terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Executiva do PSOL orienta militância a ocupar as ruas contra o impeachment

Executiva do PSOL orienta militância a ocupar as ruas contra o impeachment, o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha

Executiva do PSOL orienta militância a ocupar as ruas contra o impeachment, o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha
Crédito da foto: Intersindical - Central da Classe Trabalhadora
Considerando a decisão aprovada no 5º Congresso do PSOL sobre a crise política e o processo de impeachment em debate na Câmara dos Deputados;
Considerando a convocatória feita pelos setores conservadores para manifestações favoráveis ao impeachment, marcadas para este 13 de dezembro;
Considerando a convocatória feita pelas entidades do movimento social para manifestações contrárias ao impeachment, marcadas para o próximo dia 16 de dezembro, denominado de Dia Nacional de Luta contra o Impeachment, o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha;
1. Nosso 5º Congresso Nacional, de forma inequívoca, decidiu que nosso partido é contrário a aprovação do impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. O partido não considera que os motivos alegados no processo sejam suficientes para o impedimento da presidência e não reconhece legitimidade no processo capitaneado pelo senhor Eduardo Cunha.
2. A decisão deixa claro que “destituir Dilma, a cujo governo antipopular nos opomos, para colocar em seu lugar Michel Temer (PMDB), significaria aprofundar ‘uma ponte para o futuro’ que é mera continuidade do presente, pavimentada pelos materiais do privatismo puro e duro”. Para nosso partido, “as saídas da crise só virão com ampla mobilização popular em torno de reformas profundas, que instituam um novo modelo econômico, soberano, igualitário e ambientalmente sustentável”.
3. Nosso Congresso decidiu que sua militância “não participará de manifestações que tenham como finalidade a defesa do governo ou a defesa do impeachment”.
A Executiva orienta todos os militantes do PSOL:
A participar de todo o processo de mobilização, especialmente as marcadas para o dia 16 de dezembro, que tiverem como eixo a combinação do combate ao processo de impeachment, a campanha para cassar o deputado Eduardo Cunha e o combate ao ajuste fiscal do governo.
Nossos militantes não ficarão em casa, nosso compromisso com os direitos sociais e a democracia deve se materializar na participação ativa nas ruas de nosso país. E esta participação deverá estar comprometida com os eixos decididos em nosso vitorioso Congresso Nacional.
Executiva Nacional do PSOL
13 de dezembro de 2015

RESOLUÇÃO POLÍTICA SOBRE A CRISE E O IMPEACHMENT




O 5º Congresso Nacional do Partido Socialismo e Liberdade, diante dos últimos acontecimentos que agravam a crise política, considera que:

1- Os efeitos da crise econômica e política, aprofundadas pelas medidas do governo federal, pesam especialmente sobre os trabalhadores e o povo, que sofrem a violência do desemprego e da perda do poder de compra dos salários, enquanto os grandes rentistas e os bancos ampliam seus lucros. Nosso modelo neoliberal periférico se aprofunda com a política de ‘ajuste’ do governo Dilma. Os governos estaduais do PSDB, PMDB, PT e outros agem na mesma direção;

2- Vivemos a mais aguda degradação do nosso sistema político, com o crescente desencanto da população em relação aos parlamentos e aos partidos, quase todos capturados pelas grandes corporações econômicas e corrompidos pelo assalto aos cofres públicos, o eleitoralismo, o clientelismo, a demagogia e a rebaixada disputa por nacos do Orçamento Público;

3- Processo de impeachment, que pode culminar no ato mais extremo da dinâmica política legal - a destituição do governante -, tem previsão constitucional (arts. 85 e 86 da CF). Mas este, decidido por Eduardo Cunha, o ilegítimo presidente da Câmara dos Deputados, construído num ambiente de chantagens mútuas e posições oportunistas de todos os grandes partidos, foi descarada  retaliação, no marco de barganha que o deputado pratica permanentemente, dentro do Legislativo e fora dele. Cunha abusa de suas prerrogativas para salvar seu mandato, atingido por denúncias robustas de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, ocultação de bens e outros crimes. As ruas, em especial as mobilizações das mulheres e da juventude, clamam por sua cassação. Ele carece, portanto, de legitimidade, em especial para tomar decisão de tamanho impacto. O PSOL já advoga há tempos o afastamento de Cunha e não reconhece a validade de suas iniciativas;

4- O mérito da denúncia que embasaria o afastamento da presidente da República – as chamadas ‘pedaladas fiscais’ - não tem, a nosso juízo, substância para promover destituição de  quem detém mandato eletivo. Governos estaduais de diversos partidos também as praticaram, o que é questionado pelos que se vinculam à concepção neoliberal do ajuste fiscal contra o povo, com supressão de direitos. Para nós, no plano fiscal e orçamentário, é imperativa a auditoria da dívida e o fim do superávit primário;

5- Destituir Dilma, a cujo governo antipopular nos opomos, para colocar em seu lugar Michel Temer (PMDB), significaria aprofundar “uma ponte para o futuro” que é mera continuidade do presente, pavimentada pelos materiais do privatismo puro e duro;

6- Para nós do PSOL, as saídas da crise só virão com ampla mobilização popular em torno de reformas profundas, que instituam um novo modelo econômico, soberano, igualitário e ambientalmente sustentável. Além de um modelo político, livre do financiamento empresarial, que aprofunde a democratização do país, através do qual as maiorias sociais possam se tornar as maiorias políticas, e a transparência republicana, melhor antídoto à corrupção sistêmica. Reforçamos nossa luta frontal contra Cunha e todos os corruptos, e de oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. O PSOL não participará de manifestações que tenham como finalidade a defesa do impeachment.

domingo, 6 de dezembro de 2015

FRENTE RESISTÊNCIA condena pedido de impeachment: isso é GOLPE!

Desde o término das eleições 2014, a direita PSDBista e afins, derrotados nas urnas, tem usado da chantagem do impeachment para tentar acuar cada vez mais o governo petista eleito pelos trabalhadores que se recusaram a votar na volta do PSDB ao poder.
Nesta semana, Eduardo Cunha (PMDB), em retaliação ao PT, que decidiu votar pelo prosseguimento do processo que o acusa de mentir na CPI da Câmara dos Deputados e de ocultar contas na Suíça, colocou em marcha o pedido de impeachment dos golpistas que atentam contra o voto popular da maioria.
Não tem meias palavras nessa situação. Esse pedido de impeachment é golpe e esse golpe tem como objetivo colocar o Estado brasileiro nas mãos da direita mais retrógrada que, em vista da crise econômica do capitalismo mundial, quer atacar os poucos direitos dos trabalhadores conquistados no último período, mais ainda do que o próprio PT tem feito.
Eduardo Cunha (PMDB) é o exemplo claro dessa política golpista: fez reforma política tirando pequenos partidos de esquerda como PCO, PCB e PSTU da propaganda eleitoral televisa. Votou a favor da redução da maioridade penal. Aprovou o PL da terceirização. E agora, sem provas criminais contra a presidente eleita, encaminha um pedido de impeachment, enquanto posa de santo. É essa turma que vai assumir o poder, caso consigam depor Dilma Rousseff do cargo.
Impeachment é GOLPE. Mesmo que sejamos críticos do PT e combatamos seus ajustes anti-trabalhador, não podemos permitir que o governo seja derrubado por forças ainda piores e alinhadas descaradamente com o imperialismo. Portanto, é preciso mobilizar os trabalhadores contra esse ataque orquestrado pela direita golpista. É preciso ir para as ruas e nas lutas para barrar o golpismo!
Por: Frente Resistência – www.frenteresistencia.blogspot.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A dinâmica do poder no mundo / A perspectiva revolucionária da história

                                                                                         por Luiz Carlos de Oliveira

A eleição do direitista Mauricio Macri à presidência da Argentina, no ultimo domingo, trouxe o fim de um ciclo de 12 anos dos kirchineristas no poder. Beneficiado pelo descontentamento popular com o governo de Cristina, Macri venceu por estreita margem o candidato governista Daniel Scioli.
Resultado de imagem para cristina kirchner jovenAcontece que a alternância na Casa Rosada altera de forma substancial o cenário político regional.. Há quem aposte que seja o começo do fim do bolivarianismo e da hegemonia ``esquerdista`` na América Latina.
Na Venezuela, as pesquisas acerca das eleições parlamentares do próximo mês apontam para vantagem dos opositores, e o país vive à beira de uma convulsão social, com crises de abastecimento e uma polarização violentíssima, com conflitos de rua, assassinatos encomendados, etc
A despeito de certa estabilidade em países como Bolívia e Equador, também governados por forças de ``esquerda``, a situação na região é bem mais auspiciosa para os direitistas, que também tem tudo para retomar a presidência no Brasil em 2018, isso se não derrubarem Dilma antes por força de golpe.
Concretizada essa tendência geral, quem perderia espaço e influência no continente seria a China, que se vale dos imbróglios dos bolivarianos com os Estados Unidos para ampliar seus mercados na região, especulando inclusive a construção de uma mega ferrovia a cortar o continente do Atlântico ao Pacifico, via que facilitaria o escoamento de commodities para a costa a fim de embarcá-las para o Oriente.
Resultado de imagem para obama e putinA propósito, por falar nos interesses chineses em terras latinas, oportuno é mencionar a aproximação dos chineses com os russos, o costume que mantêm de votarem juntos no conselho da ONU, a indisposição que partilham com as forcas da OTAN, e o fato de terem, recentemente, desdolarizado seu câmbio.
Rússia e China são os únicos países do mundo que podem aspirar a fazer frente ao imperialismo ianque. São potências que, por seu passado de países operários, cumpriram tarefas de desenvolvimento que lhes permitiram chegar ao status atual. Tem burguesias poderosíssimas e tendem a expandir seus mercados de forma a monopolizarem o capital de diversos países ao redor do mundo para, posteriormente, se elevarem à condição de economias imperialistas.
Resultado de imagem para Putin, imagensIsso naturalmente desagrada aos Estados Unidos e seus satélites, e a situação vai se agudizando em movimentações que, para muitos, configuram uma fase prévia à terceira guerra mundial. Pessimismo à parte, já podemos apontar para uma espécie de guerra fria, com destaque para a guerra civil na Síria, com mais de quatro anos de conflitos e 240 mil mortos, levando a um êxodo de refugiados que tentam entrar na Europa e ao avanço militar do Estado Islâmico, que hoje comanda varias cidades, retrocedendo agora por conta da intervenção russa.
A situação naquele pais é tão complexa, que, apesar de acumular tantas tragédias, também é o país a abrigar a primeira revolução socialista do século, no Curdistão sírio, liderada por anarquistas e com a inaudita característica do feminismo em suas fileiras.
Outro ``país sintoma`` da polarização mundial é a Ucrânia, com o surgimento de guerrilhas separatistas pró-Rússia logo após a subida ao governo de fascistoides que forjaram as manifestações da praça Maidan, movimento que aglutinou populares insatisfeitos com o então governo, aliado de Putin.
Nos países acima citados, russos e americanos se confrontam indiretamente.
Resultado de imagem para guerra síria, imagemO Irã, pais do famigerado ``Eixo do Mal``, governado por xiitas que se indispõem com  o imperialismo, que tantos impasses tem com os EUA por conta de seu enriquecimento de urânio, também conta com a simpatia dos russos. O país se opõe a outras potencias da região, que por sua vez se aliam aos EUA, como Arábia Saudita e Turquia.
O abatimento do caça russo na Turquia semana passada deixou Putin irritadíssimo. O acontecido foi tido como deliberada provocação e pode deslanchar em outras hostilidades.
Ou seja, pipocam conflitos mundo afora, o terrorismo do Isis chega à Europa para resultar em maior acuamento a refugiados e minoria islâmica, e a tendência é que tudo isso demore a apresentar desfecho. A  história é muito dinâmica e as tendências da economia, das lutas pelo poder e das subseqüentes guerras parecem não dar sossego as nossas cabeças modernas.
Mas tudo o que temos assistido é conseqüência do modo de produção capitalista. E o mundo só terá paz no dia em que esse sistema de morte der lugar ao socialismo.
A conformação do poder pode se alterar por agora na Argentina, na America do Sul e no mundo, mas as coisas só vão realmente mudar no dia em que, em nível mundial, e isso é importantíssimo dizer, o poder sair das mãos de uma meia dúzia qualquer para que os trabalhadores o exerçam com soberania.
Cumpre dizer que eventuais zigue-zagues históricos, os avanços e os retrocessos nas lutas, os ascenços e recuos dos movimentos de massas, farão parte. A luta é assim. A vida é assim.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A anunciada ruína petista / Lições a tirar

                                                                                       por Mário Medina

A bola da vez na Lava Jato

Os telejornais noticiaram o dia inteiro: Pela primeira vez na historia do país um senador da republica é preso em pleno exercício do mandato. A bola da vez na operação Lava Jato é o petista Delcídio do Amaral, senador pelo estado do Mato Grosso do Sul e líder do governo na casa.
E a situação do petista é delicada. Escutas da Polícia Federal atestam que o sujeito se movimentava no sentido de obstruir as investigações, além de articular uma possível fuga de seu comparsa Nestor Cerveró, sujeito ao qual também subornava com o objetivo de não ter seu nome citado em uma possível delação premiada.
Rui Falcão, presidente nacional do PT, já lavou as mãos e disse que não deverá se solidarizar com Delcídio, que não foi pego por questão que envolvesse o partido. Agora é mais capaz que o senador sofra sanções e que seja inclusive expulso da sigla.
Como de costume, o monopólio da imprensa burguesa se regalou da desgraça petista e explorou o tema o quanto pode ao longo do dia. A direção do PT, a exemplo do que vem fazendo nos últimos tempos, se esforçou por se descolar de seu filiado corrupto e o entregou às garras da justiça burguesa, como se a prisão do companheiro não tivesse nada a ver com a perseguição da policia federal ao ex-presidente Lula, o verdadeiro alvo da direita, a figura a ser manchada até a próxima eleição presidencial.
Porque é esse o plano da oposição golpista caso não logre êxito em efetivar o impeachment de Dilma. E todas as forcas da reação burguesa operam nesse sentido, desde as seletivas operações da arqui-reacionária Policia Federal, passando pelo mecanismo de alienação das massas promovido pela imprensa capitalista, sobretudo Globo e Veja, finalizando com a cumplicidade do judiciário em queimar figuras oriundas do governo, tendência que deverá aumentar a medida que o desgaste desse ultimo persiste, inclusive com as escutas revelando que o senador Delcídio afirmava ter trânsito entre ministros do STF.
Destaque curioso teve a fala da ministra Carmen Lucia, ao ler seu voto na última sessão, quando a mesma, em tom de lamúria e certo deboche, fez menção ao slogan da campanha lulista em 2002, aquele que dizia: ``A esperança venceu o medo``. Detalhe sutil, que passa despercebido aos mais distraídos, sua fala revela a imparcialidade tucana predominante naquele ambiente.

A ruína petista

Resultado de imagem para Delcidio Amaral, imagemO PT vai ruindo aos poucos. Muitos já abandonaram o barco, revelando vícios eleitoreiros ao optar por legendas burguesas e de oposição. Os que permanecem vão caindo um a um, sem moral alguma, sem defesa. Impressionante ver como a executiva do PT mobiliza o partido para defender o ajuste fiscal de Dilma / Levi, articula um acordão mais do que indecente com o líder dos picaretas, Eduardo Cunha, e se desmancha diante das ofensivas golpistas da direita.
Fez bem a esquerda do partido em romper e se filiar ao Psol. Verdade que demoraram pra largar o osso, mas como diz o ditado popular, antes tarde do que nunca.
Frente aos fracassos históricos do PT, lamentamos que tal partido, antes uma grande esperança da esquerda e das massas, tenha se convertido em apenas mais um elemento do jogo político burguês. Frente aos acintes golpistas da direita que não aceitou o PT por sua origem e base social, nos insurgimos. Somos contra qualquer processo de impeachment dessa direita tucana que não soube perder a eleição nas urnas, e estamos dispostos a formar frente única com os governistas nesse sentido, deixando bem claro que não temos qualquer acordo programático com o deformado PT, mas defendendo o país dos retrocessos que seriam advindos de um impeachment que não se justifica.
A população trabalhadora e as forcas da esquerda devem garantir os avanços conquistados, ao mesmo passo que devem introduzir novas conquistas, tudo forjado nas lutas sociais, nas ruas, sem falsas esperanças nesse regime burguês falido, mas apostando no poder popular, na revolução e no socialismo. Verdade que isso às vezes parece distante demais, que nos soa como utopia, como sonho irrealizável, mas é um processo, e a velocidade de sua realização depende de nosso empenho também.
Superar a experiência do PT e se armar contra as aventuras golpistas da direita é apenas o começo.É a tarefa do momento.



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

NOTA DA FRENTE RESISTÊNCIA SOBRE A CONJUNTURA


A crise do capitalismo mundial chegou ao Brasil para tirar o sono de muitas famílias. Num cenário de recessão econômica, com altos índices de desemprego, juros vertiginosos, inflação galopante, um brutal aumento nas tarifas de energia elétrica e água, aumento da gasolina e do gás de cozinha, etc, o trabalhador ainda é penalizado por uma política de ajuste fiscal do governo petista, que ataca velhos direitos e enxuga o orçamento fazendo com que, em momentos de crise econômica, os diminuídos recursos sejam transferidos preferencialmente para os poderosos, sejam eles grandes capitalistas do campo e das cidades, banqueiros ou especuladores, em detrimento da classe trabalhadora.
 
Enquanto o povo trabalhador perde com as medidas de austeridade do governo Dilma, como as MP’s 664 e 665, os patrões são poupados com o PPE (programa de proteção ao emprego), que diminui os salários dos operários e não mexe em nada no lucro dos empresários. Foram cortadas verbas da saúde e da educação, áreas notadamente em crise, mas os bancos continuam batendo recordes de lucros e o pagamento de juros e amortizações da dívida pública é mantido religiosamente.
 
Apesar de todas essas práticas – contrárias ao prometido pelo PT durante a campanha presidencial de 2014 -, a oposição de direita é insaciável, e continua a pressionar Dilma mais e mais. Dilma ao invés de governar amparada por suas bases da CUT e dos movimentos sociais optou por fazer concessões à burguesia, na ilusão de assim conter o golpismo em marcha no pós-eleição. Porém, acossado pela chantagem do impeachment, em sua política de colaboração de classes, o PT tem cedido cada vez mais, entregando ministérios e contemplando picaretas como o “Chigago boy” Joaquim Levy na Fazenda, o indecoroso Kassab nas Cidades, a famigerada Kátia “Motosserra” Abreu na Agricultura e o pau mandado de Eduardo Cunha, o peemedebista Celso Pansera, na pasta de Ciência e Tecnologia. O mesmo Eduardo Cunha, presidente do velho balcão de negócios dos politiqueiros profissionais, a Câmara, em meio a denúncias de propina e contas secretas na Suíça, permanece no cargo, mediante barganhas e chantagens entre o governo e a oposição de direita.
 
Todavia, o que já é péssimo pode piorar ainda mais. Como dito, a oposição de direita quer ainda mais. Para as forças reacionárias do país, alinhadas com Washington e o imperialismo mundial, o ajuste implementado pelo governo do PT é tímido e lento, e, além disso, o PT ainda possui, ainda que cada vez mais tênues, laços históricos com o movimento operário e social. Por isso, farão tudo ao seu alcance para derrubar o governo petista ou inviabilizá-lo nas eleições de 2018, para que possam colocar um autêntico representante do capital, que possa, sem o menor pudor ou escrúpulo, implementar a agenda neoliberal em grau máximo.
 
Nós da Frente Resistência não podemos aceitar que o Partido dos Trabalhadores seja derrubado por forças muito mais à sua direita. Os trabalhadores precisam reassumir o protagonismo político no País, na luta contra os desmandos do Executivo e do Congresso; essa batalha, todavia, será enormemente mais árdua, difícil e sacrificante para a classe trabalhadora caso a oposição de direita tenha sucesso em derrubar o PT do poder. Portanto, combatemos o golpe, o que não significa, em momento algum, capitular à política do PT.
 
Assim, a Frente Resistência convoca organizações, movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, estudantes e forças de esquerda, democráticas e progressistas em geral, para se somarem a essa luta. Já passou da hora de construirmos uma frente de atuação na defesa de nossa classe. Convocamos, portanto, a FRENTE ANTI-GOLPISTA, ANTI-IMPERIALISTA e ANTI-FASCISTA, pela defesa intransigente de nossos direitos, pela revolução brasileira e pelo socialismo!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Nota em solidariedade ao companheiro Mauro Iasi

Para os que recitam Brecht: “Não se encoleriza; ridiculariza; não se indigna, propões reflexões; não pede sentimentos pede mudanças”.
O Anticomunismo é a base ideológica que vem ressuscitando o fantasma fascista no Brasil.
A onda conservadora que cresce no Brasil é um fenômeno dantesco, que toma proporções nas redes sociais e está diretamente presente no enfraquecimento da democracia institucional burguesa.
Os grupos conservadores de características fascistas tupiniquins vêm se destacando no cenário político brasileiro após as manifestações de junho e julho de 2013.
O que se apurou foram agressões a pessoas que portavam bandeiras vermelhas como do PCB, do PSTU e de outros movimentos, MST e CUT, que estão sendo alvo de xingamentos e agressões pela extrema-direita.
Depois vimos essa onda conservadora se manifestando nas eleições de 2014, com a votação do Congresso Nacional mais conservador dos últimos tempos.
É o show de ataques que atingem lideranças da Teologia da Libertação, de movimentos sociais e sindicais, sendo que agora a bola da vez é o líder do PCB Mauro Iasi, após seu discurso radicalizado no Congresso do CSP- Conlutas, em que ele se utiliza da poesia de Bertold Brecht para conflagrar os trabalhadores a responderem à violência dos capitalistas com a luta revolucionária.
O que se questiona é que hoje vivemos em um contexto político em que é urgente unir todos os setores progressistas e democráticos contra a direita e, nessa luta, acertar as contas com a estratégia petista de prioridade da luta institucional, que nos levou ao beco sem saída em que estamos agora.
O que não podemos negar é que a figura de linguagem utilizada por Mauro Iasi, no congresso da CSP-Conlutas, inflamou os grupos fascistas de plantão.
No entanto, estamos vivendo a fabricação do “anticomunismo” brasileiro, que está sendo ressuscitado por parte da mídia golpista e de seus novos personagens como o cantor Fábio Júnior, o ator Alexandre Frota, os cantores Lobão e Roger, além de outros que fazem um papel virtual de combate aos comunistas (CCC), que, na verdade, alicerçam os interesses das classes dominantes e do imperialismo, formados nas cartilhas de Olavo de Carvalho.
O que se pode concluir é que o anticomunismo está sendo usado como base ideológica comum entre os grupos fascistas da sociedade brasileira.
Fica claro que esse movimento tenta se organizar a partir de uma provável candidatura do deputado Jair Bolsonaro, que de forma oportunista acirra a luta de classes, deturpando a realidade política e econômica atual.
Vivemos uma crise política pulsante, e esse movimento liderado por Jair Bolsonaro faz um discurso fascista que vem tomando as redes sociais e a mídia golpista. Por isso não podemos subestimá-lo, pois visa confundir a luta da classe trabalhadora e, por sua grande aceitação popular, pode vir a minar a luta socialista e comunista.
Nesse sentido, nós da Frente Resistência somos contrários a qualquer ataque que é feito contra os movimentos sociais, sindicatos e pessoas que se dedicam a causas humanitárias, ao socialismo e, em especial neste momento, também contrários ao ataque oportunista feito a Mauro Iasi nas redes sociais.
O que é espantoso é saber que a extrema-direita nacional está monitorando os trabalhadores nas suas assembleias e sindicatos e construindo a imagem de Jair Bolsonaro para a próxima eleição presidencial em 2018.
Nesse sentido é importante refletir a belíssima poesia de Brecht que nos atenta a essa realidade. “A injustiça avança hoje a passo firme. Os tiranos fazem planos para dez mil anos”.