sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

GRÉCIA EM COLAPSO APOSTA NA ESQUERDA “RADICAL”

                                                                                         por Beth Monteiro
O colapso do governo grego com a recusa do Parlamento em aprovar o candidato a presidente, Stavros Dimas, na prática, derrubou o governo da coligação Nova Democracia e PASOK e forçou uma nova eleição geral : mais uma tentativa de ganhar tempo para que a burguesia possa se reorganizar para seguir com a política de ajustes brutais contra os trabalhadores, impostos pela "troika" que resultou em pobreza, desemprego, e falência do país.
Boa parte da burguesia grega está depositando, agora, no SYRIZA, a "Coalizão da Esquerda Radical", suas esperanças de evitar uma crise revolucionária . Por outro lado, o SYRIZA é visto como a tábua de salvação para os trabalhadores e jovens desempregados gregos.
A chamada grande imprensa dá um toque venenoso ao jogar pânico nos conservadores (que a esta altura já são minoria) comparando a eleição de um primeiro-ministro do SYRIZA como o estabelecimento do comunismo na Grécia, embora este esteja muito longe disto, pois tanto o SYRIZA como seu líder, Tsipras, defendem o capitalismo e só cumprirão um papel para a burguesia: combater a onda de oposição popular que ameaça se espalhar por toda a Europa.
Tsipras deixa muito claro sua posição. Só não ver quem não quer. Pouco tempo atrás ele declarou à agência Reuters que SYRIZA vai libertar os mercados e que se comprometia a negociar com a "troika "e chegar a um acordo com os bancos europeus. Até o “insuspeito” The New York Times disse, em um de seus editoriais, que só o SYRIZA poderia salvar a Grécia e que este não ameaça em praticamente nada os interesses dos Estados Unidos.
Este elogio do The Times não é por acaso. SYRIZA propõe reestruturar a dívida grega de uma forma a proteger os bancos, garantindo que a dívida pública será paga.
Não gosto de ser desmancha prazeres, mas é preciso ser realista. Nada pode ser resolvido nos marcos do capitalismo. Se a esquerda iludida e ilusória seguir este roteiro desgastado , nada poderá fazer. Grécia não é Brasil, nem Rússia e não tem mais margem de manobra; é um dos elos mais fracos do subimperialismo europeu e se continuar subordinada aos interesses dos bancos e corporações gigantes, o SYRIZA , caso seja vencedor nas próximas eleições, repetirá o roteiro cansativo da Nova Democracia e PASOK.
Qualquer pessoa com um mínimo de formação , ou militância marxista revolucionária, sabe que a única solução para os trabalhadores gregos é a construção de uma Partido Revolucionário que possa de fato desenvolver, junto com os trabalhadores, a Economia Planificada ( Socialismo).
Mas é preciso não se deixar levar pelo sectarismo (SYRIZA é traidor) e pelo oportunismo (com SYRIZA faremos a Revolução Socialista), se ligar às massas insurrectas e fazer esta experiência com elas, apresentando um Programa para a Revolução Socialista que estas compreendam e estejam dispostas a lutarem por ele.
GRÉCIA EM COLAPSO APOSTA NA ESQUERDA “RADICAL”

O colapso do governo grego com a recusa  do Parlamento  em  aprovar o candidato a presidente, Stavros Dimas, na prática, derrubou o governo da coligação Nova Democracia e PASOK e  forçou  uma nova eleição geral :  mais uma  tentativa de ganhar tempo para que a burguesia  possa se  reorganizar para seguir com  a  política de ajustes brutais contra os trabalhadores, impostos pela  "troika"  que resultou em pobreza,  desemprego, e falência do país.

Boa parte  da burguesia grega  está depositando, agora, no  SYRIZA, a "Coalizão da Esquerda Radical", suas esperanças de  evitar uma crise revolucionária . Por outro lado, o SYRIZA  é  visto como a tábua de salvação para os  trabalhadores e jovens  desempregados  gregos.

A chamada grande imprensa dá um toque venenoso ao jogar pânico nos conservadores (que a esta altura já são minoria) comparando a  eleição de um primeiro-ministro do SYRIZA como  o estabelecimento do comunismo na Grécia, embora este esteja muito longe disto, pois tanto o  SYRIZA  como  seu líder, Tsipras, defendem o  capitalismo  e só cumprirão um papel para a burguesia: combater a onda de oposição popular que ameaça se espalhar por toda a Europa. 

Tsipras deixa muito claro sua posição. Só não ver quem não quer. Pouco tempo atrás ele declarou à agência Reuters que  SYRIZA vai   libertar os mercados e  que se comprometia a  negociar com a "troika "e chegar a um acordo com os bancos europeus. Até o “insuspeito”  The New York Times   disse, em um de seus editoriais, que só o  SYRIZA  poderia salvar a Grécia e que este não ameaça em praticamente  nada os interesses dos Estados Unidos.

Este elogio do The Times não é por acaso. SYRIZA  propõe reestruturar a dívida grega de uma forma a proteger os bancos, garantindo que  a dívida pública  será paga.

Não gosto de ser desmancha prazeres, mas é preciso ser realista. Nada pode ser resolvido  nos marcos do capitalismo. Se a esquerda iludida e ilusória seguir este roteiro desgastado , nada poderá fazer. Grécia não é Brasil, nem Rússia e não tem mais margem de manobra; é um dos elos mais fracos do subimperialismo europeu  e se continuar subordinada aos  interesses dos bancos e corporações gigantes, o  SYRIZA  , caso seja vencedor nas próximas eleições, repetirá o roteiro cansativo da  Nova Democracia e PASOK.

Qualquer pessoa com um mínimo de formação , ou militância  marxista revolucionária, sabe que a única solução para  os trabalhadores gregos é a construção de uma Partido Revolucionário que possa de fato  desenvolver, junto com os trabalhadores, a  Economia Planificada ( Socialismo). 

Mas é preciso  não se deixar levar pelo sectarismo (SYRIZA é  traidor) e  pelo oportunismo (com SYRIZA faremos a Revolução Socialista), se ligar às massas insurrectas e fazer esta experiência  com elas, apresentando  um Programa para a Revolução Socialista que estas compreendam e estejam dispostas a lutarem por ele.

Beth Monteiro

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