terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Salário decente já!



                                              por Mario Medina / RPR- São Paulo

O salário mínimo no Brasil continua uma piada. Ano passado o reajuste do mínimo foi de 56 reais, esse ano o aumento foi de miseráveis 46, saltando dos quase insignificantes 678 para os insuficientes 724, cerca de um quarto do valor apontado pelas pesquisas do DIEESE, que calcula o mínimo necessário em R$ 2.750. 

A RPR tem críticas aos métodos de pesquisa do instituto em questão, questiona seu atrelamento ao PT, mas defende o valor estipulado, ao passo que reconhece a ausência de um outro instituto com maior autoridade e grau de confiabilidade. Algumas correntes da esquerda fazem o cálculo por conta própria, o que também consideramos problemático por falta de critérios definidos cientificamente e falta de representatividade e visibilidade.
Reiteramos que a defesa do aumento do mínimo para o valor de R$ 2. 750 é o suficiente para apontarmos para os assalariados o quanto o atual mínimo é defasado perante o valor mais próximo do ideal, necessário para sanar as necessidades cotidianas das famílias trabalhadoras.
Apontar o valor do mínimo conforme o definido por pesquisa do DIEESE é apontar, não só o salário mais próximo do que o trabalhador merece e necessita para manter sua vida com dignidade, mas também apontar o quanto a patronal desvaloriza a força de trabalho do proletariado, o quanto a burguesia suga de mais -valia da classe operária, a desproporção abissal de renda entre ricos e pobres, o quanto essa sociedade capitalista é desigual e injusta.
Defender um salário mínimo vital para a classe trabalhadora, ao passo que se evidencia o caráter espoliador da burguesia parasita, é defender uma nova ordem social em que o trabalhador e a trabalhadora assumem papel de destaque, de prioridade política e econômica, o que é mais do que justo, pois é a massa trabalhadora a responsável pela criação e manutenção da vida em sociedade, seja no campo ou na cidade.
Um governo que não prioriza o bem estar de sua população, e, que, ao contrário, rebaixa a qualidade de vida dos trabalhadores em função de sua opção política pelos poderosos, é um governo que não merece confiança alguma, um governo que não merece qualquer gesto de apoio classista, que nãoo pode contar com sustentação popular alguma.
É dever da esquerda revolucionaria, e a RPR não se furta dessa tarefa, denunciar o caráter pró-burguesia desse governo. Enquanto Dilma manda Mantega acalmar os ânimos dos falcões do mercado financeiro, a esquerda vem a público para o discurso contra-hegemonico necessário.
Esse governo picareta e maldito se gaba publicamente por destinar vultosíssimas quantias do erário publico para o pagamento dos juros da dívida, uma dívida-fake, uma dívida que já foi paga milhares de vezes e que se trata de juros sobre juros que vão para os bolsos dos rentistas que vivem de especulação e brisa.
A esquerda, ao contrário, se orgulha publicamente de manter a defesa dos interesses da classe trabalhadora e dos mais pobres e marginalizados. Nosso discurso é claro: defendemos o cancelamento imediato do pagamento da dívida pública, uma auditoria a posteriori e a implantação de uma macro-economia planificada, gerida de acordo com os interesses populares, pra resgatar a dignidade dos que agora sofrem com o desemprego e a pauperização.
Aos paladinos da burguesia, esses senhores que dizem ser impossível um aumento substancial do mínimo, argumentando que tal política geraria uma inflação sem precedentes, que quebraria a previdência social, entre outros ataques ideológicos, desmentimo-os com firmeza, dizendo que o dinheiro destinado para a farra da divida tem de ser realocado em serviços essenciais e servir de subsídio para uma política de socialização dos recursos sociais.
A esquerda nao quer reformar o estado capitalista. A esquerda quer tomar o poder para o proletariado, para implantar um estado a serviço do proletariado, para depois, por fim, esmagar o estado e implantar o comunismo. Não nos interessa os interesses mesquinhos dessa burguesia maldita. Nos interessa servir ao trabalhador, formar com o trabalhador uma nova lógica, alternativa, revolucionária e socialista.


  • Por um salário mínimo de R$ 2. 750!
  • Pelo cancelamento imediato da dívida pública!


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