terça-feira, 28 de janeiro de 2014

UCRÂNIA: A NOVA GUERRA FRIA SE TRANSFORMA EM GUERRA SUJA


                                    por Beth Monteiro / RPR- Rio de Janeiro
 

Aproveitando-se da justa indignação dos trabalhadores e dos setores mais desfavorecidos da sociedade em relação aos profundos ataques a seu nível de vida, como consequência da grave crise econômica que atravessa a Ucrânia, a direita fascista pró-ocidente e outros setores de oposição burguesa pretendem impor, à força, um governo de extrema direita que se comprometa com a implementação de políticas de austeridade da União Europeia (UE) , com o Fundo Monetário Internacional e que promova a adesão do país à NATO.

Entre os que fomentam e se apoiam nos protestos para depois traí-los de forma mais cínica, estão Yatsenyuk , um dos líderes do partido Batkivshchyna, liderado pela oligarca presa por corrupção, Julia Tymoshenko; o ex-presidente do Banco Nacional da Ucrânia e ministro dos Negócios Estrangeiros , um ferrenho defensor das políticas de austeridade exigidas pela UE e FMI.

Jogando nesta nova guerra-fria que se transformou em guerra suja , está, também, o ex-boxeador Vitali Klitschko, chefe da Aliança Democrática Ucraniana, uma criação da União Cristã da chanceler alemã, Angela Merkel . Para atirar a Ucrânia nos braços da UE e seus planos de ajustes, que está promovendo a maior onda de desemprego de todos os tempos em diversos países da Europa, retirando praticamente todas as conquistas dos trabalhadores, Klitschko defendeu com veemência a sua colaboração com o terceiro principal partido da coalizão de oposição, o partido Svoboda, uma agremiação neofascista liderada pelo ultranacionalista Oleh Tyahnybok, que, pelas redes sociais, prega o assassinato do presidente Viktor Yanukovych, de forma indireta, ao prevení-lo para não ir pelo mesmo caminho de Nikolai Ceausescu e Kadafi.

Segundo notícias amplamente divulgadas na mídia ocidental, manifestantes antigovernamentais ocuparam edifícios de autoridades locais em pelo menos nove regiões do país. Na cidade de Lviv, reduto tradicional de forças ultranacionalistas, manifestantes ocupam escritórios do governo local desde a semana passada.
 

As forças mais violentas nas ruas são de direita pró-NATO/UE, embora se declarem independentes do Svoboda, são os poucos que jogam coquetéis Molotovs e tentam matar policiais. Além deles, existem grupos paramilitares que pertenciam ao fascista Svoboda e atual Patriota da Ucrânia que aparecem em fotos dos recentes protestos, ostentando símbolos fascistas em seus escudos.

Na opinião do pensador brasileiro, Moniz Bandeira,”... trata-se de um amplo jogo geopolítico, no qual os EUA tentam impedir o surgimento de outra força que possa confrontá-los estrategicamente, enquanto Moscou, herdeira do potencial militar e nuclear da finada URSS, constrói um tratado econômico que reagruparia antigas repúblicas soviéticas em uma União Eurasiana que lhe adensaria a dimensão geopolítica. É nesse contexto que deve ser vista a ação de políticos americanos como os senadores John McCain e Christopher Murphy em apoio às demonstrações de massa.”

Tendo desencadeado as forças mais reacionárias e levado a Ucrânia para a beira do precipício da guerra civil, as elites dominantes ocidentais discutem uma possível intervenção no país.
 

Por mais críticas que a esquerda revolucionária tenha em relação à Rússia de Putin, defender a independência da Ucrânia frente aos avanços da neocolonização imperialista significa defender os trabalhadora da sanha escravizadora dos EUA/UE.

Fontes: The Guardian, Channel 4 News, Blog Estadão (texto de Moniz Bandeira), WSWS, Agências de Notícia Ucraniana, Ásia Time.

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