quarta-feira, 30 de abril de 2014

Rompendo com a homofobia, uma luta por direitos: Da sexualidade à igualdade social.

                                                              por Roberto Barros / RPR- São Paulo

A opressão da sexualidade sempre se desenvolveu de formas peculiares. Podemos observar várias facetas presente na homofobia e; com isso identificar comportamentos e ideologias extremamente conservadoras, alienadas, violentas e fundamentalistas. Se, por um lado, certas tradições religiosas, sejam estas, judaicos cristãs ou não, demonizam de forma obscura práticas homoafetivas, por outro lado existem os que oprimem esta prática sem serem, necessariamente, fundamentalistas. Esse fato demonstra que a homofobia é algo que transcende aspectos religiosos. Como identificar, por outro prisma (outro enfoque), a causa da homofobia? Existe uma relação entre diferenças de classes e opressão da sexualidade? Qual a variável comum que explicite essa violência estrutural chamada homofobia? Creio que uma vez identificado essa variável, torne-se mais plausível e viável medidas que rompam com a violência homofóbica. Ao meu ver, existe uma clara relação da homolesbotransfobia com os conflitos de classes, em suma: a opressão de classe se manifesta em outras formas de opressão, sendo esta, a da sexualidade.

Foucault estabelece em sua obra: "A história da sexualidade I - Vontade de saber" a hipocrisia da sociedade burguesa a partir do século XVIII com a chamada "hipótese repressiva". Fazendo-se uma rápida leitura nesta obra de Foucault podemos perceber, claramente, que a opressão à sexualidade não se dava enquanto silêncio, mas enquanto discurso. Durante o século XVIII houve um aumento exacerbado dos discursos sobre o sexo, a ponto de ocorrer uma depuração no uso das palavras relacionada a sexualidade. Neste mesmo período a Igreja Católica apoderou-se, através da prática da confissão, do discurso do sexo. Ocorreu-se, então, um deslocamento da experiência sexual em si para a ideia de moral, desta forma estabeleceu-se níveis de hierarquia onde encontram-se os que falam sobre sexo e os que escutam sobre o mesmo. Essa relação pode ser entendida como: quem se encontra em uma posição de desvio (o que fala) e quem se encontra na posição de cura (quem escuta). Por trás do discurso criou-se dispositivos de opressões e, pelo fato, da instituição regular e controlar as praticas sexuais dos indivíduos mostrou, claramente, uma relação de PODER em legislar e controlar a autonomia do corpo e dos desejos dos outros. Esse discurso exacerbado sobre o sexo começa a expandir-se e; com isso cria-se outras instituições com a mesma função de ouvir sobre o sexo e controlar os mesmos. Na pedagogia fala-se da sexualidade das crianças, na psiquiatria fala-se das "pertubações sexuais", colocando a sexualidade que não seguia uma norma criada pela burguesia Europeia do século XVIII (padrão heteronormativo e sexo vinculado a perpetuação da espécie) como sexo mal, ou como um desvio e, como tal, colocado à margem. Em suma: a opressão da sexualidade se deu pois a burguesia se apropriou dos discursos e estabeleceu divisões do que seria moralmente aceitável diante às exigências de um capital. A chamada família típica e tradicional foi uma invenção dessa época e pela burguesia, pois para o capital o mercado consumidor em alta seria excelente. A ideologia construída foi de um pensamento eurocêntrico/burguês/heteronormativo.

Essa ideia demonstra que a consciência do capital sempre se especializou em segregar, seja pela FALTA DE CAPITAL, PELA ESTÉTICA ou pelas NORMATIVAS DE CONDUTA IMPOSTA. O domínio dar-se-a pelo Apartheid, pois nessa segregação cria-se grupos de controle, ou seja, quem detém "a verdade" e quem está fora dela. Essa "verdade" incutida pelos discursos de grupos hegemônicos de poder tem como função regular e controlar a autonomia do outro, seja no espaço do corpo, seja no espaço dos desejos, da sexualidade, enfim... seja em qualquer âmbito.

Se levarmos em consideração que a opressão ideológica se engendra em todos os níveis da sociedade formando uma ideologia, perceberemos que estes valores de grupos hegemônicos são perpassados e propagados como um "meme", ou seja, sem nenhuma reflexão e, por isso, reforçados enquanto discursos, até no interior de grupos esteriotipados e rotulados (microfísica de poder). Deve-se ter a consciência real de onde surge a opressão e percebermos que esta é relacionada a uma ideologia de classe, pois a repressão e o controle surgiu do apoderamento das classes de elite dominante ao discurso da sexualidade (pondo ou não o que é ou não aceitável em termos de manifestação da sexualidade). Observar a violência homofóbica é perceber o jogo de poder o qual encontra-se presente, desde sempre, a concepção da burguesia e; por isso torna-se cristalino a mesma relação embrionária das lutas por direitos sociais, étnicos e sexuais, ou seja, de grupos que sempre foram estigmatizados, apartados, violados e criminalizados.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Queremos educação e saúde! Queremos o socialismo!




                                                                                                  por Mário Medina

Metade do orçamento nacional vai pro pagamento de uma dívida que não é nossa.


A reivindicação de um investimento de 10% do PIB pra educação e 10% do PIB  pra saúde é uma pauta democrática, e deverá ser implementada com o dinheiro que atualmente é revertido para o pagamento dos juros da dívida pública.
O cancelamento imediato do pagamento da dívida e o redirecionamento dessa verba para os serviços públicos essenciais é a única forma de garantir aos brasileiros o acesso a sistemas de educação e saúde de qualidade.
É inadmissível que rios de dinheiro oriundos dos impostos continuem indo para a conta bancária de meia dúzia de rentistas. Enquanto isso, milhões de trabalhadores pobres tem de amargar uma vida de privações, diante de um sistema de educação que não dá conta de oferecer às nossas crianças e jovens estruturas dignas para se desenvolverem; diante de um sistema de saúde que trata gente como se fosse gado, com crianças e idosos jogados pelos cantos dos hospitais, entre outras cenas de horror que presenciamos todos os dias.
O capitalismo é um sistema de morte. Os capitalistas não querem dinheiro aplicado em políticas públicas que garantam a qualidade de vida dos trabalhadores. No capitalismo, não existe vida digna para os pobres. As palavras de ordem que lançamos servem de pontes para mostrarmos que aquilo que seria necessário para tirar nosso país do caos, para garantir aos trabalhadores seus direitos democráticos, só virá com muita luta e mobilização, porque os  ricos e os políticos picaretas desse país não estão preocupados com o povo. Essa é a dura realidade. PT, PSDB, PMDB, PSB, etc, todos esses politiqueiros safados só vivem em função de ludibriar os pobres.

Ou seja, um país com justiça e igualdade só poderá surgir de um governo dos trabalhadores, um governo socialista. Todo o resto dos discursos é conversa fiada, mentira deslavada dos ricos que mandam nesse país. Essas eleições que estão chegando não mudarão nossas vidas, muito pelo contrário. Não podemos nutrir expectativas por dentro da ordem capitalista. Estamos pleiteando candidaturas e mandatos para dialogar com os trabalhadores, para marcar espaço, mas seria desonesto de nossa parte fazer crer que algo vai mudar. Só a mobilização e o socialismo podem mudar nossas vidas!

domingo, 20 de abril de 2014

Eleições 2014 / Perspectivas para o processo eleitoral e tarefas da esquerda para o período

                                                                 Por Mário Medina / RPR-São Paulo

As condições materiais da classe trabalhadora continuam péssimas, e essa mesma classe não vislumbra e não pode vislumbrar mudanças significativas por dentro do regime da democracia burguesa. As máscaras estão caindo. Às vésperas de mais um processo eleitoral e na expectativa midiática da sucessão presidencial, pesquisas revelam a contínua e crescente insatisfação popular com o governo Dilma e sua respectiva queda nas intenções de voto. De modo que a vitória de Dilma no primeiro turno, a previsão mais provável até então, começa a ser colocada em xeque, o que leva muitos petistas a clamarem por um volta Lula antecipado, coisa que o sapo barbudo segue negando veementemente.
A análise eleitoral mais plausível é de que a vitoria de Dilma, a despeito de sua crescente impopularidade, com o advento de uma copa do mundo imposta goela abaixo da população que clama por serviços públicos de qualidade, só se justifica mesmo por falta de alternativas minimamente viáveis.
Aécio e Campos/Marina, as outras duas ''grandes'' candidaturas colocadas pelas forças da ordem, evidentemente não representam um projeto politico substancialmente diferente do que está posto com as três gestões consecutivas do PT, que, por sua vez, não passam de continuismo com relação as gestões tucanas anteriores, com algumas especificidades próprias de um governo de frente popular, ou seja, de uma fachada carismática e popular para a continuidade da ditadura de classe da burguesia, a manutenção de uma política macro-econômica que prioriza os negócios das elites em detrimento da qualidade de vida do cidadão comum.
A maioria da população, e isso os números mostram, as manifestações de rua, as greves, tudo mostra, está cada vez mais insatisfeita com o PT, o que configura uma grande frustração em vista do que o PT representava no imaginário popular, na expectativa de um governo protagonizado por eminentes figuras dos períodos de resistência ao regime militar, de redemocratização, etc.
Esse povo só continua a votar no PT por considerá-lo um mal menor. De fato, os tucanos são os gerentes de plantão dos sonhos da retrógrada elite nacional, que só recorreu ao PT pra evitar sublevações populares de grande vulto, e, assim, seguir implementando o velho receituário do imperialismo ianque no país.
Porque a elite brasileira se ressente da origem proletária do PT, porque essa elite nojenta não suporta ver movimentos sociais com a envergadura do MST, por exemplo, negociar tão de perto com o planalto, porque desejariam um governo mais alinhado a seus pressupostos, com uma política exterior abertamente agressiva com os vizinhos pobres e nacionalistas da América Latina, com uma política interna abertamente higienista e truculenta com os pobres e os movimentos populares.
O PT ainda faz o meio de campo; por enquanto segue sendo o mais eficiente elemento de conciliação de classes, fazendo a contenção de revoltas que poderiam ser sistemáticas e de forte caráter organizativo. Por tudo isso que o PT segue no poder.
Aécio, em sua campanha, fará coro com a pequena burguesia reacionária e egocêntrica. Certamente cooptará setores menos politizados da classe média, mas não deverá dar muito trabalho ao PT. Eduardo Campos, com Marina como papagaio de pirata, impossibilitada de lançar sua própria candidatura, deverá encenar o papel da ''terceira via'', com características de uma frente popular de segunda linha, tentando se valer do fato de ser candidato pela primeira vez, com baixos índices de rejeição e ao lado da mulher que conseguiu 20 milhões de votos na eleição anterior. Mas também não deve fazer páreo à candidatura de Dilma.
Pastor Everaldo, do PSC de Feciliano, deverá despontar como o candidato oficial dos intolerantes mais fascistóides, e promete surpreender com margem de votos superior a expressão política de seu partido; sinal de que a intolerância e a ignorância surgirão com certo enlevo no pleito, de que os conservadores fascistoides estão bem vivos por aí, querendo abocanhar a justa indignação social. A esquerda deve ser taxativa ao desnudar o verdadeiro caráter desses setores ultra-reacionários. Silenciar diante do fenômeno da intolerância e do preconceito seria um erro de graves consequências no processo de batalha por hegemonia.
A frente de esquerda, diante de toda conjuntura, aparece como a melhor tentativa de expressar eleitoralmente o programa da esquerda brasileira. Superar divergências históricas em nome da unidade é a melhor forma de apresentar uma alternativa ao que está posto; sem falsas esperanças, denunciando o caráter farsesco desse pleito viciado, mas se valendo da visibilidade pra marcar posição, colocando pra classe trabalhadora a expectativa de uma ruptura com esse sistema, a possibilidade do poder popular e do socialismo como única alternativa pra livrar nosso país do caos que  vigora.
Nesse sentido, conclamamos a esquerda a uma frente ampla e democrática, com candidatura presidencial única, mas com toda uma base de sustentação ideológica e programática, afim de mostrarmos a que viemos; com coesão, mas também com participação e discussão interna, de rica contribuição ao debate da revolução brasileira, com muita camaradagem e luta!

terça-feira, 15 de abril de 2014

FASCISMO: UM MÉTODO VIOLENTO DE IMPOR A CONCILIAÇÃO DE CLASSES PARA SALVAR O CAPITALISMO

Os grandes teóricos marxistas não tiveram a oportunidade de conhecer o fenômeno do fascismo em seu pleno desenvolvimento. Quem analisou a questão em profundidade foi Trotsky, em uma análise profunda  que nos permite compreender e atuar politicamente e de uma maneira revolucionária em relação ao fenômeno do fascismo.
É a única análise sobre o fascismo que dá conta efetivamente do fenômeno, ao contrário de outras análises, e não foram poucas, que se perderam em conjecturas culturais, intelectuais, psicológicas etc., que nunca chegaram a pintar um quadro realista.

NEM TODA DITADURA É FASCISTA.
Na literatura da esquerda pequeno-burguesa e da burguesia liberal, existe uma tendência a apresentar todas as ditaduras e atitudes autoritárias como fascistas, inclusive a ditadura stalinista, igualando-as de forma completamente arbitrária. Trotsky destaca que o fascismo é um tipo específico de ditadura burguesa. Na história da humanidade, existiram diversos tipos de ditadura como a de  Napoleão Bonaparte, a de Primo de Rivera na Itália e as ditaduras militares latino-americanas.

O FASCISMO PROCURA  PARECER QUE É DE ESQUERDA
O fascismo foi um movimento de massas, porém diferente do movimento da classe operária, pois a sociedade compreende outros tipos de massas que não a massa operária. Trotsky assinala que o fascismo surgiu com líderes novos, que vieram da base deste movimento. Mussolini, por exemplo, até 1913, pouco antes da I Guerra Mundial, pertencia a ala  esquerda do Partido Socialista Italiano. Após uma guinada à direita, Mussolini   começou a organizar o movimento fascista que, apesar de ser desde o início um movimento de direita, procurava aparecer como um movimento de esquerda, contra os grandes capitalistas, contra os banqueiros, para vários setores mais atrasados das massas.
O movimento fascista  surgiu na  pequena burguesia ou da classe média, mas é financiado e orientado pelo grande capital, e  adquiriu influência em determinados setores atrasados do proletariado e até mesmo em setores atrasados da massa operária.

Uma  profunda crise do imperialismo, desemprego em massa, recessão e fome, acabou desembocando na Primeira Guerra Mundial (1917-1918), uma carnificina  sem precedentes que empilhou 15 milhões de cadáveres. Neste período, o movimento revolucionário se desenvolvia plenamente na Europa, no coração do capitalismo e para se salvar, a   burguesia jogou na lata do lixo as ideias liberais e a democracia burguesa: à revolução proletária, como a Revolução russa de 1917,  a burguesia decadente respondeu com a contrarrevolução fascista, ou seja, o desencadeamento da fúria dos setores direitistas frustrados pela crise.
O colapso do capitalismo expôs o problema central da crise: a luta aberta entre a burguesia e o proletariado, a luta pelo poder e a iminente revolução. O fascismo foi uma das alternativas encontradas pela burguesia, cujo objetivo central passou a ser o combate  ao movimento operário e suas organizações. A outra solução, que não é antagônica, mas complementar à do fascismo, foi, como assinalou Trotsky, as  frentes populares.

Controlar a classe operária e a revolução era, para a burguesia de cada país, uma questão de vida e morte sob dois aspectos: de um lado, conter a revolução proletária, de outro, unificar a nação para a luta contra os concorrentes imperialistas. O fascismo predominou nos países mais débeis da cadeia imperialista mundial que não podiam conter a classe operária através dos métodos “normais” da colaboração de classes. O fascismo é, nesse sentido, um método violento de impor a conciliação entre as classes.

O FASCISMO  SURGE QUANDO A BURGUESIA NÃO ENCONTRA SAÍDA  AO PERCEBER A PROXIMIDADE DE SUA DESTRUIÇÃO COMO CLASSE
O fenômeno do fascismo existe porque chega um momento em que a exacerbação da luta de classes não permite que a ditadura normal da burguesia, com a polícia, o exército e os tribunais, controle a situação. A burguesia já não é capaz de, mesmo com uma contrarrevolução, controlar a situação com a polícia e o exército simplesmente. A Polícia se desagrega,  pois não tem uma ideologia sólida contra o movimento operário e se desagrega. Isto acontece ainda mais rapidamente entre as fileiras do exército, pois este é menos antipopular do que a polícia. Quando chega este momento, aparece a necessidade de um movimento organizado, ideológico, coeso e totalmente organizado contra a classe operária e que seja capaz de efetivamente enfrentá-la.

Quando a situação se torna revolucionária, temos a luta entre a burguesia e o proletariado, entre duas perspectivas históricas, uma decadente e outra nascente, o capitalismo e o socialismo, a revolução e a contrarrevolução. A pequena burguesia que não é nem propriamente capitalista nem socialista, se divide entre os dois campos que são duas forças polares poderosas, partindo para uma fase de desintegração. Os setores mais baixos, ou que compreendem mais claramente o movimento social, vão para o lado da classe operária, e a camada mais privilegiada se junta à burguesia.

Numa crise  de grandes proporções, a classe operária se impõe pela sua determinação revolucionária , enquanto a pequena burguesia ou classe média se desagrega: uma parcela é  manipuladas pela burguesia e outra parcela se alia ao proletariado.  Diante de fenômenos como desemprego crônico e em massa, quebra de empresas etc. , a pequena-burguesia não consegue encontrar um ponto de apoio estável, cria-se uma situação de desespero social. A classe operária, uma vez organizada, reage de forma mais racional à situação de crise, se organiza, faz greves, atua como classe, enquanto que a pequena burguesia não consegue fazê-lo, sendo, portanto, lançada no desespero e uma vez mergulhada no desespero, o capitalismo mobiliza esta camada através do fascismo contra a classe operária.

Beth Monteiro

sábado, 12 de abril de 2014

Campanha Mario Medina/ RPR-PSOL 5084



Salário, Trabalho e Liberdades / Medina pra federal!


Não é por falta de recursos. Vivemos em um dos países mais ricos do mundo. Mas os sucessivos governos só  atendem aos interesses dos banqueiros, das multinacionais e dos políticos corruptos.  Os trabalhadores brasileiros não merecem e nem aceitam mais tanta traição
Pauta de reivindicações e propostas
- Cancelamento imediato do pagamento da dívida pública, com auditoria cidadã a posteriori e remanejamento das verbas para os serviços públicos essenciais.
-10% do PIB para a educação pública.
-10% do PIB para a saúde pública.
- Plano nacional de obras públicas, com construção de moradias, escolas, hospitais, centros de lazer e cultura, etc.
- Estatização dos setores estratégicos da economia e dos serviços públicos: educação, saúde, transporte coletivo, petróleo, energia, telefonia, etc.
- Expropriação sem indenização dos bancos privados e estatização do crédito e do sistema financeiro como um todo.
- Transporte público e de qualidade/ Estatização completa do serviço de transportes públicos municipais/ Passe livre.
- Salário mínimo vital do DIEESE (R$ 2.750), com reajustes mensais conforme o índice inflacionário / Escala móvel de salários
- Jornada semanal de no máximo 30 horas / Redução da jornada sem redução de salários / Escala móvel de horas de trabalho
- Cancelamento do fator previdenciário votado com dinheiro do mensalão
- Fim do alistamento obrigatório
- Desmilitarização das polícias/ Por um esquema de segurança pública a ser feita pela classe trabalhadora em armas
- Criminalização do racismo e da homofobia
- Descriminalização do uso recreativo de substancias químicas
- Descriminalização das mulheres que recorrem ao aborto/ Por um plano de saúde da mulher e educação sexual das jovens, com disponibilização de métodos contraceptivos e planejamento familiar
- Liberdade de culto religioso / Educação para o dialogo e combate às intolerâncias
- Cotas raciais nas universidades públicas
- Cotas sociais para pessoas acometidas por doenças mentais nas empresas

Queremos salários decentes!
Queremos trabalho digno e para todos!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

UCRÂNIA: NEM WASHINGTON NEM MOSCOU. RUMO AO CAPITALISMO NUM SÓ PAÍS

 INDEPENDÊNCIA Nacional ou autodeterminação dos povos são palavras que soam bonito e, são, sobretudo, lutas muito  justas. Mas para serem  implementadas, é preciso, antes de  tudo, observarmos as condições econômicas de um determinado país, a situação mundial e a correlação de forças entre a burguesia e os trabalhadores. Caso contrário, correremos o risco de, ao gritar pelas justas revindicações dos povos de países subalternos, acabarmos por perseguir o isolamento numa época de transnacionalização  econômica.
Imagine  que os trabalhadores de  uma grande empresa, em vias de serem maciçamente demitidos, realizem uma greve de ocupação e comecem a  dizer que “NEM PATRÕES , NEM GOVERNO” ,mesmo sabendo que  a empresa em questão é uma transnacional e que seus produtos são fabricados para  exportação, que ao assumirem a gestão da  fábrica não conseguirão que nenhum país  compre seus produtos e que os fornecedores de matéria prima,  deixarão de envia-las. E pior, que os bancos não continuarão financiando a produção.
E  se ainda assim, eles insistissem que o governo  não poderia assumir a empresa porque é um governo burguês corrupto, isso não passaria de uma tentativa  maluca de praticar o “socialismo numa só fábrica” que, no final das contas, acabaria  causando o fechamento da empresa sem que eles recebessem sequer  as indenizações trabalhistas.

Nenhum país  pode sobreviver isoladamente, mesmo os de economia planificada (socialistas). Quando se trata de escolher parceiros comerciais (importação e exportação), os empresários escolhem aqueles os  que melhor atendam a seus interesses ou garantam seus lucros. Na Ucrânia, existem grandes empresários (os famosos oligarcas) que veem mais vantagens em negociar com a Rússia, enquanto outros acham que lucram mais negociando com a União Europeia.  Um acordo com a Federação Russa ou com a UE não impede este tipo de negócios. Se fosse assim, o Brasil não poderia  exportar nada para a Alemanha ou França e  vice-versa.

A UE tem um único interesse na Ucrânia: acesso a sua mão de obra qualificada e barata para a qual tem um plano bizarro de superexploração para que esta mão de obra fique ainda mais barata. A Rússia tem interesse geopolítico na Ucrânia: impedir que  seu território seja porta de entrada para as Forças da NATO, e tenha  acesso ao território russo. Os EUA têm , também,  interesse geopolítico na região: plantar  suas bases militares lá e terem fácil acesso ao território russo.

 Por isso, o acordo  econômico com os países da Ásia, liderado pela Rússia, é mais vantajoso para os trabalhadores ucranianos. A Rússia prefere dar os anéis para não perder  os dedos : abrir mão de maiores lucros de suas empresas e maior exploração dos trabalhadores ucranianos para se manter como nação soberana, sem ter à sua porta,  o aparato nuclear dos Estados Unidos.

Se a correlação de forças entre o proletariado e a burguesia ucraniana  não é favorável aos trabalhadores, resta a eles optarem pela sua própria sobrevivência, garantindo seus direitos e avançando na luta por melhores condições de vida e, neste contexto, construir  uma direção revolucionária internacionalista que seja capaz de apontar o caminho para sua vitória, e não para o seu suicídio enquanto classe.


Beth Monteiro.