sábado, 10 de janeiro de 2015

JE NE SUIS PAS CHARLIE! JE NE SUIS PAS STUPIDE!

                                                                                               por Beth Monteiro

Defensores da política externa do Estado Unidos e União Europeia para o Oriente Médio, norte da África e Ucrânia são unânimes em apontar, como responsáveis pelo caso Charlie Hobdo, a extrema-direita francesa capitaneada por Le Pen e ao fundamentalismo islâmico, ao mesmo tempo em fazem algumas críticas ao tipo de humor da Revista por ser ofensivo ao Islã e a outras religiões.
Quanto ao tipo de humor da Revista, não restam dúvidas de que é de péssimo gosto e depreciativo. Algumas charges, ultrapassando a crítica, chegaram a ataques inaceitáveis. Mas é claro que nem por isto os chargistas mereciam ser eliminados. De fato , esse crime é inaceitável e imperdoável.
Mas os defensores da política externa de Washington desviam totalmente esta discussão, cujo foco está na guerra ao terror iniciada por Bush e “aperfeiçoada” por Obama que, na prática, bem poderia ser chamada de Guerra Pelo Terror.
Para os espadachins da casa Branca, a “guerra ao terror” não existe. Centenas ou milhares de grupos takifirs que nasceram dos financiamentos generosos, a partir da matriz Al-Qaeda, são apenas pessoas bem intencionadas e um tanto equivocadas que lutam pela derrubada de ditadores sanguinários. E só fazem algumas críticas ao Daesh ou Estado Islâmico porque o governo norte-americano passou a criticá-lo e a fingir que os combate.
A coisa está clara: a realidade demonstra que os ataques em Paris fazem parte das consequências inevitáveis da “guerra ao terror”, na qual o governo francês está mergulhado até o pescoço. Até o “insuspeito" Jornal da Globo disse que Serviços de Inteligência sabiam do atentado à CH e avisaram uns aos outros , mas "estranhamente" ou por "falha" permitiram que acontecesse. E a Globo justifica: falta de verba e recuo dos serviços de inteligência depois das denúncias sobre torturas e outra atividade ilegais.
“Os atacantes foram sistematicamente protegidos pela polícia .O ataque poderia ter sido evitado. A República é culpada por não responder a ameaças; os atacantes foram sistematicamente protegidos pela polícia” , disse Jeannette Bougrab, namorada do editor da Charlei Hebdo.
A conclusão lógica é que se os atentados em Paris foram praticados por grupos ligados ou nascidos do Al-Qaeda, então NÃO É UM ATENTADO FUNDAMENTALISTA ISLÂMICO porque a multinacional do terror, Al-Qaeda, e sua longa lista de grupos afiliados NÃO É UMA CRIAÇÃO DO "EXTREMISMO ISLÂMICO", mas sim obra da política externa dos Estados Unidos , através da CIA , que usa o "extremismo", como método para doutrinar potenciais militantes com a finalidade de servir a sua agenda.


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