por Beth Monteiro
Enquanto não houver uma revolução socialista mundial, o imperialismo será uma realidade com a qual devemos saber lidar.
Aquelas manifestações por liberdades democráticas em 2011, na Síria,
teriam, com certeza, conquistado pelo menos uma parte do que
reivindicavam: mais democracia e melhores condições de vida, fim das
privatizações e contra a adaptação da Síria ao neoliberalismo, exigido
pelo imperialismo.
Para o
povo sírio, não importava se com Assad ou sem Assad. Ele lutava por
direitos e liberdade. Mas, “do nada”, apareceram grupos armados e franco
atiradores.
Imagine se no Brasil, na campanha das “Diretas Já,”
aparecessem franco atiradores e vários grupos armados... Certamente
haveria um retrocesso.
Qualquer pessoa, minimamente informada
sobre as questões do Oriente Médio, sabe que a Síria, o Egito, o Iraque e
a Líbia estiveram, durante a década de 1960 / 70, e parte na década de
1980, sob influência da União Soviética. Por isto estatizaram os setores
estratégicos da economia, fizeram a reforma agrária etc. Mas
permaneceram como Estados capitalistas. Talvez, um tipo de capitalismo
de Estado. Mesmo assim, capitalistas.
O fim da União Soviética
mudou tudo. O Iraque , a Líbia e a Síria ficaram numa espécie de limbo:
nem capitalismo de Estado, nem neoliberalismo. A partir do ano 2000,
quando Putin assume o poder na Rússia, as coisas começaram a mudar.
Putin não é comunista. Nada disso. Mas tem pretensões de, junto com os
BRICS, resistir à hegemonia norte-americana / União Europeia.
Trata-se de uma coisa simples de se entender, mas que, infelizmente,
muitos preferem complicar por necessidade de adaptar a realidade as suas
análises toscas.
Enquanto houver capitalismo, haverá disputa
entre as potências econômicas ou bélicas. Ignorar isto, como forma de
não optar entre uma ou outra, significa suicídio. É preciso avaliar se
taticamente seria melhor para a classe trabalhadora fazer, nesta
disputa, uma unidade de ação, sem capitulações e ilusões, com o
imperialismo existente (EUA/UE) ou com os países que estão na vanguarda
da resistência (Rússia e China).
Se no futuro e caso saiam
vencedores, os BRICS se transformarem em outro imperialismo tão cruel
como atual, é outra história. Uma coisa de cada vez.
Contribuição dos camaradas da Liga Comunista ao debate
ResponderExcluirFdt Folha Do Trabalhador "É preciso avaliar se taticamente seria melhor para a classe trabalhadora fazer, nesta disputa, uma unidade de ação, sem capitulações e ilusões, com o imperialismo existente (EUA/UE) ou com os países que estão na vanguarda da resistência (Rússia e China)." Algumas organizações, como a UIT (CST/PSOL) e a LIT (PSTU) se opõem a fazer uma Frente Única Antiimperialista (FUA) e optaram por ser a ala esquerda do primeiro bloco burguês, o bloco do imperialismo anglo saxão em todos os conflitos correntes (Líbia, Síria, Ucrânia, Brasil), ainda que "morram negando" e recusem admiti-lo formalmente, alegando que são contra a concepção dos "campos burgueses progressistas". Todavia essas organizações tem uma "política de exigÊncias" para o imperialismo para que arme mais seus mercenários na líbia ou na síria, por exemplo, para que esses derrubem os governos nacionalistas burgueses de Kadafi e Assad. Outra organizações, como o Comitê de Ligação pela IV Internacional, defendem a FUA sem alimentar qualquer ilusão nas burguesias da china, russia, brasil, venezuela, etc. Como dizem nossos camaradas da TMB Argentina: "Hay que señalar que EUA ya da síntomas de que esta en una fase de desajuste entre la expansión de su fuerza militar y la solidez de su base económica capaz de garantizar la "sustentabilidad" en el tiempo de esa misma fuerza militar.
La presencia de un núcleo burgués – todavía no imperialista – que sea un contrapeso a EUA potencia las brechas en el conjunto del sistema mundial, y objetivamente crea contradicciones que pueden ser ventajosas para la causa del proletariado internacional y el conjunto de los pueblos oprimidos, sin por eso dejar de hacer una defensa intransigente de la independencia de clase y tampoco poner expectativas en tareas históricas progresivas capaces de ser llevadas adelante por ninguna fracción de la burguesia mundial." http://tmb1917.blogspot.com.br/.../nucleo-ruso-chino...
tmb: NÚCLEO RUSO-CHINO, IMPERIALISMO Y PROLETARIADO
tmb1917.blogspot.com