domingo, 1 de dezembro de 2013

PODER PARA O POVO! TAILÂNDIA: TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA



                                                                   por Beth Monteiro/ RPR, Rio de Janeiro

Multidões tomaram as ruas de Bangkok em protestos, no início pacíficos, que se transformaram em ocupação dos principais edifícios governamentais.

Os protestos, na Tailândia, seguem por semanas, provocados por um projeto de lei de anistia, que permitiria o retorno de um ex-PM exilado além de perdão para os responsáveis por uma intervenção do exército em comícios sangrentos de 2010, no qual mais de 90 pessoas foram mortas.

O líder da oposição, Suthep Thaugsuba, inicialmente assegurou à polícia que a manifestação seria pacífica: "soprando apitos e distribuindo flores." Mas diante de multidões de mais de 150 mil - a maior desde a última crise política violenta em 2010 - Thaugsuba pediu uma "REVOLUÇÃO DO POVO".

Não se trata apenas de “camisas vermelhas” x “camisas amarelas. Na realidade, a dramática reviravolta na Tailândia é produto da crise econômica global, que está engolindo as chamadas "economias emergentes". No caso da Tailândia, a tendência é o aprofundamento das tensões no interior da classe dominante, entre o poder tradicional centrado na monarquia, militares e aparelho de Estado e a ala liderada pela irmã de Yingluck, premiê deposto no golpe militar de 2006.

Enquanto isso, a maioria da classe trabalhadora se divide entre essas duas opções burguesas, acreditando que o poder está nas ruas, o que já significa um certo avanço da consciência. Em todos os países, onde houve grandiosas manifestações de massa - Tunísia, Egito, Turquia, países europeus, Brasil etc - as massas mobilizadas ainda não foram capazes de construir uma alternativa de classe para a tomada do poder e, também, não enxergam nas tradicionais organizações da esquerda marxista uma alternativa.
E O GRITO “PODER DO POVO, PODER PARA O POVO, PARA FAZER UM MUNDO NOVO” VAI ECOANDO CADA VEZ MAIS FORTE , SUBSTITUINDO O PROLETARIADO PELO SEU GENÉRICO “POVO”.

Observa-se, também, que a esquerda em geral , embora tenha entendido certos aspectos desse novo tipo de mobilização, ainda não conseguiu acertar na sua atuação e inserção, se limitando a aplaudir e idealizar as massas mobilizadas, tentando canalizar as lutas para o processo eleitoral ou , em alguns casos, para a construção partidária. Não é de se estranhar, portanto, que os resultados eleitorais sejam tão diferentes de tudo o que pensa o povo na rua.

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