quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UCRÂNIA: UMA REVOLUÇÃO POR QUIMERAS

                                             
                                                                                                        por Beth Monteiro, RPR/ Rio de Janeiro

Mergulhada em uma crise terminal, a cambaleante União Europeia é vista como ideal de prosperidade e democracia para os ucranianos. Será que eles não veem o que está acontecendo na Grécia?

Que democracia é essa, da UE, em que até protestos pacíficos estão sendo criminalizados em alguns países membros? Que prosperidade é essa que os ucranianos querem, ao lutarem para fazer parte de uma comunidade com os maiores índices de desemprego do mundo?

Basta olhar para o exemplo da Croácia: sua participação como um membro marginal da União Europeia, não trouxe nenhum benefício para os trabalhadores , nem para a sociedade em geral.

Mas, para os ucranianos, a UE ainda tem atrativos. Além da esperança de prosperidade e segurança, trata-se também de um símbolo de status. O ingresso na UE dará a impressão que a Ucrânia passará a ser parte de uma comunidade verdadeiramente democrática e com elevados valores éticos. Ao mesmo tempo em que a adesão, vista sem muito entusiasmo pelos europeus, serve para mostrar que a UE ainda é muito atraente, apesar da crise.

No início da década de 90, os ucranianos votaram, em plebiscito, pela saída da ex-URSS e voltaram-se alegremente para a restauração capitalista, permitindo que a nova burguesia desmantelasse as conquistas sociais dos anos de economia planificada.

A experiência com o capitalismo logo se mostrou decepcionante, principalmente para os trabalhadores. Mas o ideia que prevaleceu foi de que aquele capitalismo não é bom e que bom é o capitalismo europeu, ou seja, o padrão de vida que eles idealizavam quando aderiram à volta da economia de mercado na Ucrânia.
E, agora, aparentemente, esta chance se apresenta e o governo da Ucrânia insiste em continuar aliado ao “capitalismo russo” no qual eles creditam todas as mazelas do país. E para ir como boi para o matadouro, os ucranianos estão fazendo uma revolução.

Por que agem assim? Creio que as lantejoulas que enfeitam o capitalismo ainda exercem uma grande atração nas pessoas. Aparelhos eletrônicos, tecnologia acessíveis, roupas, perfumes, carros, utensílios domésticos com designs sofisticados, mais a propaganda de prosperidade para quem tenha talento e se dedique aos estudos torna o capitalismo da UE o ideal de vida para a população de um país em desenvolvimento, onde alimentação, moradia, educação e saúde foi um direito de todos.

Não há uma liderança clara, nem uma agenda definida. A contestação foi organizada via redes sociais e os partidos vão a reboque. A repressão acabou unindo a oposição que se limita a pedir a antecipação de eleições,. Mas, nas ruas, os manifestantes querem a queda do governo.

E por que os trabalhadores se iludem com purpurinas democráticas e são atraídos pelo brilho ilusório do consumismo como ideal de cidadania? Certamente porque não existe um contraponto à esquerda ao massacre da propaganda capitalista, que arme os trabalhadores com um programa revolucionário que aponte para o verdadeiro Socialismo, que mostre que nem o capitalismo da Rússia, nem o capitalismo da União Europeia e EUA são soluções para os problemas que enfrentam.

Pela enésima vez alguém da esquerda dirá que a Revolução não pode ser vitoriosa na Ucrânia, nem no Egito, nem na Grécia, nem em lugar nenhum porque não existe uma direção revolucionária. É verdade. Mas a pergunta que precisamos responder, urgentemente, é POR QUE NÃO EXISTE DIREÇÃO REVOLUCIONÁRIA.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Resistência Proletária / Premissas para uma atuação sindical classista e revolucionária

Manifesto de fundação da Resistência Proletária, setorial sindical da RPR                               


``É necessario, no processo de lutas cotidianas, ajudar as massas a encontrar a ponte entre suas reivindicacoes atuais e o programa socialista da revolução. Esta ponte deve incluir um sistema de reivindicações transitórias, que parta das condições atuais e da consciência atual de amplas camadas da classe operaria e conduza, invariavelmente, à uma só e mesma conclusão: a conquista do poder pelo proletariado.`` Programa de transição, Trotsky


'' Nem a inflação monetária, nem a estabilização podem servir de palavras de ordem ao proletariado, pois são duas faces de uma mesma moeda. Contra o tremendo aumento dos preços, que a medida que a guerra for se aproximando, adquirirá um caráter desenfreado, só se pode lutar com a palavra de ordem de escala móvel de salários. Isso significa que os contratos coletivos devem assegurar aumentos automáticos dos salários, de acordo com a elevação dos preços dos artigos de consumo.`` Programa de transição, Trotsky




Não nos interessa, a nos revolucionários da esquerda, chegar ao poder do estado burguês com o intuito de empreender reformas nesse sistema; muito menos prestar consultoria econômica aos que detem o poder. No limite, não nos interessam as taxas de inflação, o crescimento do PIB, a cotação do dólar, desde que nossos salaários sejam reajustados de acordo com a perda inflacionária do período. Queremos o que é nosso por direito, a saber, um salário que seja o suficiente para continuarmos existindo como classe. Como Trotsky brilhantemente pontua, ``se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele engendrou, então que morra!`` E com o advento do socialismo e a ditadura do proletariado, então sim poderemos tomar as rédeas de uma economia planificada e gerí-la para os interesses de nossa classe.
A Resistência Proletária, a exemplo das correntes que reivindicam a tradição da IV internacional, defende a escala móvel de salários como mecanismo para assegurar ao trabalhador o salário necessário à uma vida digna. O salário deve ser o suficiente para que o trabalhador se mantenha materialmente a si e a seus familiares, de forma que tenha acesso aos bens de consumo necessários para que se mantenha vivo e saudável para continuar vendendo sua força de trabalho ao capitalista. Se o capitalista quer contar com a força de trabalho do operário, o minimo que deve fazer é pagar um salário decente, que permita ao trabalhador viver com dignidade.
Sendo assim, defendemos um dispositivo de aumento automático dos salários, mensal , e que o aumento seja de acordo com a inflação do período. Para tanto, o salário deve partir do mínimo vital, que consideramos pelas pesquisas de custo de vida do DIEESE. Óbvio que existem ressalvas quanto a confiabilidade dos métodos de pesquisa e ao caráter da entidade, mas, para efeito de clareza, consideramos o mínimo do DIEESE o suficiente para apontar as contradições da mais valia que o patrão se apropria e da jornada extenuante e desnecessária que o trabalhador é forcado a cumprir, além de denunciar o desemprego estrutural, com seu exército de reserva de trabalho.

 `` Contra o desemprego, tanto estrutural quanto conjuntural, é hora de lançarmos, ao mesmo tempo que a palavra de ordem de obras públicas, a de escala móvel de horas de trabalho.``  Programa de transição, Trotsky

E a Resistência Proletária defende com o mesmo empenho que haja uma escala móvel de horas de trabalho sem redução de salários. Entendemos que todo trabalhador merece estar empregado, e, para tanto, defendemos, na linha do Programa de Transição da IV internacional, que o trabalho disponível na sociedade seja repartido entre os trabalhadores, de modo que todos sejam alocados em alguma espécie de trabalho a fim de não padecerem no desemprego.
A repartição do trabalho entre a classe deve determinar a duração da semana de trabalho, como diz Trotsky em seu Programa de Transição. A Resistência Proletária também defende uma carga máxima de trabalho de 30 horas semanais, a fim de reduzir consideravelmente o tempo despendido pelo operário em seu trabalho, de modo que o trabalhador disponha de tempo ocioso para desenvolver outras atividades, como estudo, atividades física, intelectual, cultural, etc.

``As tentativas sectárias de criar ou manter pequenos sindicatos ``revolucionários``, como uma segunda edição do partido, significam de fato a renúncia a luta pela direção da classe operária. É necessário colocar aqui este principio inquebrantavel: o auto-isolamento capitulacionista fora dos sindicatos de massa equivale a traição da revolução, e é incompatível com o pertencer a IV internacional.`` Programa de transição, Trotsky

A Resistência Proletária nao tem o interesse de criar ou de ser uma nova central sindical. Seria muita pretensão e fugiria de nossa linha política. A Resistência Proletária é tão somente um setorial da RPR para atuar nos sindicatos, para servir como um grupo de trabalho vocacionado a tratar das questões trabalhistas. Nos importa salientar que nao vemos como determinante a filiação dos sindicatos de base à suas respectivas centrais sindicais. Em tempos de crise de representação e multiplicação de centrais, não seria oportuno determinar uma ou outra alternativa sem levar em consideração o movimento das massas. Seria determinante a filiação à uma central se a movimentação fosse da natureza do que foi, por exemplo, a ruptura massiva com a antiga CGT para fundar a CUT.
Nos interessa, mais que tudo, estar onde as massas trabalhadoras estão, cerrar fileira com as bases das categorias. Para tanto, disputaremos a direção dos grandes sindicatos, dos sindicatos mais representativos, independentemente de sua filiação a uma determinada central, ou atrelamento a determinado partido ou corrente política, independentemente de aparelhamentos de direita e processos de burocratização. Estaremos onde for necessário para organizarmos a classe, para apontar à ela o caminho da mobilização, da conscientização de classe e da revolução proletária.

                                Nas ruas 
                                E na luta do povo 
                                Construindo a revolução!

O SALÁRIO MÍNIMO DELES E O NOSSO

                                           por Beth Monteiro/ RPR, Rio de Janeiro
 

Com protestos contra os baixos salários marcados para esta quinta-feira, o presidente dos EUA, BARACK OBAMA, APRESSOU-SE EM AUMENTAR O VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO EM CERCA DE 40%, alegando o aumento da desigualdade social.
O salário Mínimo nos EUA , que está em U$ 1,250 dólares, ficará num valor em torno de U$ 1.750,00.

JÁ O NOSSO SALÁRIO MÍNIMO SEGUIRÁ TÃO MISERÁVEL COMO SEMPRE, embora o dos EUA também não seja grande coisa. Entretanto, existe uma diferença enorme entre o deles e o nosso, que é de minguados R$ 678,00 (339 dólares) e  que, a partir de janeiro de 2014, será de R$ 722,90 (361 dólares). Enquanto o reajuste proposto pelo governo norte-americano, sob pressão dos trabalhadores, ficou em 40%, o SM brasileiro terá o mísero reajuste de 6,62%.

Talvez tenha faltado este item mínimo, ESSENCIAL PARA A SOBREVIVÊNCIA DE MILHÕES DE BRASILEIROS, principalmente aposentados e pensionistas do INSS, durante as jornadas de junho, em que várias reivindicações foram sendo incorporadas.
Considerando que muitos pisos salariais de categorias profissionais organizadas em sindicatos beiram ao Salário Mínimo, a reivindicação por um SM digno, que atenda o que está previsto na nossa constituição, seria uma reivindicação altamente mobilizadora.

Até quando milhões de brasileiros vão suportar esse SM humilhante?

Obama fez as declarações em Anacostia, um dos bairros mais carentes da capital, um dia antes de centenas de trabalhadores em restaurantes fast-foods, em mais de cem cidades americanas, em greve , marcarem uma grande manifestação contra os baixos salários.

Mensalmente, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula o preço da cesta básica em 18 capitais e estima o valor do salário mínimo necessário. Na última divulgação, referente ao mês de julho deste ano, o departamento estimou que o menor salário pago deveria ser de R$ 2.750,83 (ou seja, 4,06 vezes o mínimo em vigor atualmente, de R$ 678).

domingo, 1 de dezembro de 2013

PODER PARA O POVO! TAILÂNDIA: TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA



                                                                   por Beth Monteiro/ RPR, Rio de Janeiro

Multidões tomaram as ruas de Bangkok em protestos, no início pacíficos, que se transformaram em ocupação dos principais edifícios governamentais.

Os protestos, na Tailândia, seguem por semanas, provocados por um projeto de lei de anistia, que permitiria o retorno de um ex-PM exilado além de perdão para os responsáveis por uma intervenção do exército em comícios sangrentos de 2010, no qual mais de 90 pessoas foram mortas.

O líder da oposição, Suthep Thaugsuba, inicialmente assegurou à polícia que a manifestação seria pacífica: "soprando apitos e distribuindo flores." Mas diante de multidões de mais de 150 mil - a maior desde a última crise política violenta em 2010 - Thaugsuba pediu uma "REVOLUÇÃO DO POVO".

Não se trata apenas de “camisas vermelhas” x “camisas amarelas. Na realidade, a dramática reviravolta na Tailândia é produto da crise econômica global, que está engolindo as chamadas "economias emergentes". No caso da Tailândia, a tendência é o aprofundamento das tensões no interior da classe dominante, entre o poder tradicional centrado na monarquia, militares e aparelho de Estado e a ala liderada pela irmã de Yingluck, premiê deposto no golpe militar de 2006.

Enquanto isso, a maioria da classe trabalhadora se divide entre essas duas opções burguesas, acreditando que o poder está nas ruas, o que já significa um certo avanço da consciência. Em todos os países, onde houve grandiosas manifestações de massa - Tunísia, Egito, Turquia, países europeus, Brasil etc - as massas mobilizadas ainda não foram capazes de construir uma alternativa de classe para a tomada do poder e, também, não enxergam nas tradicionais organizações da esquerda marxista uma alternativa.
E O GRITO “PODER DO POVO, PODER PARA O POVO, PARA FAZER UM MUNDO NOVO” VAI ECOANDO CADA VEZ MAIS FORTE , SUBSTITUINDO O PROLETARIADO PELO SEU GENÉRICO “POVO”.

Observa-se, também, que a esquerda em geral , embora tenha entendido certos aspectos desse novo tipo de mobilização, ainda não conseguiu acertar na sua atuação e inserção, se limitando a aplaudir e idealizar as massas mobilizadas, tentando canalizar as lutas para o processo eleitoral ou , em alguns casos, para a construção partidária. Não é de se estranhar, portanto, que os resultados eleitorais sejam tão diferentes de tudo o que pensa o povo na rua.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Eles são todos mensaleiros!

                                                por Mário Medina/ RPR- São Paulo



Curioso ver os mensaleiros petistas reclamando por ter de amaragar as dependências e regras da penitenciária da Papuda. Esse sistema penitenciário que os abriga também é fruto de seus 10 anos no poder. E eles ainda tem uma tremenda mordomia, e contam com um serviço advocatício de primeira linha.

Muito esperto o advogado de Zé Dirceu. O sujeito entrou com um pedido no STF para que seu cliente ''trabalhe'' durante o dia em um hotel 4 estrelas, que fica a menos de dois quilômetros da esplanada dos ministérios. Ou seja, ao invés da Papuda, Dirceu passaria seus dias nas confortáveis instalações de um hotel de luxo. Alguém aí acredita que Dirceu vai trabalhar na função de gerente administrativo do hotel?

E Genuíno sendo tratado pela militância petista como se fosse um herói, um mártir, um injustiçado, um pobre coitado que é cardiopata e que tem de voltar pra casa...

Ora, será que vão ludibriar a população e fazê-la acreditar que esses picaretas não são criminosos de colarinho branco que até pouco tempo subtraíam dinheiro público?

O fato da ação penal 470 ser um julgamento de exceção, no sentido de que enquadra os petistas mensaleiros em penas que não alcalçam os mensaleiros demo-tucanos, os responsáveis pelo propinoduto tucano em São Paulo, etc, não faz dos criminosos da cúpula do PT inocentes que merecem alguma consideração.

Mas a esquerda revolucionária, a vanguarda da revolução brasileira, tem batido nessa tecla: a justiça só será feita completamente quando for igual para todos, pobres ou ricos, tucanos ou petistas, velhas figuras das oligarquias ou pelegos içados à condição de estadistas.

A esquerda não vai sair por aí comemorando que Dirceu e sua trupe estão presos. Nada mais previsível do que isso. A partir do momento em que o PT abraça o regime democrático burguês e aceita ser testa de ferro da alta burguesia no governo, assume o risco de ser traído, de ser ou não ser tratado com leniência por determinadas frações da burguesia. A verdade é que o PT é o filho bastardo do regime, que se beneficiou de uma concessão à frente popular em um momento débil do regime frente aos descontentamentos da massa.

A direita tradicional não aceita o passado proletário do PT, e, em certo sentido, quer queimar a imagem de um PT que defendia a ética na política, quando na verdade, não há como entrar no jogo sujo da politicagem burguesa sem se enlamear até o pescoço. E isso todos sabem.

Queremos ver agora como ficará Joaquim Barbosa nessa história. Porque ele foi convidado por Aécio a se filiar ao PSDB e se candidatar ao governo de Minas Gerais, o que o deixaria numa situação delicada, haja visto que ficaria ainda mais evidente sua ligação com a tucanada e sua má vontade em encaminhar os julgamentos que envolvem o PSDB.

Não tem santo nessa história. Executivo, legislativo, judiciário, todos os poderes dessa republiqueta de banana estão envolvidos em altas maracutaias, em um jogo sem fim de financiamentos de campanha e trocas de favores. Eles são todos mensaleiros!

O PT abdicou da luta e quis entrar no ringue do poder do capital. Agora não pode reclamar de má sorte.       

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre os mensaleiros

                                     por Beth Monteiro/ RPR-Rio de Janeiro

MENSALEIROS PETISTAS E TUCANOS. Eles não se preocuparam comigo. Por que vou me preocupar com eles?

Para aprovar as primeiras reformas neoliberais de ataques aos direitos dos trabalhadores e de entrega do patrimônio público, o governo FHC comprou alguns parlamentares que “precisavam” de garantias porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.

Para aprovar medidas neoliberais prejudiciais aos trabalhadores, o governo Lula comprou parlamentares que “precisavam” de alguma garantia porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.

AGORA, QUEREM QUE OS TRABALHADORES, aposentados e pensionistas do INSS, que foram prejudicados com essas negociatas, se comovam com a “crueldade” que está sendo praticada contra seus algozes.

É estarrecedor isso. Perderam completamente a vergonha na cara.

NÃO IMPORTA PARA OS TRABALHADORES, PROFUNDAMENTE PREJUDICADOS COM AS REFORMAS NEOLIBERAIS DO GOVERNO FHC E DE LULA, de onde vieram os ataques, se da direita ou da “esquerda”. A única diferença é que os ataques da direita não podemos chamar de traição, pois fizeram e fazem exatamente o que se propõe a fazer de acordo com a classe social que representam. Mas os ataques ”esquerda”, com certeza, doem muito mais. É muito triste ser apunhalado pelas costas por aqueles que acreditávamos ser nossos aliados.

É CLARO QUE A CONDENAÇÃO E PRISÃO DOS MENSALEIROS DO PT TEM UM DEDO DA DIREITA, que praticou os mesmos crimes. Mas isso não é argumento que inocente os corruptos do PT.

LAMENTAVELMENTE, ESSAS PRISÕES NÃO VÃO SERVIR PARA MUDAR EM NADA a determinação do governo petista em seguir sua política de profundos ataques aos trabalhadores e brutal repressão aos que ousam se manifestar contra tais ataques.

E por ter certeza disso, a direita agiu , TALVEZ PARA MOSTRAR QUE SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO, ao mesmo tempo em que mostrou que, para a burguesia, os gerentões e gerentonas do capital, que emergiram das lutas dos trabalhadores, tem lá seus limites: eles não podem fazer, impunemente, tudo o que os autênticos representantes da burguesia, como o PSDB e correlatos, fazem. Afinal, já passaram 11 anos no poder e os representantes autênticos do capital querem o direito de se locupletarem novamente.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

NOTA INTERNÚCLEOS E INTERSETORIAIS SOBRE A COBRANÇA DE TAXA DE OBSERVADOR NO CONGRESSO NACIONAL DO PSOL

A RPR solicitou subscrever a carta que os companheiros emitiram e continua a apoiar iniciativas do tipo.
A participação da militância de base nos Encontros e Congressos partidários é direito assegurado pelo Estatuto do Partido Socialismo e Liberdade. Neste sentido, os núcleos e setoriais abaixo-assinados se colocam contra a deliberação da Secretaria Nacional de Finanças do Partido que determina o pagamento de uma diária de R$ 100,00 (cem reais) para que um militante possa participar do Congresso Nacional na qualidade de observador.

A taxa cobrada pela Direção do Partido, que totaliza R$ 300,00 (trezentos reais) caso o militante observador acompanhe os três dias de Congresso, certamente será elemento impeditivo para a participação de muitos militantes que desejam acompanhar a vida partidária, o que fragiliza de maneira inequívoca a própria democracia interna no PSOL.

Certamente o Partido não pode arcar com os custos de hospedagem e alimentação de todos os militantes, devendo garanti-los, entretanto, aos delegados eleitos. A situação atual, porém, é preocupante na medida em que condiciona a entrada de militantes observadores no local do Congresso ao pagamento da taxa que garante alimentação e hospedagem. Trata-se de uma política sem o mínimo de sentido, pois obriga o militante que deseje se alimentar ou se hospedar em outro lugar a pagar os R$ 300,00 de taxa apenas para ter garantido o seu direito de acompanhar, como observador, o Congresso Nacional, órgão supremo do Partido.

Assim, pelo respeito à militância partidária de base e por respeito, sobretudo, à democracia interna no Partido, reivindicamos transparência nos gastos com alimentação e hospedagem dos delegados e que a determinação de cobrança de taxa de observador seja imediatamente revista.

- Setorial Estadual de Educação – Ceará
- Setorial Estadual Ecossocialista – Ceará
- Setorial Estadual de Juventude – Ceará
- Núcleo Frei Tito de Direitos Humanos, Comunicação e Cultura – Niterói/RJ
- Núcleo Político Independente – Niterói/RJ
- Núcleo de Mulheres – Curitiba/PR
- Núcleo Isegoria – Belo Horizonte/MG
- Núcleo de Juventude – Ponta Grossa/RS
- Núcleo dos Trabalhadores em Educação – Curitiba/PR
- Núcleo Rosa Luxemburgo – Maringá/PR
- Núcleo de Saúde – Curitiba/PR
- Núcleo Vila Mariana – São Paulo/SP
- Núcleo de Juventude – Niterói/RJ
- Núcleo Santa Cecília – São Paulo/SP

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Outros Junhos virão / Porque é preciso tomar o poder Revolução por etapas ou revolução permanente? Democracia burguesa ou poder popular?


                                                por Mário Medina
Aparentemente os ânimos estão controlados. Alguns meses após os levantes de Junho as manifestações de rua seguem, mas agora muito menores do que antes. Foi como se o povo voltasse ao comum de sua vida. Foi como se a saída desse povo às ruas fosse apenas um ato isolado, um desses acontecimentos históricos inusitados que parecem acontecer sem propósito algum, como num acaso, e que é logo superado e cede lugar aos acontecimentos costumeiros, como se as coisas retornassem à sua normalidade depois de um distúrbio imprevisto.
O índice de popularidade de Dilma, antes drasticamente em queda, agora retoma o fôlego, dando a impressão de que as medidas tomadas por planalto e congresso nacional teriam alcançado o resultado aguardado pelas elites, a saber, diminuir os descontentamentos populares e levar as pessoas de volta às suas casas, numa falsa aparência de que as coisas no Brasil estariam se ajeitando.
A inserção de Dilma na TV pra defender descaradamente o leilão de Libras, afirmando com uma tremenda cara de pau que aquilo nao se tratava de privatização, e que os royalties do petróleo seriam os responsáveis por um grande subsídio para o desenvolvimento da saúde e da educacao, toda essa conversa fiada do governo, essa manobra eleitoreira, tem data marcada pra ir por água abaixo.
A palavra de ordem dos cartazes de Junho pediam saúde e educação no padrão FIFA, ou seja, estava claro o descontentamento das massas com o descaso nos serviços públicos, enquanto o governo cedia aos interesses da FIFA, aplicando vultosíssimas quantias de dinheiro público para erguer estádios com vocação a elefantes brancos, abdicando assim de qualquer seriedade no trato da coisa publica, abdicando da soberania nacional ao passar o projeto da lei geral da Copa, tomando defesa dos interesses da especulação e das empreiteiras, abrindo espaço para que milhares de pessoas pobres e carentes tenham suas casas tratoradas pelas desapropriações e reintegrações de posse.
Mas a Copa do mundo de 2014 nao passará em brancas nuvens. O descontentamento tende a ser ampliado com a aproximação dos jogos, porque o povo nao terá paciência de ver todo esse circo armado enquanto continua com pouquissima qualidade de vida, enquanto seu suado dinheiro rifado pelos extorsivos impostos é redirecionado para a farra da burguesia, com as bênçãos dos picaretas de plantão que parasitam no congresso nacional, com os politiqueiros que em toda eleição prometem cuidado e atenção aos mais necessitados para depois virar as costas pra esse mesmo povo sofrido e conchavar com banqueiros e multinacionais, latifundiários e empreiteiras que os financiam em suas campanhas, e por isso mesmo contam com seus serviços e submissão.
A situação é tão critica que não há outra saída senão as ações diretas, as manifestações de rua, as ocupações e motins. E o povo tem se dado conta disso. O povo tem se dado conta de que só é ouvido quando parte pra radicalização, quando bate de frente com o governo e assume o enfrentamento. As maquiagens do governo petista e dos politiqueiros locais tendem a ter curta duração, tendem a se despedaçar frente a dura realidade, a diluírem diante da materialidade dos fatos. Porque o povo percebe que os preços aumentam e o salário não, o povo percebe no caixa do mercado como seu poder de compra é reduzido, percebe nas filas dos hospitais o quanto a saúde está sucateada, percebe na escola do filho como o serviço oferecido está abaixo da demanda e deixa a desejar em qualidade, percebe na superlotação do transporte público o descaso do poder público por seu bem estar, em suma, percebe que é adulado em tempos de eleição e vilipendiado todo o resto de sua vida.
E é tarefa dos movimentos sociais e da esquerda dar organicidade a todo esse descontentamento, a dirigir as massas nessa árdua tarefa de por fim ao capital, porque nao existe vida digna nesse sistema.
O welfarestate nao chegou aqui, e nao é esse o caso. Mesmo nos países avançados do sistema o bem estar nao é garantia em tempos de crise. Na Europa o desemprego é galopante, o arrocho salarial é uma cruel realidade na vida dos trabalhadores e as medidas de austeridade seguem corroendo direitos conquistados outrora.
Se o Brasil despertava como uma potencia mundial, um líder local por seu tamanho e economia subtancialmente maior que o resto do continente sul-americano, cumprindo um papel sub-imperialista na região, nada disso garantiu o seu desenvolvimento. O ciclo é vicioso. Existe o imperialismo norte americano para nos regular, temos uma burguesia nacional frouxa frente aos desafios de avanço tecnológico e incremento da produção, nos fazendo amargar uma subindustrialização e uma economia majoritariamente dependente da exportação de commodities, o que só rende capital concentrado nas mãos de uma meia dúzia de mega-latifundiarios, que além do mais tem o controle do congresso nacional através da bancada ruralista.
Enquanto isso os pelegos e centristas cooptam e subornam a esquerda com cargos e benesses, num sórdido atrelamento ao poder institucional, como é possível notar com as altas cúpulas da CUT, do MST, entre outros sindicatos e movimentos de maior envergadura. A direção nao faz jus à base que tem, pelo contrário, renuncia a luta a ser travada. Sua razão de ser é a conciliação, pintando de democrático e popular um governo de frente popular submisso e calhorda.
Fato curioso é ver o PCdoB denegrir a imagem dos jovens do Black Bloc, dizendo se tratar de um movimento que tem de ser rechaçado em favor de um suposto estado democrático de direito. Ora, percebemos nessa argumentação esdrúxula dois desvios, um teórico e um de caráter. O primeiro é a ilusão de pensar que deve-se, num processo revolucionário, passar por uma primeira etapa democrática e antiimperialista, de desenvolvimento das forças capitalistas de produção nacional, para, aí sim, aguardar o momento mais oportuno de acirramento da luta de classes necessário para uma outra etapa de derrubada da burguesia e implantação do socialismo. Mas nao é o caso do PCdoB, apesar desse partido martelar a teoria exposta acima. O problema aqui é de caráter. Para além de uma comodidade política de aguardar o momento supostamente maduro para a revolução, esse partido, viciado e degenerado que é, opta deliberadamente pelo oportunismo e pelo cinismo, tratando os Black Blocs como inimigos de um governo que eles dizem ser democrático-popular. Ou seja, em troca de cargos no governo e estatais, todo um aparato que lhes garante uma fatia do poder, esse partido pinta o governo Dilma como o supra sumo da democracia popular, o que é uma aberração discursiva, e trata os Black Blocs como vândalos, bem ao gosto da mídia burguesa e das elites. Ora, quem são os inimigos aqui, os Black Blocs, jovens indignados de um sistema perverso e desumano, ou a burguesia nacional que esfola dia e noite o povo trabalhador?


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PSOL vai representar contra Bolsonaro por causa de agressão ao senador Randolfe



                                                                                              do site de Jean Wylllys
O PSOL vai protocolar representação contra o deputado Jair Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Bolsonaro agrediu fisicamente o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que integrava comitiva para visitar a antiga sede do DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta segunda-feira 23.
O senador Randolfe Rodrigues relata que levou um soco no estômago do deputado Jair Bolsonaro. A agressão aconteceu na frente do prédio do Batalhão de Polícia, pouco antes do início da visita, da qual participavam membros da Subcomissão da Verdade, Memória e Justiça do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Bolsonaro, militar da reserva do Exército e que não faz parte de nenhuma das Subcomissões, nem estava na lista dos integrantes da visita, também quis entrar no prédio, fato rechaçado pelas pessoas que fariam a visita.
O presidente do PSOL e líder do partido na Câmara, deputado Ivan Valente (PSOL/SP), informou que será dada entrada a uma representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro, com agravante de agressão física a um senador da República. “Ele usou de violência contra um senador, e há muitas testemunhas. O Bolsonaro, mais uma vez, extrapola todos os limites”, afirma Ivan Valente.
Assina o texto a Liderança do PSOL na Câmara dos Deputados.


sábado, 21 de setembro de 2013

A REVOLUÇÃO SUICIDA





                                                              por Beth Monteiro / RPR- Rio de Janeiro

PARA FAZER A REVOLUÇÃO, A VANGUARDA DO PROLETARIADO SÍRIO ESTÁ TRUCIDANDO A CLASSE TRABALHADORA. 

Uma conclusão lógica, pois o terror da extrema direita representada pela Al-Nusra/Al Qaeda, o terror de outros grupos diretamente burgueses, reformistas, laicos, democráticos e de esquerda, que atuam em estreita colaboração com a extrema direita fascista da Al-Qaeda/CIA/Monarquias ultrarreacionárias, que estão assassinando, torturando e praticando até canibalismo, não estão dizimando a burguesia síria, mas os trabalhadores.

A maioria dos alegados 100 mil mortos , ocorridas nestes mais de dois anos de guerra civil, são, em primeiro lugar, soldados do Exército Árabe Sírio, em segundo lugar os chamados rebeldes e , em terceiro lugar trabalhadores, estudantes, homens, mulheres e crianças pobres, pois os ricos têm como se proteger. Claro está que não está descartada, nesse caso, as mortes de civis causadas pelo Exército oficial e suas milícias.

É preciso considerar que o Exército oficial tinha, no início da guerra civil, cerca de 100 mil componentes com 300 mil reservas e, atualmente, esse número é muitas vezes maior, apesar das rupturas e baixas. De onde o regime sírio convoca esses soldados? Da classe trabalhadora, claro, pois da burguesia é que não poderia ser. E por que eles vão servir ao EAS? Será por que , com o país devastado, estejam desempregados? Mas, nesse caso poderiam aderir aos grupos armados. A única conclusão é que apesar de serem em sua maioria sunitas( historicamente rivais dos Alauítas que governam a Síria), acreditam firmemente e dão suas vidas para defender seu país da dominação imperialista.

Neste momento, e só por este momento, em que o imperialismo norte-americano, a mais poderosa e infame máquina assassina do mundo, recuou, quem sai momentaneamente vitorioso? A burguesia ou os trabalhadores de todo o mundo?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Desmilitarização das policias já!


                                                                              por Mário Medina
A pauta da desmilitarização das polícias está mais em voga do que nunca no Brasil. Esta polícia que está aí, resquício da ditadura militar que vigorou no pais, tende cada vez mais a ser questionada e contestada pela sociedade e pelos movimentos sociais, de forma especial pelas entidades de direitos humanos. A polícia brasileira é umas das derradeiras policias militarizadas em todo o mundo, uma corporação retrógrada, ultrapassada e reacionária.
O fato é que as polícias militares são responsáveis pela matança de milhares de jovens pobres e pretos das periferias de nossas cidades todos os anos. Essa policia é um aparato repressivo das elites políticas e econômicas e tem por vocação e atividade cotidiana a opressão e a violência sobre as classes mais pauperizadas e excluídas da sociedade capitalista.
Essa policia não tem outra razão de ser se não guardar fielmente os interesses das classes sociais que se encontram no poder, e que necessitam de um aparato armado para lhes assegurar o aparato político e econômico que lhes garante na continuação dos rumos do sistema, assegurando a propriedade privada e a manutenção do status quo.
A verdade é que a polícia em muito pouco ou quase nada assegura a segurança do cidadão comum, operário e residente dos bairros pobres das nossas cidades, mas, em contrapartida, assegura com muita eficiência a repressão aos movimentos sociais e de esquerda, cumprindo um papel determinante na higienização social dos grandes centros urbanos, nas remoções de sem-terras, sem-tetos e indígenas; de forma subserviente perante as elites, e, por outro lado, truculenta e anti-popular com a esmagadora maioria dos cidadãos.
Os moradores das periferias sabem e podem afirmar com muita propriedade qual é o caráter dessa polícia, o quanto ela agride e constrange todos os dias, o quanto ela mata sem propósito algum e forja autos de resistência para se isentar de seu papel desumano e criminoso.
Os números estão aí para fazerem jus à nossa análise. Qualquer um pode ver que o número de mortos nas mãos da policia militar ultrapassa enormemente qualquer limite do bom senso. Muito países em guerra civil não apresentam números tão vultosos de mortes como no Brasil. No Rio de Janeiro foram 10 mil mortos em dez anos; em São Paulo são cerca de oito mortes por mês pela ROTA, esquadrão criado na ditadura militar para combater organizações de esquerda que lutavam na clandestinidade, e que ate hoje é temida por sua extrema violência e métodos de tortura empregados.
Diante de toda a situação catastrófica que está colocada, a RPR apresenta sua perspectiva de rompimento com esse sistema burguês desumano de fazer ``segurança``, para vislumbrar uma segurança a ser feita pelos trabalhadores, de forma horizontal e classista, justa e humanizada.
Nesse sentido, fazemos questão de defender uma forma de organização armada da classe trabalhadora, apresentada por Trotsky em seu Programa de Transição, que entendemos ser o parâmetro mais razoável de atuação política com intuito revolucionário.
Em outras palavras, defendemos a bandeira da quarta internacional e a consigna de comitês populares armados para fazerem a segurança da classe trabalhadora. E defendemos isso ao passo que reafirmamos que não podemos de modo algum confiar em uma policia que serve aos interesses de uma classe antagônica, defensora de interesses diametralmente opostos aos nossos.
Para sermos mais pragmáticos, defendemos uma policia que seja civil, integrada por elementos oriundos da classe trabalhadora, com formação em direitos humanos e comprometida com o bem estar e a liberdade do cidadão. Para tanto, é míster que essa policia tenha características que garantam sua genuína orientação e não permitam outras formas de degeneração. Os cargos devem ser revogáveis, para que não exista aparelhamento, corrupção ou violência despropositada; com serviço preferencialmente temporário, para que a segurança seja um serviço cidadão, e não uma profissão exclusiva, uma carreira sem outras perspectivas de engajamento e participação na vida pública.
É óbvio que um artigo pequeno como este não é capaz de abordar com integralidade a questão, que apresenta complexidade e exige um debate de fôlego. Todavia, é essa nossa contribuição mais essencial ao debate, o ponto de vista de onde partimos, nossa orientação ideológica que nos serve de substrato para pensarmos a questão e ponderarmos as possibilidades que se apresentam.
De fato, é nossa intenção dialogar com os movimentos populares e toda a esquerda, com os militares que se propõem a pensar a questão e que anseiam por um serviço policial que rompa os paradigmas atuais.
Quanto à atuação institucional pela desmilitarização, a saber, uma PEC, proposta de emenda constitucional, que os movimentos de desmilitarização pretendem apresentar ao congresso nacional por meio de algum parlamentar da esquerda, devemos dizer que naturalmente não nos opomos, mas apostamos nas manifestações e ações diretas para pressionarmos o poder publico a rever a questão e passar um projeto de lei que nos contemple.
A luta, inexoravelmente, tem de passar pelas ruas, pela pressão das mobilizações populares. A nossa pequena Primavera Tropical mostrou isso. No Brasil, nada será como antes depois de Junho de 2013. A pauta da desmilitarização tem tomado espaços e tem tudo pra ser uma das nossas próximas conquistas democráticas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Em que mundo vivem os médicos brasileiros?

por Mário Medina
Segunda feira passada um grupo de médicos cubanos foi hostilizado por médicos brasileiros no desembarque do vôo que os trouxe de Cuba para trabalharem nas cidades pobres do Nordeste, em que médicos brasileiros se negam a clinicar. Foi uma verdadeira demonstração de preconceito e xenofobia, com médicos arregimentados pelo sindicato dos médicos de Fortaleza recepcionando os colegas cubanos com xingamentos e aos gritos de ``escravos``. E fique registrado que o sindicato mencionado tem histórico de peleguismo e é atrelado a Unimed. Ou seja, não tem moral alguma pra falar de ninguém.
O Conselho Federal de Medicina já havia se posicionado contra a contratação dos médicos estrangeiros, porque é importante pontuar que não são apenas cubanos, mas russos, espanhóis e argentinos que estão sendo recrutados em seus países e trazidos ao Brasil para participarem de cursos de português e funcionamento do SUS, para, após esse período de cursos preparatórios, se dirigirem as cidades do interior do país onde irão atender.
O Ministério Publico do Trabalho também se opôs ao plano do governo, que paga os salários dos médicos cubanos ao governo da ilha, que repassa apenas parte do dinheiro aos trabalhadores. Ou seja, a transação é feita entre ministério da saúde e governo cubano, e apenas um parcela do salário que caberia aos trabalhadores lhes será repassada.
Óbvio que os trabalhadores cubanos estão sendo usurpados por seu governo. Ademais, não se sabe o que Dilma e o PT querem com tal manobra pactuada com o regime cubano. Todavia, não podemos aceitar que trabalhadores sejam hostilizados por quem quer que seja, aqui ou em qualquer lugar do mundo. Trabalhadores são trabalhadores em qualquer parte do globo, e seja no Brasil, em Cuba, na China, onde quer que seja, contarão com nosso apoio e solidariedade. O que deixa estarrecidos tantos brasileiros é ver que nossos médicos ainda são tão elitistas, que não respeitam seus colegas de profissão e se prestam a um papel tão reacionário.
Por que os médicos brasileiros não se insurgem contra os planos de saúde que privatizam um serviço tão essencial? Por que não se insurgem contra os monopólios da indústria dos fármacos? Nem mesmo o governo, que precariza tanto o serviço de saúde e que destina uma quantia pífia para a área, sofre tamanho rechaço da categoria.
O episódio do saguão do aeroporto de Fortaleza explicita o quanto a classe medica brasileira é dominada por gente retrógrada, preconceituosa e elitista, o quanto é atrasada e precisa evoluir politicamente. Porque essa objeção toda a vinda dos cubanos só pode ser de origem ideológica. Nada explica tamanha fúria e perseguição.
Curioso é que tenha que haver uma demonstração tão explicita de idiotice dos médicos para que a população se dê conta da classe medica que tem. Afinal, a limitação ideológica dos médicos é patente, notória.
Um dia desses eu estava observando a cidade através da janela de um ônibus e vi um banner de um candidato com uma foto em que trajava um jaleco branco e um estetoscópio envolto no pescoço. Notem o caráter simbólico que carrega algo do tipo. Se essa moda de se gabar da profissão fosse real, então os candidatos que são milicos empunhariam o tresoitão pra foto de campanha, os candidatos pastores posariam com suas bíblias em mãos, os professores afixariam quadros negros às costas...
Por que será, por exemplo, que os médicos se sentem desconfortáveis quando não os tratamos pelos pronomes doutor ou senhor? A verdade é que no Brasil ainda vigora a retrógrada lógica do senhor e do criado; uma lógica elitista que reserva tratamento especial à profissões que são majoritariamente ocupadas por gente oriunda de classes abastadas, porque pobre mesmo muito dificilmente tem condições materiais de sequer estudar em um bom cursinho para competir em condições de igualdade no vestibular pra medicina.
Ou seja, nas coisas mais corriqueiras e singelas podemos notar que os médicos, em sua grande maioria, nutrem um espírito demasiadamente vanglorioso, descolado da realidade, dos interesses da classe trabalhadora como um todo. O fato de estudar dois anos a mais na universidade não faz de ninguém um tipo semi-deus, não os torna uma classe de profissionais mais valorosa do que o resto das profissões.
Todo nosso respeito aos profissionais da saúde que honram seus diplomas, que exercem com ética e humanidade sua profissão. Mas nos permitam essa critica que nos parece tão pertinente e mesmo necessária, A critica precisa ser feita!


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

REVOLUÇÃO OU GOLPE DE ESTADO? O que pensa a esquerda do Egito.


Resumo da Declaração do Partido Socialista Revolucionário - SR- do Egito.
A questão reside na sua importância para o desenvolvimento de uma estratégia para os próximos meses e, talvez, para os próximos anos da revolução egípcia.
Quem rejeita a intervenção do gigantesco movimento de massas, que lançou a nova onda na revolução egípcia, está fugindo para não encarar suas contradições inerentes e, portanto, o novo desafio que ela apresenta e as oportunidades que o futuro reserva. Sem surpresa, os revolucionários que descartam o valor da intervenção das massas - ou, pelo menos, considerar que as massas são o objetivo do jogo de contrarrevolucionário - está sofrendo hoje de uma profunda frustração com um resultado do que eles chamam de retiro ou final d revolução egípcia , e sua negação das oportunidades disponíveis.
A ação das massas foi responsável não só pela queda de Morsi, mas também pela liquidação da legitimidade das eleições. Quase todas as forças intervenientes na situação política, hoje, incluindo as forças internacionais, negam o papel da das massas.
O exército certamente quis conter o gigantesco movimento de massas, exigindo a queda de Morsi dentro dos limites definidos e os passos calculados. Ele quer evitar que o movimento escape da mera queda do desmoralizado Morsi para se tornar um desafio mais profundo para o regime de seu objetivo principal.
Ao assumir o poder, os militares conseguiram o retorno dos milhões, que encheram e controlaram as ruas, para suas casas no menor tempo possível, parar o movimento no limite da derrubada do chefe do regime e se livrar dele. Esse objetivo era compatível com as aspirações dos militares, após o fracasso de Morsi para abortar a revolução em face da confusão que tomou conta da classe dominante com a maior ameaça de revolução em todo os seus anos no poder.
A ascensão de Mursi ao poder no ano passado, com apoio de grande parte da Business Elite a bênção dos EUA e o exército, não conseguiu atingir os objetivos da classe dominante em abortar a revolução egípcia. O presidente deposto era , inicialmente, a melhor opção para a maioria da classe dominante , pois adotou o projeto neoliberal e alinhamento com os interesses das empresas. Ele não teve escrúpulos em fazer aliança com os EUA e tomar todos os cuidados para não perturbar o estado sionista.
Mais importante ainda, ele tinha uma base na organização ampla das massas do Egito , com milhares de membros, simpatizantes e apoiadores que pareciam capazes de absorver a ira do povo e convencer as massas a aceitarem o projeto neoliberal e os planos cruéis de austeridade que o acompanham, poupando a classe dirigente do perigo de um levante em massa durante suas tentativas de lidar com a crise econômica ou, pelo menos, mitigar os seus efeitos - à sua custa.
A crise econômica e a incapacidade de Morsi em atender às demandas da revolução (ou mais precisamente a sua explícita mudança em relação a essas demandas e objetivos) levou a um declínio em sua popularidade e de sua organização, na medida em que a classe dominante e suas instituições não poderiam mais contar com eles para deter as massas.
Quando se tornou claro que a raiva popular tinha subido o suficiente para derrubar Morsi, tornou-se necessário para a mais poderosa e coesa das instituições da classe dominante - os militares - intervir rapidamente para conter a ira das massas e implementar sua demanda. O Exército agiu para reorganizar e unir a classe dominante em torno de novos líderes que aparecem como heróis, com a realização de demandas do povo.
O exército ficou realmente entre o fogo cruzado do movimento de massas e a possibilidade de sua ruptura com os limites da ordem burguesa, caso Morsi continuasse no poder e da Irmandade e dos islâmicos nas ruas, com a abertura de complexos frontes no Sinai, em maior medida e em algumas áreas do Alto Egito em menor grau. Para não mencionar as diferenças com o governo dos EUA e a ameaça do que chamam de "caminho para a democracia".
O Exército preferiu evitar o fogo do movimento de massas, apesar das consequências. Ele decidiu derrubar Morsi, e parar as massas mobilizadas e enfrentar o fogo da Irmandade porque era menos ameaçador .
A outra opção era cheia de perigos, pois se o Exército não derrubasse Morsi, o movimento se desenvolveria numa direção mais radical, a confiança de amplos setores das massas com o exército - que nasceu da ausência de qualquer outra alternativa para lidar decisivamente com Morsi - seria abalada. Este foi um fator que poderia empurrar o movimento para fora de seu controle.
Para completar o trabalho de conter o movimento , o exército nomeou um presidente interino e um novo governo com face civil. O objetivo era preservar, em primeiro lugar, todos os seus poderes e privilégios e seu papel intervencionista na violenta repressão, quando necessário e, em segundo lugar, completar o projeto da contrarrevolução, tanto em nível político quanto econômicos.
Percebe-se, também, que o retorno dos líderes militares antigos a todo vapor, após a expulsão Irmandade do Estado, serve para que o exército lidere as forças da contrarrevolução com vistas a alcançar o que Morsi falhou, ou seja, abortar a revolução e o movimento de massa extremamente confiante, porém cheio de contradições na consciência e organização. Inevitavelmente, temos de lidar com o movimento, incluindo suas contradições inerentes a ele para se preparar para as ondas mais fortes da revolução egípcia que está por vir.
Não há dúvida de que as táticas de Revolutionary Socialism dependem fundamentalmente de determinar o nível de desenvolvimento da consciência das massas e da classe trabalhadora em seu coração e sua vanguarda e avaliar as possibilidades e oportunidade para o desenvolvimento e aprofundamento do movimento durante o curso da Revolução.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Alienação do trabalho em Lukács e Holloway

                                                                por Mário Medina

No capitalismo, a força de trabalho do proletário é uma mercadoria que
este vende ao patrão em troca de um salário, geralmente uma quantia
paga em dinheiro mensalmente. A partir de então o trabalho do
proletariado passa a ser de propriedade do capitalista, que se utiliza
do trabalho de seu assalariado como bem entende.
Nesse processo de venda da força de trabalho, única saída que o
operário tem para sobreviver na ausência de posse dos meios de
produção, sua forca de trabalho é submetida ao trabalho abstrato,
inserido no contexto de divisão internacional do trabalho, numa lógica
de racionalização da produção de mercadoria que elimina do trabalho
humano toda sorte de propriedades qualitativas que poderiam ser
encontradas nessa atividade. O trabalho como produção capitalista de
mercadoria perde todo caráter subjetivo natural do trabalho humano.
Fragmentado em diversas fases na linha de produção capitalista, o
trabalho, abstratamente racionalizado e mecanizado que é, interrompe a
relação do trabalhador com o produto acabado, que neste estágio se
elimina e reduz o trabalho do operário a um simples ritual de
repetição mecânica de uma fase especifica do processo de produção da
mercadoria, o que configura um trabalho alienado, posto que o
trabalhador é cerceado de suas qualidades psicológicas em função de
uma objetividade produtiva racionalizada, calculável, mensurável no
tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de uma
determinada mercadoria.
O trabalho do operário é incorporado como parte mecanizada de um
sistema que funciona independentemente e a cujo funcionamento ele deve
se submeter, numa atitude contemplativa, de quem perde sua atividade
critica, e em contrapartida se tornar um sujeito passivo diante da
engrenagem do capital ao qual esta literalmente vendido.
Nesse contexto, segundo Lukács, se configura a redução de espaço e
tempo a um mesmo denominador. O tempo ganha uma característica de
homogeneidade dentro do processo de produção e o homem perde em
personalidade. O tempo perde seu caráter qualitativo, mutável, fluido
e da espaço a uma realidade de precisão, mensurabilidade, reificacao,
trabalho mecanicamente objetivado. O homem se torna um ser impotente
diante da dinâmica capitalista de produção, que, aos seus olhos, se
converte em num sistema que lhe é estranho.
Jonh Holloway fala em reino do ser e da identidade para analisar o
fenômeno da abstração do trabalho. Para ele, a separação do fazer em
relação ao feito configura uma ruptura de um fluxo que priva o fazer
de seu movimento natural.
Uma vez que se rompe o fazer, se nega a contradição e a identidade
domina. E a identidade implica a homogeneização do tempo, quando o
fluxo do fazer é interrompido e se sujeita o fazer ao feito, num
processo de acumulação quantitativa, contida, alienada. O trabalho se
mede quantitativamente, mensurado em horas. O fazer das pessoas se
converte em algo limitado, regido pelo interesse do capital, que as
recompensa em dinheiro, tudo num ritmo preestabelecido. Ou seja, o
tempo perde seu caráter qualitativo, mutável e fluente e se cristaliza
em um continuum delimitado e mensurável. O tempo perde sua intensidade
subjetiva.
O tempo se converte no tempo do relógio, tempo que se move e que
permanece imóvel, rotineiro. O movimento também se converte em tempo
do relógio, movimento de um objeto sem sujeito, movimento que se torna
coisa, movimento em vez de um mover-se.
Retomando, o feito é separado do fazer que o fez. No capitalismo, a
mercadoria feita pelo operário é propriedade do empregador; se tornou
uma mercadoria a ser vendida no mercado, e sua existência está
completamente separada de sua constituição. O feito nega o fazer. O
objeto nega o sujeito.
O objeto constituído adquire uma identidade durável, se converte em
uma estrutura autônoma do sujeito que foi seu fazedor.
Deste modo, se pode concluir que a relação entre o processo de
abstração do trabalho em Lukács e o reino da identidade analisado por
Holloway tem em comum não apenas o escopo de apontar a alienação do
trabalho do operário em relação a mercadoria e seu processo de
produção, mas apontar também o caráter de usurpação do tempo criativo
do homem pela lógica capitalista de produção. O processo da linha de
produção é um processo que desumaniza e torna demasiado superficial o
trabalho do homem, um processo que lhe nega uma relação plena de
sentido entre seu trabalho e o produto de seu trabalho, que o faz agir
mecanicamente, quando poderia ter liberdade de criatividade e
subjetividade garantidas em uma tarefa na qual despende uma quantidade
razoável de sua vida.
Tanto a análise de Lukacs como a análise de Holloway demonstram o
primado do objeto sobre o sujeito, da mercadoria sobre o seu produtor
no sistema capitalista, a alienação que esta realidade provoca, a
castração da criatividade do intelecto e do engenho na atividade
laboral do homem.
O trabalhador merece ter plena ciência de seu trabalho, ser senhor das
coisas ao invés de ser submetido a elas. É o trabalhador que tem de se
afirmar, e não o fetiche do produto de um sistema viciado de produção
que reifica e aliena.







Bibliografia:
Lukacs. Georg. Historia e Consciência de Classe
Holloway. Jonh. Mudar o Mundo Sem Tomar o Poder, O Significado da
Revolução Hoje. Viramundo

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quem matou Ricardo? Nota pública dos estudantes da Unifesp



O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios policias que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência., pois “admitiu” que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem, “seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.

Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.

Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.

Sabemos que a policia não garante a segurança da maioria da população pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres. As politicas de segurança publica criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da policia e uma segurança publica a serviço dos trabalhadores e não das propriedades privadas!

O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.

Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.

06 de agosto de 2013
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo

domingo, 4 de agosto de 2013

Nosso respeito aos Black Blocs!

                        Por Mário Medina, RPR- São Paulo

Nas últimas semanas a imprensa burguesa tem noticiado com certo alarde as ações dos anarquistas do Black Bloc, com o claro intuito de desmerecer seus métodos de luta e difamá-los perante a opinião pública.
Ora, dessa mídia hipócrita e degenerada não poderíamos esperar postura diferente. A imprensa capitalista serve aos anseios de quem a monopoliza, aos multimilionários que detém seus direitos. A razão de ser dessa mídia é manipular a opinião pública e disseminar as ideologias que servem de substrato cultural ao status quo, é para isso que ela existe.
O que nos intriga nessa história é ver setores da esquerda fazendo coro com os reacionários para, publicamente, manifestar suas divergências com os camaradas que integram o movimento Black Bloc.
Para nós está claro que quem não está contra nós, está ao nosso lado. Por mais que tenhamos divergências quanto aos métodos empregados pelos black Blocs, não vamos nos prestar ao ridículo papel de denegrir o modo que os companheiros encontraram pra manifestar seu descontentamento com esse sistema perverso que está colocado.
Perante a situação sócio-política calamitosa na qual nos encontramos, entendemos que toda forma de rebeldia se justifica e merece nosso respeito. Somos adeptos de outras formas de organização política da classe e de diálogo com os setores populares, mas não podemos e de modo algum iremos subestimar diferentes formas de sublevação popular e o papel que cumprem no interior da luta de classes.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

TR aprova fusão com Coletivo Resistência e lança nova corrente no Psol, além de uma tese para o congresso do partido


Vamos unir a esquerda do partido e disputar a direção do Psol. Vamos colocar nossa tese nas mãos da militância e disputar o Psol pra revolução brasileira!
A partir de agora somos RPR!
Viva o socialismo!
Viva a revolução!


Resistência Popular Revolucionária - R.P.R
TESE PARA O IV CONGRESSO DO PSOL - 2013
Declaração de princípios 
“SEM A VITÓRIA DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA, NO PRÓXIMO PERÍODO HISTÓRICO, TODA A CIVILIZAÇÃO HUMANA ESTÁ AMEAÇADA DE SER CONDUZIDA A UMA CATÁSTROFE. Tudo depende do proletariado, ou seja, antes de mais nada, de sua vanguarda revolucionária. A crise histórica da humanidade reduz-se à crise da direção revolucionária.”
A
R.P.R. – RESISTÊNCIA POPULAR REVOLUCIONÁRIA , que surgiu da fusão do coletivo Resistência com a Tendência Revolucionária (TR) ,está submetida aos conceitos programáticos da Quarta Internacional, o Partido Mundial da Revolução Socialista- fundada por Leon Trotsky em 1938 - o que significa dar continuidade à luta e ao legado de Marx, Engels, Lênin, Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht , ou seja, defender a luta política consciente dos trabalhadores para a transformação social com a abolição da sociedade baseada em classes e, consequentemente, da exploração do trabalho alheio.
A revolução socialista começa no terreno nacional, que se desenrola na arena internacional, e é concluído na arena mundial. Tornando-se, assim, uma revolução permanente até a vitória definitiva da nova sociedade em todo o mundo.
Para traçar uma estratégia revolucionária e as táticas para alcança-la ,partimos de uma análise da situação mundial, pois, atualmente, é impossível desenvolver um programa limitado às fronteiras nacionais , em virtude da globalização da economia , que provoca atritos interimperialistas , principais determinantes da vida nacional. “A orientação nacional do proletariado deve e pode fluir apenas a partir de uma orientação mundial e não vice-versa." (Trotsky)
Situação mundial
O Capitalismo/Imperialismo é a principal causa de pobreza humana, da violência e do sofrimento no mundo. A história sangrenta do século XX e do início do Século XXI - duas guerras mundiais, guerras contra o Afeganistão e Iraque , além de vários conflitos localizados corroboram essa afirmativa. O número de vítimas da violência capitalista somam centenas de milhões de pessoas, sem incluir populações inteiras lançadas à arena da morte através da pobreza e da fome. Isso acontece porque os especuladores transformaram o direito à vida, ou seja, à alimentação, em mercadoria para realizarem lucros fabulosos. A cada cinco segundos , morre uma criança, de fome, em um planeta que transborda de riquezas quando a agricultura mundial poderia alimentar 12 bilhões de pessoas: praticamente o dobro da população mundial.
A escala gigantesca das forças produtivas existentes e os avanços extraordinários na tecnologia são mais do que suficiente não só para abolir a pobreza, mas também para garantir a todos os seres do planeta um alto padrão de vida humana, preservando o meio ambiente. Mas, em vez disso, as condições de vida estão se deteriorando para a classe trabalhadora, desprovida de perspectiva e esperança para o futuro. Tudo isso é consequência de um sistema econômico global baseado na propriedade privada dos meios de produção e da divisão irracional do mundo com a rivalidade entre os estados-nação. Todos os esforços para melhorar a vida dos trabalhadores e da população mais pobre são lutas diretas contra o capitalismo. Para garantir seus lucros, a burguesia mundial não pode mais conceder nada aos trabalhadores, pelo contrário, trata de retirar o pouco que conquistaram durante mais de um século de lutas, para compensar a queda, sem precedente, da taxa de lucro - raiz da crise do capitalismo.
A solução para a crise econômica, que atinge profundamente à classe trabalhadora, não está na reforma do capitalismo. Esta crise é de caráter estrutural ou sistêmica Os principais recursos industriais, financeiros, tecnológicos e naturais devem ser transferidos para a sociedade e colocados sob a supervisão e controle democrático da classe trabalhadora.
As guerras imperialistas
A cruzada liderada pelos EUA é uma corrida para dominar as reservas de petróleo do mundo ao mesmo tempo em que conquista e expande áreas de atuação para bancos e empresas transnacionais, em uma guerra suja contra os povos . Para se definir uma política acertada, do ponto de vista marxista, durante um conflito entre países imperialistas ou opressores como Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Canadá e países neocoloniais ou oprimidos como Jamaica, Líbano, Colômbia, Iraque, Síria etc, deve-se considerar , em primeiro lugar, que a guerra (aberta ou nas sombras) é uma expressão da luta pela dominação imperialista.
Quando o imperialismo dos EUA organizou a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, em 1961; lançou mercenários contra os sandinistas na Nicarágua e invadiram Granada e o Panamá nos anos 1980, os revolucionários certamente ficaram ao lado dos países que resistiam aos ataques imperialistas, sem considerar, naquela momento de enfrentamento, o tipo de regime que imperava em cada um desses países.
O domínio geopolítico, disputas por esferas de influência, mercados, controle de recursos vitais e acesso à mão de obra barata, levam inevitavelmente à guerra. Nossa corrente condena a "Guerra ao Terror" como um pretexto fraudulento para o uso da violência militar da elite empresarial e financeira americana em busca de suas ambições globais.
A R.P.R é a favor da autodefesa dos trabalhadores em sua luta para preservarem suas pequenas propriedades, suas casas , seus bens e suas famílias contra os invasores neocoloniais. Esta posição de princípio não diminui a oposição a atos violentos que têm como alvo civis inocentes em países ocupados ou qualquer outra parte do mundo. E nisso a R.P.R se inspira em Trotsky ; “Os profetas anarquistas da "propaganda pelos fatos" podem falar até pelos cotovelos sobre a influência estimulante que exercem os atos terroristas sobre as massas. As considerações teóricas e a experiência política demonstram o contrário. Quanto mais "efetivos" forem os atos terroristas, quanto maior for seu impacto, quanto mais se concentra a atenção das massas sobre eles, mais se reduz o interesse das massas por eles , mais se reduz o interesse das massas em organizar-se e educar-se. Porém a fumaça da explosão se dissipa, o pânico desaparece, um sucessor ocupa o lugar do ministro assassinado, a vida volta à sua velha rotina, a roda da exploração capitalista gira como antes; só a repressão policial se torna mais selvagem e aberta. O resultado é que o lugar das esperanças renovadas e da excitação artificialmente provocada vem a ser ocupado pela desilusão e a apatia. (“Por que os Marxistas se Opõem ao Terrorismo Individual”)
Tais atos, que podem ser definidos legalmente como terrorista, são politicamente reacionário. O assassinato de civis inocentes enfurece, desorienta e confunde o público. Ele aprofunda as divisões sectárias e comunitária dentro do país ocupado. Quando praticado internacionalmente, o terrorismo enfraquece a luta pela unidade da classe trabalhadora e serve para justificar e legitimar o recurso à guerra. Por isso a R.P.R. não apoia as ações terroristas da guerra por procuração do imperialismo que, no momento, se desenrola na Síria, e , anteriormente, na Líbia.
De nada adianta o palavreado vazio de que existe uma revolução popular na Síria sem que haja nenhum indício visível disso. Claro está que existem grupos de esquerda e revolucionários no país e que, corretamente, chamam o proletariado a resistir ao imperialismo ao mesmo tempo em que lutam por liberdades democráticas . Entretanto, concretamente, quem resiste aos ataques imperialistas, em sua guerra por procuração, é o governo e o exército árabe. Isso não significa depositar confiança , nem capitular ao regime Bashar Al-Assad, como também não significou capitular ao regime de Sadan Hussein quando a esquerda, de conjunto, se colocou contra à agressão imperialista ao Iraque.
A R.P.R exige a retirada imediata de todas as forças militares e mercenários imperialistas do Iraque, do Afeganistão, do Haiti, do Mali, da Síria e demais países onde a guerra neocolonial se manifesta de forma clara ou camuflada em “ajuda humanitária”; e o um fim às ameaças e sanções contra o Irã , Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e outros países que, por uma ou outra razão, são vistos pela Casa Branca como obstáculos ao imperialismo dos EUA.
A R.P.R incentiva e apoia os protestos contra o militarismo dos EUA e seus planos para a guerra , entendendo que a luta contra o militarismo e a guerra imperialista só poderá ser bem sucedido com a mobilização da classe trabalhadora, especialmente a norte-americana, com base em uma estratégia revolucionária internacional.
Situação Nacional
O Brasil, em que pese seu tamanho e a complexidade de sua economia, continua cada vez mais submisso e dominado pela agenda do imperialismo. O governo da presidenta Dilma não fez nada mais do que seguir as políticas econômicas iniciadas pelo governo de FHC, que foram aprofundadas pelo governo Lula: pagamento dos juros estratosféricos da Dívida pública, comprometendo 42% do nosso PIB, quase a metade do orçamento federal . “Dos 2,14 trilhões de reais, 900 bilhões serão gastos com o “pagamento de juros e amortizações da dívida pública, enquanto estão previstos, por exemplo, 71,7 bilhões para educação, 87,7 bilhões para a saúde, ou 5 bilhões para a reforma agrária” segundo Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida.
O cumprimento à risca do superavit primário é mais clara demonstração dessa submissão. As privatizações, sob o eufemismo de concessões, chegou finalmente ao setor mais importante em termos de autonomia energética do país: a Petrobrás, onde o atual governo joga para reduzir a extração de petróleo para facilitar sua privatização, além da partilha do petróleo do pré-sal ultra profundo do Brasil.
Com um projeto econômico a serviço dos lucros exorbitantes do bancos, os sucessivos governos do PT tentaram ludibriar a população com créditos a base das taxas de juros mais altas do mundo. Este jogo de ilusões, baseado do consumo de bens importados aliado à propaganda de uma economia robusta imune à crise mundial, levou a um tremendo endividamento das famílias. Enquanto a população se divertia com os novos brinquedinhos vendidos nas lojas populares, nossos direitos e nossas necessidades básicas, como educação, saúde, moradia, transporte, alimentação foram sendo surrupiados.
Este projeto econômico do PT, baseado na imposição de estado mínimo, desregulação, privatização e flexibilização de direitos, o mesmo que levou à crise americana de 2007, resultou em aumento da pobreza e erosão de direitos , enquanto às políticas de compensação, tipo Bolsa Família, nada mais fez do que transformar famintos em subalimentados – o que é, também, uma tragédia inaceitável num país tão rico como o Brasil.
Os negócios de alguns setores da burguesia nacional com os BRICS não significou enfrentamento com o imperialismo norte-americano, tornando-se apenas um tipo de privatização branca que serviu para criar milionários (testas -de- ferro) e à propaganda de um Brasil de economia forte, capaz de colocar seus milionários no top das listas dos homens e mulheres mais ricos do mundo. Uma ostentação barata que , também, foi seguida pelos novos ricos dos BRICS , com milionários indianos e russos, por exemplo, despontando como celebridades do jet set internacional. Um circo que já está sendo devidamente desmontado.
O Brasil continua onde sempre esteve, fornecedor de matérias primas -commodities- ou seja, a inserção internacional do Brasil se relaciona com o poder do agronegócio (latifundiários e capital financeiro ). O baixo investimento público em agricultura familiar, a liberalização agrícola, desregulação, espaço para especulação, concentração nas cadeias do agronegócio , a recusa em realizar a Reforma Agrária, estão entre as causas da miséria no campo que não poderá se solucionada com ajuda humanitária das bolsas miséria.
Para resolver a situação de miséria de amplas massas na cidade e no campo e para garantir os direitos e conquistas da classe trabalhadora, a Resistência Popular Revolucionária - R.P.R propõe:
Redução da jornada de trabalho sem redução salarial: mais empregos, melhores salários e estabilidade no emprego.
Taxação das grandes fortunas e não pagamento dos juros da Dívida Pública: investimentos em educação, saúde, moradia, transporte público gratuito e de qualidade.
Reajuste automático dos salários de acordo com a inflação e reposição das perdas acumuladas.
Definição de um Salário Mínimo de acordo com os cálculos do Dieese (atualmente em R$ 2.616,41,)
Fim do Fator previdenciário que impede a aposentadoria plena por tempo de serviço.
Reforma agrária sob o controle dos trabalhadores
Não à privatização - Petrobras 100% Estatal e sob o controle dos trabalhadores.
Não à privatização dos hospitais universitários
Reforma política que inclua a revogabilidade dos mandatos, financiamento público das campanhas eleitorais, distribuição igualitária do tempo de TV e rádio.

Manifestações
Apesar da despolitização, os protestos deixaram uma importante lição: só com a luta é possível conquistar nossas justas reivindicações.
Durante o mês de junho de 2013, multidões saíram às ruas das principais cidades brasileiras em protestos tão gigantescos, como nunca se viu antes no país. A truculência policial com que essas manifestações foram reprimidas , ao contrário de intimidar , obrigando os manifestantes e saírem das ruas, resultou em aumento significativo da participação nas passeatas.
Vários fatores serviram de combustível para os protestos multitudinários de julho: a péssima qualidade e os preços absurdamente altos das tarifas dos transportes urbanos; o aumento galopante do custo de vida. Outro fator que empurrou as massas para os protestos foram os excessivos gastos na preparação para os grandes eventos esportivos que serão sediados no Brasil - Copa do Mundo e Olimpíadas - que acarretaram muitas remoções de moradias populares nas cidades onde ocorrerão os jogos e a especulação imobiliária que resultou em um aumento absurdo dos preços dos alugueis e dos imóveis.
Tudo isso foi agravado quando manifestantes, que foram pela primeira vez às ruas, sentiram na pele a brutal repressão imposta pelos governos estaduais “democráticos”, com a cumplicidade do governo de Dilma Russef que se calou frente à brutalidade policial de governadores de seu partido (PT) e de seus aliados como Sérgio Cabral (PMDB/RJ) . E na esteira de toda a repressão às tentativas de resistência, o governo trabalha para a aprovação da “Lei Geral da Copa”, que torna greves e manifestações ilegais, equiparadas ao terrorismo, durante a realização de tais eventos. Logo no início das manifestações ficou claro que a luta não era apenas contra o aumento de R$0,20 nas passagens. E que isso foi apenas o estopim, que combinado à indignação frente à violência policial, gerou uma explosão da revolta popular.
Lições das jornadas de junho
Surpresa com a magnitude das manifestações , a burguesia usou seus instrumentos midiáticos, policiais e governamentais para controlar as massas revoltadas.
A imprensa burguesa passa a condenar “ad nauseam” , nos telejornais e até em outros programas da TV aberta, os atos de agressão contra a polícia e prédios , taxando os manifestantes de vândalos e baderneiros e , ao mesmo tempo, incentiva o sentimento ufanista de amor à pátria, luta pela paz e, genericamente, contra a corrupção, desviando assim, o eixo que sustentava a raiva popular e a luta de classe, numa política unitária para intensificar a despolitização do movimento e desviar os verdadeiros alvos dos protestos – empresários, governos e suas representações físicas como ônibus, Congresso, Palácios de governo etc.
O papel da esquerda nesses movimentos espontâneos
No início, quando a reivindicação principal era contra o aumento das passagens, as organizações e partidos de esquerda ajudaram a impulsionar o movimento com sua participação ativa na convocações . Mas, com a intensificação e aumento do número de manifestantes, com uma enorme massa de jovens e pessoas que, até então, nunca tinham participado de nenhum protesto e deram o tom dos protestos com suas ideias vagas ou deformadas, sem condições políticas para identificarem os seus verdadeiros inimigos e de como combatê-los, os partidos de esquerda começaram a ser hostilizados.
O fenômeno do apartidarismo ou da “partidofobia”, que procura igualar os partidos da classe trabalhadora com todo o mal que existe na política institucional, não é uma novidade. O apartidarismo está presente nos movimentos “Occupy” em vários países do mundo . Entretanto , as hostilidades em relação à esquerda organizada, que portavam suas bandeiras vermelhas, foi manipulados pela direita, que tentou impor a máxima: “nossa bandeira é a bandeira do Brasil”.
Com o recuo dos governos, que anularam o aumento das passagens , muitos comemoraram a vitória parcial, mas o sentimento de repúdio contra as variadas injustiças sociais do nosso país, e, pincipalmente a truculência policial, permaneceram e acabaram levando uma multidão ainda maior às ruas, como no Rio de Janeiro em que o número de pessoas nas ruas passou de um milhão. A partir desse momento, a falta de um programa deixaram os maiores atos já realizado na História do país, se tornassem desorientados, embora a esquerda organizada chamasse pela continuidade da luta, não conseguiu dirigir o movimento nesse sentido.
O QUE FAZER, OU O QUE DEIXOU DE SER FEITO?
A Revolução não se improvisa
Nas jornadas de junho , estavam lá a juventude dos setores mais explorados da classe média e os proletários da periferia e, em minoria, trabalhadores organizados em seus sindicatos e partidos, notadamente funcionalismo público. A esquerda não foi capaz de influenciar as enormes marchas. Isso aconteceu porque, limitadas pela sua atuação majoritariamente sindical e eleitoral, se deparou com um movimento gigantesco, heterogêneo e múltiplo em que o sentimento apartidário e antipartido, que dominava a massa revoltada e desiludida com os partidos da ordem e da burguesia, acabou se voltando contra aqueles que sempre estiveram nas lutas dos trabalhadores e populares . Esse sentimento foi claramente instrumentalizado pela burguesia e pela mídia corporativa para atacar as organizações do proletariado e cooptar os protestos.
Para convocar milhões de pessoas, não foram distribuídos panfletos, nem utilizados carros de som nas ruas. As convocações foram feitas, quase em silêncio, pelas redes sociais. E o que fizeram os sindicatos e partidos de esquerda , durante esses mais de vinte anos, depois das grande manifestações pelo “Fora Collor”, no sentido de politizar as massas, ou até mesmo, as categorias profissionais que dirigem?
Existem cerca de 23,0 milhões de trabalhadores no setor privado, no Brasil, sem contar o setor público que engloba cerca de 23% do total da classe trabalhadora e os trabalhadores rurais. Isso significa que milhões de panfletos são distribuídos semanalmente para serem lidos por uma multidão de homens e mulheres em todo o país. Entretanto, enquanto os sindicatos dirigidos pelos setores mais à esquerda, pressionados pelo atraso político das próprias bases, não trabalham de forma mais ousada com a contrainformação e com a politização desses trabalhadores, os setores corrompidos, totalmente vendidos ao capital , ou adaptados à ordem vigente, trabalham para corroborar as informações distorcidas da mídia e a defenderem com unhas e dentes seus aparatos e o governo que garante seus privilégios.
Mas o acesso à classe trabalhadora não está, de forma alguma, restrito aos sindicatos. Pensar que só ganhando a direção de alguns aparatos é que os revolucionários poderão abrir diálogo com o proletariado , é um grande erro. Em alguns casos isso é uma trava para o desenvolvimento de uma política revolucionária marxista no seio da classe trabalhadora. Entretanto, isso não significa minimizara importância dos sindicatos dirigidos pela esquerda marxista e revolucionária.
Quanto aos estudantes e as camadas mais proletarizadas da classe média, é possível realizar um trabalho mais consistente, tanto nas estruturas quanto nas redes sociais.


Candidatos e parlamentares de um partido de esquerda devem estar a serviço das lutas dos trabalhadores
A escolha de candidatos despolitizados ou de nomes conhecidos pelo grande público em função de votos para engrossar as bancadas está resultado em descaracterização e desmoralização do PSOL.
A recente experiência da esquerda na grande onda de protesto que tomou conta das ruas, em todo o país, demonstrou que não é possível improvisar. Forçar nossas presença e impor nossas bandeiras nas manifestações, embora tenha sido acertado se bater por isso, não resultou na politização do movimento porque ninguém se politiza à força, embora o período de lutas contribua enormemente para isso.
A R.P.R avalia que é necessário reorientar a insatisfação popular com um programa claramente proletário, de inspiração marxista e recuperar, urgentemente, o tempo perdido dentro dos gabinetes e aparatos sindicais. Não importa de que corrente seja um parlamentar ou um sindicato dirigido por militantes do Psol, eles devem se colocar a serviço de politizar e mobilizar os trabalhadores e a juventude, contribuindo para que todos os militantes possam levar a cabo essas tarefas, ou seja, de ganhar os trabalhadores para a necessidade de construir um governo dos trabalhadores para os trabalhadores que irá garantir os interesses dos explorados e oprimidos.
Contra o oportunismo
Na sua abordagem para todas as questões políticas e em sua seleção das táticas adequadas a cada momento da luta de classe, a Resistência Popular Revolucionária - R.P.R- defende os interesses fundamentais da classe trabalhadora. É esta abordagem que coloca a R.P.R em oposição irreconciliável com a política oportunista, que, na busca de ganhos táticas de curto prazo, sacrifica os interesses de longo prazo da classe trabalhadora. Muitos setores dentro no PSOL têm defendido esse tipo de ruptura de princípios com a pretensão de serem políticos realistas, não guiados por dogmas "inflexíveis" e que entendem que devem adaptar a sua prática às exigências eleitorais. Uma e outra vez, essas políticas "realistas" levaram ao desastre - precisamente porque foram baseados em avaliações superficial, antimarxistas e, consequentemente, irreal e falsa das condições objetivas e da dinâmica da luta de classes.
A R.P.R combate o oportunismo eleitoreiro de grupos, dentro do PSOL, que visam unicamente eleger seus representantes para o parlamento com vistas a garantir a sobrevivência de sua corrente em particular, fazendo dos cargos e verbas de gabinete um fim em si mesmo, bloqueando o acesso da militância aos mandatos que devem pertencer a todo o partido, uma vez que, mesmo fazendo campanhas para outros candidatos, a militância garante o quociente eleitoral para que apenas alguns se elejam. E, depois de eleitos, tornam-se grupos estranhos ao convívio fraterno entre os militantes, tornando-se uma espécie de casta burocrática que, em alguns casos, sequer se orientam pelos princípios do Partido. Alguns alegarão que todos os parlamentares contribuem financeiramente com o Partido e que, portanto, estão beneficiando todos os militantes. Ora, o PSOL não é uma legenda de aluguel.
O oportunismo não é apenas o produto de um erro intelectual ou teórico. Tem raízes socioeconômicas substanciais na sociedade capitalista, e se desenvolve dentro do movimento dos trabalhadores como uma expressão da pressão das forças de classe hostis. Todas as manifestações significativas de oportunismo - desde que de Bernstein, que surgiu dentro da socialdemocracia alemã no final do século 19, a de Stalin, que cresceu no interior do Partido Bolchevique em 1920 até a de Pablo e Mandel, que se desenvolveram no início de 1950 dentro da Quarta Internacional - podem ser atribuídas à influência exercida pelas forças sociais burgueses e pequeno-burgueses s sobre a classe trabalhadora. Esta é a causa e os problemas do revisionismo e da política oportunista. A luta contra tais tendências não é uma distração de construção de um partido de esquerda, mas, sim, o ponto mais alto em que a luta pelo marxismo na classe trabalhadora está envolvida.
Conclusão
A vitória do Socialismo e, portanto, a sobrevivência da Humanidade, exige que a luta dos trabalhadores e das massas pauperizadas sejam encaminhadas para a construção da Revolução. O capitalismo sobreviveu ao século 20 ,e continua sobrevivendo, ainda que moribundo, não porque as condições objetivas não estejam maduras para o Socialismo, mas porque as lideranças dos partidos de massa da classe trabalhadora não foram capazes de levarem a cabo sua tarefa histórica: a Revolução Socialista. A classe trabalhadora, em diversos momentos, entrou em lutas extraordinárias, como aconteceu recentemente no Egito em que cerca de 15 milhões de pessoas foram às ruas (num país de 84 milhões de habitantes) pela derrubada de um governo serviçal do imperialismo . Mas essas lutas terminaram em derrotas, (no último caso, conjuntural), por falta de uma direção que leve à vitória da Revolução.
“Pisada, desonrada, patinando no sangue, coberta de imundície: eis como se apresenta a sociedade burguesa, eis o que ela é. Não é quando, bem alimentada e decente, se transveste de cultura e filosofia, de moral e ordem, de paz e de direito, mas quando ela se assemelha a uma besta selvagem, quando ela dança o sabá da anarquia, quando ela sopra a peste sobre a civilização e a humanidade é que ela se mostra cruamente como é na realidade.”(Rosa Luxemburgo)

Programa da TR, anexado à tese da R.P.R – Resistência Popular Revolucionária - em virtude da fusão desses coletivos
Introdução
A Tendência revolucionária nasceu no final de 2012 com o intuito de aglutinar em suas fileiras os companheiros mais combativos e aguerridos que reivindicam um programa trotsquista genuíno. Respeitamos as correntes e seus programas em sua diversidade. Consideramos, inclusive, que essa diversidade é rica e saudável para a vida partidária, haja vista que a principal característica do Psol é justamente essa diversidade de correntes unidas em torno de um ideal, de uma bandeira socialista que as une numa legenda democrática da esquerda brasileira.
Todavia, reivindicamos para o Psol um programa mais classista, mais combativo, mais democrático em suas instâncias internas. Reivindicamos, sobretudo, que nosso partido exiba uma plataforma de pautas transitórias ao socialismo, contribuição do programa de transição da quarta internacional que entendemos de total necessidade para o desenvolvimento da luta de classes, para apontar as contradições do sistema capitalista viciado e diametralmente oposto aos interesses da classe trabalhadora.
Programa
Sendo assim, a TR apresenta a necessidade do Psol incluir em seu programa uma pauta de reivindicações em torno dos eixos principais do programa de transição elaborado por Trotsky para a quarta internacional, a saber: escala móvel das horas de trabalho, escala móvel de salário, plano de obras públicas e dissolução das forças armadas e da polícia.
No nosso entendimento, a escala móvel das horas de trabalho deve, a priori, estabelecer uma jornada semanal de no máximo 30 horas, com o intuito de apontar para a classe trabalhadora a farsa burguesa da mais valia e do trabalho extenuante do proletariado, apontando para a classe trabalhadora a problemática do desemprego estrutural que mantém o exército de reserva de trabalho.
A escala móvel de salários deve elevar o salário para um mínimo vital a fim de acabar com a extrema defasagem salarial que deteriora a qualidade de vida do trabalhador. Após esse ajuste, a escala móvel de salário consistirá em reajustes de acordo com a inflação do período correspondente, o que evidenciará para a classe trabalhadora o acirramento entre seus interesses vitais, de custo com tudo o que lhe é necessário para se manter e continuar vendendo sua força de trabalho e os interesses econômicos estapafúrdios da burguesia.
Um plano de obras públicas deverá garantir a economia em movimento ainda maior, empregando os trabalhadores que ainda estiverem desempregados, tudo sob controle operário e visando a construção de aparelhos públicos que beneficiarão a classe trabalhadora e seus filhos, como escolas, creches, universidades, moradias populares, etc.
A dissolução das forças armadas faz ainda mais sentido ao Brasil na atual conjuntura, haja visto que o pais não esta em nenhum conflito beligerante, o que denota ainda mais e melhor a mentira de haver necessidade de um exército regular com alistamento obrigatório. A polícia deve ser desmilitarizada e os trabalhadores deverão ter acesso à armas e fazer sua própria segurança. O policiamento deverá ser feito por trabalhadores, que se revezarão e farão serviço policial de tempo breve, em cargos removíveis em suas localidades de moradia, o que evitará o abuso de poder e a corrupção.
Para além das pautas transitórias apresentadas, a TR defende a estatização imediata dos setores estratégicos da sociedade. Deverá haver maior empenho para a estatização completa dos sistemas de saúde, educação e transporte, tudo sob o controle operário e planificado de acordo com a necessidade da classe trabalhadora.
Atuação dos parlamentares
Nossos parlamentares devem atuar na defesa dessas plataformas, utilizando o parlamento como tribuna de denúncia contra os capitalistas e em defesa dos interesses específicos da classe trabalhadora, sem a falsa esperança de mudar alguma coisa por dentro do sistema, mas conspirando contra o governo da burguesia, a fim de marcar posição e ganhar hegemonia para preparar o terreno para a futura sublevação da classe trabalhadora.
O salário dos parlamentares deve ser de acordo com suas necessidades, sem exageros. A TR defende que os parlamentares tenham o salário de trabalhadores comuns de suas áreas de origem, repassando o restante para o partido, tudo amparado em estatuto. Consideramos necessário estabelecer um teto de dois salários mínimos vitais, o que hoje calculamos em cerca de R$ 5.200 mensais.
Os parlamentares devem estar submetidos a maior rigor de centralismos, devendo cumprir penalizações caso incorram em defesa de posicionamentos que não contemplam a política do partido. A TR entende que parlamentares que descumprem o estatuto partidário devem ser repudiados, devendo sofrer sanções políticas ou mesmo afastamento em caso de comprovação de culpa pela comissão de ética.
Financiamento de campanha
Quanto ao financiamento de campanha eleitoral, a TR defende que os candidatos do partido não aceitem dinheiro de empresa ou empresários em caso nenhum, a fim de manter independência de classe e independência política completa. O partido deve se autofinanciar, recorrer à classe trabalhadora e manter uma política de finanças criativa e classista.
Para um controle mais efetivo do partido, a TR defende que os candidatos só recebam dinheiro de pessoas físicas, com um valor de teto a ser estipulado, que a TR deverá sugerir em tempo oportuno. Atualmente o estatuto só proíbe o recebimento de dinheiro de empreiteiras, bancos e multinacionais, o que ainda deixa brecha para várias outras correntes do capital, o que deve ser combatido veementemente pelo partido.
Questões internas
As instâncias internas do partido devem ser efetivamente democráticas, dando espaço para toda e qualquer corrente regularmente filiada ao Psol, bem como para todos os filiados e militantes do partido, respeitando as diferenças práticas e teóricas da vida intrapartidária.
Nesse sentido, a TR defende que todos os militantes tenham espaço nos núcleos e diretórios do partido para exporem suas opiniões, desde que respeitem as decisões e a linha política do partido. Em caso contrário, o militante deve ser sancionado, ou, se for o caso, ser afastado do partido pela direção, que deverá atuar com firmeza ideológica e programática diante de eventuais desvios.
Em caso de desvio ideológico e programático por parte de dirigentes, estes devem ser igualmente penalizados a afastados imediatamente de suas funções dirigentes.

ASSINATURAS
LAURO DE FREIRAS-BA - ADAILTON ALVES DE SOUZA- AILTON BATISTA DOS SANTOS- CARLOS ALBERTO ARAUJO NOBRE-DAIANE DOS SANTOS CERQUEIRA- DAIANE SILVA SOUZA- HADES JORGE BASTOS-LENALDO LEAL DOS SANTOS-OSMAR BONIFACIO DE SOUZA-SIMONE BRITO DO NASCIMENTO- -ROSALIA SANTOS PEREIRA-TAIANE PAIXÃO DE JESUS-TAISE PAIXÃO DE JESUS- VIVALDO PEREIRA.LAURO DE FREIRAS-BA - ALEXANDRO DOS SANTOS, ANTÔNIO DOS SANTOS SOUZA, CARLOS ANTÔNIO GOIS SANTOS, ERIVALDO SOUZA GOMES, ISABEL BARBOSA NERI, JACSON CUNHA MENDES, JAIR FRANCISCO DOS SANTOS, JOSE CARLOS SANTOS DE JESUS, ROSALVO DE LIMA FILHO -SÃO PAULO-SP- JOSÉ MÁRIO DE FREITAS MEDINA LEAL –NITERÓI-RJ MARIA ELIZABETH MONTEIRO DE CARVALHO BERTOLO - RUI BARBOSA-BA ADRIANA DA SILVA BISPO -ADRIANA NERY DA SILVA - ALCINETE SANTOS MACEDO - ALCIONE GOMES DA SILVA COSTA - ALENITA FERREIRA LIMA - ALINE SANTOS PAIXÃO - ANA CARLA SÃO JOSE VIENA - ANA CLAUDIA PINTO DA SILVA - ANA CRISTINA MIRANDA RIBEIRO - ANA PAULA ALMEIDA DOS SANTOS - ANTONIO NIVALDO SANTOS DE JESUS - CARLA BAILON DA SILVA - CARLANE BARBOSA DE SOUZA - CARLOS VILANOVA MAIA - CLAUDINEI DA SILVA MOURA - CLEIDIANE VILANOVA DA SILVA - CREUZA SILVA DOS SANTOS - CRISTIANE OLIVEIRA DA CRUZ - ELIZABETE ALVES DE ALMEIDA - ESTER KEILA PEREIRA DE JESUS - FAUSTINO MENEZES SILVA - GEILZA DOS SANTOS LARANJEIRA - GENUSIA SANTOS BRITO - GILDASIO SILVA DOS SANTOS - GIVANILDO GUIMARAES DA SILVA - GLEIDE SELMA DA CONCEIÇÃO - GRIMALDO PEREIRA DOS SANTOS SILVA - HELENI SANTOS DE JESUS - HELENIDE FERNANDES DOS SANTOS - HUGO BATISTA DIAS - JACIENE SILVA DE OLIVEIRA - JOAO BATISTA NERY ARAUJO - JOSE NILTON DE JESUS BELTRÃO - JOSEANE NASCIMENTO BORGES DOS SANTOS - JULIANE SILVA ALMEIDA - JUSCELIA DOS SANTOS BELTRÃO - LIDIANE PAIXÃO PINHEIRO - LILIANE MELO DOS SANTOS - LUCÉLIA SANTOS DA SILVA - LUCIA MIRANDA DE ALMEIDA - MAIANE BISPO DE - MANUELA DA SILVA ALMEIDA - MARCELO DIAS DOS SANTOS - MARCIA SANTOS DA SILVA - MARIA DE FATIMA SILVA DOS SANTOS - MARIA GUIMARÃES DA - MARIA NELE DOS SANTOS BRITO - MARILEIDE LEITE SANTOS - MARILEIDE PEDREIRA DA SILVA - MARINA PEREIRA DE OLIVEIRA - MARIVAN SANTANA OLIVEIRA DE JESUS - MARIVANDA OLIVEIRA DE JESUS - MARIVANDA OLIVEIRA DE JESUS - MARIVANE OLIVEIRA DE JESUS - MARLI MIRANDA RIBEIRO - SALVADOR - BA - UESLEI ARAUJO CORREIA- ELSON REIS FIAES-ALBERTO SOLEDAD BURGOS-DALVA SANTOS BURGOS-JOAO DOS REIS VIANA FILHO-HELENICE FERREIRA REIS-JOAO KLEBER MUNIZ GOMES GUIMARÃES- KATIA ALEXANDRE COSTA-ROBSON LUIZ RIBEIRO-MARCIO DA SILVA SANTOS-ANDRE LUIS DE ALMEIDA LIMA-JURANDIR MORAIS SOUSA-MARCIO SANTIAGO SANTOS-FABIO SANTIAGO SANTOS-BRUNO LEONARDO DOS SANTOS DE SOUZA-AIR ASA SANTOS PIRES-LORRINE BEATRIZ BATISTA CHAGAS MACHADO-NELMA B. CHAGAS LOPES-JILCEIA BATISTA CHAGAS-TIAGO BATISTA CHAGAS LOPES-LUCIANA DA SILVA BELA-CASSIO LEITE DAS NEVES-EDNA CORREIA BAPTISTA-ANA CONSUELO DOS SANTOS SILVA-JUCIMARA BAPTISTA TEIXEIRA-EDNALDO MOREIRA SILVA-EDILENE OLIVEIRA SILVA-NEILA SOUZA DOS SANTOS-PAULO ROBERTO DE JESUS PEREIRA-JAQUELINE CARDOSO DOS SANTOS-ANDERSON FERREIRA DOS SANTOS-AVANI MARIA ALVES DE LIMA-ICARO VINICIUS SOUZA ALVES-HELTON CAMPOS DE OLIVEIRA-DIEGO ERMANO SANTOS TAVARES-CRISTIANO BARBOZA SOUSA-MANUEL JORGE DOS SANTOS-ANDRE LUIS WICHMANN SARMENTO JUNIOR-AIDIL ALVES DE LIMA-DANIEL- CEZAR SANTIGO SILVA-GUARACY DA SILVA VALES DE SOUZA-NEIDE MAGALHÃES SANTOS-NOEMY NEVES DA SILVA-QUEZIA SALES GONÇALVES-RICARDO MAGALHAES DE CARVALHO-EDVALDO BISPO DOS SANTOS-JOAO PAULO CARVALHO RIBEIRO-VINICIUS GODINHO DA SILVA-BRUNO DANTAS RIBEIRO-MARCELO GOMES DE AQUINO-JOEDNA ROCHA BARBOSA-JACIARA MARIA MAGALHAES SANTOS-DANIELE VALES DE SOUZA-JOSE MARCOS MAGALHAES SANTOS-JEA SALES GONÇALVES-ESMERALDO GONÇALVES DOS SANTOS-JOSEMAR CHAGAS TEIXEIRA-TIAGO RIBEIRO DOS SANTOS-ALEXSANDRO TAVARES LIMA-ALISSON LIMA E SILVA-EDINOELIA DA PAIXAO CARVALHO-CLAUDEMIR DA PAIXÃO CARVALHO- DALMO SANTOS