quinta-feira, 4 de julho de 2013

Continuar nas ruas e tomar o poder!

                                                                             por Mário Medina

Nunca antes na historia desse país, parafraseando o sapão barbudo,
houveram tamanhas e sucessivas manifestações de rua como as que tem
acontecido nesse ultimo mês. A população em geral resolveu sair às
ruas e manifestar todo seu descontentamento com o governo Dilma e a
a classe política burguesa.
Verdade que o povo desse país não é tão politizado como gostaríamos
que fosse, todavia notamos que ele não é tão alienado como
imaginávamos. Os ventos das mobilizações das classes trabalhadoras do
velho continente, e as revoltas por democracia que varreram o norte da
África e o Oriente Médio, no que ficou conhecido como Primavera Árabe,
chegaram ao Brasil com certo atraso, mas na esteira da crise do
capital financeiro, que é internacional pelo próprio caráter do
capitalismo contemporâneo.
O povo brasileiro cansou de ver seu país como quintal do imperialismo
norte-americano e europeu. Porque de fato o que aconteceu no Brasil
nesse último período foi um maior afluxo dos negócios das grandes
transnacionais que giraram sua exploração em direção aos países de
terceiro mundo, entre eles o Brasil, país de governo entreguista e
submisso, de burguesia atrasada, retrógrada, que não teve forças
suficientes para desenvolver o capitalismo local.
E o povo está cansado de tanta usurpação, está cansado de trabalhar
exaustivamente e ser tratado como boi num pais que só ricos tem
acesso à saúde e educação de qualidade, porque estes não dependem do
serviço público sucateado, como dependem as classes trabalhadoras que
sustentam esse país com o suor de seu rosto e as vultosíssimas
quantias de tributos pagas ao governo.
A paciência do trabalhador brasileiro está mais esgotada que nunca.
Após a ditadura militar, período assombroso de nossa historia, seguida
dos ataques neoliberais desferidos pelo governo tucano de FHC, de toda
a traição do PT, esgotando ainda mais as esperanças do proletariado
com a frente popular, o povo brasileiro se depara com uma situação
social tão trágica, que se vê impelido a tomar uma atitude drástica e
enfrentar os politiqueiros com a única coisa que lhe sobrou, os
métodos de ação direta, como passeatas, ocupações de espaços públicos,
greves e motins.
Numa tentativa desesperada de conter o avanço revolucionário das
massas, o governo do PT foi à mídia munido de um discurso conciliador
e colocou militantes e parlamentares para dizer que o que havia no
país era uma tentativa de golpe da direita, numa tremenda cara de pau,
como se a direita brasileira não estivesse atrelada ao governo do PT.
A verdade é que a maioria da burguesia e da direita compõem e
sustentam o PT no governo, porque, como podemos notar, o governo de
frente popular é a última saída histórica da burguesia para manter
uma aparência de democracia no regime político em que estamos. O PT
era a única saída para manter as aparências com a classe trabalhadora,
justamente por conta de sua base social nos sindicatos e movimentos
sociais.
Agora o intuito do PT é manobrar as massas e a esquerda mais
centrista e ingênua, para não falar dos conspiracionistas inveterados, a sair das ruas e manter a ordem ``natural'' dos
arranjos sociais até então admitidos pela elite que se beneficia do
status quo.
A TR ratifica a necessidade da classe trabalhadora continuar na rua e
arrancar ainda mais projetos de lei que beneficiem a nossa classe,
forçando os políticos a retrocederem nos ataques como o da PEC 37 e do
Projeto Cura Gay. Foi graças a pressão das ruas que esse parlamento
comprado e viciado que temos votou, em apenas uma semana, projetos
políticos da envergadura dos que foram votados. Graças a pressão das
ruas o congresso nacional fez, em uma semana, coisa que não faria em
dez anos de legislatura.
A tarefa da esquerda e das centrais sindicais é chamar greves gerais
e mobilizar continuamente a classe trabalhadora brasileira, agudizando
as lutas e organizando a classe para um momento ainda mais auspicioso
para a tomada do poder pelo proletariado.

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