por Mário Medina/ RPR- São Paulo
Curioso ver os mensaleiros petistas reclamando por ter de amaragar as dependências e regras da penitenciária da Papuda. Esse sistema penitenciário que os abriga também é fruto de seus 10 anos no poder. E eles ainda tem uma tremenda mordomia, e contam com um serviço advocatício de primeira linha.
Muito esperto o advogado de Zé Dirceu. O sujeito entrou com um pedido no STF para que seu cliente ''trabalhe'' durante o dia em um hotel 4 estrelas, que fica a menos de dois quilômetros da esplanada dos ministérios. Ou seja, ao invés da Papuda, Dirceu passaria seus dias nas confortáveis instalações de um hotel de luxo. Alguém aí acredita que Dirceu vai trabalhar na função de gerente administrativo do hotel?
E Genuíno sendo tratado pela militância petista como se fosse um herói, um mártir, um injustiçado, um pobre coitado que é cardiopata e que tem de voltar pra casa...
Ora, será que vão ludibriar a população e fazê-la acreditar que esses picaretas não são criminosos de colarinho branco que até pouco tempo subtraíam dinheiro público?
O fato da ação penal 470 ser um julgamento de exceção, no sentido de que enquadra os petistas mensaleiros em penas que não alcalçam os mensaleiros demo-tucanos, os responsáveis pelo propinoduto tucano em São Paulo, etc, não faz dos criminosos da cúpula do PT inocentes que merecem alguma consideração.
Mas a esquerda revolucionária, a vanguarda da revolução brasileira, tem batido nessa tecla: a justiça só será feita completamente quando for igual para todos, pobres ou ricos, tucanos ou petistas, velhas figuras das oligarquias ou pelegos içados à condição de estadistas.
A esquerda não vai sair por aí comemorando que Dirceu e sua trupe estão presos. Nada mais previsível do que isso. A partir do momento em que o PT abraça o regime democrático burguês e aceita ser testa de ferro da alta burguesia no governo, assume o risco de ser traído, de ser ou não ser tratado com leniência por determinadas frações da burguesia. A verdade é que o PT é o filho bastardo do regime, que se beneficiou de uma concessão à frente popular em um momento débil do regime frente aos descontentamentos da massa.
A direita tradicional não aceita o passado proletário do PT, e, em certo sentido, quer queimar a imagem de um PT que defendia a ética na política, quando na verdade, não há como entrar no jogo sujo da politicagem burguesa sem se enlamear até o pescoço. E isso todos sabem.
Queremos ver agora como ficará Joaquim Barbosa nessa história. Porque ele foi convidado por Aécio a se filiar ao PSDB e se candidatar ao governo de Minas Gerais, o que o deixaria numa situação delicada, haja visto que ficaria ainda mais evidente sua ligação com a tucanada e sua má vontade em encaminhar os julgamentos que envolvem o PSDB.
Não tem santo nessa história. Executivo, legislativo, judiciário, todos os poderes dessa republiqueta de banana estão envolvidos em altas maracutaias, em um jogo sem fim de financiamentos de campanha e trocas de favores. Eles são todos mensaleiros!
O PT abdicou da luta e quis entrar no ringue do poder do capital. Agora não pode reclamar de má sorte.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Sobre os mensaleiros
por Beth Monteiro/ RPR-Rio de Janeiro
MENSALEIROS PETISTAS E TUCANOS. Eles não se preocuparam comigo. Por que vou me preocupar com eles?
Para aprovar as primeiras reformas neoliberais de ataques aos direitos dos trabalhadores e de entrega do patrimônio público, o governo FHC comprou alguns parlamentares que “precisavam” de garantias porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.
Para aprovar medidas neoliberais prejudiciais aos trabalhadores, o governo Lula comprou parlamentares que “precisavam” de alguma garantia porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.
AGORA, QUEREM QUE OS TRABALHADORES, aposentados e pensionistas do INSS, que foram prejudicados com essas negociatas, se comovam com a “crueldade” que está sendo praticada contra seus algozes.
É estarrecedor isso. Perderam completamente a vergonha na cara.
NÃO IMPORTA PARA OS TRABALHADORES, PROFUNDAMENTE PREJUDICADOS COM AS REFORMAS NEOLIBERAIS DO GOVERNO FHC E DE LULA, de onde vieram os ataques, se da direita ou da “esquerda”. A única diferença é que os ataques da direita não podemos chamar de traição, pois fizeram e fazem exatamente o que se propõe a fazer de acordo com a classe social que representam. Mas os ataques ”esquerda”, com certeza, doem muito mais. É muito triste ser apunhalado pelas costas por aqueles que acreditávamos ser nossos aliados.
É CLARO QUE A CONDENAÇÃO E PRISÃO DOS MENSALEIROS DO PT TEM UM DEDO DA DIREITA, que praticou os mesmos crimes. Mas isso não é argumento que inocente os corruptos do PT.
LAMENTAVELMENTE, ESSAS PRISÕES NÃO VÃO SERVIR PARA MUDAR EM NADA a determinação do governo petista em seguir sua política de profundos ataques aos trabalhadores e brutal repressão aos que ousam se manifestar contra tais ataques.
E por ter certeza disso, a direita agiu , TALVEZ PARA MOSTRAR QUE SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO, ao mesmo tempo em que mostrou que, para a burguesia, os gerentões e gerentonas do capital, que emergiram das lutas dos trabalhadores, tem lá seus limites: eles não podem fazer, impunemente, tudo o que os autênticos representantes da burguesia, como o PSDB e correlatos, fazem. Afinal, já passaram 11 anos no poder e os representantes autênticos do capital querem o direito de se locupletarem novamente.
MENSALEIROS PETISTAS E TUCANOS. Eles não se preocuparam comigo. Por que vou me preocupar com eles?
Para aprovar as primeiras reformas neoliberais de ataques aos direitos dos trabalhadores e de entrega do patrimônio público, o governo FHC comprou alguns parlamentares que “precisavam” de garantias porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.
Para aprovar medidas neoliberais prejudiciais aos trabalhadores, o governo Lula comprou parlamentares que “precisavam” de alguma garantia porque votando contra os trabalhadores poderiam perder votos.
AGORA, QUEREM QUE OS TRABALHADORES, aposentados e pensionistas do INSS, que foram prejudicados com essas negociatas, se comovam com a “crueldade” que está sendo praticada contra seus algozes.
É estarrecedor isso. Perderam completamente a vergonha na cara.
NÃO IMPORTA PARA OS TRABALHADORES, PROFUNDAMENTE PREJUDICADOS COM AS REFORMAS NEOLIBERAIS DO GOVERNO FHC E DE LULA, de onde vieram os ataques, se da direita ou da “esquerda”. A única diferença é que os ataques da direita não podemos chamar de traição, pois fizeram e fazem exatamente o que se propõe a fazer de acordo com a classe social que representam. Mas os ataques ”esquerda”, com certeza, doem muito mais. É muito triste ser apunhalado pelas costas por aqueles que acreditávamos ser nossos aliados.
É CLARO QUE A CONDENAÇÃO E PRISÃO DOS MENSALEIROS DO PT TEM UM DEDO DA DIREITA, que praticou os mesmos crimes. Mas isso não é argumento que inocente os corruptos do PT.
LAMENTAVELMENTE, ESSAS PRISÕES NÃO VÃO SERVIR PARA MUDAR EM NADA a determinação do governo petista em seguir sua política de profundos ataques aos trabalhadores e brutal repressão aos que ousam se manifestar contra tais ataques.
E por ter certeza disso, a direita agiu , TALVEZ PARA MOSTRAR QUE SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO, ao mesmo tempo em que mostrou que, para a burguesia, os gerentões e gerentonas do capital, que emergiram das lutas dos trabalhadores, tem lá seus limites: eles não podem fazer, impunemente, tudo o que os autênticos representantes da burguesia, como o PSDB e correlatos, fazem. Afinal, já passaram 11 anos no poder e os representantes autênticos do capital querem o direito de se locupletarem novamente.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
NOTA INTERNÚCLEOS E INTERSETORIAIS SOBRE A COBRANÇA DE TAXA DE OBSERVADOR NO CONGRESSO NACIONAL DO PSOL
A RPR solicitou subscrever a carta que os companheiros emitiram e continua a apoiar iniciativas do tipo.
A participação da militância de base nos Encontros e Congressos partidários é direito assegurado pelo Estatuto do Partido Socialismo e Liberdade. Neste sentido, os núcleos e setoriais abaixo-assinados se colocam contra a deliberação da Secretaria Nacional de Finanças do Partido que determina o pagamento de uma diária de R$ 100,00 (cem reais) para que um militante possa participar do Congresso Nacional na qualidade de observador.
A taxa cobrada pela Direção do Partido, que totaliza R$ 300,00 (trezentos reais) caso o militante observador acompanhe os três dias de Congresso, certamente será elemento impeditivo para a participação de muitos militantes que desejam acompanhar a vida partidária, o que fragiliza de maneira inequívoca a própria democracia interna no PSOL.
Certamente o Partido não pode arcar com os custos de hospedagem e alimentação de todos os militantes, devendo garanti-los, entretanto, aos delegados eleitos. A situação atual, porém, é preocupante na medida em que condiciona a entrada de militantes observadores no local do Congresso ao pagamento da taxa que garante alimentação e hospedagem. Trata-se de uma política sem o mínimo de sentido, pois obriga o militante que deseje se alimentar ou se hospedar em outro lugar a pagar os R$ 300,00 de taxa apenas para ter garantido o seu direito de acompanhar, como observador, o Congresso Nacional, órgão supremo do Partido.
Assim, pelo respeito à militância partidária de base e por respeito, sobretudo, à democracia interna no Partido, reivindicamos transparência nos gastos com alimentação e hospedagem dos delegados e que a determinação de cobrança de taxa de observador seja imediatamente revista.
- Setorial Estadual de Educação – Ceará
- Setorial Estadual Ecossocialista – Ceará
- Setorial Estadual de Juventude – Ceará
- Núcleo Frei Tito de Direitos Humanos, Comunicação e Cultura – Niterói/RJ
- Núcleo Político Independente – Niterói/RJ
- Núcleo de Mulheres – Curitiba/PR
- Núcleo Isegoria – Belo Horizonte/MG
- Núcleo de Juventude – Ponta Grossa/RS
- Núcleo dos Trabalhadores em Educação – Curitiba/PR
- Núcleo Rosa Luxemburgo – Maringá/PR
- Núcleo de Saúde – Curitiba/PR
- Núcleo Vila Mariana – São Paulo/SP
- Núcleo de Juventude – Niterói/RJ
- Núcleo Santa Cecília – São Paulo/SP
A participação da militância de base nos Encontros e Congressos partidários é direito assegurado pelo Estatuto do Partido Socialismo e Liberdade. Neste sentido, os núcleos e setoriais abaixo-assinados se colocam contra a deliberação da Secretaria Nacional de Finanças do Partido que determina o pagamento de uma diária de R$ 100,00 (cem reais) para que um militante possa participar do Congresso Nacional na qualidade de observador.
A taxa cobrada pela Direção do Partido, que totaliza R$ 300,00 (trezentos reais) caso o militante observador acompanhe os três dias de Congresso, certamente será elemento impeditivo para a participação de muitos militantes que desejam acompanhar a vida partidária, o que fragiliza de maneira inequívoca a própria democracia interna no PSOL.
Certamente o Partido não pode arcar com os custos de hospedagem e alimentação de todos os militantes, devendo garanti-los, entretanto, aos delegados eleitos. A situação atual, porém, é preocupante na medida em que condiciona a entrada de militantes observadores no local do Congresso ao pagamento da taxa que garante alimentação e hospedagem. Trata-se de uma política sem o mínimo de sentido, pois obriga o militante que deseje se alimentar ou se hospedar em outro lugar a pagar os R$ 300,00 de taxa apenas para ter garantido o seu direito de acompanhar, como observador, o Congresso Nacional, órgão supremo do Partido.
Assim, pelo respeito à militância partidária de base e por respeito, sobretudo, à democracia interna no Partido, reivindicamos transparência nos gastos com alimentação e hospedagem dos delegados e que a determinação de cobrança de taxa de observador seja imediatamente revista.
- Setorial Estadual de Educação – Ceará
- Setorial Estadual Ecossocialista – Ceará
- Setorial Estadual de Juventude – Ceará
- Núcleo Frei Tito de Direitos Humanos, Comunicação e Cultura – Niterói/RJ
- Núcleo Político Independente – Niterói/RJ
- Núcleo de Mulheres – Curitiba/PR
- Núcleo Isegoria – Belo Horizonte/MG
- Núcleo de Juventude – Ponta Grossa/RS
- Núcleo dos Trabalhadores em Educação – Curitiba/PR
- Núcleo Rosa Luxemburgo – Maringá/PR
- Núcleo de Saúde – Curitiba/PR
- Núcleo Vila Mariana – São Paulo/SP
- Núcleo de Juventude – Niterói/RJ
- Núcleo Santa Cecília – São Paulo/SP
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Outros Junhos virão / Porque é preciso tomar o poder Revolução por etapas ou revolução permanente? Democracia burguesa ou poder popular?
por Mário Medina
Aparentemente os ânimos estão
controlados. Alguns meses após os levantes de Junho as manifestações
de rua seguem, mas agora muito menores do que antes. Foi como se o
povo voltasse ao comum de sua vida. Foi como se a saída desse povo
às ruas fosse apenas um ato isolado, um desses acontecimentos
históricos inusitados que parecem acontecer sem propósito algum,
como num acaso, e que é logo superado e cede lugar aos
acontecimentos costumeiros, como se as coisas retornassem à sua
normalidade depois de um distúrbio imprevisto.
O índice de popularidade de Dilma,
antes drasticamente em queda, agora retoma o fôlego, dando a
impressão de que as medidas tomadas por planalto e congresso
nacional teriam alcançado o resultado aguardado pelas elites, a
saber, diminuir os descontentamentos populares e levar as pessoas de
volta às suas casas, numa falsa aparência de que as coisas no
Brasil estariam se ajeitando.
A inserção de Dilma na TV pra
defender descaradamente o leilão de Libras, afirmando com uma
tremenda cara de pau que aquilo nao se tratava de privatização, e
que os royalties do petróleo seriam os responsáveis por um grande
subsídio para o desenvolvimento da saúde e da educacao, toda essa
conversa fiada do governo, essa manobra eleitoreira, tem data marcada
pra ir por água abaixo.
A palavra de ordem dos cartazes de
Junho pediam saúde e educação no padrão FIFA, ou seja, estava
claro o descontentamento das massas com o descaso nos serviços
públicos, enquanto o governo cedia aos interesses da FIFA, aplicando
vultosíssimas quantias de dinheiro público para erguer estádios
com vocação a elefantes brancos, abdicando assim de qualquer
seriedade no trato da coisa publica, abdicando da soberania nacional
ao passar o projeto da lei geral da Copa, tomando defesa dos
interesses da especulação e das empreiteiras, abrindo espaço para
que milhares de pessoas pobres e carentes tenham suas casas
tratoradas pelas desapropriações e reintegrações de posse.
Mas a Copa do mundo de 2014 nao
passará em brancas nuvens. O descontentamento tende a ser ampliado
com a aproximação dos jogos, porque o povo nao terá paciência de
ver todo esse circo armado enquanto continua com pouquissima
qualidade de vida, enquanto seu suado dinheiro rifado pelos
extorsivos impostos é redirecionado para a farra da burguesia, com
as bênçãos dos picaretas de plantão que parasitam no congresso
nacional, com os politiqueiros que em toda eleição prometem cuidado
e atenção aos mais necessitados para depois virar as costas pra
esse mesmo povo sofrido e conchavar com banqueiros e multinacionais,
latifundiários e empreiteiras que os financiam em suas campanhas, e
por isso mesmo contam com seus serviços e submissão.
A situação é tão critica que não
há outra saída senão as ações diretas, as manifestações de
rua, as ocupações e motins. E o povo tem se dado conta disso. O
povo tem se dado conta de que só é ouvido quando parte pra
radicalização, quando bate de frente com o governo e assume o
enfrentamento. As maquiagens do governo petista e dos politiqueiros
locais tendem a ter curta duração, tendem a se despedaçar frente a
dura realidade, a diluírem diante da materialidade dos fatos. Porque
o povo percebe que os preços aumentam e o salário não, o povo
percebe no caixa do mercado como seu poder de compra é reduzido,
percebe nas filas dos hospitais o quanto a saúde está sucateada,
percebe na escola do filho como o serviço oferecido está abaixo da
demanda e deixa a desejar em qualidade, percebe na superlotação do
transporte público o descaso do poder público por seu bem estar, em
suma, percebe que é adulado em tempos de eleição e vilipendiado
todo o resto de sua vida.
E é tarefa dos movimentos sociais e
da esquerda dar organicidade a todo esse descontentamento, a dirigir
as massas nessa árdua tarefa de por fim ao capital, porque nao
existe vida digna nesse sistema.
O welfarestate nao chegou aqui, e
nao é esse o caso. Mesmo nos países avançados do sistema o bem
estar nao é garantia em tempos de crise. Na Europa o desemprego é
galopante, o arrocho salarial é uma cruel realidade na vida dos
trabalhadores e as medidas de austeridade seguem corroendo direitos
conquistados outrora.
Se o Brasil despertava como uma
potencia mundial, um líder local por seu tamanho e economia
subtancialmente maior que o resto do continente sul-americano,
cumprindo um papel sub-imperialista na região, nada disso garantiu o
seu desenvolvimento. O ciclo é vicioso. Existe o imperialismo norte
americano para nos regular, temos uma burguesia nacional frouxa
frente aos desafios de avanço tecnológico e incremento da produção,
nos fazendo amargar uma subindustrialização e uma economia
majoritariamente dependente da exportação de commodities, o que só
rende capital concentrado nas mãos de uma meia dúzia de
mega-latifundiarios, que além do mais tem o controle do congresso
nacional através da bancada ruralista.
Enquanto isso os pelegos e
centristas cooptam e subornam a esquerda com cargos e benesses, num
sórdido atrelamento ao poder institucional, como é possível notar
com as altas cúpulas da CUT, do MST, entre outros sindicatos e
movimentos de maior envergadura. A direção nao faz jus à base que
tem, pelo contrário, renuncia a luta a ser travada. Sua razão de
ser é a conciliação, pintando de democrático e popular um governo
de frente popular submisso e calhorda.
Fato curioso é ver o PCdoB denegrir
a imagem dos jovens do Black Bloc, dizendo se tratar de um movimento
que tem de ser rechaçado em favor de um suposto estado democrático
de direito. Ora, percebemos nessa argumentação esdrúxula dois
desvios, um teórico e um de caráter. O primeiro é a ilusão de
pensar que deve-se, num processo revolucionário, passar por uma
primeira etapa democrática e antiimperialista, de desenvolvimento
das forças capitalistas de produção nacional, para, aí sim,
aguardar o momento mais oportuno de acirramento da luta de classes
necessário para uma outra etapa de derrubada da burguesia e
implantação do socialismo. Mas nao é o caso do PCdoB, apesar desse
partido martelar a teoria exposta acima. O problema aqui é de
caráter. Para além de uma comodidade política de aguardar o
momento supostamente maduro para a revolução, esse partido, viciado
e degenerado que é, opta deliberadamente pelo oportunismo e pelo
cinismo, tratando os Black Blocs como inimigos de um governo que eles
dizem ser democrático-popular. Ou seja, em troca de cargos no
governo e estatais, todo um aparato que lhes garante uma fatia do
poder, esse partido pinta o governo Dilma como o supra sumo da
democracia popular, o que é uma aberração discursiva, e trata os
Black Blocs como vândalos, bem ao gosto da mídia burguesa e das
elites. Ora, quem são os inimigos aqui, os Black Blocs, jovens
indignados de um sistema perverso e desumano, ou a burguesia nacional
que esfola dia e noite o povo trabalhador?
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