, mas os trabalhadores.

A maioria dos alegados 100 mil mortos , ocorridas nestes mais de dois anos de guerra civil, são, em primeiro lugar, soldados do Exército Árabe Sírio, em segundo lugar os chamados rebeldes e , em terceiro lugar trabalhadores, estudantes, homens, mulheres e crianças pobres, pois os ricos têm como se proteger. Claro está que não está descartada, nesse caso, as mortes de civis causadas pelo Exército oficial e suas milícias.

É preciso considerar que o Exército oficial tinha, no início da guerra civil, cerca de 100 mil componentes com 300 mil reservas e, atualmente, esse número é muitas vezes maior, apesar das rupturas e baixas. De onde o regime sírio convoca esses soldados? Da classe trabalhadora, claro, pois da burguesia é que não poderia ser. E por que eles vão servir ao EAS? Será por que , com o país devastado, estejam desempregados? Mas, nesse caso poderiam aderir aos grupos armados. A única conclusão é que apesar de serem em sua maioria sunitas( historicamente rivais dos Alauítas que governam a Síria), acreditam firmemente e dão suas vidas para defender seu país da dominação imperialista.

Neste momento, e só por este momento, em que o imperialismo norte-americano, a mais poderosa e infame máquina assassina do mundo, recuou, quem sai momentaneamente vitorioso? A burguesia ou os trabalhadores de todo o mundo?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Desmilitarização das policias já!


                                                                              por Mário Medina
A pauta da desmilitarização das polícias está mais em voga do que nunca no Brasil. Esta polícia que está aí, resquício da ditadura militar que vigorou no pais, tende cada vez mais a ser questionada e contestada pela sociedade e pelos movimentos sociais, de forma especial pelas entidades de direitos humanos. A polícia brasileira é umas das derradeiras policias militarizadas em todo o mundo, uma corporação retrógrada, ultrapassada e reacionária.
O fato é que as polícias militares são responsáveis pela matança de milhares de jovens pobres e pretos das periferias de nossas cidades todos os anos. Essa policia é um aparato repressivo das elites políticas e econômicas e tem por vocação e atividade cotidiana a opressão e a violência sobre as classes mais pauperizadas e excluídas da sociedade capitalista.
Essa policia não tem outra razão de ser se não guardar fielmente os interesses das classes sociais que se encontram no poder, e que necessitam de um aparato armado para lhes assegurar o aparato político e econômico que lhes garante na continuação dos rumos do sistema, assegurando a propriedade privada e a manutenção do status quo.
A verdade é que a polícia em muito pouco ou quase nada assegura a segurança do cidadão comum, operário e residente dos bairros pobres das nossas cidades, mas, em contrapartida, assegura com muita eficiência a repressão aos movimentos sociais e de esquerda, cumprindo um papel determinante na higienização social dos grandes centros urbanos, nas remoções de sem-terras, sem-tetos e indígenas; de forma subserviente perante as elites, e, por outro lado, truculenta e anti-popular com a esmagadora maioria dos cidadãos.
Os moradores das periferias sabem e podem afirmar com muita propriedade qual é o caráter dessa polícia, o quanto ela agride e constrange todos os dias, o quanto ela mata sem propósito algum e forja autos de resistência para se isentar de seu papel desumano e criminoso.
Os números estão aí para fazerem jus à nossa análise. Qualquer um pode ver que o número de mortos nas mãos da policia militar ultrapassa enormemente qualquer limite do bom senso. Muito países em guerra civil não apresentam números tão vultosos de mortes como no Brasil. No Rio de Janeiro foram 10 mil mortos em dez anos; em São Paulo são cerca de oito mortes por mês pela ROTA, esquadrão criado na ditadura militar para combater organizações de esquerda que lutavam na clandestinidade, e que ate hoje é temida por sua extrema violência e métodos de tortura empregados.
Diante de toda a situação catastrófica que está colocada, a RPR apresenta sua perspectiva de rompimento com esse sistema burguês desumano de fazer ``segurança``, para vislumbrar uma segurança a ser feita pelos trabalhadores, de forma horizontal e classista, justa e humanizada.
Nesse sentido, fazemos questão de defender uma forma de organização armada da classe trabalhadora, apresentada por Trotsky em seu Programa de Transição, que entendemos ser o parâmetro mais razoável de atuação política com intuito revolucionário.
Em outras palavras, defendemos a bandeira da quarta internacional e a consigna de comitês populares armados para fazerem a segurança da classe trabalhadora. E defendemos isso ao passo que reafirmamos que não podemos de modo algum confiar em uma policia que serve aos interesses de uma classe antagônica, defensora de interesses diametralmente opostos aos nossos.
Para sermos mais pragmáticos, defendemos uma policia que seja civil, integrada por elementos oriundos da classe trabalhadora, com formação em direitos humanos e comprometida com o bem estar e a liberdade do cidadão. Para tanto, é míster que essa policia tenha características que garantam sua genuína orientação e não permitam outras formas de degeneração. Os cargos devem ser revogáveis, para que não exista aparelhamento, corrupção ou violência despropositada; com serviço preferencialmente temporário, para que a segurança seja um serviço cidadão, e não uma profissão exclusiva, uma carreira sem outras perspectivas de engajamento e participação na vida pública.
É óbvio que um artigo pequeno como este não é capaz de abordar com integralidade a questão, que apresenta complexidade e exige um debate de fôlego. Todavia, é essa nossa contribuição mais essencial ao debate, o ponto de vista de onde partimos, nossa orientação ideológica que nos serve de substrato para pensarmos a questão e ponderarmos as possibilidades que se apresentam.
De fato, é nossa intenção dialogar com os movimentos populares e toda a esquerda, com os militares que se propõem a pensar a questão e que anseiam por um serviço policial que rompa os paradigmas atuais.
Quanto à atuação institucional pela desmilitarização, a saber, uma PEC, proposta de emenda constitucional, que os movimentos de desmilitarização pretendem apresentar ao congresso nacional por meio de algum parlamentar da esquerda, devemos dizer que naturalmente não nos opomos, mas apostamos nas manifestações e ações diretas para pressionarmos o poder publico a rever a questão e passar um projeto de lei que nos contemple.
A luta, inexoravelmente, tem de passar pelas ruas, pela pressão das mobilizações populares. A nossa pequena Primavera Tropical mostrou isso. No Brasil, nada será como antes depois de Junho de 2013. A pauta da desmilitarização tem tomado espaços e tem tudo pra ser uma das nossas próximas conquistas democráticas.