domingo, 29 de março de 2015

Demissões na grande São Paulo

                                                              por Erwin Wolf, da Liga Comunista

São Bernardo do Campo
Burocracia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC faz acordo com a Ford de São Bernardo do Campo, trocando (abrindo mão) aumento salarial por abono (PRL) e promessa de estabilidade até 2017. A empresa abriu PDV.

Santo André
A Pirelli foi vendida para o grupo chinês ChemChina (China National Chemical Corp). A operação envolve a quantia de US$ 7,7 bilhões, cerca de R$ 24,6% bilhões. Anteriormente, havia sido anunciada a venda de apenas 26% da empresa, mas, pelo montante acima, a venda deve ser total. "O pessoal está apreensivo, pois ninguém sabe o que vai acontecer depois que a venda se concretizar. O grande medo é que a tecnologia e a produção sejam transferidas para a China, onde a mão de obra é muito mais barata do que a daqui", conforme declaração do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, ao Diário do Grande ABC do dia 27/03.

São Paulo
80% dos cobradores das cooperativas, responsáveis pelo micro-ônibus, já foram demitidos na Capital, em razão de Lei alterada a pedido do prefeito Haddad do PT.
Os motoristas estão sendo obrigados a dirigir e cobrar, porque no final do mês é muito usado o dinheiro, uma vez que o vale-transporte acaba. Isso é muito perigoso, pode ocasionar acidentes, em razão do estresse do motorista ao exercer dupla função. Tivemos experiência nesse sentido quando trabalhamos no Sindicatos do Motorista dos ABC. Na época, final da década de 70, tentaram demitir os cobradores nas viagens intermunicipais, o que teria uma grande repercussão no ABC, porque este é formado por 7 (sete) cidades, sendo que é comum você morar em uma e trabalhar em outra. Mas a luta dos trabalhadores barrou a tentativa.
No dia 23 de março os trabalhadores do Setor de transportes protestaram contra as demissões.
Isso vai acontecer também com os cobradores do ônibus maiores, porque a Prefeitura subsidia com 1 bilhão de reais ao ano. No ano passado a quantia subsidiada foi superior: 1,7 bilhão de reais. Agora a Prefeitura quer cortar o subsídio. Então, provavelmente os cobradores dos ônibus maiores serão demitidos.

quarta-feira, 25 de março de 2015

INGRESSO DE MAIS UM COLETIVO NO COMITÊ PARITÁRIO

Carta de apresentação das posições do Comitê Paritário
e ingresso dos Socialistas Livres no CP!
Socialistas Livres (CP)
O Comitê Paritário se constrói como uma aliança internacional de trabalhadores comunistas sob a perspectiva da reconstrução da IV Internacional e da revolução permanente. O CP tem como órgão principal da divulgação das ideias comuns ou individuais de seus membros o jornal Folha do Trabalhador e possui também nos blogs e Facebooks de cada um de seus membros meios de difusão de suas concepções políticas.
Constituído pela Liga Comunista, Coletivo Lenin, Resistência Popular Revolucionária e Espaço Marxista, o CP possui seis meses de existência. Internacionalmente, o CP nasce ligado ao Comitê de Ligação pela IV Internacional, tendência internacional já composta pela LC, o Socialist Fight britânico e a Tendência Militante Bolchevique argentina com que as outras organizações do CP passam a estabelecer relações fraternais.

As origens políticas distintas, livres de todo traço sectário, puderam enriquecer a elaboração do conjunto das organizações conduzindo-nos a uma compreensão comum da realidade, ou seja, a um programa comum, e, consequentemente, das nossas tarefas do momento. Nossos documentos comuns apontam para as seguintes elaborações matriciais:

1) No segundo turno das eleições presidenciais defendemos o voto em Dilma para derrotar Aécio e a direita golpista manipulados pelo imperialismo e fizemos a crítica ao voto nulo sectário da esquerda (PSTU, PCO, PSOL, PCB, etc.) [ 1 ]. O voto na candidatura de Dilma no segundo turno não implicou em qualquer acordo com o programa burguês desta candidatura, nem qualquer apaziguamento de nosso combate contra seu governo neoliberal. O giro à direita no governo Dilma, produto da pressão golpista, já havia sido previsto por nós ainda durante a campanha. Nossa defesa heterodoxa do voto em Dilma segue a nossa política geral de combate ao golpismo pró-imperialista e se inspira na política dos bolcheviques de “apoiar a burguesia contra o tzarismo (na segunda fase das eleições ou nos empates eleitorais, por exemplo) e sem interromper a luta ideológica e política mais intransigente contra o partido camponês revolucionário-burguês, os “social-revolucionários”, que eram denunciados como democratas pequeno-burgueses que falsamente se apresentavam como socialistas.” (Lenin, “Nenhum Compromisso?” em Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo, 1920).
2) A atual articulação golpista no Brasil é movida diretamente pelo imperialismo, no Brasil, como na Venezuela e Argentina, a exemplo dos golpes já impostos em outros países da América Latina, como Honduras e Paraguai). As experiências recentes “bem sucedidas” ou parciais na Líbia, Síria, Ucrânia, demonstram que o imperialismo não se furta de recorrer ao armamento de mercenários, bandos fascistas e massacres sangrentos para impor seus objetivos. Trata-se de um contra-ataque para recuperar o terreno perdido após a crise de 2008 para o bloco capitalista Eurásico, nucleado a partir da expansão comercial da China e da Rússia. Trata-se de uma nova guerra fria que atravessa todos os atuais conflitos de envergaduras mundiais, como a reorientação da tática dos EUA em relação a Cuba, tentando simultaneamente cooptar a burocracia dirigente do Estado operário com o fim do bloqueio e acelerar a restauração capitalista.
3) Mesmo que a primeiro momento o Golpe de Estado não se apresente na forma de um golpe militar, mas como um ‘golpe parlamentar’, um impeachment articulado entre o Legislativo e o Judiciário para estrangular uma Dilma cada vez mais isolada, qualquer que seja sua forma inicial, o resultado do processo será de maior repressão militar e policial contra a esquerda em geral e a população trabalhadora e oprimida nacional, para derrotar qualquer foco de resistência à recolonização imperialista do Brasil.
A escalada golpista manipulada pelo imperialismo cresceu e agora adquire estatura de realizar manifestações de massas, ainda que careça de uma frente golpista consumada, ainda que os defensores da volta da ditadura sejam minoria, que uma parte nem sequer defenda o impeachment e que nem o PSDB, principal partido da oposição tenha um nome de consenso para as próximas eleições. Não importa que os defensores da “nova política” e “contra a corrupção” acabem por substituir o PT pelo PMDB, o partido que se perpetua no governo federal desde o fim da ditadura militar e logo, o melhor representante da velha política burguesa e o mais corrupto dos partidos brasileiros. Os golpistas mudam de candidato a substituto de Dilma na operação golpista a toda hora, Barbosa, Marina, Aécio, Temer, …? mas o que importa é que o golpista de plantão sirva aos interesses do imperialismo e debilite os BRICS.
Diante desta ameaça, é necessário construir uma ampla frente única antifascista com o PT e PCdoB e as organizações de massas que estes partidos dirigem (CUT, CTB, MST, UNE, CMP, etc.) com objetivos práticos de organização comum de manifestações e do combate à direita, sem que isto signifique defender politicamente o governo Dilma ou o PT. Esta frente não implica em qualquer tipo de renúncia ao combate contra o governo burguês do PT. Apenas alteramos a forma de combate para demonstrar que a reação se fortaleceu porque o governo do PT lhe pavimentou o caminho. Não estabelecemos com os nossos aliados circunstanciais “programas” comuns, organismos permanentes, nem renunciamos a criticá-los. Exigimos todo esforço necessário dos grandes aparatos que dirigem as organizações de massas para mobilizar ao conjunto da população trabalhadora, eliminar toda repressão estatal contra as massas (UPPs, PF, Força Nacional de Segurança, etc.) e inclusive organizar a autodefesa dos trabalhadores contra a direita.
De nossa parte lutaremos para que determinada frente não seja apenas formal, de palavras, em ações separadas, não seja uma frente única diletante, como se verificou no dia 13 de março, quando a frente pelas reformas populares implodiu logo em sua primeira prova prática porque MTST, PSOL e cia. deserdaram do ato unitário para não parecerem “governistas”;
3) O combate a política anti-operária do atual governo Dilma que quanto mais acossado pelas pressões da direita e do imperialismo mais ataca os direitos elementares da classe trabalhadora, superando neste quesito qualquer outro governo petista. Ao capitular ao programa político que seus eleitores derrotaram nas urnas para assegurar sua estabilidade política, ou seja, sua governabilidade, Dilma se isola de seus eleitores, da força política que garantiu a sua vitória contra a direita golpista e da única que poderia esmagar a direita golpista;
Notamos que as posições do Coletivo Socialistas Livres acerca da conjuntura nacional são muito próximas das do CP, o que aponta para uma compreensão comum da realidade e das tarefas dos revolucionários na luta de classes do momento. Neste sentido, seria um equívoco não desenvolver uma atividade mais orgânica a partir de uma frente única baseada nas posições políticas publicadas que tivermos em comum.
A principal diferença entre o CP e o CSL, reside na questão do Centralismo, o qual o CSL se opõe. Uma vez que o atual estágio de construção do CP se caracteriza por ser um Comitê não centralizado, esta diferença situa-se no campo teórico, ao qual buscaremos superar a partir da experiência comum e da confiança mútua.
Nota:
1. A RPR não chamou voto crítico em Dilma no segundo turno das eleições presidenciais de 2014

terça-feira, 24 de março de 2015

Por uma frente única antifascista!




Leandro Monerato

LEANDRO MONERATO
A última manifestação do dia 15/03 foi o ápice até o momento da unidade da burguesia nacional, imperialista, e a pequena-burguesia conservadora e fascistóide contra o comunismo, contra os trabalhadores de modo geral
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extrema-direita ainda divide-se entre várias variantes, mas, coordenada pelo capital, pelo imperialismo e pela imprensa golpista, avança a passos largos. A última manifestação do dia 15/03 foi o ápice até o momento da unidade da burguesia nacional, imperialista, e a pequena-burguesia conservadora e fascistóide contra o comunismo, contra os trabalhadores de modo geral.
O fascismo avança, ele está na ofensiva. Clama pelo golpe de estado, seja ele militar, seja pelo impeachment.
A esquerda se divide também. Entre socialistas e anarquistas, entre revolucionários, reformistas e oportunistas. A classe operária ainda não superou o refluxo de anos. Encontra-se na defensiva.
Nesse cenário é necessário uma unidade concreta, uma unidade prática da esquerda e das organizações operárias contra um inimigo comum. Ou seja, apesar das divergências ideológicas, doutrinárias, políticas, organizativas que dividem a classe operária e os setores progressistas da juventude é preciso se unir num único ponto: numa ação de luta contra o fascismo.
Caminhar separados, combater unidos!
Por uma frente única antifascista!

Eleições 2014 / Retrospectiva


Destacamos abaixo trechos de artigos publicados no blog da RPR à época das últimas eleições presidenciais. Artigos assinados ou por Mário Medina, dirigente em São Paulo, ou por Beth Monteiro, que, meses depois, pediu afastamento da organização. Nosso intuito é retomar esses trechos com vistas a elucidar melhor o debate em torno da caracterização que temos do governo Dilma, das diferenças e semelhanças entre PT e PSDB, e da nossa posição favorável ao voto nulo.

''A esquerda rachou, com ligeira vantagem numérica da opcão pelo voto nulo sobre a opcão pelo voto crítico em Dilma. A questao aqui é delicada. A base ficou dividida entre as deliberacoes de voto nulo da maioria das direcções e o medo da volta dos tucanos. Mas uma hora o PT vai sair do poder. Tudo o que discutimos agora será retomado em breve, até porque Dilma corre o risco de não chegar ao fim do mandato, e vamos nos deparar outras vezes entre o ruim e o menos pior, entre os ataques desferidos pela frente popular do PT e a iminente volta da direita tradicional.
Mas esse não é ponto central. Tudo isso é circunstancial e as divergências táticas fazem parte da diversidade política que existe na esquerda brasileira. O ponto central é saber como lidar com a necessidade de construir uma alternativa revolucionária no país, independentemente da conjuntura política que estará posta. Essa alternativa passa pela unidade da esquerda. Existe um sem número de partidos e correntes, mas também existe mais de uma dezena de centrais sindicais, existe uma gama imensa de movimentos sociais, e existe uma desarticulação que impede o avanço geral da classe e dos oprimidos.''  
http://resistenciapolularrevolucionaria.blogspot.com.br/2014/11/buscar-unidade-e-seguir-lutando.html

 ''O alinhamento do PT com os BRICs ou Mercosul é uma falácia. O alinhamento é com o imperialismo norte-americano. Dilma se recusou a mandar tropas ao Iraque para ajudar os EUA “combaterem” ISIS, entretanto mantém as tropas brasileiras no Haiti, a “pedido” dos EUA. Aécio não só vai manter as tropas no Haiti, como deverá se alinhar aos EUA no “combate” ao ISIS, no Iraque e na Síria.''

''Portanto, só resta aos trabalhadores votar NULO e apostar NA LUTA e na RESISTÊNCIA aos ataques que continuarão e vão se intensificar com qualquer um dos dois. O voto NULO, nesta terrível circunstância, ao menos, mostrará a quem for eleito que não estamos para brincadeira e que não vamos aceitar pacificamente os ataques de qualquer um dos dois.''
http://resistenciapolularrevolucionaria.blogspot.com.br/2014/10/o-que-nos-resta.html

'' Dilma, por sua vez, é como o sujo que fala do mal-lavado. O PT é um dos partidos com mais financiamentos de empreiteiras; tem uma relação muito tranquila com a bancada ruralista, uma relação cada vez mais estável com a bancada evangélica; segue implementando a mesma política econômica de seus antecessores, com juros altos, salários defasados, superávit primário pro pagamento de juros e amortizações da dívida, o que consome mais de 40% do orçamento da união, etc.
O que esperar de um, governo desse? Dilma e o PT são progressistas só no discurso. Na prática, aplicam a mesma política de sempre. É o mesmo entreguismo de sempre.
A diferença está na vontade das elites mais tradicionais, que, embora estejam ganhando com Dilma, preferem ganhar com Aécio e o PSDB, que tem um um posicionamento abertamente neoliberal, privatista e imperialista.
Não vemos diferença de agendas entre os candidatos. Uma parcela razoável da esquerda prefere dar voto útil em Dilma contra Aécio, alegando um iminente risco de retrocesso caso os tucanos voltem ao poder. Não é o que pensamos. Avaliamos que os poderosos que se beneficiam do governo Dilma seriam os mesmos poderosos que se beneficiariam numa suposta gestão tucana. Porque o PT chegou no poder mas continuou governando para a mesma minoritária e privilegiada camada da população. Uma alteração de gestão seria apenas um revezamento de poder. É como trocar seis por meia dúzia. No caso, troca-se de grupo político na gerência de plantão do capital e da ditadura de classe da burguesia; troca-se um governo de frente popular por um governo tradicional da burguesia.
Complicado de nossa parte chamar voto em Dilma. O que vamos falar às nossas bases no primeiro semestre de 2015, quando Dilma começar a atacar os direitos da classe trabalhadora para garantir os ajustes fiscais que o mercado exige? Seja de Dilma ou de Aécio, do PT ou do PSDB, o próximo governo será um governo dos ricos, dos especuladores, dos rentistas.
Não podemos nutrir nenhuma expectativa no PT. Esse partido já se degenerou e já traiu os trabalhadores de todas as formas possíveis. Caso eleito, no ano que vem aumentará os preços e estagnará os salários.
Não podemos criar ilusões nas massas operárias. Não podemos optar por um suposto mal menor. É preciso fazer política revolucionária com responsabilidade e coerência.''
http://resistenciapolularrevolucionaria.blogspot.com.br/2014/10/agora-e-voto-nulo.html

Resposta a Liga Comunista

                                                                por Mário Medina

A RPR publicou na íntegra o texto do Tejo sobre frente única antigolpista. Eu não tô fugindo da tarefa de construir essa frente. Pelo contrário, estou aqui com vocês e com os demais companheiros de CP, participei das atividades da frente pelas reformas populares, etc. 

Com relação ao meu último artigo, a resposta é simples: um artigo é muito pouco pra se escrever a respeito de tudo. Acho, inclusive, que os artigos do CP se complementam. Se tenho acordo com o Tejo, PRA QUE VOU ESCREVER A MESMA COISA? Isso é óbvio, camaradas. Quanto às frases que vocês destacaram do meu texto, digo que posso responder com outros trechos dos mesmos artigos, ou de alguns artigos anteriores. É que vocês  pareceram selecionar o que aparentemente favorece sua tese de que igualo PT e PSDB. 

O que tenho dito é que o PT por um tempo e, inclusive agora, operou e opera como uma direita funcional. É o maior referencial de esquerda dos últimos tempos, tem sua base popular, etc, mas renunciou às lutas sociais pra gerir o estado burguês numa coalisão com determinados setores da alta burguesia e das oligarquias. E, como vocês mesmos tem dito, o PT aplica agora o programa derrotado nas urnas. Aécio, com poucas diferenças, aplicaria a mesma linha de ajuste e austeridade. Marina também. 

Não me oponho à conformação de uma frente única antigolpista com toda a esquerda, inclusive com o próprio PT e o PCdoB, mas, repito, como vocês  mesmos disseram, que essa frente não deposita nenhuma esperança no governo calhorda de Dilma. 

O mesmo falo das eleições de Outubro. Sabíamos perfeitamente que o que estava em jogo era a gerência de turno do estado burguês. Sabíamos perfeitamente que Dilma, se eleita, trairia a classe que a escolheu nas urnas. 

Entendo seu posicionamento quanto à opção de voto crítico em Dilma pra derrotar Aécio e Marina, que seriam mais próximos dos EUA que do bloco eurásico e dos governos nacionalistas da América Latina. Mas, pra nós, isso não teve peso suficiente pra superar todos os outros pontos que nos convenceram de adotar o caminho do voto nulo. 
 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Pela frente única contra o fascismo!


por Joycemar Tejo, membro do Comitê Paritário


Eis que a direita ocupou as ruas neste domingo, 15/ 03, atendendo às convocatórias da grande mídia e dos grupos de seu campo- integralistas, "Revoltados on line", "Movimento Brasil Livre", Clube Militar et caterva-, com as pautas mais reacionárias da agenda brasileira: do impeachment do governo petista à volta dos militares, tudo permeado pelos bordões de "Brasil não é Cuba (ou Venezuela)" e "Nossa bandeira nunca será vermelha" (sic). Quem teve a abnegação masoquista de assistir ao dominical "Fantástico", pôde perceber a euforia com que as manifestações pelo Brasil eram noticiadas.

Conforme consignamos em nossa ruptura com o PCB (aqui), o mandato de Dilma Rousseff tem presenciado a escalada de uma onda reacionária, que, integrada que é à própria reação imperialista mundial (típica do momento de crise do capitalismo e da ausência da contra-hegemonia soviética), vai ganhando mais e mais espaço na sociedade brasileira, o que justificou, por parte da oposição de esquerda, o voto crítico no PT no segundo turno de 2014 como forma de retardar tal escalada reacionária. Apesar de quase derrotado no pleito, o PT não aprendeu a lição e manteve sua política, ainda mais rebaixada, de conciliacionismo e de contrarreformas, se distanciando de seu cada vez mais evanescente lastro social. Assim, em meio a facadas nas costas por parte dos (mui) amigos do PMDB (como na imposição de Eduardo Cunha), de denúncias do caso "Lava jato" e da vontade expressa do tucanato de sangrar Dilma, o governo petista observa a direita ocupando em peso as ruas das capitais brasileiras, e isso ainda no terceiro mês de seu segundo mandato.

Fica evidente que o conciliacionismo de classes proposto pelo PT chega aos estertores, com a pequena burguesia assustada com a ascensão dos estratos populares beneficiados pelas políticas compensatórias dos últimos anos, e, racista e elitista que é, temendo sua identificação com os mesmos, e com a grande burguesia interessada em um representante do capital "puro sangue", que possa acelerar o ritmo das contrarreformas já em vigor, inclusive com a privatização das grandes empresas nacionais remanescentes (Petrobras, Correios, CEF etc.). Mantenho minha caracterização do PT como partido burguês com influência de massas, conforme esmiuçado aqui e aqui. Salta aos olhos que mesmo essa influência, esse contato, esse lastro social, ainda que nas mãos de um partido não-revolucionário, causa ojeriza e narizes torcidos na elite e nos aspirantes à elite.

O ascenso reacionário parece ter um alvo óbvio, que é o partido no poder, o PT, mas é mais óbvio ainda que essa reação se volta contra toda e qualquer coisa que tenha o menor verniz progressista. Como nas "Jornadas de junho" de 2013, capítulo desse atual momento, envergar uma peça de vestuário de cor vermelha é motivo suficiente para o xingamento, a coação, a ameaça e a agressão física. Os "anos de chumbo" são endeusados, o golpe militar é pregado sem o menor pudor, e, como em uma nova guerra fria, os comunistas tornam-se novamente comedores de criancinhas a entregar o país aos cubanos e venezuelanos.

Esse cenário, que tende a se agravar, exige a união de todos os movimentos sociais e progressistas, em uma frente única antifascista que possa resistir à escalada reacionária. É evidente que dada a agudização do momento, tal frente deve albergar (ou melhor, é preciso que albergue) organizações e movimentos "governistas", dado que são essas organizações e movimentos -MST, CUT, UNE-, ainda que engessadas burocraticamente pelo petismo, as únicas que têm força para colocar a massa nas ruas, ao contrário dos pequenos grupos sectários sem a menor inserção social. Mais que isso: estando o PT ameaçado de golpe pela direita, há que cerrar fileiras com o PT. Temos por princípio repudiar a política de escolha do "mal menor", conforme gizado nas considerações sobre o PT nos links disponibilizados acima. Mas aqui, contudo, trata-se de outra coisa: a necessidade elementar de resistência diante da ameaça fascista. Nesse sentido, emblocar com o PT não consiste em defender o PT, e sim em defender a classe trabalhadora brasileira que seria lançada em um retrocesso histórico com a ruptura da ordem democrático-burguesa de 1988.

Dilma derrubada pelos trabalhadores é um grande passo para o socialismo, mas Dilma derrubada pela extrema-direita é a contrarrevolução que triunfa, parafraseando Trotsky. Os esquerdistas, contudo, não compreendem o momento e insistem em se portar como vanguarda da classe sem que a classe sequer tome conhecimento de sua existência. Serão os primeiros a tombar caso o ovo da serpente ecloda.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Situação crítica

                   por Mário Medina

As chances das coisas melhorarem são as mesmas chances das coisas piorarem. Se hoje o PT aplica o ajuste fiscal, cortando direitos trabalhistas e aumentando a taxa de juro na tentativa de frear a inflação, nada seria diferente com uma eventual vitória tucana nas eleições que se passaram, ou caso Dilma sofresse impeachment em favor de Michel Temer ou quem quer que fosse. Pelo desejo de uma ínfima minoria de viúvas da ditadura que saíram às ruas, nem uma intervenção militar seria descartada.




O importante aqui é diferenciar e caracterizar bem as possibilidades, ainda que, no limite, saibamos que todas as opções descritas acima pertencem a um grupo de salafrários que são farinha do mesmo saco. Sim, porque estamos aqui entre a cruz e a espada, entre os traidores do PT, que tão odiosamente romperam com as expectativas da parcela mais progressista de toda uma geração de trabalhadores e ativistas sociais, e uma corja elitista abertamente direitista, neoliberal e conservadora, expressa tanto no tucanato privatista dos anos 90, quanto nos herdeiros políticos do regime militar fascista que mergulhou o país 
em uma dura fase de repressão e golpes.

Inquieta e insatisfeita com mais uma vitoria eleitoral do PT, parcela razoável da elite financeira, detentora dos monopólios da mídia e insuflada pela Casa Branca e pelos serviços da Cia, coloca centenas de milhares de ``indignados`` nas ruas, numa segunda versão dos atos de Junho, só que agora claramente mais embranquecida, rica e conservadora.

Minha impressão, observando pela TV a detestável cobertura da Rede Globo, é de que aquilo tudo se tratava de um grande carnaval fora de época, ou uma festa de final de copa do mundo, com a massa trajada de verde e amarelo portando vuvuzelas e bandeirolas de estádio de futebol.
Ridículo, qualquer pessoa com um pouco de senso critico percebia o quão forçosa era aquela movimentação. A direita, desorganizada que só, fracionada em vários grupelhos com distintos graus de imbecilidade, a muito custo colocou a multidão pra fora dos clubes e shoppings pra pedir a cabeça da Dilma.

Quem costuma frequentar manifestações de rua, ou mesmo piquetes e greves em tempos de dissídios, sabe bem o quanto aquele espetáculo bisonho difere do que normalmente se passa num ato de rua. Ninguém foi detido, com exceção de vinte bate-paus da extrema direita que apareceram uniformizados e foram pegos com socos ingleses e rojões no ato da avenida Paulista. O mais curioso do incidente foi ver os manifestantes aplaudindo os policiais e xingando os skinheads de comunistas. Ora, vejam como é patética a coxinhada paulistana. Os caras nem sabem quem é quem, ou o significado do termo comunista.

Sim, o que vamos falar de pessoas que chamam a Dilma de comunista? Esse pessoal tá longe, muito distante de qualquer lucidez política. Numa manifestação de um dos grupelhos fascistas, uma semana antes na mesma avenida Paulista, no vão livre do MASP, cerca de vinte gatos pingados envoltos em bandeiras nacionais, gritavam de um potente carro de som dizendo que tinham saudades do regime militar, repetindo inúmeras vezes que era preciso varrer o Brasil dos comunistas, e que os militares deviam fazer isso na bala.

Mas verdade seja dita, o PT desmoralizou a esquerda brasileira, e, como já pontuava o brilhante Trotsky, a frente popular é a ante-sala do fascismo. Depois de doze anos de um trágico governo de conciliação, onde os trabalhadores viram tão somente o mais do mesmo, sé que agora nas personalidades carismáticas e populares de Lula e Dilma, o caminho da reação é pavimentado, e ainda corre-se o risco de um golpe ou algo parecido.

Mas, pra dar um fecho a este artigo, e delinear melhor a configuração das forças em movimento, necessário é apontar que tudo isso acontece basicamente por divergências entre frações da burguesia. Lula foi bancado pelas oligarquias nacionais que desejavam ampliar seus negócios, em contrapartida aos capitalistas do mercado finaceiro que desejavam continuar a sangria via altas taxas de juros e superexploração de mão de obra brasileira.



Ocorre que Dilma compõe um bloco anti-hegemônico com os Brics, com o 
ascenso do mercado chinês e a formação de um bloco eurásico que desdolarizou seu câmbio e que agora rivaliza com o imperialismo ianque. Marina ou Aécio eram a esperança americana de um governo subserviente a seus interesses.


Não adianta Dilma querer ampliar concessões à direita nessa atual gestão. Há frações da burguesia que querem esfolar ainda mais o povo brasileiro. Há frações da burguesia que não engolem o passado proletário do PT, que desejam a deposição desse governo.

Diante da conjuntura que se apresenta, é necessário que a esquerda revolucionaria conquiste a simpatia das massas e interfira efetivamente nos rumos do pais. Se é pra Dilma ser derrubada, que seja pela classe trabalhadora, e não por interesses mesquinhos da oposição de direita. Se com Dilma está ruim, imaginem como seria com quem consegue estar ainda mais a direita desse governo picareta...

segunda-feira, 9 de março de 2015

UNIR TODOS OS TRABALHADORES NO DIA 13

fonte CUT PR
Nota assinada pelas organizações que compõem o Comitê Paritário




Direita se unifica em torno do golpista 15M e direção do MTST segue direção do PSOL, PSTU e PCB na dispersão de forças, mesmo diante da imperativa necessidade de construir a resistência unificada no dia 13 de março



No encontro da "Frente pelas reformas populares", convocado pelo MTST, no dia 7 de Março, ficou clara a aposta da direção do MTST, e do MES-Juntos, corrente do PSOL, entre outros agrupamentos, na equivocada tática de criar um ato da “terceira via” no dia 11, em alternativa ao ato dia 13, convocado pela CUT contra à direita, e ao ato do dia 15, convocados pela direita.


Para nós do Comitê Paritário, o que justifica a existência desta frente é unir forças de esquerda para combater a direita e sua escalada golpista. A principal medida desta escalada será a organização de um dia nacional de protesto da coxinhada. Por isso essa proposta da direção do MTST, entidade que convocou a frente desde dezembro, em canalizar forças para um ato no dia 11, é um erro gravíssimo para a classe trabalhadora na atual conjuntura em que a direita levanta a cabeça para convocar um ato nacional golpista contra Dilma no dia 15 de Março.


Como alertado desde 2014, existe uma movimentação golpista em todos os países da América Latina que compõem aliança comercial e política com o bloco Russo-Chinês. Os imperialismos ianque e europeu estão na ofensiva pela retomada das zonas de influência e territórios perdidos na crise de 2008-2009 para o Bloco Eurásico; e, para retomar suas posições comerciais e impedir a ascensão política e econômica da China, vem apostando em fabricar Golpes de Estado e guerras civis, como visto na Ucrânia, Oriente Médio, Paraguai e Honduras. Nesse contexto, o Golpe no Brasil seria uma forma de retomar o espaço geopolítico na América Latina.


Ao mesmo tempo, a burguesia industrial paulista e os bancos privados se encontram num velho dilema econômico que se agravou como efeito da crise postergada no Brasil, a saber, a tendência da queda da taxa de lucros da burguesia nacional e financeira após várias fusões efetuadas desde a crise internacional até agora. A única forma que a burguesia pode encontrar para continuar crescendo ou tentar reverter a queda da taxa de lucro é através de uma política de terra arrasada contra os trabalhadores, ou seja, arrocho salarial, redução e liquidação de direitos trabalhistas, cortes de pensões, fim de programas sociais, e a inviabilização ao máximo de impostos sobre grandes fortunas.


Na realidade, essa proposta de organizar um ato dia 11, “nem 13, nem 15”, supostamente para delimitar-se do governismo e da direita, negligencia o perigo real do golpe de Estado e capitula à opinião publica fabricada pela mídia pró-imperialista. Trata-se de uma política objetivamente divisionista, onde a direção do MTST se coloca no mesmo nível das direções pequeno burguesas do PSOL, PSTU e PCB, Embora seja a força política com maior capacidade de mobilização popular urbana, a direção do MTST apostou no divisionismo das forças antigolpistas em prol de um suposto “terceiro campo”, quando se faz necessário que sua brava coluna de trabalhadores sem-teto componha em peso o ato do dia 13 contra 
os golpistas e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.


A história cobrará o erro da direção do MTST, assim como dos partidos da esquerda pequeno-burguesa como o PSOL, PSTU, PCB (provando este último que não aprendeu nada com a desastrosa política deste partido diante do golpe de 1964), pois sua disposição de luta para derrotar a direita é mera fraseologia pela unidade, quando na prática, objetivamente esvaziam um ato unitário contra a direita.
Quando é necessário unir forças contra a direita e atropelar a política burguesa e conciliadora do PT a fim de evitar o pior para os trabalhadores, a terceira via defende a luta contra o golpismo de modo diletante, sem ser consequente


Um ato no dia 13 ou vários atos políticos, ainda que unificados, não dispersarão, por si, a escalada golpista. Com cerca de 100 mil pessoas, em um Brasil bem menos populoso e com uma mídia golpista infinitamente menor que a atual, o “comício da Central do Brasil”, de 196, foi completamente impotente para deter o Golpe de Estado. Para derrotar a escalada golpista, a direita precisa ser enxotada das ruas pelas massas organizadas em comitês de autodefesa que demonstrem através da constituição de uma muralha proletária que os golpistas não passarão. Neste processo, as massas precisam desarmar política, midiática e militarmente aos golpistas com seus próprios métodos e passando por cima de suas direções tradicionais. Todavia, esta situação expressará um acúmulo de experiência, forças e organização correspondentes a um estagio mais avançado da guerra atual.

Um ato político, um comício, expressa uma medição de forças nas ruas. Daí a importância de concentrarmos no ato do dia 13. Dispersar forças, neste momento, em nome de uma suposta preservação da independência política frente ao governismo, esvazia o lado da resistência antigolpista em favor da mobilização da direita, que será amplificada pela mídia pró-imperialista.


Por outro lado, a mais ampla unidade da massa dos trabalhadores do campo e da cidade, sem terras e sem tetos, estudantes e proletários, estabelecerá uma resistência não apenas à direita burguesa, mas também à esquerda burguesa; dificultará as manobras burguesas e conciliadoras da direção petista, e o ataque aos nossos direitos, desferidos por Dilma para agradar aos golpistas, e contribuirá para a maturação das condições políticas para que as massas passem por cima da resistência da própria política burguesa de Lula.


Não deve-se criar a ilusão que o PT e o PCdoB têm forças para evitar o golpe ou impedir que Dilma faça novas concessões à direita ou que a mesma sucumba ao golpe. Só com a classe trabalhadora comprando a briga poderemos vencer a burguesia e a classe média golpistas, e também combater de verdade as políticas de arrocho e austeridade já iniciadas no governo Dilma e que se intensificarão num futuro governo golpista do PMDB-PSDB.


Vivemos um momento chave na história do Brasil, onde ou a classe trabalhara avança em sua organização e ação, ou a burguesia golpista, apoiada pela pequena-burguesia, destruirá nosso futuro com o subsequente estabelecimento de um regime bonapartista. O primeiro passo para combater os golpistas e os imperialistas é convocar toda a classe trabalhadora para o dia 13 de Março.