domingo, 1 de março de 2015

GRÉCIA / A solucao é à esquerda!!!

                                                                                                        Por Mário Medina

O Syriza tem a faca e o queijo na mao. Tem o governo e o apoio da populacao. Se fosse uma alternativa realmente progressista, como se dizia antes de chegar ao poder, teria rompido com a UE e se aliado ao bloco eurásico, aos Brics, e aos países nao alinhados. Ou o Syriza rompe com a troika e banca um governo democrático-popular, ou afina diante do Euro pra salvar o capitalismo grego da bancarrota.
Quem me conhece, sabe que sou mais afeito a solucoes revolucionárias e radicais. E, como tenho dito, reformar o capitalismo é tarefa ingrata. Além do mais, foi pra renunciar a austeridade e ao privatismo que esse governo foi eleito. Nos primeiros dias de governo a populacao grega foi a rua pra defender seu país do arbítrio do imperialismo alemao; vimos Tsipras endurecer ao negar sancionar a Rússia e algumas medidas populares inauditas foram anunciadas.
Teve gente que me achou animado demais com a frente popular grega. Mas, como disse, é impressionante ver um governo reformista bancar reformas reais. Governos ``bolivarianos``, por exemplo, pra citar algo da nossa realidade latino-americana, que se afirmam insurgentes contra o imperialismo ianque, estao muito aquém do necessário pra romper com o Tio Sam e o status quo. É só ver por quanto eles sao capazes de vender o barril de petróleo aos EUA, ou como tratam sua classe trabalhadora.
De repente surge um governo de esquerda na Grécia, que resolve se indispor contra a ordem estabelecida, garantindo medidas populares significativas, etc. Evidente que o defenderíamos do imperialismo, dos ataques da direita. Mas em momento algum criamos falsas expectativas nesse governo. Pelo contrário, pontuamos que os trabalhadores gregos deveriam batalhar para que o Syriza efetivasse as promessas de campanha e nao retrocedesse diante das investidas do eurogrupo.
Nesse sentido, endossamos o que havíamos dito: o protagonismo político grego tem de ser tomado nas ruas e nos sindicatos, pela esquerda revolucionária, pressionando o Syriza a jogar um papel progressivo, respeitando a experiencia das massas com a frente popular, pavimentando o caminho da revolucao social naquele país.

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