Beth Monteiro/ RPR- Rio de Janeiro
A HISTÓRIA DE UMA PREFEITA DE ESQUERDA QUE NÃO SE VENDEU, NEM SE RENDEU ÀS PRESSÕES DA BURGUESIA E DA IMPRENSA.
AGORA, ESTA HISTÓRIA ESTÁ SE REPETINDO EM ITAOCARA
Em 1985, o Brasil voltou a eleger diretamente os prefeitos das capitais, proibido durante a ditadura. Nesta nova fase, aconteceu uma das maiores surpresas políticas da história da cidade de Fortaleza: a eleição de Maria Luiza Fontenele, do Partido dos Trabalhadores para o mandato de 1986/1989.
A eleição da petista foi uma aposta da população que preteriu os políticos tradicionais em favor de uma nova administração, na expectativa de melhores condições de vida, emprego, mais democracia e participação política.
Sua administração teve um forte traço popular, com a instituição dos Conselhos Populares. A iniciativa da prefeita encontrou forte resistência dos vereadores. Nos enfrentamentos com a Câmara Municipal, os parlamentares tiveram apoio da classe média rica da cidade.
Todo o tipo de problemas foram criados para impedir o sucesso da administração de Maria Luiza, que tinha sobre si os olhares atentos da imprensa burguesa de todo o país, disposta a minar seu governo e demonstrar que uma administração popular e democrática estava destinada ao fracasso.
Já dando mostra de seu pragmatismo , em 1987, o PT rompeu com a administração Maria Luiza Fontenele e expulsou a prefeita do partido. Na Câmara, os vereadores a ameaçavam com impeachment.
Ela foi prefeita de um partido de oposição de esquerda que dava os seus primeiros passos (o PT). Atualmente a ex-prefeita faz parte do movimento chamado "crítica radical" na qual tece críticas ao capitalismo e ao modo como ocorre a escolha dos políticos. Prega também o boicote às eleições como forma de protesto contra o establishment político brasileiro. Recentemente, viajou para Nova Iorque para seguir de perto o movimento "Occupy Wall Street".
Hoje, outra administração popular e democrática está sendo pressionada pelos setores mais abastados da população, pela imprensa e pelos partidos da ordem burguesa a abandonar seus ideais de governar para os trabalhadores e setores menos favorecidos da cidade e de cumprir sua determinação em combater a corrupção.
GELSIMAR GONZAGA, PSOL, PREFEITO DE ITAOCARA está repetindo a saga de Maria Luiza Fontenele ao enfrentar os poderosos e seus interesses mesquinhos que tentam minar sua administração para demonstrar que governar para os trabalhadores e não ser corrupto são “crimes” imperdoáveis para a ordem estabelecida.
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