quinta-feira, 2 de maio de 2013

Proposta de carta pública de alunos a ser negociada com a reitoria da Unifesp

Carta Pública da Universidade Federal de São Paulo para ao MEC, à sua comunidade acadêmica, aos moradores de Guarulhos e a sociedade brasileira.

A Universidade Federal de São Paulo vem por meio desta carta pronunciar-se, tardiamente, sobre os graves fatos ocorridos ao longo do ano de 2012 em sua Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Primeiramente, torna-se necessário afirmar que a instituição se opõem a presença da Polícia Militar do Estado de São Paulo em suas dependências, e que repudia a forma truculenta e violenta como agiu esta polícia no dia 14 de Junho de 2012 na EFLCH.

Situação na qual a polícia abusou de seu poder contra estudantes, ferindo ao menos 11 deles, com balas de borracha e bombas de efeito moral, durante uma manifestação legítima e justa em defesa da universidade pública brasileira.

Dessa forma afirmamos que estudantes não devem ser criminalizados por lutarem em defesa do pleno funcionamento da Universidade Federal de São Paulo ou de qualquer outro serviço público.

A Universidade Federal de São Paulo coloca-se assim em total apoio e solidariedade ao conjunto dos estudantes envolvidos nessa luta, nesse momento e em todos os próximos.
Compreendemos que todos os processos criminais que os estudantes veem sofrendo desde 2007 devam ser encerrados pela justiça pois estão baseados em acontecimentos políticos e não criminais.

Faz-se necessário pedir desculpas públicas pela enorme demora da instituição em manifestar-se. Acreditamos que essa demora demonstra a negligência e falta de transparência e seriedade que estas questões foram tratadas.

Pedimos sinceras desculpas a toda comunidade acadêmica, aos estudantes vítimas do ataque policial no dia 14 de Junho de 2012, aos estudantes que sofrem processos criminais e a sociedade brasileira.

Afirmamos o compromisso de sempre que se tornar necessário a Universidade Federal de São Paulo irá manifesta-se frente a fatos dessa natureza e de qualquer natureza que ameace diretos inalienáveis como a liberdade de expressão, o respeito à diversidade de gênero e sexualidade, à diversidade cultural e política, e diferenças econômicas à qualquer membro de sua comunidade sem distinções, e a posicionar-se frente a questões de interesse público nas quais possa contribuir para a compreensão e solução justa e pacifica.

A Universidade Federal de São Paulo acreditar que é necessário informar que o professor Juvenal Savian Filho, autor de um dossiê preconceituoso e doloso no qual acusa estudantes do campus EFLCH de associação com o crime organizado, professor Marcos Cezar de Freitas, que em 2012 era então diretor acadêmico permitiu que o restaurante universitário operasse fora das normas sanitárias mesmo já notificado da falta de condições, e professor Júlio Moracen, que furtou uma bandeira do acampamento dos estudantes, irão receber processos administrativos para que as cabíveis e devidas providências administrativas sejam executadas.

A Universidade Federal de São Paulo afirma seu compromisso primeiro em zelar por sua comunidade, garantido a qualidade de seus serviços, e ter como procedimento padrão sempre o sério e transparente trato com todas as questões em que direta e ou indiretamente estiver envolvida ou que se faça necessária sua manifestação, intervenção e contribuição.

São Paulo, 1º de Maio de 2013.

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