quarta-feira, 15 de julho de 2015

Tempos deprimentes


                                                                                   por Luiz Carlos de Oliveira

A crise veio pra ficar um tempo considerável no Brasil. Ao passo que os juros aumentam e a inflação persiste, os trabalhadores se vêem obrigados a reduzir o consumo para não cair na inadimplência, até porque cresce o desemprego e os trabalhadores temem por seus postos de trabalho; sabem que o desemprego os deixaria numa situação ainda mais vulnerável.
Enquanto a inflação corroi os medíocres salários, as tarifas de serviços aumentam em ritmo alucinante. Água, luz, alugueis, assistência medica, etc, tudo aumenta. Quem trabalha torce pra não ficar desempregado num momento tão delicado quanto este. Quem não trabalha, se vê obrigado a entrar na informalidade e defender com unhas e dentes seus ganhos. Óbvio que ninguém quer passar dificuldades, ter água ou luz cortadas, ter o nome no SPC / Serasa ou situação parecida.
Enquanto isso o governo se queixa de má sorte e se esconde por detrás da crise na tentativa de se isentar de suas responsabilidades políticas. A situação lastimável do povo pobre não sensibilzou Dilma e o PT. Pelo contrário, o governo petista age como direita pra não ser derrubado pela direita fascistoide e assim continuar a frente da presidência.
Ou seja, estamos diante de uma situação alarmante, e, em vez de termos um governo que defenda os interesses e os direitos dos trabalhadores, amargamos um governo altamente submisso às elites, um governo que corta verbas, garante superávit primário, paga juros da divida, etc... uma longa lista de ``bons serviços`` à maquina oficial de desigualdade do estado burguês.
É triste constatar isso, pelo simples fato de constatarmos isso desde que nos entendemos por gente. Uma coisa ou outra muda um pouco: os nomes dos novos personagens políticos, os números oscilantes da economia, enfim... mas a desgraca da classe trabalhadora parece não ter fim. Às vezes as coisas parecem melhorar um pouco, a muito custo, é verdade, mas tão logo o trabalhador toma um fôlego, já vem pancada de cima...
A depender dos patrões milionários e dos politiqueiros financiados por eles, tudo seguirá do mesmo modo. Ou o trabalhador brasileiro toma as rédeas do estado e da economia ou morre na penúria, sem dignidade, sem perspectiva.
Se a luta de classes não avançar para maiores enfrentamentos, com chances reais de sublevação e poder populares, com uma esquerda coesa e revolucionária a frente de um processo de emancipação, teremos sérios problemas existenciais. Do jeito que a coisa anda, ou a gente morre na penúria ou morre de tédio por se repetir tanto quanto à analise conjuntural. Enquanto isso, me reservo o direito de lastimar o quanto puder e tomar altas doses de antidepressivo.
Obs: O capitalismo deprime mesmo.


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