Carta
Pública da Universidade Federal de São Paulo para ao MEC, à sua
comunidade acadêmica, aos moradores de Guarulhos e a sociedade
brasileira.
A
Universidade Federal de São Paulo vem por meio desta carta
pronunciar-se, tardiamente, sobre os graves fatos ocorridos ao longo do
ano de 2012 em sua Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Primeiramente,
torna-se necessário afirmar que a instituição se opõem a presença da
Polícia Militar do Estado de São Paulo em suas dependências, e que
repudia a forma truculenta e violenta como agiu esta polícia no dia 14
de Junho de 2012 na EFLCH.
Situação
na qual a polícia abusou de seu poder contra estudantes, ferindo ao
menos 11 deles, com balas de borracha e bombas de efeito moral, durante
uma manifestação legítima e justa em defesa da universidade pública
brasileira.
Dessa
forma afirmamos que estudantes não devem ser criminalizados por lutarem
em defesa do pleno funcionamento da Universidade Federal de São Paulo
ou de qualquer outro serviço público.
A
Universidade Federal de São Paulo coloca-se assim em total apoio e
solidariedade ao conjunto dos estudantes envolvidos nessa luta, nesse
momento e em todos os próximos.
Compreendemos
que todos os processos criminais que os estudantes veem sofrendo desde
2007 devam ser encerrados pela justiça pois estão baseados em
acontecimentos políticos e não criminais.
Faz-se
necessário pedir desculpas públicas pela enorme demora da instituição
em manifestar-se. Acreditamos que essa demora demonstra a negligência e
falta de transparência e seriedade que estas questões foram tratadas.
Pedimos
sinceras desculpas a toda comunidade acadêmica, aos estudantes vítimas
do ataque policial no dia 14 de Junho de 2012, aos estudantes que sofrem
processos criminais e a sociedade brasileira.
Afirmamos
o compromisso de sempre que se tornar necessário a Universidade Federal
de São Paulo irá manifesta-se frente a fatos dessa natureza e de
qualquer natureza que ameace diretos inalienáveis como a liberdade de
expressão, o respeito à diversidade de gênero e sexualidade, à
diversidade cultural e política, e diferenças econômicas à qualquer
membro de sua comunidade sem distinções, e a posicionar-se frente a
questões de interesse público nas quais possa contribuir para a
compreensão e solução justa e pacifica.
A
Universidade Federal de São Paulo acreditar que é necessário informar
que o professor Juvenal Savian Filho, autor de um dossiê preconceituoso e
doloso no qual acusa estudantes do campus EFLCH de associação com o
crime organizado, professor Marcos Cezar de Freitas, que em 2012 era
então diretor acadêmico permitiu que o restaurante universitário
operasse fora das normas sanitárias mesmo já notificado da falta de
condições, e professor Júlio Moracen, que furtou uma bandeira do
acampamento dos estudantes, irão receber processos administrativos para
que as cabíveis e devidas providências administrativas sejam executadas.
A
Universidade Federal de São Paulo afirma seu compromisso primeiro em
zelar por sua comunidade, garantido a qualidade de seus serviços, e ter
como procedimento padrão sempre o sério e transparente trato com todas
as questões em que direta e ou indiretamente estiver envolvida ou que se
faça necessária sua manifestação, intervenção e contribuição.
São Paulo, 1º de Maio de 2013.
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