por Mário Medina
Ao longo da nossa atual campanha,
dialogando com eleitores, trabalhadores, universitários,
secundaristas, temos ouvido de nossos interlocutores várias
propostas, bem como temos sido indagados em relação à muitos temas.
De fato, era o que esperávamos desse processo, a saber, dialogar com
o conjunto da classe trabalhadora e, assim, termos oportunidade de
explicitar nossa linha política, nosso programa para o período
eleitoral, mas também nossas expectativas revolucionárias para o
país.
Entre estudantes, sejam
secundaristas ou universitários, temos ouvido muitas interpelações
a respeito da legalização da maconha, ao que temos prontamente
colocado nossa solidariedade em relação a pauta. Entre
trabalhadores, de diversos setores, de pessoas que temos encontrado
nos mais diversificados locais de trabalho, transporte, região da
cidade e do estado, temos sido indagados sobre questões classistas
mais pontuais, como salário, jornada de trabalho, etc.
E nossa campanha tem uma clara
inflexão classista, com os eixos do programa de transição, as
escalas moveis de salário e horas de trabalho, colocando para a
classe trabalhadora a necessidade de um rompimento com o atual
sistema econômico e a construção de uma alternativa socialista de
sociedade; o que não nos impede, no entanto, de sermos solidários
com as mais diversificadas pautas democráticas da sociedade.
Temos dialogado com os LGBT`s, com
os usuários de maconha, com as feministas, com minorias de todas as
matizes, e temos reafirmado nossa intenção de dar voz à essas
lutas, ao mesmo passo que afirmamos enfaticamente um posicionamento
classista e revolucionário.
A solução para as liberdades
individuais e democráticas não reside na ordem capitalista, em
supostas melhorias ofertadas pelo capital; mas reside na luta e na
mobilização dos trabalhadores, na construção de um processo
revolucionário que nos emancipe do capital e de suas
arbitrariedades.
Queremos a legalização da maconha
e a descriminalização do uso recreativo de substâncias químicas;
queremos a descriminalização das mulheres que recorrem ao aborto,
bem como queremos que a homofobia e as intolerâncias sejam
criminalizadas; mas queremos, acima de tudo, que todas essas lutas
convirjam para uma libertação integral do povo. É necessário ter
uma visão holística, global. É necessário romper com a atual
ordem das coisas para poder vislumbrar uma real melhoria nas
condições de vida.
Os capitalistas nao querem abrir mão
das gordas fatias de lucro e mais valia; os banqueiros e rentistas
nao querem abrir mãos dos altos juros e rentabilidades; esse governo
entreguista não quer cancelar o pagamento da dívida pública para
destinar recursos para serviços públicos essenciais. É por isso
que o povo padece na miséria; é por isso que tantos milhões nao
tem casa e vivem no meio do esgoto, em favelas, palafitas e moradias
improvisadas.
O povo amarga uma enorme gama de
desrespeitos e privações, porque o capitalismo é assim. É preciso
que muita gente sofra para que uma meia dúzia tenha privilégios
ilimitados. É preciso que milhões permaneçam nos subempregos e
salários medíocres para que uma meia dúzia usufrua dos
super-salários. Isso é da natureza do capitalismo nos países do
terceiro mundo. E mesmo os países avançados, em meio às crises do
capitalismo, retiram direitos de suas classes populares, com arrocho
salarial e medidas de austeridade.
Nesse sentido, fazemos questão de
dizer que nao esperamos nada do capitalismo e de suas eleições, mas
que entramos nesse pleito para nos valer de todos os espaços na luta
pela revolução socialista. Temos plena certeza que nossos direitos
civis mais elementares, nossos salários, nossos trabalhos, nossas
liberdades democráticas e direitos humanos, não virão de supostas
bondades ou da gestão eficiente do capitalismo. Porque o capitalismo é insustentável, e os políticos desse regime caminham em sentido
diametralmente oposto às necessidades dos trabalhadores. Esse
políticos que estão aí são financiados pelos ricos, pelos
banqueiros e altos empresários. Dilma, Marina, Aécio, são todos
farinha do mesmo saco. Querem parecer santos salvadores da pátria,
mas seus telhados são de vidro, suas imagens são minuciosamente
lapidadas por marqueteiros que ganham milhões pra enganar o povo.
Estaremos na rua denunciando tudo
isso, ainda que, tristemente, vez ou outra sejamos confundidos com os
picaretas. Nossa bandeira é a bandeira vermelha da revolução
proletária. Nao negociamos direitos e nos recusamos terminantemente
a aderir ao joguete eleitoral.
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