quarta-feira, 14 de outubro de 2015

TROTSKY e o ESTADO ISLÂMICO

                                                   Contribuição de Beth Monteiro
 sobre a questão síria e a intervenção russa

NÃO IMPORTA O QUE EU PENSE, ou minhas interpretações da conjuntura mundial. O fato é que a maioria dos povos oprimidos, neste momento, está festejando Putin e a determinação da Rússia em combater os mais execráveis terroristas fascistas que atuam na Síria. Que importância pode ter se gostamos ou não de Putin? Neste momento, o que está em jogo é a divisão da Síria em vários califados reacionários e fascistas ou a preservação de um Estado laico que pode vir a ser democrático.
Existem duas forças capitalistas disputando a hegemonia do mundo: de um lado, o Estados Unidos e aliados como União Europeia, Arábia Saudita, Turquia e Monarquias do Golfo Pérsico mais Canadá, Austrália e outros subalternos; do outro lado está a China e a Rússia e alguns aliados hesitantes.
O criador do Exército Vermelho, Leon Trotsky, dizia que não seria possível simplesmente ignorarmos a existência do imperialismo só por não gostar dele, uma vez que seria preciso conviver com esta realidade e adotar a política correta para enfrentá-lo.
Foto de Beth Monteiro. Ser contra o imperialismo é mesma coisa que ser contra o capitalismo. Não existe capitalismo do bem e capitalismo do mal. Do ponto de vista dos trabalhadores, o que existe é a necessidade de adotar a melhor política para avançar na luta pela derrocada do capitalismo/imperialismo.
Na Segunda Guerra Mundial, havia o imperialismo alemão, comandado por Hitler contra os comunistas da União Soviética e contra o imperialismo “democrático” liderado pela Inglaterra, Estados Unidos e aliados.
Os trabalhadores, sob a influências dos Partidos Comunistas, em vários países, optaram por lutar contra o nazismo de Hitler, em primeiro lugar. Infelizmente, os trotskistas desapareceram do cenário da segunda Guerra Mundial, restando apenas os estalinistas para levar esta luta, mesmo que com seus erros.
A esquerda comunista estalinista brasileira teve que se esforçar para convencer os trabalhadores de que o ditador Getúlio Vargas estava errado em apoiar Hitler e mobilizá-los para pressionar o regime de Vagas a se juntar aos Países aliados ( Reino Unido, União Soviética e Estados Unidos) contra o Eixo: Alemanha, Itália, Japão e aliados.
O nazifascismo de hoje está em Irael, na Arábia Saudita que são apoiados pelos Estados Unidos e União Europeia. De que lado os trabalhadores devem ficar?
É muito cômodo dizer que os trabalhadores não devem optar entre dois imperialismos, mas apenas fazer a REVOLUÇÃO SOCIALISTA, mesmo sabendo que eles não têm condições para isto, no momento. Isto se chama ultimatismo.
Que culpa têm os trabalhadores de todo o mundo se, em mais de 70 anos, os revolucionários trotskistas não foram capazes de dizer a eles o que fazer em determinadas situações? Por isto, agem por instinto; por isto apoiam Assad, na Síria, e as ações da Rússia, como uma tábua de salvação, como a única forma de preservar o país que tanto amam.

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