domingo, 2 de fevereiro de 2014

AS MINORIAS E A REALIDADE DAS LUTAS DOS TRABALHADORES



 Se nos limitarmos a denunciar as condições de uma determinada minoria ou setor oprimido poderemos, sem dúvida, melhorar essas condições , mas de forma temporária, pois as conjunturas mudam e qualquer conquista, nos marcos do capitalismo, pode ser perdida mais adiante. É contraproducente para não dizer contrarrevolucionário dividir a luta... dos trabalhadores segmentando-a em setores ou minorias.

Negros, mulheres, gays , indígenas, quilombolas etc , antes de tudo, dependem, para sobreviver, de alimentação, terra, habitação, sistema de tratamento de água esgoto, salário digno, transporte, educação, hospitais, vestuário, lazer e, claro, respeito. Sendo a maioria deles e delas, portanto, trabalhadores ou trabalhadoras inteligentes e capazes de lutarem por seus direitos junto com os demais , sem precisarem de tutelas específicas, via de regra, oportunistas.

Nosso apoio e participação nessas lutas não são para defender os direitos dos que pertencem às elites ricas porque, os que ali se sentem oprimidos, também acabarão, de forma pessoal, se beneficiando das lutas das minorias oprimidas e exploradas.

Essa fragmentação que está sendo operada pela burguesia, pelos reformistas, centristas e até por alguns que se reivindicam revolucionários poderá nos levar a UM BECO SEM SAÍDA NUM MOMENTO DE GRANDE CRISE QUANDO O FASCISMO E O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO CRESCEM.

Num hipotético governo conservador que comece a perseguir gays, mulheres e negros, só os trabalhadores, através de seus métodos de luta, como UMA GREVE GERAL, PODERÃO DETER A IRA CONSERVADORA , fundamentalista e preconceituosa. MAS SE O PROLETARIADO NÃO TIVER ESSA COMPREENSÃO, PRATICAMENTE NADA PODERÁ SER FEITO.

Uma luta pode se desenvolver, com força, dentro dos presídios, quando o preconceito, o racismo o apartheid social e a responsabilidade dos governos são desmascarados . Com apoio de partidos ou organizações sindicais e de esquerda, é possível conquistar algum alívio para estes que foram transformados em párias, totalmente coisificados e desprezados pela sociedade de um modo geral. Neste processo, eles tomarão consciência da necessidade de se organizarem , como classe, para reconstruírem suas vidas, haja vista que a esmagadora maioria dos presidiários são jovens negros que cometeram crimes contra o patrimônio ou delitos leves.

Entretanto, um problema tão sério como os dos presidiários não pode ser o centro de atuação de um partido, sindicato ou organização dos trabalhadores. É preciso saber inseri-los na luta pela construção de uma sociedade socialista.

Beth Monteiro

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