terça-feira, 18 de novembro de 2014

OS TRABALHADORES DEVEM ESCOLHER COM QUAL IMPERIALISMO SE ALIAR?

                                                                          por Beth Monteiro

Enquanto não houver uma revolução socialista mundial, o imperialismo será uma realidade com a qual devemos saber lidar.
Aquelas manifestações por liberdades democráticas em 2011, na Síria, teriam, com certeza, conquistado pelo menos uma parte do que reivindicavam: mais democracia e melhores condições de vida, fim das privatizações e contra a adaptação da Síria ao neoliberalismo, exigido pelo imperialismo.

Para o povo sírio, não importava se com Assad ou sem Assad. Ele lutava por direitos e liberdade. Mas, “do nada”, apareceram grupos armados e franco atiradores.
Imagine se no Brasil, na campanha das “Diretas Já,” aparecessem franco atiradores e vários grupos armados... Certamente haveria um retrocesso.
Qualquer pessoa, minimamente informada sobre as questões do Oriente Médio, sabe que a Síria, o Egito, o Iraque e a Líbia estiveram, durante a década de 1960 / 70, e parte na década de 1980, sob influência da União Soviética. Por isto estatizaram os setores estratégicos da economia, fizeram a reforma agrária etc. Mas permaneceram como Estados capitalistas. Talvez, um tipo de capitalismo de Estado. Mesmo assim, capitalistas.
O fim da União Soviética mudou tudo. O Iraque , a Líbia e a Síria ficaram numa espécie de limbo: nem capitalismo de Estado, nem neoliberalismo. A partir do ano 2000, quando Putin assume o poder na Rússia, as coisas começaram a mudar.
Putin não é comunista. Nada disso. Mas tem pretensões de, junto com os BRICS, resistir à hegemonia norte-americana / União Europeia.
Trata-se de uma coisa simples de se entender, mas que, infelizmente, muitos preferem complicar por necessidade de adaptar a realidade as suas análises toscas.
Enquanto houver capitalismo, haverá disputa entre as potências econômicas ou bélicas. Ignorar isto, como forma de não optar entre uma ou outra, significa suicídio. É preciso avaliar se taticamente seria melhor para a classe trabalhadora fazer, nesta disputa, uma unidade de ação, sem capitulações e ilusões, com o imperialismo existente (EUA/UE) ou com os países que estão na vanguarda da resistência (Rússia e China).
Se no futuro e caso saiam vencedores, os BRICS se transformarem em outro imperialismo tão cruel como atual, é outra história. Uma coisa de cada vez.


Um comentário:

  1. Contribuição dos camaradas da Liga Comunista ao debate

    Fdt Folha Do Trabalhador "É preciso avaliar se taticamente seria melhor para a classe trabalhadora fazer, nesta disputa, uma unidade de ação, sem capitulações e ilusões, com o imperialismo existente (EUA/UE) ou com os países que estão na vanguarda da resistência (Rússia e China)." Algumas organizações, como a UIT (CST/PSOL) e a LIT (PSTU) se opõem a fazer uma Frente Única Antiimperialista (FUA) e optaram por ser a ala esquerda do primeiro bloco burguês, o bloco do imperialismo anglo saxão em todos os conflitos correntes (Líbia, Síria, Ucrânia, Brasil), ainda que "morram negando" e recusem admiti-lo formalmente, alegando que são contra a concepção dos "campos burgueses progressistas". Todavia essas organizações tem uma "política de exigÊncias" para o imperialismo para que arme mais seus mercenários na líbia ou na síria, por exemplo, para que esses derrubem os governos nacionalistas burgueses de Kadafi e Assad. Outra organizações, como o Comitê de Ligação pela IV Internacional, defendem a FUA sem alimentar qualquer ilusão nas burguesias da china, russia, brasil, venezuela, etc. Como dizem nossos camaradas da TMB Argentina: "Hay que señalar que EUA ya da síntomas de que esta en una fase de desajuste entre la expansión de su fuerza militar y la solidez de su base económica capaz de garantizar la "sustentabilidad" en el tiempo de esa misma fuerza militar.
    La presencia de un núcleo burgués – todavía no imperialista – que sea un contrapeso a EUA potencia las brechas en el conjunto del sistema mundial, y objetivamente crea contradicciones que pueden ser ventajosas para la causa del proletariado internacional y el conjunto de los pueblos oprimidos, sin por eso dejar de hacer una defensa intransigente de la independencia de clase y tampoco poner expectativas en tareas históricas progresivas capaces de ser llevadas adelante por ninguna fracción de la burguesia mundial." http://tmb1917.blogspot.com.br/.../nucleo-ruso-chino...
    tmb: NÚCLEO RUSO-CHINO, IMPERIALISMO Y PROLETARIADO
    tmb1917.blogspot.com

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