quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O ''racha'' no Oriente Médio

                                                                                   por Beth Monteiro

IRAQUE, SÍRIA E LÍBIA NÃO EXISTEM MAIS COMO PAÍSES. Foram divididos conforme os planos imperialistas da Casa Branca. O que existe, agora, são territórios em disputa. A única região que sobrou da antiga Síria é a que faz fronteira com Israel que engloba Damasco e região mediterrânea.
O grande problema a ser resolvido pelos Estados Unidos, Israel, Turquia, Arábia Saudita e Qatar é quem deverá governar este território. Se por um lado, Al-Assad está fora de cogitação, por outro, Israel e EUA não confiam totalmente em suas criaturas como Frente Al-Nusra e Daesh (EI).
Enquanto a chamada Oposição Moderada formada pelo ESL (Exército Sirio Livre) se fragmentou e só é capaz de sustentar pequenas escaramuças com os grupos takifirs e com o Exército Árabe Sírio, as diversas correntes do ESL não se entendem sobre quem vai, com a ajuda do imperialismo, ser o fantoche de Washington.
Para o imperialismo e o sionismo, o projeto dividir para dominar não é um conceito absoluto. Tudo depende de que vantagens obterão com isto. Na Ucrânia, por exemplo, os Estados Unidos e Israel são contra a divisão do país como querem os separatistas pró-Rússia. Neste caso, eles usam argumentos totalmente contraditórios.
Sobre a ex-Líbia, ex-Síria e no ex-Iraque, a mídia cúmplice se cala sobre esta divisão, fingindo que ela não existe e que tudo vai ficar bem e que estes países serão restabelecidos graças à ação de seu povo, ou que é preciso respeitar a decisão dos lutadores pela “democracia”. Já na Ucrânia, se aliam aos nazifascistas para tachar a divisão como crime de lesa-pátria inaceitável, uma interferência criminosa da Rússia etc etc.
Nossa opinião, como simples observadores, sem nenhuma influência no terreno, não muda em nada a realidade, nem tem a capacidade de frear a marcha criminosa das grandes corporações que vão dizimando tudo o que encontram pelo caminho que possa atrapalhar seus lucros. Entretanto, podemos tirar algumas lições dos acontecimentos mais repugnantes deste século.
A primeira conclusão é que as massas mobilizadas, armadas ou não, serão inevitavelmente derrotadas se não tiverem à sua frente uma direção firme e centralizada, com um programa que os trabalhadores entendam e queiram lutar por ele; a segunda é que não podemos nos apegar a táticas, mas a estratégias. As táticas podem ser mudadas, quando a realidade muda, a estratégia não. E se temos dois inimigos a enfrentar, é preciso saber qual destes dois inimigos temos que derrotar primeiro e jamais lutar contra os dois inimigos ao mesmo tempo.
PS- O Wall Street Journal (10/01) estampou um mapa, mostrando que Daesh/ ISIS /EI mais do que triplicou a quantidade de território que detém na Síria desde que os EUA começaram a bombardear. Aplausos: “Bom trabalho, rapazes... apenas brilhante!”

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