Os dados estão
no site da receita para que qualquer um tenha acesso. Segundo os dados, 71 mil
brasileiros concentram 22% de toda riqueza. Essa elite representa 0,3% dos
declarantes do imposto de renda em 2013. A concentração da renda no Brasil é de
espantar qualquer um.
Outra coisa que
espanta é notar que os mais ricos pagam menos impostos, enquanto a fatia mais
pobre da população paga mais. A receita aponta que os 72 mil brasileiros mais
ricos são tributados em até 66% de sua renda, enquanto os cidadãos que ganham
até cinco salários mínimos são tributados em 95% de seus ganhos.
Essa
desproporção toda poderia ser corrigida caso houvesse vontade política para
taxar as grandes fortunas. Se o Brasil tributasse lucros e dividendos de sócios
e acionistas de empresas, por exemplo, coisa que acontecia até o ano de 1995, o
país voltaria a arrecadar uma quantia de cerca de 50 bilhões, quase a mesma
quantia que Dilma cortou no atual ajuste fiscal.
Na campanha
presidencial do ano passado, nos acalorados debates de tv, os principais
candidatos ao planalto sequer tocaram no tema. Com exceção dos presidenciáveis
da chamada ultra-esquerda, PSOL, PSTU, PCB e PCO.
Luciana Genro,
única candidata da esquerda a participar dos debates, propunha taxar em 5% as
fortunas que ultrapassam 50 milhões de reais, o que uma parcela da esquerda
julga pouco, mas que já faria uma diferença substancial na receita da união.
A queda da
popularidade de Dilma tem tudo a ver com isso. Em tempos de crise, Dilma foi ao
horário de propaganda e aos debates de tv assegurar que em seu segundo mandato
asseguraria direitos, que não cortaria investimentos e que não elevaria os
juros, entre outras propostas.
Na mesma semana
de sua vitória eleitoral deu ordens de elevar os juros, e em pouco tempo sua
popularidade foi caindo conforme despejava o ônus da crise sobre os ombros dos
trabalhadores.
O PT não tem
vontade política de romper com os banqueiros e rentistas. Pelo contrário, faz
de tudo para garantir as gordas fatias de lucros sobre juros. A dívida
brasileira só faz crescer e Dilma, que tanto acusou os tucanos de plantar
inflação pra colher juros, faz o mesmo jogo da direita agora que é
governo.
Aliás, Dilma só
está no governo porque continua sendo funcional aos desejos da elite financeira
do país. Verdade que uma ampla parcela desta elite prefere a gerência tucana,
mas dificilmente haverá impeachment se Dilma continuar se dispondo a aplicar a
linha política da direita. Como a direita vai batalhar pra derrubar um governo
tão submisso, que abaixa a cabeça e faz todas as suas vontades? Repito, tem a
direita que quer a cabeça de Dilma agora, mas a tendência é sangrarem o PT pra
garantirem seu retorno via eleições de 2018.
Aos
trabalhadores só resta romper definitivamente com o governismo do pelego PT e
viabilizar alternativas de poder popular, com uma auditoria popular da dívida.
Uma auditoria como esta poria a claro que não devemos mas que somos credores da
burguesia sanguessuga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário