terça-feira, 18 de novembro de 2014

O QUE É UM ESTADO; E POR QUE É TÃO DIFÍCIL DESTRUÍ-LO?

                                                                        por Beth Monteiro

De uma forma muito simplificada, podemos dizer que Marx definiu Estado como o braço armado da classe dominante. No caso do capitalismo: o Estado defende de forma violenta os interesses da burguesia. Este tipo de Estado é odiado pelos trabalhadores que lutam por direitos, pois em qualquer mobilização, greve ou manifestação (muitas vezes garantidas em lei) sentem na própria pele a mão pesada do Estado capitalista, através da brutal repressão e violência de sua polícia, ou exército.
Para enfrentar o Estado burguês e conquistar uma sociedade justa e igualitária, os trabalhadores, as massas pauperizadas e seus aliados, em muitas ocasiões, tiveram que se armar. Foi o que aconteceu na Rússia, em 1917, na China, em 1949, na Iugoslávia, onde, em 1943, liderados por Jossip Broz “Tito”, os Partisans armados proclamaram o governo da Iugoslávia socialista.
Todos estes revolucionários estavam armados, assim como estavam armados os anarquistas que implementaram a autogestão em várias comunidades durante a Guerra Civil espanhola.
Quando um grupo está armado, seja para autodefesa ou para o ataque, o Estado está presente. É o que acontece em Kobane, onde os anarquistas do YPG não querem nem pensar em disputar o Estado sírio, mas que, na prática, construíram seu pequeno Estado autogestionário, mesmo que não assumam isto. Estado significa um setor armado que se impõe sobre a própria população e em defesa de seu território.
Se os libertários pretendem enfrentar os exércitos burgueses com flores, ou quebrando algumas vidraças e incendiando ônibus , acreditando que a burguesia entregará gentilmente o poder a uma multidão mobilizada, que façam esta experiência e depois a avaliem.
Não basta mudar a nomenclatura, substituindo a palavra Estado por Luta Armada ou Ação Direta, porque significam a mesma coisa. Para construir o Socialismo só há um caminho: derrotar o Estado capitalista substituindo-o pelo Estado Socialista que, após a consolidação da planificação econômica, deverá ir perdendo paulatinamente a sua força, definhando- até que seja absolutamente desnecessário com a chegada do comunismo.

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