domingo, 14 de julho de 2013

O papel da vanguarda revolucionária hoje


                                                                                                        por Mário Medina

A mídia capitalista é tendenciosa e maliciosa ao dizer que a greve geral orquestrada pelas centrais foi um tiro saído pela culatra, que não teve adesão das bases e que não chegou a se assemelhar às mobilizações de Junho.
Todavia, precisamos ser realistas e fazer uma auto-crítica. As centrais poderiam ter mobilizado mais e melhor suas bases nos sindicatos. Aliás, deveriam ter posto essa turma na rua há muito tempo, aproveitando o momento oportuno dos levantes Brasil afora.
Nem partidos nem centrais sindicais foram capazes de liderar o processo de insurreição popular pelo qual passou o país. As mobilizações surgiram de forma meio espontânea e horizontal, mas para lograrem maior êxito necessitavam de uma liderança política firme, o que só um partido operário, forjado nas lutas das massas e experimentado politicamente, teria condições de realizar.
A liderança, por um momento, caiu no colo dos meninos do MPL, e eles não tinham a visão tão adiantada e a experiência e consciência necessárias para levar o movimento adiante, o que é típico do movimentismo que regra somente parcelas das lutas populares, ao invés de unir todos os vieses da luta proletária. Caso contrário eles teriam tido a oportunidade de levar o Brasil à um momento politicamente histórico.
Verdade seja dita, o único sujeito político vitorioso nesse momento foi o reacionário, o conservador moralista que posou de progressista pra cooptar a nossa valorosa juventude através de manifestações destemperadas do mais odioso ufanismo imbecilizado. Esse setor conseguiu cumprir seu asqueroso papel de afastar os partidos das manifestações e de protagonizar lamentáveis atos de violência contra os militantes da esquerda.
E, repito, só o partido operário, de tendência revolucionária, pode, efetivamente, encampar uma luta dessa envergadura. No momento, devemos ser sinceros e admitir que fomos incapazes de levar adiante um processo político que poderia nos inserir num período abertamente revolucionário.
Agora nos cabe um trabalho de politização e conscientização da classe trabalhadora, insistindo nos métodos de ação direta e nas manifestações de rua, pra não deixar a chama da revolta popular se apagar e se perder.
Momentos oportunos aparecerão. Tudo isso faz parte do processo político, e temos que vivenciá-lo com toda a esperança revolucionária que nos move a acreditar em um mundo transfigurado pela tomada do poder proletário.


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