O episódio da briga generalizada que aconteceu na Avenida
Paulista na tarde dessa última sexta-feira revela o quanto a burocracia petista
da direção majoritária da Apeoesp é pelega e safada, que a Articulação e a
casta burocrática da CUT só desejam sua manutenção no poder dos maiores
sindicatos e no interior da maior e mais relevante central sindical do país.
A Apeoesp como maior sindicato da América Latina tem uma
estrutura gigantesca e todos os meios necessários para reivindicar a pauta dos
professores e assim garantir direitos e bem representar a categoria. No entanto,
fazem o que de pior poderiam fazer de posse do aparelho do sindicato, deixando
de representar minimamente os interesses da categoria, que muito justamente se revoltou
com a vergonhosa traição da burocracia petista, que, numa manobra criminosa, decidiu
encerrar a greve sem o consentimento da base que queria a continuação da greve,
greve esta que apenas chegava ao final de sua segunda semana.
Não fosse o cordão de isolamento que a PM realizou em volta
do carro de som do sindicato, os burocratas profissionais sairiam de lá debaixo
de muita pancada, apanhariam bastante dos trabalhadores que reivindicam com
toda propriedade a continuidade da luta e da resistência frente aos ataques
desferidos pelo governo tucano do fascistóide Geraldo Alckmin.
A categoria exige um reajuste salarial de 37% e o governo
quer negociar um aumento de apenas 8%,o que nem deverá cobrir a perda
inflacionária do período de congelamento dos salários.
Há 20 anos os tucanos estão na gestão do governo estadual e
só o que fazem em relação à educação é ampliar a deficiência do setor,
sucateando as escolas e defasando os salários dos profissionais, que carecem de
infra-estrutura para o exercício de ensino-aprendizagem e já não tem motivação
alguma, senão o desejo de uma sociedade mais esclarecida, para continuarem a
lecionar em condições precaríssimas de trabalho.
A disposição dos professores em resistir às condições desfavoráveis
é heróica e merece a atenção da sociedade na luta pela valorização dos mesmos.
Quanto à burocracia instalada no interior do sindicato que
deveria mas que não representa os interesses dos profissionais em educação no
estado de São Paulo, esta se encontra mais desgastada que nunca e deverá passar
por um período de grande disputa interna no sindicato.
Se o PT entrar no governo do estado nas próximas eleições, o
que é bem provável se Lula intervir no processo eleitoral como tem acenado, aí
então é que a burocracia petista não lutará por mais nada e se acomodará com
uma gestão sua no palácio dos Bandeirantes,o que pode também levar à uma brusca
ruptura da base da categoria com o alto escalão da direção do sindicato e uma
inversão de poder dentro da estrutura, com mais espaço para Psol e PSTU, entre
outras correntes da esquerda.
A TR se coloca à disposição da categoria e dos companheiros
sindicalistas combativos e de esquerda na luta por educação e direitos
trabalhistas, se solidarizando na reivindicação de um reajuste salarial que
valorize a atividade docente.
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