por Rodrigo do Ó, do Coletivo Lênin
Existem setores da
esquerda que adoram apoiar qualquer tipo de movimento de massas, independente
do conteúdo político. Por isso, muitas correntes por aí apoiaram a derrubada do
Kadafi com apoio da OTAN, a Irmandade Muçulmana na Síria, o golpe militar egípcio,
o golpe de direita na Ucrânia etc. Se é assim no exterior, não poderia deixar
de acontecer a mesma coisa no Brasil. Então, vamos mostrar aqui os melhores
momentos das organizações de esquerda que
participaram dos atos da direita contra a Dilma, no dia 12 de abril.
1) PSTU
Dessa vez, o
prêmio não vai para o PSTU. Com medo de se queimar mais do que já tá queimado,
o partido levantou a palavra de ordem "Chega de Dilma, PMDB, PSDB
etc", que não quer dizer nada, só pra não dizer que não chamou o Fora
Dilma. Além disso, de forma incoerente com a sua política, não participaram dos
atos da direita.
2) Movimento
Negação da Negação
Se o PSTU não teve
coragem de levar à conclusão lógica a sua política de que o PSDB e o PT são a
mesma coisa e chamar Fora Dilma do mesmo jeito que já chamou Fora FHC, o MNN
não teve medo de se misturar com a direita na palavra de ordem. Mas só na
palavra de ordem, porque eles não tiveram coragem de ir aos atos e apanhar como
pessoas com camisa vermelha, até de times de futebol, apanharam
3) Movimento
Revolucionário Socialista
Mais corajoso que
o MNN, o MRS deu uma aula de morenismo para o PSTU. Eles foram para as
manifestações, como mostra a foto abaixo, chamando "trabalhadores ao
poder" diante da base predominante de classe média e militares. Por algum
motivo que a gente não consegue nem imaginar, eles não usaram camisas vermelhas
e não tem nada falando em socialismo nos cartazes.
4) MEPR
Mas os vencedores
são os nossos queridos companheiros do MEPR, que participaram do ato em Belo Horizonte. Também
sem bandeiras vermelhas, eles criticaram não só o governo como as viúvas da
ditadura, assim emblocando com o Movimento Brasil Livre, que também considera
que os manifestantes pró-ditadura queimam o movimento golpista. Estranhamente,
na lista de partidos que eles mencionam, falta o PSDB. Mas não podemos dizer
que o MEPR não é coerente. Bota gente na rua pela derrubada do governo do PT e
não condena ataques à sede do PSTU, mas tenta ganhar o respeito da classe média
anti-PT, militares e da "média burguesia", que eles consideram aliados da revolução de nova democracia.
Depois de rir
muito com essas fotos, nos resta tentar entender como esses setores podem
chegar a posições tão absurdas. Nós do Coletivo Lênin acreditamos é que falta
de contato real com a classe trabalhadora e falta de compreensão do método
marxista de análise da sociedade. Por isso que nós, do CL estamos construindo a
Frente Comunista dos Trabalhadores, que agrupa revolucionários que estão
atuando nos movimentos (metalúrgicos, sem-tetos, professores etc) com a
perspectiva de uma frente antifascista, anti-imperialista e anti-golpista!
A esquerda nanica precisa entender que para desestabilizar um governo é preciso ter uma alternativa de poder, com respaldo político e sustentação. . Caso contrário a direita leva. Foi assim em 1964.
ResponderExcluirA esquerda nanica precisa entender que para desestabilizar um governo é preciso ter uma alternativa de poder, com respaldo político e sustentação. . Caso contrário a direita leva. Foi assim em 1964.
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