quinta-feira, 6 de novembro de 2014

NEM TODO GOLPE É MILITAR


                                                                        por Beth Monteiro

Desde o início do governo do PT ( Frente Popular) existe esta disputa com o PSDB incentivando a desestabilização do governo petista; para isto, conta com a ajuda das organizações Globo, da Revista Veja e de toda a chamada grande imprensa corporativa burguesa.
Ao que tudo indica, desta vez a paciência deles, com a não alternância de poder, chegou ao limite, com vários grupos da classe média de direita e figuras de extrema direita tentando reverberar esta insatisfação, chamando um golpe militar, o que acabou resultando num recuo do próprio PSDB e aliados que sempre se colocaram como defensores da democracia burguesa.
A oposição de direita à Frente Popular seguirá com sua campanha de sempre: buscar enredar a presidente Dilma em um escândalo de corrupção para armarem um impeachment ao estilo “Fora Collor” com direito a caras pintadas e tudo o mais. Aliás, os republicanos tentaram isto pelo menos umas três vezes contra o presidente Obama, do partido Democrata.
O golpe parlamentar de direita, ocorrido em junho de 2012, no Paraguai , que depôs o presidente Fernando Lugo, através de um impeachment, foi gestado em silêncio, a tal ponto que nem os partidos de esquerda pressentiram que isto iria acontecer.
Não obstante, existiram alguns elementos conjunturais, no Paraguai, que não estão presentes na atual situação brasileira: a intensificação da luta dos camponeses por acesso à terra; o aperto contra a utilização de sementes transgênicas, o que despertou a ira da Monsanto; a taxação à exportação de commodities; proibição da pulverização de agrotóxicos por aviões; a tentativa de realização da reforma agrária como forma de reduzir a escandalosa concentração de terras (82% da terra nas mãos de 2% da população); a proposta de retorno da Venezuela ao Mercosul e a exigência de mais democracia participativa, por parte da população.
Como Dilma não está fazendo nada pela Reforma Agrária, não se opõe ao uso indiscriminado de agrotóxicos e sementes transgênicas, não está propondo maiores taxações para a exportação das commodities, enfim não toma nenhuma medida que possa minimamente diminuir o lucro dos bancos e transnacionais, resta à oposição de direita continuar com sua eterna ladainha: denúncia de corrupção e construção de escândalos.

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