terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Quem são os verdadeiros criminosos?



                                                                    por Mário Medina
É importante pontuarmos, antes de mais nada, que é óbvio que lamentamos pela trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade. Prestamos nossos pêsames e nossa solidariedade a família e aos colegas. Também não deixamos de estar estarrecidos e consternados com tamanha fatalidade. De fato, é muito triste vermos um pai de família, um trabalhador comum do povo, morrer ao exercer sua profissão.
Todavia, sejamos justos, o incidente não passou de uma tremenda infelicidade. O rapaz que soltou o rojão, não tinha intenção de atingir o cinegrafista. Agora será pego como um bode expiatório, será preso e muito provavelmente cumprirá pena como autor de um delito, mas injustamente, haja visto que não foi um ato deliberado acertar um rojão na cabeça de quem quer que fosse.
Tão lamentável quanto a morte do trabalhador, é o sensacionalismo, este sim deliberado, da mídia burguesa. Curioso ver que rede Globo, e demais emissoras de televisão com relevância Brasil afora, todas elas tem feito estardalhaço e se aproveitado de forma oportunista do incidente da última quinta-feira. E dizemos isso porque a imprensa não deu tanta repercussão aos demais trabalhadores mortos com o advento das obras da copa e as conseqüentes manifestações que tomaram o país.
Operários morreram em diversas construções de estádios, vítimas da ganância dos altos empresários e em nome do lucro a qualquer custo das empreiteiras encarregadas de erigir os estádios para a competição, numa tremenda incompetência do setor privado, acobertada pela conivência e complacência do setor público, que quer passar essa copa goela abaixo da população, com superfaturamentos, investimentos desnecessários e direcionados para a mão de entidades privadas, remoções forçadas e uma longa lista de prejuízos para o lado pobre da sociedade.
Nao é a tôa que a grande mídia se cala diante de tantas atrocidades políticas e se põe a superestimar um acidente como o da manifestação no Rio de Janeiro. Porque a bomba veio do lado dos manifestantes, e não da polícia criminosa de Cabral, é que a mídia emprega tanto enlevo nas críticas aos rapazes portadores do rojão e aos milhares de manifestantes.
Ano passado, na cidade de Belém, uma trabalhadora gari morreu em decorrência de aspirar gás tóxico das granadas de efeito moral da polícia, quando esta dispersava manifestantes que se aproximavam da câmara dos vereadores.
Na época, a mídia noticiou o ocorrido com discrição, pois se tratava de incidente relacionado à repressão e truculência da polícia, e porque se tratava de uma gari, ao contrário de Santiago, este ligado a uma poderosa emissora de TV, a serviço da grande mídia, relacionado com pessoas de influência no meio televisivo.
E agora aparece Dilma, Cabral, Paes, todos tirando proveito com a tragédia alheia, com uma tremenda cara de pau, posando como paladinos de uma ``democracia plural garantidora de direitos e ferrenha inimiga da violência''.
Ora, nada mais patético e imoral, pois que são eles os verdadeiros agentes da violência, a violência institucionalizada do Estado, demagógica, que faz média com a classe média e que apavora e executa jovens pretos das periferias e dos morros.
Nosso posicionamento é de imediata soltura dos jovens acusados de ``assassinato``. Queremos que os verdadeiros criminosos e assassinos sejam penalizados. Quem merece cadeia nessa historia é o fascistoide Cabral, que gerencia uma das polícias mais violentas e preconceituosas do mundo, Paes, que quer passar mais um injusto e criminoso reajuste das tarifas do transporte na cidade do Rio, e Dilma, picareta-mor que tem gerenciado os recursos públicos com mãos abertas para os capitalistas e pífias verbas para os serviços básicos.


E mais: sem direitos, não vai ter copa!

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