quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pautas democráticas e eleições numa perspectiva de ruptura comunista



                                                                         por Mário Medina
Ao longo da nossa atual campanha, dialogando com eleitores, trabalhadores, universitários, secundaristas, temos ouvido de nossos interlocutores várias propostas, bem como temos sido indagados em relação à muitos temas. De fato, era o que esperávamos desse processo, a saber, dialogar com o conjunto da classe trabalhadora e, assim, termos oportunidade de explicitar nossa linha política, nosso programa para o período eleitoral, mas também nossas expectativas revolucionárias para o país.
Entre estudantes, sejam secundaristas ou universitários, temos ouvido muitas interpelações a respeito da legalização da maconha, ao que temos prontamente colocado nossa solidariedade em relação a pauta. Entre trabalhadores, de diversos setores, de pessoas que temos encontrado nos mais diversificados locais de trabalho, transporte, região da cidade e do estado, temos sido indagados sobre questões classistas mais pontuais, como salário, jornada de trabalho, etc.
E nossa campanha tem uma clara inflexão classista, com os eixos do programa de transição, as escalas moveis de salário e horas de trabalho, colocando para a classe trabalhadora a necessidade de um rompimento com o atual sistema econômico e a construção de uma alternativa socialista de sociedade; o que não nos impede, no entanto, de sermos solidários com as mais diversificadas pautas democráticas da sociedade.
Temos dialogado com os LGBT`s, com os usuários de maconha, com as feministas, com minorias de todas as matizes, e temos reafirmado nossa intenção de dar voz à essas lutas, ao mesmo passo que afirmamos enfaticamente um posicionamento classista e revolucionário.
A solução para as liberdades individuais e democráticas não reside na ordem capitalista, em supostas melhorias ofertadas pelo capital; mas reside na luta e na mobilização dos trabalhadores, na construção de um processo revolucionário que nos emancipe do capital e de suas arbitrariedades.
Queremos a legalização da maconha e a descriminalização do uso recreativo de substâncias químicas; queremos a descriminalização das mulheres que recorrem ao aborto, bem como queremos que a homofobia e as intolerâncias sejam criminalizadas; mas queremos, acima de tudo, que todas essas lutas convirjam para uma libertação integral do povo. É necessário ter uma visão holística, global. É necessário romper com a atual ordem das coisas para poder vislumbrar uma real melhoria nas condições de vida.
Os capitalistas nao querem abrir mão das gordas fatias de lucro e mais valia; os banqueiros e rentistas nao querem abrir mãos dos altos juros e rentabilidades; esse governo entreguista não quer cancelar o pagamento da dívida pública para destinar recursos para serviços públicos essenciais. É por isso que o povo padece na miséria; é por isso que tantos milhões nao tem casa e vivem no meio do esgoto, em favelas, palafitas e moradias improvisadas.
O povo amarga uma enorme gama de desrespeitos e privações, porque o capitalismo é assim. É preciso que muita gente sofra para que uma meia dúzia tenha privilégios ilimitados. É preciso que milhões permaneçam nos subempregos e salários medíocres para que uma meia dúzia usufrua dos super-salários. Isso é da natureza do capitalismo nos países do terceiro mundo. E mesmo os países avançados, em meio às crises do capitalismo, retiram direitos de suas classes populares, com arrocho salarial e medidas de austeridade.
Nesse sentido, fazemos questão de dizer que nao esperamos nada do capitalismo e de suas eleições, mas que entramos nesse pleito para nos valer de todos os espaços na luta pela revolução socialista. Temos plena certeza que nossos direitos civis mais elementares, nossos salários, nossos trabalhos, nossas liberdades democráticas e direitos humanos, não virão de supostas bondades ou da gestão eficiente do capitalismo. Porque o capitalismo é insustentável, e os políticos desse regime caminham em sentido diametralmente oposto às necessidades dos trabalhadores. Esse políticos que estão aí são financiados pelos ricos, pelos banqueiros e altos empresários. Dilma, Marina, Aécio, são todos farinha do mesmo saco. Querem parecer santos salvadores da pátria, mas seus telhados são de vidro, suas imagens são minuciosamente lapidadas por marqueteiros que ganham milhões pra enganar o povo.
Estaremos na rua denunciando tudo isso, ainda que, tristemente, vez ou outra sejamos confundidos com os picaretas. Nossa bandeira é a bandeira vermelha da revolução proletária. Nao negociamos direitos e nos recusamos terminantemente a aderir ao joguete eleitoral.


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