por Mario
Medina / RPR- São Paulo
O salário mínimo no Brasil continua uma piada. Ano passado o reajuste do mínimo foi de 56 reais, esse ano o aumento foi de miseráveis 46, saltando dos quase insignificantes 678 para os insuficientes 724, cerca de um quarto do valor apontado pelas pesquisas do DIEESE, que calcula o mínimo necessário em R$ 2.750.
A RPR tem críticas
aos métodos de pesquisa do instituto em questão, questiona seu
atrelamento ao PT, mas defende o valor estipulado, ao passo que
reconhece a ausência de um outro instituto com maior autoridade e
grau de confiabilidade. Algumas correntes da esquerda fazem o cálculo
por conta própria, o que também consideramos problemático por
falta de critérios definidos cientificamente e falta de
representatividade e visibilidade.
Reiteramos que a
defesa do aumento do mínimo para o valor de R$ 2. 750 é o
suficiente para apontarmos para os assalariados o quanto o atual
mínimo é defasado perante o valor mais próximo do ideal, necessário para sanar
as necessidades cotidianas das famílias trabalhadoras.
Apontar o valor do
mínimo conforme o definido por pesquisa do DIEESE é apontar, não só o salário mais próximo do que o trabalhador merece e necessita
para manter sua vida com dignidade, mas também apontar o quanto a
patronal desvaloriza a força de trabalho do proletariado, o quanto a
burguesia suga de mais -valia da classe operária, a desproporção
abissal de renda entre ricos e pobres, o quanto essa sociedade
capitalista é desigual e injusta.
Defender um salário
mínimo vital para a classe trabalhadora, ao passo que se evidencia o
caráter espoliador da burguesia parasita, é defender uma nova ordem
social em que o trabalhador e a trabalhadora assumem papel de
destaque, de prioridade política e econômica, o que é mais do que
justo, pois é a massa trabalhadora a responsável pela criação e
manutenção da vida em sociedade, seja no campo ou na cidade.
Um governo que não
prioriza o bem estar de sua população, e, que, ao contrário,
rebaixa a qualidade de vida dos trabalhadores em função de sua
opção política pelos poderosos, é um governo que não merece
confiança alguma, um governo que não merece qualquer gesto de apoio
classista, que nãoo pode contar com sustentação popular alguma.
É dever da esquerda
revolucionaria, e a RPR não se furta dessa tarefa, denunciar o
caráter pró-burguesia desse governo. Enquanto Dilma manda Mantega
acalmar os ânimos dos falcões do mercado financeiro, a esquerda vem
a público para o discurso contra-hegemonico necessário.
Esse governo
picareta e maldito se gaba publicamente por destinar vultosíssimas
quantias do erário publico para o pagamento dos juros da dívida, uma
dívida-fake, uma dívida que já foi paga milhares de vezes e que se
trata de juros sobre juros que vão para os bolsos dos rentistas que
vivem de especulação e brisa.
A esquerda, ao
contrário, se orgulha publicamente de manter a defesa dos interesses
da classe trabalhadora e dos mais pobres e marginalizados. Nosso
discurso é claro: defendemos o cancelamento imediato do pagamento da
dívida pública, uma auditoria a posteriori e a implantação de uma
macro-economia planificada, gerida de acordo com os interesses
populares, pra resgatar a dignidade dos que agora sofrem com o
desemprego e a pauperização.
Aos paladinos da
burguesia, esses senhores que dizem ser impossível um aumento
substancial do mínimo, argumentando que tal política geraria uma
inflação sem precedentes, que quebraria a previdência social,
entre outros ataques ideológicos, desmentimo-os com firmeza, dizendo
que o dinheiro destinado para a farra da divida tem de ser realocado
em serviços essenciais e servir de subsídio para uma política de socialização
dos recursos sociais.
A esquerda nao quer
reformar o estado capitalista. A esquerda quer tomar o poder para o
proletariado, para implantar um estado a serviço do proletariado,
para depois, por fim, esmagar o estado e implantar o comunismo. Não
nos interessa os interesses mesquinhos dessa burguesia maldita. Nos
interessa servir ao trabalhador, formar com o trabalhador uma nova
lógica, alternativa, revolucionária e socialista.
- Por um salário mínimo de R$ 2. 750!
- Pelo cancelamento imediato da dívida pública!
Nenhum comentário:
Postar um comentário