sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A vitória da frente popular grega e o caminho a seguir

                                                                                                            por Mário Medina


A vitória do Syriza nas eleicoes gregas foi o assunto da semana. E nao é pra menos; um partido de esquerda ganhando 149 das 300 cadeiras de um parlamento, ficando só duas cadeiras aquém do número necessário pra governar sem coalizao alguma, realmente é um feito inédito,

A priori é motivo de comemoracao. Poderia ter havido vitória da direita. Isso sim seria complicado. Mas foi a esquerda que capitaneou o descontentamento das massas com as políticas de austeridade, quando, em toda a Europa, é justamente o contrário que tem acontecido, com o crescimento vertiginoso de grupos fascistas que aumentam consideravelmente suas bancadas parlamentares. Nesse sentido, podemos notar avanco da conciencia dos trabalhadores gregos, hegemonia política das ideias democráticas e socialistas. Os mesmos ventos sopram na Espanha, num projeto encarnado pelo Podemos, de Pablo Iglesias.

Contudo, o avanco ainda nao é revolucionário. Pra gerir o estado burgues grego, o Syriza fechou acordo com um partido da direita e topou soltar uma carta acalmando os banqueiros. Trata-se de um governo de frente popular, reformista. Está clara a delimitacao do projeto. O que intriga a todos é que o Syriza banque realmente a reforma. Ouvi um amigo dizer: É a primeira vez em 30 anos que vejo um governo reformista fazer reformas!

E isso é incrível. Um dia após a vitória eleitoral, o desengravatado Tsipras já efetivava diversas promessas de campanha, afrontando a burguesia grega e o imperialismo, se negando, inclusive, a aderir a sancoes da Uniao Europeia contra a Rússia.

Ok, sabemos que o Syriza está legitimando 50% da dívida, e que vao aceitar renegociá-la para continuar seu pagamento; sabemos que esse mesmo Syriza pode estar operando como um eficaz mecanismo de contencao social em um país quebrado pela crise e por anos de austeridade e penúria; mas estamos tratando de um governo eleito. Ou alguém em sa consciencia vai dizer que o Syriza é o bolchevismo do século 21?

Óbvio que a tarefa da esquerda revolucionária é fazer a revolucao, sem se contentar com etapismos, com pequenas ou grandes reformas por dentro do sistema; mas nenhum revolucionário de verdade vai deixar de lutar pelos direitos mais elementares da classe trabalhadora. Todas as medidas populares desse governo eleito já sao conquistas da classe trabalhadora grega. E a esquerda revolucionária tem de defende-las.

Os trabalhadores gregos optaram por uma experiencia com o Syriza, e precisamos entender essa opcao, respeitá-la, deixar que ela aconteca. A frente popular deverá ser superada adiante, mas que seja superada a esquerda, e nao esmagada por um golpe direitista ou coisa que o valha.

É cedo ainda para caracterizacoes mais precisas. É preciso dar tempo ao tempo, observar atentamente os próximos acontecimentos. A verdade é que a Grécia está em calamitosa situacao por conta de uma das maiores crises do capitalismo, e que uma das solucoes encontradas pelo establishment é socializar perdas pra privatizar ganhos. Querem descontar a crise nos ombros dos trabalhadores. E a populacao grega rejeitou isso nas urnas. Oxalá essa mesma populacao nao se de por satisfeita e siga nas ruas pra exigir que o Syriza vá ainda mais adiante no rompimento com a troika e com os banqueiros. É tarefa dos revolucionários levar o proletariado a assumir tal postura.

Ademais, a esquerda revolucionária estará nas ruas pra reivindicar os interesses dos trabalhadores, pra exigir que o Syriza jogue um papel progressivo e garanta os direitos que a burguesia ousou retirar. Mas essa mesma esquerda também estará nas ruas pra defender o Syriza de qualquer ataque da direita ou do imperialismo.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Morreu o rei?


 por Mário Medina



Morreu essa semana, aos 90 
anos, o rei saudita Abdullah Bin Abdulazis. Notícia irrelevante, sejamos sinceros. O que a mídia burguesa nao diz é que o sujeito nao passava de um fantoche dos EUA, que bateu as botas pra dar espaco a outro da mesma laia. 

A Arábia Saudita é vizinha do Iraque, da Síria e do Ira, ou seja, um ponto estratégico da geopolítica do Oriente Médio, e joga um papel de relevancia no cenário político local, sobretudo como enclave do imperialismo ianque na regiao; além de figurar como país mais rico do Oriente Médio, um dos países mais poderosos da OPEP.

Os EUA intervém de vários modos na regiao: financiando mercenários e terroristas em guerras civis, derrubando governos, atacando drones em cabecas inocentes, etc. Todo tipo de atrocidade eles fazem. Isso é de praxe pra eles e todo mundo sabe disso.

Pois bem, estao fazendo um desmanche político na regiao e nao querem de modo algum que haja mudanca no regime saudita, que, em meio a tantas instabilidades, é um importante aliado. Sao muitos os territórios em disputa na regiao, com diversos grupos, diversos interesses, conflitos sectários aos cantaros. O destino de países como Iraque e Síria, por exemplo, é incerto. Em meio a todas essas disputas, só a Arábia Saudita é reduto seguro para as maldades ocidentais.

Abdullah chegou a ser suspeito de financiar a al Qaeda na época dos atentados as torres gemeas, mas recuperou a simpatia ianque ao aderir a Guerra ao terror que veio logo em seguida, se mostrando um fiel escudeiro dos espoliadores. O governo saudita é uma vergonha para os árabes, uma vergonha para o Oriente Médio. O rei abdullah assistiu em silencio ao ataque genocida a Gaza. foi fiel representante da alta burguesia sunita e dirigiu um governo inimigo dos direitos humanos e dos direitos civis das mulheres e das minorias.

Nao morreu um homem. Morreu um fantoche. E vai surgir outro em seu lugar, por mais intrigantes que sejam as disputas internas pela sucessao. O nome do novo líder terá de passar pelo crivo americano, terá de ter a bencao do Tio Sam. Dizer que o rei saudita morreu nao é notícia. Aguardamos ansiosos o dia de falar que o rei caiu, mas que em seu lugar surgiu uma nova forma de poder, popular, multiétnica, socialista e soviética.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O ''racha'' no Oriente Médio

                                                                                   por Beth Monteiro

IRAQUE, SÍRIA E LÍBIA NÃO EXISTEM MAIS COMO PAÍSES. Foram divididos conforme os planos imperialistas da Casa Branca. O que existe, agora, são territórios em disputa. A única região que sobrou da antiga Síria é a que faz fronteira com Israel que engloba Damasco e região mediterrânea.
O grande problema a ser resolvido pelos Estados Unidos, Israel, Turquia, Arábia Saudita e Qatar é quem deverá governar este território. Se por um lado, Al-Assad está fora de cogitação, por outro, Israel e EUA não confiam totalmente em suas criaturas como Frente Al-Nusra e Daesh (EI).
Enquanto a chamada Oposição Moderada formada pelo ESL (Exército Sirio Livre) se fragmentou e só é capaz de sustentar pequenas escaramuças com os grupos takifirs e com o Exército Árabe Sírio, as diversas correntes do ESL não se entendem sobre quem vai, com a ajuda do imperialismo, ser o fantoche de Washington.
Para o imperialismo e o sionismo, o projeto dividir para dominar não é um conceito absoluto. Tudo depende de que vantagens obterão com isto. Na Ucrânia, por exemplo, os Estados Unidos e Israel são contra a divisão do país como querem os separatistas pró-Rússia. Neste caso, eles usam argumentos totalmente contraditórios.
Sobre a ex-Líbia, ex-Síria e no ex-Iraque, a mídia cúmplice se cala sobre esta divisão, fingindo que ela não existe e que tudo vai ficar bem e que estes países serão restabelecidos graças à ação de seu povo, ou que é preciso respeitar a decisão dos lutadores pela “democracia”. Já na Ucrânia, se aliam aos nazifascistas para tachar a divisão como crime de lesa-pátria inaceitável, uma interferência criminosa da Rússia etc etc.
Nossa opinião, como simples observadores, sem nenhuma influência no terreno, não muda em nada a realidade, nem tem a capacidade de frear a marcha criminosa das grandes corporações que vão dizimando tudo o que encontram pelo caminho que possa atrapalhar seus lucros. Entretanto, podemos tirar algumas lições dos acontecimentos mais repugnantes deste século.
A primeira conclusão é que as massas mobilizadas, armadas ou não, serão inevitavelmente derrotadas se não tiverem à sua frente uma direção firme e centralizada, com um programa que os trabalhadores entendam e queiram lutar por ele; a segunda é que não podemos nos apegar a táticas, mas a estratégias. As táticas podem ser mudadas, quando a realidade muda, a estratégia não. E se temos dois inimigos a enfrentar, é preciso saber qual destes dois inimigos temos que derrotar primeiro e jamais lutar contra os dois inimigos ao mesmo tempo.
PS- O Wall Street Journal (10/01) estampou um mapa, mostrando que Daesh/ ISIS /EI mais do que triplicou a quantidade de território que detém na Síria desde que os EUA começaram a bombardear. Aplausos: “Bom trabalho, rapazes... apenas brilhante!”

sábado, 17 de janeiro de 2015

Frente única para derrotar a ofensiva patronal, do governo e da direita! Metalúrgicos da Volks apontam o caminho da luta

Nota conjunta das correntes abaixo-assinadas


2015 começou sob intensos ataques dos governos e dos patrões, com ameca de demissões em massa na Volks, Ford, Mercedes, ameaça ao seguro desemprego, ao auxílio doenca, as pensoes, aos abonos salariais, etc; terceirizacao das perícias médicas, aumento dos impostos, falta d`água e falta de energia elétrica nos bairros operários.

Os metalúrgicos da Volks, na luta contra a ofensiva patronal, que objetivava demitir 800 trabalhadores, foram além da política da burocracia  sindical e colocaram milhares de manifestantes para travar a via Anchieta, juntamente com os trabalhadores da Ford e da Mercedez. A exemplo desta histórica e emblemática vitória de uma parcela importantíssima da classe trabalhadora brasileira, a esquerda deve retomar métodos de luta mais efetivos e adotar combativa postura frente as politicas de austeridade de Dilma. Muito embora, conduzida pela burocracia sindical, a vitória desta batalha tenha sido parcial, por ter aceito a imposicao do PDV e a demissao dos terceirizados.

A direita saiu fortalecida de 2014, ano marcado por tetativas de golpes eleitorais e mobilizacoes de setores mais reacionários da classe média, classe esta xenófoba, racista, antipopular e raivosa como nao se via desde a marcha da família em 1964.

Dilma e o PT venceram amparados por uma base popular muito receosa de ver seus direitos cassados por uma possível vitória eleitoral da direita tradicional.

A CAPITULACAO DE DILMA AS PRESSOES DA DIREITA SÓ PAVIMENTA O CAMINHO DA DIREITA

Mas, sob pressão da direita, a gestao Dilma assume o programa derrotado nas urnas, acreditando que, atendendo as demandas do capital financeiro e da burguesia, esvaziará as forcas golpistas.

A tática consiste exatamente em atacar os direitos adquiridos pela classe trabalhadora e governar mais 4 anos sem golpe parlamentar ou jurídico armado pelos Bancos Privados com o apoio da Grande Mídia.


CAPITULACAO EVITA GOLPISMO?

A direita explora a fragilidade do novo governo PT, assim como vem explorando o mito do governo capitalista sem corrupção e a farsa de que a crise econômica seria uma “marolinha”. Enquanto Dilma vem exaurindo seu próprio capital político, a direita busca adquirir apoio popular se afastando de grupos abertamente golpistas, pois sua tática é via um impeachment legitimado por manifestações de rua amplificadas pela grande mídia, como ocorrido recentemente no Paraguai e Ucrânia.

Mesmo adversárias das  políticas do PT, várias organizações de esquerda, equivocadamente, acreditam que a capitulação de Dilma dissipará os riscos de golpe e, que, sendo assim, não se faz necessário combater a direita com uma forte frente única anti-golpista. Este engano pode custar muito caro a esquerda em geral.

O GOLPISMO E A NOVA GUERRA FRIA

A tática da internalização da política da direita só serve para pavimentar o caminho da reação e não tem eficácia contra o golpismo. Por que? Porque mesmo a mais neoliberal política econômica a ser aplicada por Dilma não saciará o problema atual dos EUA, colocado pela nova guerra fria mundial, onde o imperialismo tenta conter a crescente influência econômica, política e militar do bloco de países liderados por Rússia e China.

O golpismo no Brasil é, sobretudo, produto desta nova conjuntura internacional, oriunda da necessidade dos EUA de reconquistar seu pátio traseiro latino-americano, expulsando do governo o PT (articulista continental dos BRICS e defensor da desdolarização das transações comerciais), para substituí-lo por um típico governo de direita pró-imperialista.

NÃO A COOPTAÇÃO POLÍTICA! POR UMA
FRENTE ÚNICA CONTRA A DIREITA E
CONTRA AUSTERIDADE FISCAL DE DILMA

Sabendo da movimentação da direita, tanto nas ruas como nas instâncias mais altas do Estado (Congresso, STF, Polícia Federal e Ministério Público), Lula estimula o MTST a convocar uma espécie de “frente popular de massas” para tentar disputar as ruas com a direita, fazer uma blindagem relativa de Dilma e preparar sua candidatura para 2018. O PT precisa cooptar os movimentos sociais para: 1) Controlar o desgaste das greves e movimentos de rua ao próprio Governo; 2) demonstrar para os grandes Bancos e Corporações Privadas que estes ainda precisam do PT para governar sem crise social.

Nós, do Comitê Paritário, chamamos os trabalhadores organizados nos movimentos sociais, grupos, coletivos e partidos de esquerda neste encontro para sair daqui com uma Frente Única contra a política anti-proletária de Dilma e em combate à direita e extrema-direita organizadas.


FRENTE ÚNICA SIM! FRENTE POPULAR NAO!

Não temos nenhuma ilusão na reedição de uma Frente Popular, que desmonta a mobilização social para assegurar sua condição de eficaz gestora do capital.

Acreditamos que esta Frente Única deve programar um calendário nacional unificado de greves e agitação nas ruas, disputando-as palmo a palmo contra a direita e os patrões. A Frente Única contra a direita deve coordenar as lutas contra as demissões em massa nas categorias da indústria e outros setores de serviços essenciais (ferroviários, metroviários, rodoviários), com os movimentos populares de luta por moradia (FIST, MTST, MNLN).

Ao mesmo tempo, a própria Frente Única será capaz de dar um salto de qualidade organizacional nos movimentos populares, na coordenação das manifestações, e, consequentemente, conseguirá repelir qualquer tentativa de influência ou sequestro da pauta de reivindicações dos trabalhadores pela ofensiva da direita midiática, com seus conhecidos instrumentos ideológicos para  insuflar a classe média conservadora, infiltrando elementos de extrema-direita nas manifestações de esquerda.

Liga Comunista
Coletivo Lenin
Resistencia Popular Revolucionária             

                                                               19/ 01/ 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Trabalhadora dos Correios de Itú, em tratamento contra cancer de mama, pede ajuda!

Nós, da RPR, fomos procurados por uma senhora chamada Patrícia, que nos solicitou uma ajuda. Estamos repassando o pedido para nossos simpatizantes, a fim de ver o que é possível fazer para ajudá-la.
Patrícia é trabalhadora dos Correios em Itu e se encontra afastada do trabalho por motivos de saúde. Ela alegou que o sindicato só a ajuda com uma cesta básica e que a assistente social dos Correios lhe disse que a empresa nada pode fazer 
Acreditamos que uma das melhores características da classe trabalhadora é a solidariedade. Por isso estamos movendo essa campanha. Mas pedimos que os camaradas da regiao de Itu entrem em contato para visitá-la, e, que, se possível, articulem uma campanha entre os sindicatos e trabalhadores, para que ela seja assistida e nao passe por maiores dificuldades. Patrícia é separada e tem duas filhas pequenas


Meu nome é Patricia Simoes Barbosa da Luz, matrícula 8.106.856-5 lotada no cdd Itu, funcionária dos correios desde 2002. Estou afastada das minhas funçoes desde agosto de 2013 quando pela segunda vez fui acometida por um cancer de mama. Tive que fazer uma mastectomia radical com reconstruçao. Desde entao venho passando por muitas dificuldades.
Faço uso de remedios caros, pago aluguel e estou sem ticket há um ano. Tenho pedido ajuda com alimentaçao também pois com o que recebo do INSS nao consigo sobreviver. Sem contar que todo o tratamento faço na cidade de Campinas, pois aqui em Itu onde moro nao tem. Gostaria de pedir a vcs se pudessem me ajudar nesse momento tao dificil da minha vida. Estou lhes enviando o banco em que tenho conta caso vcs possam me ajudar de alguma maneira.

Banco Itaú agencia 8052 conta 08539-9 cpf: 141.719.158-99

telefone para contato: 011-9-9960-3672

Desde ja agradeço. Muito obrigado.             

sábado, 10 de janeiro de 2015

JE NE SUIS PAS CHARLIE! JE NE SUIS PAS STUPIDE!

                                                                                               por Beth Monteiro

Defensores da política externa do Estado Unidos e União Europeia para o Oriente Médio, norte da África e Ucrânia são unânimes em apontar, como responsáveis pelo caso Charlie Hobdo, a extrema-direita francesa capitaneada por Le Pen e ao fundamentalismo islâmico, ao mesmo tempo em fazem algumas críticas ao tipo de humor da Revista por ser ofensivo ao Islã e a outras religiões.
Quanto ao tipo de humor da Revista, não restam dúvidas de que é de péssimo gosto e depreciativo. Algumas charges, ultrapassando a crítica, chegaram a ataques inaceitáveis. Mas é claro que nem por isto os chargistas mereciam ser eliminados. De fato , esse crime é inaceitável e imperdoável.
Mas os defensores da política externa de Washington desviam totalmente esta discussão, cujo foco está na guerra ao terror iniciada por Bush e “aperfeiçoada” por Obama que, na prática, bem poderia ser chamada de Guerra Pelo Terror.
Para os espadachins da casa Branca, a “guerra ao terror” não existe. Centenas ou milhares de grupos takifirs que nasceram dos financiamentos generosos, a partir da matriz Al-Qaeda, são apenas pessoas bem intencionadas e um tanto equivocadas que lutam pela derrubada de ditadores sanguinários. E só fazem algumas críticas ao Daesh ou Estado Islâmico porque o governo norte-americano passou a criticá-lo e a fingir que os combate.
A coisa está clara: a realidade demonstra que os ataques em Paris fazem parte das consequências inevitáveis da “guerra ao terror”, na qual o governo francês está mergulhado até o pescoço. Até o “insuspeito" Jornal da Globo disse que Serviços de Inteligência sabiam do atentado à CH e avisaram uns aos outros , mas "estranhamente" ou por "falha" permitiram que acontecesse. E a Globo justifica: falta de verba e recuo dos serviços de inteligência depois das denúncias sobre torturas e outra atividade ilegais.
“Os atacantes foram sistematicamente protegidos pela polícia .O ataque poderia ter sido evitado. A República é culpada por não responder a ameaças; os atacantes foram sistematicamente protegidos pela polícia” , disse Jeannette Bougrab, namorada do editor da Charlei Hebdo.
A conclusão lógica é que se os atentados em Paris foram praticados por grupos ligados ou nascidos do Al-Qaeda, então NÃO É UM ATENTADO FUNDAMENTALISTA ISLÂMICO porque a multinacional do terror, Al-Qaeda, e sua longa lista de grupos afiliados NÃO É UMA CRIAÇÃO DO "EXTREMISMO ISLÂMICO", mas sim obra da política externa dos Estados Unidos , através da CIA , que usa o "extremismo", como método para doutrinar potenciais militantes com a finalidade de servir a sua agenda.


sábado, 3 de janeiro de 2015

Negociando a rendição para Kiev ¿Dónde está Borotba? Libertem os quatro do Borotba!


Declaração assinada por: Socialist Fight – Grã Bretanha; Coletivo Lenin – Brasil;  Resistência Popular Revolucionária - Brasil; Liga Comunista – Brasil; Tendência Militante Bolchevique – Argentina.

As organizações que assinam este documento exigem a libertação imediata dos quarto militantes do Borotba, Maxim Firsov, Victor Shapinov e Maria Muratova, sequestrados em 21 de dezembro, e do vereador de Odessa e sobrevivente do massacre de 2 de maio, Alexey Albu, que foi feito refém ao exigir a libertação dos seus companheiros. Alexey Albu falou, poderosamente, via Skype, com a reunião da campanha Solidariedade com a Resistência Antifascista na Ucrânia, no dia 11 de novembro, na Marx Memorial Library, em Clerkenwell, Londres. 

O site “In Defence of Marxism” relatou, em 18 de novembro, o testemunho dele sobre a sua fuga do ataque fascista em Odessa, em 2 de maio passado:

“Quando o fogo começou, ele e outros companheiros pularam pelas janelas, mas só o que conseguiram foi serem atacados pelos bate-paus fascistas. Ele, então, teve que ficar parado numa pilha de corpos, seriamente ferido, onde o menor movimento indicando vida significaria a sua morte certa. A contribuição de Alexey à reunião foi recebida, merecidamente, com aplausos de pé. Apesar de ter sido vítima desses lamentáveis ataques, Alexey foi forçado a se exilar na Crimeia, porque permanecer em Odessa o levaria a ser preso” [1]

Uma carta apelando aos altos funcionários dos governos da República Popular do Donetsk e das Forças Armadas de Novorrússia, escrita por Greg Butterfield, coordenador do Solidarity with Ukraine Antifascists Committee International Action Center, New York, NY, USA, dizia o seguinte:

“Victor Shapinov, Maxim Firsov e Maria Muratova são membros da organização antifascista ucraniana União Borotba. Durante uma visita de solidariedade a Donetsk em 21/12, estes três companheiros foram aprisionados pelos soldados do Batalhão de Volstok. Eles foram confundidos com um grupo de reconhecimento e sabotagem ucraniano.”

E depois:

“Ontem, 27/12, o deputado do Conselho regional de Odessa e sobrevivente do massacre de 2 de maio, Alexei Albu, veio ao quartel-general do Batalhão de Volstok para exigir a libertação deles. Desde então, ele não foi mais visto.” Consideramos óbvio que não se trata de um “erro”.

O Batalhão de Volstok é comandado por Alexander Sergeyevich Khodakovsky, um aliado de Denis Pushilin, que é, de acordo com a Wikipedia:

“um político, autodeclarado Presidente do Soviete Supremo (Porta-Voz do Parlamento) da República Popular de Donetsk e, portanto, de acordo com a Constituição adotada em 15 de maio, o autodeclarado chefe de Estado. Antes do seu ativismo político, Pushilin trabalhou para um sucessor recente de um esquema de fraudes com investimentos na Rússia dos anos 1990, MMM, que deu um prejuízo de milhões de dólares aos seus clientes, antes de acabar em 1994. Pushilin nunca negou o seu envolvimento nesses esquemas, e afirmou que “pirâmides eram legalizadas na Rússia naquela época”. [2]

DENIS PUSHILIN, UM POLITICO REACIONÁRIO

Denis Pushilin é um político dos mais claramente reacionários, e controla uma parte crucial das forces armadas novorrussas. Mesmo que possamos ter sérias dúvidas de que a prisão dos três primeiros militantes do Borotba tenha sido um erro, a prisão de uma figura de alto escalão, como Alexei Albu, não pode ser um erro. A intenção expressa é entregá-los para Kiev, porque eles são “espiões”, o que vai levar inevitavelmente à morte deles.

Este ato é outra tentativa de Putin e seus aliados na República Popular de Donetsk, em primeiro lugar Pushilin, para fechar um acordo com o imperialismo dos EUA e da UE pelas costas da classe trabalhadora de Donetsk. Para conseguir isso, é preciso eliminar ou intimidar os adversários mais militantes e de esquerda, que lutam tanto contra Kiev quando contra o governo nacionalista burguês corrupto de Putin e seus aliados de Donetsk. Não é acidente que, na reunião de 11 de novembro, em que Alexei falou de maneira tão emocionante que foi aplaudido de pé, o porta-voz do Partido Comunista Ucraniano, stalinista, fez uma intervenção assustadoramente capitulacionista, como é relatado no mesmo site, In Defense of Marxism:

“É preciso mencionar a segunda intervenção do representante do Partido Comunista Ucrianiano, Anatolii Sokoliuk, onde ele pareceu subestimar o significado reacionário da bandeira vermelha e negra do Exército Insurgente Ucraniano (que colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e cometeu atrocidades contra a população judia e polonesa) e até mesmo disse que o símbolo do Batalhão de Azov, a runa wolfsangel das SS, não era “maligno”. Temos que discordar aqui, porque tais símbolos agora serem conhecidos e usados por toda Ucrânia, e até tolerados pelo Estado, é muito perigoso, como a própria perseguição ao Partido Comunista Ucraniano mostra.” [3]

Estes sequestros devem ser vistos à luz das atuais “negociações de paz”, que levaram à troca de um grande número de prisioneiros de guerra, mas também como a preparação do imperialismo para a próxima série de ataques à Novorrúsia e à própria Rússia.

Alguns membros do Socialist Fight participaram daquela reunião e podem testemunhar que a intervenção foi realmente assustadora e que o discurso do porta-voz oficial do PC Ucraniano mostra a preparação da direção para trair abertamente a luta em Donetsk. O seu antigo apoio ao oligarca corrupto Yanukovich mostra a orientação política do PCU e a sua preparação para trair os seus próprios militantes de base, assim como a classe trabalhadora do Donetsk.

Mas o imperialismo está aproveitando a fraqueza e a traição. Em 22/12, soubemos que:

"O president do Cazaquistão chegou em visita oficial hoje, e temos o presidente da Bielorrúsia e o do Cazaquistão coordenando as suas ações com a Ucrânia antes da viagem a Moscou”, disse Poroshenko. [4]

As eleições em Moldávia mostraram um colapso político semelhante do Partido Comunista lá:

“As eleições foram uma vitória para o bloco pró-integração europeia. As eleições representaram uma derrota significativa para o Partido dos Comunistas da República da Moldávia (PCRM), já que eles passaram de 38 para 21 deputados, enquanto um antes pequeno rival russófilo, o Partido dos Socialistas da República da Moldávia (PSRM), ganhou a maioria das cadeiras.”

O Partido dos Comunistas da República da Moldávia (PCRM) foi o grande perdedor, porque apoiou a integração europeia e o seu rival de esquerda e pró-russo, o Partido dos Socialistas da República da Moldávia (PSRM), foi o grande vencedor, por causa da sua oposição ao imperialismo ocidental.

TERRÍVEL PERIGO

A classe trabalhadora organizada de Donetsk está agora em terrível perigo de sofrer uma grande derrota nas mãos de políticos burgueses cínicos que tiveram a má sorte de serem pegos pela guerra civil, e que estão determinados a impedir que a luta “antifascista” se transforme numa revolução socialista, ou que uma direção socialista revolucionária surja a partir do Borotba ou de outro setor.

Devemos rejeitar explicitamente a predominância de concepções como a da “Grande Guerra Patriótica” na Segunda Guerra, quando Stálin se aliou com Churchill e Roosevelt contra Hitler e a revolução. Uma aliança sob o domínio político das forças burguesas que agora dominam o Donbass só pode levar às derrotas que essa política levou na França em 1934 e Espanha em 1939. E uma perspectiva socialista revolucionária pode evitar a perspectiva fatal do compromisso com o imperialismo, que vemos no PCU e no PCRM, para mencionar só dois."

O Borotba está tateando no seu caminho até o socialismo revolucionário, e tem os melhores lutadores, mais corajosos e mais à esquerda e, por isso, eles são o alvo, não somente dos fascistas do regime de Kiev, mas também dos contrarrevolucionários dentro da própria República Popular de Donetsk, principalmente Pushilin e os seus aliados.


Somente estabelecendo a independência da classe trabalhadora, sob a perspectiva da revolução permanente, ou seja, só a classe trabalhadora tem o verdadeiro interesse em dirigir a luta antiifascista e antiimperialista, e só uma frente única antiimperialista pode ganhar os melhores elementos de Donetsk para derrotar a contrarrevolução interna e enfrentar os fascistas de Kiev com entusiasmo revolucionário e perspectiva de ganhar os trabalhadores do Oeste. Esta é a perspectiva que vai derrotar os fascistas de Kiev, a contrarrevolução que está emergindo na Rússia e começará um processo revolucionário na Europa e no mundo inteiro.

Andrés NIN Pérez, ex-secretario geral da C.N.T. e dirigente do Partido Obrero Unificado Marxista. Ainda que tenhamos diferenças com a política do POUM, Nin foi destacado militante da defesa dos interesses da classe trabalhadora, apresentado por seus algozes da Frente Popular como um traidor e espião de Franco ou de Hitler ou de ambos, para justificar a repressão feroz contra qualquer dissidência.
Temos que aprender a lição da Revolução Espanhola de 1934-39. Essa é a tarefa da revolução e, para realizá-la, devemos derrotar a contrarrevolução dentro de Donetsk e Luhgansk.

“Onde está Andrés Nin?”, o famoso grafite dos poumistas de 1937, em Barcelona, exigindo o paradeiro de Anreas Nin, seu líder. Contra o qual os stalinistas escreviam abaixo: "Em Salemanca ou Berlin" - ou seja, com os fascistas. Na verdade, os stalinistas haviam sequestrado e turturado-o até à morte.
A nossa tarefa imediata agora, nesse caminho, é exigir a libertação dos quarto militantes do Borotba e a derrota da conspiração que os prendeu. Como na Espanha, quando Andreu Nin, o dirigente do POUM, foi sequestrado, torturado e assassinado pelos stalinistas para que Stálin pudesse assinar o seu pacto com Hitler em 1939, hoje levantamos a palavra de ordem, ¿Dónde está Borotba?

- Abaixo Denis Pushilin e o Batalhão de Vostok! - Criar Autodefesas Operárias e Conselhos Operários para defender a revolução
- Não à colaboração de classes, sim à Frente Única Antiimperialista!
- Construir uma Campanha de Solidariedade Internacional para defender a República Popular do Donetsk e toda a região do Donbass!
Abaixo está a carta de Greg Butterfield: Apelo aos representantes de Donetsk:

Notas
[1] In Defence of Marxist London meeting hears eyewitness account of the Odessa massacre + VIDEO http://www.marxist.com/london-meeting-hears-eyewitness-account-of-the-odessa-massacre-video.htm
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Denis_Pushilin
[3] In Defence of Marxist London meeting hears eyewitness account of the Odessa massacre + VIDEO http://www.marxist.com/london-meeting-hears-eyewitness-account-of-the-odessa-massacre-video.htm
[4] Source: http://en.censor.net.ua/n317454

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

GRÉCIA EM COLAPSO APOSTA NA ESQUERDA “RADICAL”

                                                                                         por Beth Monteiro
O colapso do governo grego com a recusa do Parlamento em aprovar o candidato a presidente, Stavros Dimas, na prática, derrubou o governo da coligação Nova Democracia e PASOK e forçou uma nova eleição geral : mais uma tentativa de ganhar tempo para que a burguesia possa se reorganizar para seguir com a política de ajustes brutais contra os trabalhadores, impostos pela "troika" que resultou em pobreza, desemprego, e falência do país.
Boa parte da burguesia grega está depositando, agora, no SYRIZA, a "Coalizão da Esquerda Radical", suas esperanças de evitar uma crise revolucionária . Por outro lado, o SYRIZA é visto como a tábua de salvação para os trabalhadores e jovens desempregados gregos.
A chamada grande imprensa dá um toque venenoso ao jogar pânico nos conservadores (que a esta altura já são minoria) comparando a eleição de um primeiro-ministro do SYRIZA como o estabelecimento do comunismo na Grécia, embora este esteja muito longe disto, pois tanto o SYRIZA como seu líder, Tsipras, defendem o capitalismo e só cumprirão um papel para a burguesia: combater a onda de oposição popular que ameaça se espalhar por toda a Europa.
Tsipras deixa muito claro sua posição. Só não ver quem não quer. Pouco tempo atrás ele declarou à agência Reuters que SYRIZA vai libertar os mercados e que se comprometia a negociar com a "troika "e chegar a um acordo com os bancos europeus. Até o “insuspeito” The New York Times disse, em um de seus editoriais, que só o SYRIZA poderia salvar a Grécia e que este não ameaça em praticamente nada os interesses dos Estados Unidos.
Este elogio do The Times não é por acaso. SYRIZA propõe reestruturar a dívida grega de uma forma a proteger os bancos, garantindo que a dívida pública será paga.
Não gosto de ser desmancha prazeres, mas é preciso ser realista. Nada pode ser resolvido nos marcos do capitalismo. Se a esquerda iludida e ilusória seguir este roteiro desgastado , nada poderá fazer. Grécia não é Brasil, nem Rússia e não tem mais margem de manobra; é um dos elos mais fracos do subimperialismo europeu e se continuar subordinada aos interesses dos bancos e corporações gigantes, o SYRIZA , caso seja vencedor nas próximas eleições, repetirá o roteiro cansativo da Nova Democracia e PASOK.
Qualquer pessoa com um mínimo de formação , ou militância marxista revolucionária, sabe que a única solução para os trabalhadores gregos é a construção de uma Partido Revolucionário que possa de fato desenvolver, junto com os trabalhadores, a Economia Planificada ( Socialismo).
Mas é preciso não se deixar levar pelo sectarismo (SYRIZA é traidor) e pelo oportunismo (com SYRIZA faremos a Revolução Socialista), se ligar às massas insurrectas e fazer esta experiência com elas, apresentando um Programa para a Revolução Socialista que estas compreendam e estejam dispostas a lutarem por ele.
GRÉCIA EM COLAPSO APOSTA NA ESQUERDA “RADICAL”

O colapso do governo grego com a recusa  do Parlamento  em  aprovar o candidato a presidente, Stavros Dimas, na prática, derrubou o governo da coligação Nova Democracia e PASOK e  forçou  uma nova eleição geral :  mais uma  tentativa de ganhar tempo para que a burguesia  possa se  reorganizar para seguir com  a  política de ajustes brutais contra os trabalhadores, impostos pela  "troika"  que resultou em pobreza,  desemprego, e falência do país.

Boa parte  da burguesia grega  está depositando, agora, no  SYRIZA, a "Coalizão da Esquerda Radical", suas esperanças de  evitar uma crise revolucionária . Por outro lado, o SYRIZA  é  visto como a tábua de salvação para os  trabalhadores e jovens  desempregados  gregos.

A chamada grande imprensa dá um toque venenoso ao jogar pânico nos conservadores (que a esta altura já são minoria) comparando a  eleição de um primeiro-ministro do SYRIZA como  o estabelecimento do comunismo na Grécia, embora este esteja muito longe disto, pois tanto o  SYRIZA  como  seu líder, Tsipras, defendem o  capitalismo  e só cumprirão um papel para a burguesia: combater a onda de oposição popular que ameaça se espalhar por toda a Europa. 

Tsipras deixa muito claro sua posição. Só não ver quem não quer. Pouco tempo atrás ele declarou à agência Reuters que  SYRIZA vai   libertar os mercados e  que se comprometia a  negociar com a "troika "e chegar a um acordo com os bancos europeus. Até o “insuspeito”  The New York Times   disse, em um de seus editoriais, que só o  SYRIZA  poderia salvar a Grécia e que este não ameaça em praticamente  nada os interesses dos Estados Unidos.

Este elogio do The Times não é por acaso. SYRIZA  propõe reestruturar a dívida grega de uma forma a proteger os bancos, garantindo que  a dívida pública  será paga.

Não gosto de ser desmancha prazeres, mas é preciso ser realista. Nada pode ser resolvido  nos marcos do capitalismo. Se a esquerda iludida e ilusória seguir este roteiro desgastado , nada poderá fazer. Grécia não é Brasil, nem Rússia e não tem mais margem de manobra; é um dos elos mais fracos do subimperialismo europeu  e se continuar subordinada aos  interesses dos bancos e corporações gigantes, o  SYRIZA  , caso seja vencedor nas próximas eleições, repetirá o roteiro cansativo da  Nova Democracia e PASOK.

Qualquer pessoa com um mínimo de formação , ou militância  marxista revolucionária, sabe que a única solução para  os trabalhadores gregos é a construção de uma Partido Revolucionário que possa de fato  desenvolver, junto com os trabalhadores, a  Economia Planificada ( Socialismo). 

Mas é preciso  não se deixar levar pelo sectarismo (SYRIZA é  traidor) e  pelo oportunismo (com SYRIZA faremos a Revolução Socialista), se ligar às massas insurrectas e fazer esta experiência  com elas, apresentando  um Programa para a Revolução Socialista que estas compreendam e estejam dispostas a lutarem por ele.

Beth Monteiro