quarta-feira, 26 de março de 2014

PARTE DA ESQUERDA ROMPE COM A TRADIÇÃO MARXISTA E CAPITULA AO ANARQUISMO

Primeiro foram os movimentos multitudinário da chamada PRIMAVERA ÁRABE, os diversos movimentos OCUPPY. Agora, as MARCHAS PELA DIGNIDADE. Apesar de toda a repressão, a burguesia não se sente de imediato ameaçada por essas manifestações, pois sabe que seus organizadores ou coordenadores apenas canalizam os traba...lhadores insatisfeitos e desempregados para protestos que não representam uma ameaça à ordem estabelecida.

Nas Marchas Pela Dignidade, na Espanha, a maioria dos principais grupos, que participaram do evento, orbitam a IU (Esquerda Unida) liderada pelo Partido Comunista, que colabora com o PSOE no governo regional da Andaluzia. Em dois anos, o governo regional cortou os gastos com a saúde em 10,8 por cento e na educação em 8,6, totalizando um corte de € 2,6 bilhões.

TODOS ESTES MOVIMENTOS TIVERAM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS COMUNS: repúdio aos partidos e sindicatos. Em sua mensagem convocatória para a Marcha da Dignidade, a CNT (uma das principais organizadora do evento em Madri) diz : “Só será possível empreender o caminho da dignidade quando o poder residir nas assembleias, afastadas do modelo político e sindical hierárquico, de eleições e parlamentos, de liberados sindicais e de comitês... Junte-se a coluna anarcossindicalista em 22M...”

A CNT -Confederación Nacional del Trabajo- é uma união confederada de sindicatos autônomos de ideologia anarcossindicalista de Espanha de caráter transnacional que vem desempenhando um papel muito significativo dentro dos movimentos sociais relacionados com o anarquismo.

As manifestações de massa são de grande importância pelas oportunidades que abrem para fazer avançar a consciência de classe,. Mas quais foram os resultados, até agora, de manifestações populares espontâneas e sem uma direção revolucionária? Basta olhar o que acontece, no momento na Tunísia, no Egito, na Líbia e na Ucrânia, entre outros.

IMPORTANTE OBSERVAR QUE NA LÍBIA ESTÁ O MODELO MAIS ACABADO DO SONHO ANARQUISTA: a pura e simples destruição do Estado burguês como forma de alcançar a sociedade libertária, que é muito aplaudido por algumas seções da Quarta internacional.

SÓ QUE A ATUAL SITUAÇÃO DA LÍBIA “PÓS-REVOLUCIONÁRIA” não tem nada de libertária e muito menos de igualitária. Pelo contrário, é um Estado falido, fragmentado pelo separatismo onde pululam grupos armados que se tornaram profissionais pagos, em alguns casos, pelo exército formal. Neste aspecto a Líbia caminha para ser uma nova Somália, um país outrora próspero, governado por uma ditadura pró-soviética que, ao ser derrubada, não abriu os caminhos para a democracia burguesa ou democracia operária, mas as comportas do inferno da guerra civil e da fome que já dizimou grande parte da população.
Engels. Dizia que o DESAPARECIMENTO DO ESTADO É UMA CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA. Ou seja, não basta destruir o Estado burguês, é preciso substituí-lo imediatamente pelo Estado Operário.

SEGUINDO A LINHA DE MENOR RESISTÊNCIA, organizações que se reivindicam revolucionárias marxistas trotskistas orgulham-se de mostrar para seus seguidores acríticos, que estão em todas as lutas. Mas, para a desgraça da Revolução Socialista, estão a milhas de distância de serem uma verdadeira referência revolucionária para o proletariado em seu dia a dia nas fábricas, nos portos, nas ferrovias, nas plataformas etc, onde, com certeza, não conversam entre si sobre formas de destruir o capitalismo e de instauração de uma sociedade socialista com vista à construção de organismos do tipo soviets, mas sim das necessidades de melhorar seus salários e condições de trabalho.

Apesar de toda a crise capitalista, apesar de toda o justificado ódio das massas empobrecidas e de suas heroicas lutas, por si só, os trabalhadores não vão chegar a uma conclusão teórica de como transformar radicalmente o tipo de sociedade em que vivemos. Para isso será necessário a existência de um Partido Revolucionário capaz de ganhar a vanguarda do proletariado que influenciará as camadas mais atrasadas que, como sua força e determinação revolucionária, arrastarão grande parte da classe média ou pequena burguesia para a Revolução.

Beth Monteiro

A calamitosa situação da classe trabalhadora brasileira

                           por Mário Medina / RPR- São Paulo

Ontem, numa ida ao supermercado, fiquei chocado ao conversar com uma funcionária sobre seu salário e sua jornada de trabalho semanal. O leitor pode ficar curioso sobre como se deu tal conversa, qual sua finalidade, etc. Faço questão de contar o acontecido.
Fiz normalmente minhas compras, como em todas as terças-feiras costumo fazer. Devo dizer que fiquei chocado com o tomate a mais de sete reais o quilo e decidi não levar, mas comprei frutas, granola, leite de soja... enfim, uma compra como qualquer outra. Mas ao passar no caixa, vi que tinha algo errado com o preço de meia dúzia de bananas da minha compra. Um erro na digitação do código tinha passado as bananas com o preço de um pão de mais de seis reais. Alertei a funcionária do caixa e ela solicitou a ajuda de outros funcionários para cancelar o cômputo e passar o código certo da banana, operação que levou coisa de dois minutos.
Nesse ínterim, conversei com ela sobre sua rotina no mercado. E eis que num breve bate papo a moça me contou alguns detalhes de sua rotina de vida e trabalho. Disse que estava muito cansada, que trabalhava cerca de 50 horas semanais em um esquema de banco de horas, e que recebia cerca de R$ 950 por tal trabalho. Ponderei se não era o caso de abandonar o trabalho em questão para cuidar de achar coisa melhor. Ela respondeu que dependia do trabalho, que nao haveria como sustentar sua casa até encontrar outro trabalho, que não poderia arriscar pois cuida da mãe cardiopata que necessita de remédios caros, num valor de cerca de R$ 500 mensais.
Inclusive a moça me disse de um noivado que teve de romper por falta de tempo, porque o trabalho lhe consome todo o tempo, e que na sua única folga semanal costuma passar cerca de seis horas numa fila de uma espécie de farmácia popular de medicamentos de alto custo, que o governo oferece a troca de muita burocracia e chá de cadeira.
Essa é a dura vida do trabalhador brasileiro. Mas poderíamos ainda acrescentar o dispêndio de tempo para se locomover de casa ao trabalho e vice-versa. A moça me disse que entra às 16:00 e sai às 01:00. Coloquemos aí uma hora ou uma hora e meia a mais, em condições ruins, com transporte público geralmente lotado, em condições degradantes e tal. Tudo isso por um salário miserável. Se ela tiver de pagar aluguel, provavelmente gastará quase todo o dinheiro do salário. Mas ainda tem a comida, a água, a energia elétrica, os custos com vestuário, higiene pessoal, etc. Trata-se de uma moça solteira, o que quer dizer que o máximo de renda familiar com que pode contar é a aposentadoria da mãe. Como os aposentados brasileiros recebem uma miséria , podemos concluir que a renda mensal da moça é mesmo muito baixa, e podemos imaginar todo malabarismo que ela deve fazer para arcar com suas contas.
Ela trabalha em um hipermercado conhecido nacionalmente. Seu patrão deve faturar milhões todos os meses. Imaginem a taxa de lucro e rendimento dos proprietários e acionistas das grandes marcas que se pode encontrar a venda nas gôndolas do mercado, e o quão pouco seus empregados ganham na produção e no transporte das mercadorias. A banana que eu comprei, por exemplo, quanto será que ganha um trabalhador pra colher cachos de banana? Suponho que seja muito pouco. Mas posso supor o bom lucro do patrão. Ou seja, paramos pra imaginar os rendimentos de trabalhadores comuns e seus respectivos patrões e estamos diante de todo um ciclo de exploração do homem pelo homem, de extração de mais valia, de alienação do trabalho e da vida, de condições desumanas impostas à uma classe por outra classe parasita detentora dos meios de produção e do capital.
Esse é o Brasil em que vivemos; o país dos sonhos de Dilma e PT, o país de FHC, de Collor, Sarney, dos milicos que os antecederam... e por aí vai. Toda uma história de opressão e abusos. Esse é o sistema ordinário em que vivemos, onde 99% trabalha feito gado para que 1% usufrua dos benefícios da produção alheia.
Se os canalhas capitalistas querem contar com a força de trabalho do povo, que paguem um salário digno. Nós não aceitamos como justo e suficiente um salário abaixo de R$ 2,750. E também não aceitamos que trabalhadores sejam vitimados pelo excesso de horas trabalhadas. O trabalhador precisa dispor de tempo pra família, pro lazer, pro estudo e pra cultura. É inadmissível que um trabalhador tenha que produzir feito um escravo, ou que viva exclusivamente em função do trabalho.
Se os capitalistas nao querem arcar com os custos de uma sociedade mais justa, então que nao haja mais capitalismo e capitalistas. Sendo assim, lutaremos e faremos a revolução, implantaremos o socialismo e faremos que haja justiça. Mas não podemos nos conformar com essa desgraça toda. O capitalismo caminha inexoravelmente pra barbárie. Ou rompemos com isso ou chegará uma hora em que as coisas ficarão impossíveis.


terça-feira, 25 de março de 2014

'' Não é preciso inventar meios de luta; eles já foram dados pela história do movimento operário mundial: uma campanha da imprensa operária, orquestrada, atacando um mesmo ponto; discursos autenticamente socialistas nas tribunas parlamentares, não de deputados domesticados, mas de dirigentes do povo; utilização de todas as campanhas eleitorais para a propaganda revolucionária; reuniões freqüentes a que as massas compareçam não somente para escutar os oradores, mas para receber as palavras de ordem e as diretrizes do momento; criação e fortalecimento da milícia operária; manifestações bem organizadas que varram das ruas os grupos reacionários; greves de protesto; campanha aberta pela unificação e aumento das fileiras sindicais sob o signo de uma decidida luta de classes; ações obstinadas e bem calculadas para atrair o exército para a causa do povo; greves mais amplas; manifestações mais poderosas; greve geral dos trabalhadores da cidade e do campo; ofensiva geral contra o governo bonapartista pelo poder dos operários e camponeses. ''
                                                                      TROTSKY

Candidatura Mário Medina Trabalho, Salário e Liberdades 5084

Salário, Trabalho e Liberdades

Medina pra federal!

A candidatura Mário Medina e a RPR tem por intenção, com a participação no proceso eleitoral de Outubro próximo, propagandear os principais eixos do Programa de Transição da quarta internacional trotsquista, e isso implica em colocarmos de forma clara e didática para a população brasileira as consignas das escalas móveis, dos planos de obras públicas, da dissolução do exército e desmilitarização das polícias, entre outras, como a expropriação da alta burguesia e do sistema financeiro.
Estamos convictos de que só esse programa aplicado poderá solucionar os terríveis problemas que estão colocados para a classe trabalhadora como um todo, seja no campo ou na cidade.
Para tanto, apresentamos, para o próximo período eleitoral, e convenções internas do Psol, o lema de nossa campanha: Salário, Trabalho e Liberdades.
Será em torno desse programa que nos organizaremos. E desde já apresentamos ao partido, e seus pré-candidatos aos cargos executivos, a necessidade de incorporarem as pautas apresentadas.

Salário: Escala móvel dos salários, com aumento imediato do salaŕio mínimo para o valor estipulado por pesquisas do DIEESE ( R$2,750 ), acompanhado de reajustes mensais, conforme o índice inflacionário do período em questão.
Queremos salários decentes!

Trabalho: Escala móvel de horas de trabalho, com redução da carga horária semanal para um máximo de 30 horas e repartição do trabalho entre todos trabalhadores, sem redução de salários, de modo que todos tenham acesso ao trabalho e ao salário digno. Além de um plano de obras públicas com vistas a incorporar a força de trabalho remanescente do desemprego, ao mesmo passo que exigimos construções de aparelhos públicos que sirvam às demandas sociais, como escolas, hospitais, moradias populares, etc.  
Queremos trabalho digno e para todos!

Liberdades: Dissolução do exército e desmilitarização da polícia, pois são instituições burguesas retrógradas que colocam a democracia em perigo e cerceiam liberdades democráticas dos cidadãos. Haja visto os rumores de um novo golpe a ser desferido por parcelas do exército que querem voltar ao poder, e, para tanto, ameaçam destituir governos legitimamente eleitos. Por mais que se trate de um governo entreguista e complacente com as velhas políticas da ultrapassada burguesia nacional e as forças imperialistas, tal golpe implicaria em ainda mais retrocessos na vida sócio-política brasileira. Os casos emblemáticos de tortura seguida de morte, como aconteceu e veio à tona nos casos Amarildo e Cláudia, muito em evidência ultimamente, são exemplos da polícia elitista e perversa que sustentamos com nossos impostos; uma polícia que mata pobres e pretos das periferias e que não representa os anseios de justiça e igualdade de tratamento exigidos pela população.
Essa polícia não nos representa!


Uma série de propostas serão feitas para incorporar nossas pautas, com o intuito de atualizar o programa que propomos e abrir o diálogo que entendemos ser necessário entre os partidos e a população em geral, entre a vanguarda revolucionária e sua base.
Declaramos aberta a contrução de um programa coletivo e revolucionário!

segunda-feira, 24 de março de 2014

O FUTURO DA HUMANIDADE DEPENDE, EM GRANDE PARTE, DOS TRABALHADORES DOS ESTADOS UNIDOS

 por Beth Monteiro

A classe trabalhadora e classe média dos Estados Unidos  são as maiores  e mais combativas do mundo. Talvez percam em termos numéricos para as da China, mas em  padrão de vida (ou de consumo) são muito mais poderosas. Os trabalhadores da Rússia, China, Índia, Brasil etc, jamais experimentaram padrão de abundância e riqueza  sequer semelhante  a dos EUA.

Com a  exploração dos trabalhadores e o saque das riquezas dos países dominados, os EUA, com a ajuda da União Europeia, conseguiram manter sua própria classe trabalhadora  controlada, graças a este excelente padrão de vida.  Por isso, eles  entenderam  as guerras  implementadas pelos EUA como uma forma de impor “democracia”, “Direitos Humanos”,  “prosperidade” , e não como necessidade econômica para continuarem a manter seu alto padrão de consumo e os lucros de sua burguesia.
Com a crise do capitalismo, os trabalhadores e a pequena burguesia dos EUA estão apenas começando a sentir na pele o sofrimento que os trabalhadores  dos países periféricos sentem há muitos anos.

O governo dos EUA sabe que se arrochar mais, haverá uma explosão social incontrolável, ainda mais com uma população armada. A constituição dos EUA prevê  o direito de autodefesa porque, nos bons tempos, os legisladores  acharam que, em caso de necessidade, o povo iria defender seu país com armas na mão e, principalmente, visavam a lucratividade da indústria armamentista. E agora essa luta para desarmar a população...
O governo  e a burguesia norte-americanos estão desesperados, tentando, diante da crise terminal do capitalismo, impedir uma revolta popular interna, ao mesmo tempo em que tentam de forma dramática aumentar o saque das riquezas e a exploração dos trabalhadores de países semicoloniais.

O grande problema é que o governo dos EUA perdeu o apoio  popular  para suas guerras por “Direitos Humanos” e “Democracia”, porque seu povo  começou a observar que suas ”boas” intenções implicam em gastos que acabam por prejudicá-los internamente e que “benevolência” tem limites.
A burguesia estadunidense e sua cúmplice, União Europeia, não podem simplesmente dizer para seus trabalhadores que precisam matar milhões de pessoas pelo mundo afora para garantir seu padrão de vida, manter seus empregos etc. Eles, com certeza, não aceitariam.
Beth Monteiro
Engana-se quem pensa que a maioria da população dos Estados Unidos  é desumana  e  que pouco se importa com o sofrimento  dos povos dos países pobres. Eles foram convencidos de que seu governo fazia a guerra para impor o mesmo paraíso em que viviam a outros países, e por isso apoiavam, como também foram convencidos de que injustamente foram atacados pelo terrorismo  nos  eventos do 11 de setembro , e por isso, apoiaram, no início, a guerra contra o Afeganistão, mas foram capazes de saírem aos milhões nas ruas para tentarem barrar a guerra contra o Iraque. A maioria não sabe dos golpes e tramoias em  vários países e acreditavam que a vida do russos, chineses, cubanos, iugoslavos  etc , na época da Guerra-Fria, fosse um inferno  ao serem submetidos a terríveis ditaduras (o que não deixa de ser verdade) e que precisavam ser libertados pelo seu “heroico” país.

Como não podem mais iludir tanto o seu próprio povo e muito menos manter  o seu  alto padrão de vida, os EUA/UE começaram a meter os pés pelas mãos, numa tentativa desesperada de garantir os lucros de sua burguesia e ao mesmo tempo aplastar as revoltas populares, atacando todos que tentam cruzar seu caminho ou atrapalhar seus planos para uma sobrevida.

Arrisco dizer que, diante desta situação desesperadora de crise de superprodução e queda drástica das taxas de lucro, a sobrevivência da Humanidade está nas mãos dos trabalhadores dos Estados Unidos.
A esquerda marxista revolucionária dos Estados Unidos ( sim, ela existe)
precisa  se colocar à frente das  greves, mobilizações e rebeliões, que já começam a acontecer,  para reverter este dramático curso da História que pode levar a Humanidade para o abismo da barbárie.


domingo, 23 de março de 2014

GINÁSTICA INTELECTUAL E DESONESTIDADE POLÍTICA PARA JUSTIFICAR A INCOERÊNCIA

Quando um golpe fascista na Ucrânia é interpretado como uma revolução vitoriosa, fica realmente muito difícil, para os autores deste tipo de análise, participarem de  marchas antifascistas em todo o mundo, inclusive no Brasil.

O dia 22 de março foi planejado para ser UM DIA MUNDIAL CONTRA  O FASCISMO devido a um perigo real que existe na Europa, e, em cada país, tomou as características de suas próprias conjunturas.

Por acaso, no Brasil, setores de extrema direita se preparam para comemorar os 50 anos do golpe fascista, justamente na época em que amplos setores da sociedade lutam por justiça e verdade contra os crimes da Ditadura.

Embora não exista o perigo real e imediato de um golpe de Estado no Brasil, atualmente, pela simples razão de  nosso governo ser um dos mais entreguistas de toda a história de nossa república, as mobilizações populares querem deixar bem claro que golpes militares fascistas serão barrados no Brasil, pela força dos trabalhadores conscientes.

 E  como golpes de direita sempre foram   e são armados pelo imperialismo dos EUA, como na Ucrânia (2014), Chile (1973), Argentina(1976) etc, participar destas manifestações  faria cair as máscaras dos oportunistas  que defendem dois pesos e duas medidas, em política, para que a realidade se encaixe em suas análises rasteiras.

terça-feira, 18 de março de 2014

SOCIALISMO OU BARBÁRIE FASCISTA


"Ora, se é necessário um programa, não é para tranquilizar a própria consciência, mas para conduzir uma ação revolucionária. De que vale o programa, se é letra morta? ... Os programas do fascismo são fantásticos, mentirosos, demagógicos. Mas o fascismo trava uma luta raivosa pelo poder. O socialismo pode lançar o programa mais sábio, mas seu valor será igual a zero se a vanguarda do proletariado não desenvolver uma audaciosa luta para apoderar-se do Estado. A crise social, em sua expressão política, é a crise do poder. O velho amo faliu. É preciso um novo. Se o proletariado revolucionário não se tornar o dono do poder, o fascismo, inevitavelmente, se tornará!"
Trotsky

segunda-feira, 17 de março de 2014

A SOMALIZAÇÃO DA LÍBIA PODE SER CONSIDERADA UMA VITÓRIA DOS TRABALHADORES?

Tanto Marx, como Engerl, Lênin, Trotsky e demais destacados marxistas revolucionários defenderam o fim do Estado burguês com sua paulatina substituição pelo Estado Operário e posterior definhamento deste Estado para o  surgimento do Comunismo que, pela inexistência de conflitos de classe, não necessitaria de um Estado no sentido definido por Marx que significa  uma ditadura de classe.

Os Anarquistas defendem o fim puro e simples do Estado burguês sem nenhuma intermediação (Socialismo) para que surja uma sociedade livre.

Estranhamente, algumas organizações trotskistas estão saudado o esfacelamento do Estado burguês da Líbia, sem a substituição de um Estado Operário, como vitória  "inquestionável” da classe trabalhadora, e quem não tem a mesma e “competente” análise “principista” passa a ser imediatamente  tachado de estalinista, chavista, castrista etc etc.

Recordando  o que aconteceu na Somália

Houve um tempo em que a Somália  tinha uma economia diversificada que superava a de muitos países africanos, segundo avaliação da ONU. Em 1974 , o governo somali  fundou a União Africana  e começou a apoiar o ANC (Congresso Nacional Africano) na África do Sul contra o regime do apartheid,e, também,  os separatistas eritreus na Etiópia durante a Guerra de Independência da Eritreia.

A Somália Britânica ganhou independência  como Estado da Somalilândia em 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1 de julho de 1960.

A Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969. Por meio de um golpe de Estado, chegou ao poder Siad Barre  que  eliminou a livre iniciativa, instituindo  uma economia planificada adaptada às especificidades da Somália.

Nesta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética. Em 1974, Somália e União Soviética assinaram um tratado, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para o Ocidente.

Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desapareceu após a queda do regime pró-soviético de Siad Barre, em 1991. Os "senhores da guerra" tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente que  já matou dezenas de milhares de somalis, além de uma tremenda crise humanitária que devastou a população pela fome.

Na Somália, não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões. Ante esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em 1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território, dissolvendo-se de fato o Estado somali.

Estarão os somalis, atualmente, mais próximos de uma revolução socialista, ajudados pela fragmentação do Estado burguês? Qual seria a ordem dos “iluminados” para a classe trabalhadora somali?


Por Beth Monteiro



domingo, 16 de março de 2014

A VELHA E GASTA FANTASIA DE OBAMA: USAR AS GRANDES RESERVAS DE PETRÓLEO DOS EUA CONTRA A RÚSSIA

 
Foto tirada durante uma manifestação ocorrida em Bucareste, contra os planos do governo de levar o processo de fratura hidráulica (“fracking“) para a Romênia. Uma semana depois, do outro lado do mundo, ônibus lotados de fazendeiros australianos gritando palavras de ordem circularam pelas ruas de Brisbane para desafiar as companhias de gás que pretendem perfurar suas terras. Na semana seguinte, manifestantes marcharam pela Cidade do Cabo contra o fracking no árido platô de Karoo, na África do Sul. Assim vem sendo a reação contra a disseminação global do fracking na exploração do gás de xisto e outros recursos naturais não convencionais.
De um modo geral, a mídia corporativa vem comprando a ameaça do EUA,  de liberar 5 milhões  de barris da Reserva Estratégica de Petróleo, anunciada  na  quarta-feira,12 de fevereiro. Apesar de toda a propaganda, o mercado reagiu mal ao anúncio: o WTI bruto despencou.

Este meme ridículo ganhou força na última semana com  a  maioria  dos líderes do Partido Republicano, em Washington, sugerindo  furar em todos os lugares, nos Estados Unidos, para começarem  a exportar gás natural para a Europa. 

O resultado desta loucura em busca do gás de xisto exige  que realizem o que se chama de   Fraturamento  hidráulico,ou fracking que é um método de produção de petróleo e gás que envolve a detonação de milhões de litros de água, misturada com areia e produtos químicos tóxicos, sob alta pressão nas profundezas da terra. Fracking rompe as formações rochosas para permitir a extração de petróleo e gás. Mas também polui o meio ambiente local e aumenta o risco de grandes sismos. Isto está causando revolta popular em vários pontos dos EUA.

Esta mesma política foi utilizada em 2011 em  resposta a um apoio coordenado aos  rebeldes na Líbia para compensar a perda de 1 milhão de barris por dia de fornecimento líbio, por causa da guerra /“Revolução”, e também , durante a Tempestade no Deserto, em 1991. 

Presidente Obama  está tentando  dar credibilidade a  ideia  falsa de que  o boom de energia dos EUA pode ser usado para deter a influência russa  em  todos os  antigos satélites, Europa Oriental e UE. O gás natural é o lugar onde a Rússia mantém o seu punho de ferro  em Estados como a Finlândia, Letônia, Polônia, Hungria, Romênia e até mesmo  Turquia, para onde vai a grande maioria do gás natural da Rússia,  com a maior parte fluindo pelos de tubos ucranianos.  Isto proporciona um estrangulamento do fornecimento de energia que nenhuma política pode superar.  Rússia demonstrou sua  capacidade de convencimento, usando a torneira em 2006 e 2009, talvez uma tática mais convincente do que  envio de tropas.

por Beth Monteiro

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sábado, 15 de março de 2014

SALÁRIO MÍNIMO: O MARTÍRIO DE 42 MILHÕES DE BRASILEIROS



Um velho general golpista dizia que o que era bom para os Estados Unidos, era bom para o Brasil. Muita gente ainda repete esta máxima, principalmente a direita entreguista. Mas não se lembra disto na hora de comparar o nosso mísero Salário Mínimo com o deles.

Enquanto, no Brasil, o SM equivale a R$ 724,00 ao mês; R$ 24,13 por dia e R$ 3,...29 por hora, nos EUA o SM é de U$10,00 a hora, embora a reivindicação fosse de U$ 15,00 a hora. Isso significa U$2.200,00 dólares ao mês ou R$4.400,00.
O mais trágico disso é que ainda tem categorias profissionais, como os garis de Niterói, que recebem menos do que o Salário Mínimo.

Para acabar com a escravidão no Brasil, precisamos iniciar uma campanha nacional pelo Salário Mínimo calculado pelo Dieese: R$ 2.748,22 (cálculo para o mês de janeiro de 2014).

O que é mais espantoso é ver algumas centrais sindicais chamando manifestações pela manutenção da atual política do Salário Mínimo porque até este salário de fome está ameaçado.

terça-feira, 11 de março de 2014

A CRISE NA UCRÂNIA E AS CONSEQUÊNCIAS HISTÓRICAS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA

Está  cada vez mais claro que os Estados Unidos e a Alemanha instigaram a crise na Ucrânia com vistas a instalação de um regime nacionalista de direita completamente subserviente a Washington e a OTAN, com a intenção de provocar um confronto com a Rússia.
 Na quinta-feira (06/03), o governo Obama deixou de lado conversa conciliadora do presidente russo, Vladimir Putin, e anunciou uma primeira rodada de sanções, empurrando a União Europeia  a anunciar suas próprias sanções no final do dia.  Enquanto isso, aviões de guerra americanos foram enviados para os países bálticos e navios de guerra americanos entraram no Mar Negro.
 Em resposta ao  voto unânime do parlamento da Crimeia em favor da secessão da Ucrânia e da adesão à Federação Russa e da definição de um referendo sobre a secessão, para 16 de março, o presidente Obama declarou que a realização de um tal  consulta à  população é  uma violação da Constituição ucraniana e às leis internacionais.
 Como sempre, e como tem sido o caso em toda esta crise, as declarações do governo dos EUA são  repletas  de  hipocrisia.  Em 1992, após a dissolução da União Soviética, os Estados Unidos pressionou para a dissolução da Iugoslávia.  Em 1999, ele foi para a guerra contra a Sérvia para garantir a secessão da província de Kosovo.  A posição de Washington, em uma ou outra questão, nunca foi determinada pelos princípios do direito internacional, mas sim por seu cálculo de interesses geopolíticos e econômicos dos Estados Unidos.
 A questão agora é: até que ponto  os EUA  estão preparados para avançarem  a fim de garantir uma vitória sobre a Rússia neste confronto?  Em uma entrevista para a televisão, a embaixadora  dos EUA para Nações Unidas, a Samantha Power, repetiu o ultimato de Washington  para  a Rússia reconhecer o regime apoiado pelos EUA em Kiev, mesmo quando ela avisou que os desenvolvimentos na Ucrânia poderia "ir para o sul."
 É tão imprudente  o belicismo dos  EUA que  mesmo o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, o praticante mais cruel da política de poder imperialista, está alarmado.  Ele começou um artigo de opinião no Washington Post de quinta-feira, escrevendo: "discussão política sobre a Ucrânia é tudo sobre o confronto.  Mas nós sabemos para onde estamos indo?
O guia estratégico de Washington deixa tudo muito claro: usou os "manifestantes" ucranianos  fascistas para derrubar o governo eleito do presidente Viktor Yanukovych e adquirir o controle irrestrito sobre o país.  A administração Obama assumiu que Putin poderia oferecer resistência, pelo menos simbólica, apenas para evitar uma perda extrema .
 No entanto, os EUA não estão  em busca de um compromisso: querem   obrigar a Rússia a  fazer um humilhante escalada ladeira abaixo, e está arriscando a eclosão de uma guerra nuclear no processo.  Os Estados Unidos estão exigindo nada menos do que a aceitação de uma Ucrânia hostil, que servirá como um ponto de paragem para que as forças militares dos Estados Unidos e da OTAN e as operações destinadas a desmembrar a Rússia  seja intensificada.
 Em parte, a postura assumida por Washington reflete raiva sobre os acontecimentos recentes, especificamente o apoio  russo para o regime de Assad na Síria e da decisão por Putin  de oferecer asilo ao denunciante da  Agência de Segurança Nacional denunciante, Edward Snowden.  Ambos os casos são vistos como uma expressão da recusa da Rússia em aceitar incondicionalmente a hegemonia global dos Estados Unidos.  Washington quer uma mudança brusca e permanente na relação de forças entre si e Moscou.
 A administração Obama parece estar contando com a disposição de Putin a recuar em face do poderio militar e financeira combinada de EUA e Europa imperialismo.  Mas o fato é que tem provocado uma crise que poderia espiral em uma colisão militar com consequências catastróficas.  Mesmo se a guerra nuclear é evitada, neste caso, os eventos da semana passada demonstraram que uma nova guerra mundial, utilizando armas nucleares, não é apenas um perigo.  É uma inevitabilidade, a menos que a classe operária intervém para pôr fim ao capitalismo e ao imperialismo.
 Esta situação, bem como a posição em que a Rússia se encontra, confirmam plenamente as consequências catastróficas da dissolução da União Soviética.  O de dezembro de 1991 o anúncio do presidente russo, Boris Yeltsin e seus colegas ucranianos e bielorrussos Leonid Kravchuk e Stanislav Shushkevich da dissolução da URSS foi o ato final de traição em décadas de traição pela burocracia stalinista da Revolução de Outubro 1917, que criou o Estado dos  Trabalhadores  baseado no  programa socialista e internacionalista   para a revolução.
 A propaganda belicista na mídia ocidental sobre o  "expansionismo"  russo é um absurdo.  Desde a dissolução da URSS, vastas porções da ex-União Soviética e todos os seus aliados Bloco Oriental foram trazidos para a órbita do imperialismo dos EUA e Europa.  O destino da Rússia confirmou as advertências do movimento trotskista que a dissolução da União Soviética poderia resultar na transformação da Rússia pós-soviética em uma semicolônia empobrecida e despótico do imperialismo  ocidental.
 Antes da dissolução da URSS, o eixo da política externa era  a stalinista "coexistência pacífica" com o imperialismo.  O Kremlin usou toda a sua influência para reprimir a luta da classe trabalhadora contra o capitalismo internacional, em troca de um  acordo imperialista.
 Nos últimos anos de seu governo, quando  completou o seu repúdio  a tudo  o que restava do legado da Revolução de Outubro, a burocracia do Kremlin, sob Gorbachev, agiu como se o imperialismo  fosse uma ficção marxista.  À medida que desmantelou a União Soviética, os burocratas vendiam a ilusão de que a uma Rússia capitalista seria permitido, pelos Estados Unidos e seus aliados europeus da NATO,  viver em paz, na medida em  novos ricos  russos                                cresceriam cada vez mais ricos sobre a riqueza saqueada da antiga URSS .
 Mas o imperialismo não é uma ficção.  É uma realidade brutal, e os seus interesses geopolíticos e econômicos descartam  a coexistência pacífica com a Rússia.  A oposição dos Estados Unidos à União Soviética foi baseada não só na estrutura  não capitalista da URSS.  Os Estados Unidos nunca poderia reconciliar-se ao fato de que a União Soviética, a criação da Revolução de Outubro, privou o  imperialismo norte-americano do controle direto sobre  vastos recursos naturais e humanos de um país  tão imenso.  Apesar de a  URSS não existir mais, o apetite dos EUA e da Europa imperialistas permanecem.
 Assim, uma  Rússia capitalista fraca  enfrenta as ameaças do imperialismo norte-americano e europeu.  Liderando um regime que repousa sobre uma elite  totalmente corrupta -que tem depositado uma parte substancial de suas riquezas ilícitas em bancos norte-americanos e europeus, Putin se baseia em mecanismos de manobras militares reacionárias  do   chauvinismo grão-russo.  Desprovido de uma visão estratégica coerente  para  encontrar apoio para além das fronteiras da Rússia, ele está à procura de uma avenida de retiro  para  não deixar o seu regime totalmente humilhada e desacreditado.  Mas não é de todo certo que os Estados Unidos  vão aliviar a pressão, e existe o perigo de que a crise pode escalar fora de controle.
 Em “Os sonâmbulos”, um livro publicado recentemente sobre a crise de julho 1914, que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, o historiador Christopher Clark chama a atenção para a imprudência dos diplomatas europeus cujos erros de cálculo produziu um desastre.  Mas em comparação com Obama e seus aliados europeus, os intervenientes na crise 1914 parecem quase modelos de moderação!
 Mesmo que  se encontre uma forma para resolver o atual impasse, será  de curta duração. Outras crises surgirão em breve.  A crise de fevereiro-março de 2014   demonstra, sem  deixar nenhuma dúvida,  que o sistema imperialista deve levar a uma guerra.  O único meio pelo qual isso pode ser evitado é através da unificação da classe operária internacional na luta pelo socialismo.

 Peter Schwarz e David North

Publicação do Partido  Igualdade Socialista dos EUA

segunda-feira, 10 de março de 2014

Candidatura Mario Medina / RPR- PSOL

São Paulo, 10 de Março de 2014 Para nós da RPR está mais claro do que nunca qual será o caráter das eleições que se avizinham. As eleições burguesas de Outubro não passarão de um jogo de cartas marcadas, onde mais uma vez as poderosas elites brasileiras irão aparelhar os cargos do legislativo e executivos com o intuito de seguir aplicando a velha política de sempre. No Brasil, como em todos os países de regime capitalista, quem ganha a eleição é quem tem dinheiro pra isso, ou seja, as velhas raposas financiadas pelas elites econômicas do campo e da cidade, numa troca de favores criminosa e perversa. Muitos partidos com t de trabalhador no nome, ou c de comunista, inúmeros picaretas de todas as matizes políticas e de diversas origens, quase todos eles mal intencionados, se aproximarão dos cidadãos para comprar votos, oferecer ajuda, posar de amigos e camaradas; tudo pra chegar nos cargos que almejam. Toda eleição no Brasil é um circo. Essa não será diferente. É impressionante como os anseios de mudança das classes populares são frustrados ano sim ano não, como as mesmas figuras carimbadas continuam nos gabinetes de onde dão as canetadas que tiram qualquer qualidade de vida do trabalhador pra colocar em forma de dinheiro na boca dos capitalistas. Porque é assim que acontece. A classe política é financiada pra isso. É pra isso que eles contam com milhões de reais doados às campanhas. É assim que são alimentadas as bancadas ruralistas, as bancadas evangélicas, os sindicalistas pelegos, etc... A eleição, reiteramos, é um circo, comandada pelos que tem dinheiro pra bancar massivas campanhas, com marqueteiros hiper-remunerados, gente que ganha e vive em função de ludibriar a opinião pública, gente que vive em função de oferecer boa aparência e discurso afiado para picaretas profissionais interessados na carreira política. Como fazer para distinguir os picaretas dos honestos, ou os carreiristas dos bem intencionados? Aí reside a grande angústia. Porque se não bastasse a limitação de entendimento das grandes massas sujeitas às ideologias burguesas, marteladas dia e noite nas cabeças da população, mesmo pessoas com algum grau de instrução e senso critico estão sujeitas a trocar gato por lebre. Não bastam boas intenções para mudar as coisas. É necessário ter clareza, saber quem é quem, quais os rumos históricos, notar os deslizes de outrora, as lições que aprendemos, as experiências que fizemos, de modo que possamos nos apropriar de uma conduta política emancipada e transformadora. E ocorre que todo esse processo de consciência política exige avanços efetivos, inovações, rupturas, quebra de paradigmas. Ora, está claro que não podemos esperar algo que preste dos pleitos viciados de sempre, que temos de construir alternativas anti-capitalistas, de democracia direta, de construção popular e cidadã de uma nova sociedade. É por isso que apresentamos a perspectiva de um Brasil socialista, com poder popular erigido nas bases, nos bairros operários, nos locais de trabalho. Só uma revolução socialista poderá levar o Brasil a um status de pais soberano, com igualdade social, pleno emprego, qualidade de vida para seus cidadãos. Uma vida nova para a classe trabalhadora exige saídas e soluções revolucionárias, exige uma nova forma de organização social, com socialização dos meios de produção e da terra, com expropriação da burguesia e reforma agrária. Isso tudo, evidentemente, passa por um processo muito mais intenso e amplo que uma simples participação nas eleições. Todavia, os comunistas revolucionários nunca se furtaram de participar das eleições e parlamento burgueses, justamente para oferecer aos trabalhadores a experiência necessária com a institucionalidade burguesa, com o intuito de apontar suas limitações, suas deficiências irremediáveis. Os revolucionários participam das eleições e se valem do espaço na campanha, nas tribunas do parlamento; batalham como e onde podem para lançar mão de seu discurso contra-hegemônico. É um processo educativo ao mesmo tempo que conspiratório, pois denunciam a institucionalidade de dentro da institucionalidade.. Todos os terrenos da luta política são propícios aos revolucionários, em todas as conjunturas possíveis, seja no parlamento, seja na clandestinidade, no sindicato, no chão de fabrica, etc. Por mais que não acreditemos nas eleições como um fim em si mesmo, como uma saída definitiva, vemos nesse processo uma alternativa de participação política contundente da nossa parte, onde expressamos nossos pontos de vista, de onde falamos as massas trabalhadoras por ocasião da atenção conferida ao processo eleitoral; ainda que seja para afirmar que não acreditamos em tal processo, e que, pelo contrário, apontamos para a necessidade de uma saída revolucionária, de tomada do poder e ditadura do proletariado. Estando isso bem claro, apresentamos nossas candidaturas, expressão eleitoral de nossas convicções políticas, de nossas análises e de nossa militância na esquerda revolucionária brasileira. Nossa tarefa não é ganhar votos ou eleger bancadas consideráveis, até porque sabemos que isso não faria sentido, que para tanto teríamos que abrir mão de nosso discurso radical, de nossos preceitos éticos, convicções ideológicas. Estamos entrando no processo eleitoral para dialogar com o maior número de trabalhadores, para fazermos o trabalho de convencimento político desses trabalhadores. E para tanto sairemos às ruas, panfletaremos, faremos o que estiver ao nosso alcance, com pouquíssimo dinheiro, mas com a garra da nossa militância, com a ajuda dos trabalhadores, com a solidariedade dos setores populares. E apresentaremos uma bela síntese da nossa plataforma política, do programa que reivindicamos. Iremos pra campanha pra exigir salário, trabalho, saúde, educação, cultura, lazer, etc. Queremos escala móvel de salários, escala móvel de horas de trabalho, salário mínimo vital de R$ 2. 750 com reajustes mensais conforme o índice inflacionário, jornada máxima de 30 horas semanais, com pleno emprego, plano de obras públicas, construção de casas, hospitais, escolas, universidades, parques, teatros, obras de saneamento básico. Reivindicaremos o imediato cancelamento do pagamento da dívida pública, defenderemos a desmilitarização das polícias, defenderemos um esquema de defesa feito pela classe trabalhadora, com formação em direitos humanos. Reivindicaremos o fim das forças armadas, do alistamento obrigatório. Reivindicaremos a estatização completa da saúde, da educação e do sistema financeiro. Todos os eixos do programa de transição para a revolução socialista serão contemplados em nossa campanha. Para tanto, em São Paulo, apresentamos o companheiro Mario Medina como pré-candidato a deputado federal. Militante oriundo do movimento estudantil, Medina é estudante de filosofia, dirigente e fundador da RPR- São Paulo, membro do comitê central da corrente. Medina será nosso rosto nessa campanha, encarnará nosso programa.

Até a vitória sempre

domingo, 2 de março de 2014

COMBATER A RÚSSIA EM ALIANÇA COM O FASCISMO E O IMPERIALISMO É UMA POLÍTICA DE DIREITA MESMO QUE PRATICADA PELA ESQUERDA



OS ACONTECIMENTOS NA UCRÂNIA E VENEZUELA SUGEREM QUE A IDEIA DE SE RESPEITAR OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES, fazendo oposição dentro da legalidade mesmo contra governos corruptos ou fracassados, não está mais em voga, a menos que o "lado dos EUA" seja o vencedor das eleições, é claro. Se o "lado dos EUA" perde, então é hora de alguma "doutrina de choque." E, claro, a demonização habitual do líder "in...imigo". (Global Research)

NA SEMANA PASSADA, CONVERSAS QUE VAZARAM DO GABINETE DO PRIMEIRO MINISTRO TURCO, ERDOGAN, revelaram que o PM estava conversando com seu filho sobre como esconder uma montanha de dinheiro, na ordem de alguns bilhões de dólares. Enquanto isso, o povo indignado protesta sem parar contra a corrupção e queda de seu nível de vida, e sofre as mais brutais das repressões. A imprensa corporativa faz silêncio, representantes do EUA não voam para a Turquia para distribuir biscoitinhos para os manifestantes, nem a ONU e muito menos Washington emitem qualquer comunicado condenando a brutalidade policial de Erdogan, seu curinga no Oriente Médio, o que pode cobrir qualquer posição exigida pelos seus patrões do império Ocidental.

MUITA GENTE ESPANTADA COM O FATO DE OS EUA SE ALIAREM A GRUPOS FASCISTAS comandados pelo Svodoba, na Ucrânia , o partido neonazi, ultradireita antissemita e russofóbico que, espertamente, retirou de seu programa os parágrafos em que afirmava seu antissemitismo para, assim, acalmar os EUA/Israel. Entretanto não pôde apagar seus discursos filmados, gravados e divulgados em vários meios em que seu líder, Oleh Tyahnybok, vocifera contra os judeus ou um deputado do partido exigindo do Parlamento a proibição de uma passeata gay e de luta pela descriminalização do aborto.

NÃO APENAS ESPANTADOS OU SURPRESOS, MAS SIMPLESMENTE INDIGNADOS FICARAM AMPLOS SETORES DA ESQUERDA em todo o mundo ao saber que outros tantos setores da esquerda estão descaradamente celebrando a “ vitória do povo ucraniano” , embelezando os neonazis , afirmando que o que importa é a queda do oligarca e a derrota do satã chamado Putin, jogando não só a dialética na lata do lixo como decepcionando um enorme contingente da esquerda, inclusive de suas bases, que conseguem raciocinar pelos princípios do marxismo, leninismo e do autêntico trotskismo. (Beth Monteiro)