por Luiz Carlos de Oliveira
A crise veio pra ficar um tempo considerável no Brasil. Ao passo que os juros aumentam e a inflação persiste, os trabalhadores se vêem obrigados a reduzir o consumo para não cair na inadimplência, até porque cresce o desemprego e os trabalhadores temem por seus postos de trabalho; sabem que o desemprego os deixaria numa situação ainda mais vulnerável.
Enquanto a inflação
corroi os medíocres salários, as tarifas de serviços aumentam em
ritmo alucinante. Água, luz, alugueis, assistência medica, etc,
tudo aumenta. Quem trabalha torce pra não ficar desempregado num
momento tão delicado quanto este. Quem não trabalha, se vê obrigado
a entrar na informalidade e defender com unhas e dentes seus ganhos. Óbvio que ninguém quer passar dificuldades, ter água ou luz
cortadas, ter o nome no SPC / Serasa ou situação parecida.
Enquanto isso o
governo se queixa de má sorte e se esconde por detrás da crise na
tentativa de se isentar de suas responsabilidades políticas. A
situação lastimável do povo pobre não sensibilzou Dilma e o PT.
Pelo contrário, o governo petista age como direita pra não ser
derrubado pela direita fascistoide e assim continuar a frente da
presidência.
Ou seja, estamos
diante de uma situação alarmante, e, em vez de termos um governo
que defenda os interesses e os direitos dos trabalhadores, amargamos
um governo altamente submisso às elites, um governo que corta verbas,
garante superávit primário, paga juros da divida, etc... uma longa
lista de ``bons serviços`` à maquina oficial de desigualdade do
estado burguês.
É triste constatar
isso, pelo simples fato de constatarmos isso desde que nos entendemos
por gente. Uma coisa ou outra muda um pouco: os nomes dos novos
personagens políticos, os números oscilantes da economia, enfim...
mas a desgraca da classe trabalhadora parece não ter fim. Às vezes as
coisas parecem melhorar um pouco, a muito custo, é verdade, mas tão
logo o trabalhador toma um fôlego, já vem pancada de cima...
A depender dos
patrões milionários e dos politiqueiros financiados por eles, tudo
seguirá do mesmo modo. Ou o trabalhador brasileiro toma as rédeas
do estado e da economia ou morre na penúria, sem dignidade, sem
perspectiva.
Se a luta de classes
não avançar para maiores enfrentamentos, com chances reais de
sublevação e poder populares, com uma esquerda coesa e
revolucionária a frente de um processo de emancipação, teremos
sérios problemas existenciais. Do jeito que a coisa anda, ou a gente
morre na penúria ou morre de tédio por se repetir tanto quanto à analise conjuntural. Enquanto isso, me reservo o direito de lastimar o quanto puder e tomar altas doses de antidepressivo.
Obs: O capitalismo
deprime mesmo.
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