sábado, 25 de maio de 2013

Passe livre já!

                                                                                     por Mário Medina
Prefeitura e estado anunciaram essa semana o aumento da tarifa do transporte público de R$3 para R$3,20. O aumento estava previsto para o começo desse ano, mas foi adiado a pedido do ministro da fazenda, Guido Mantega, numa tentativa de frear a escalada da inflação.
O aumento poderia, segundo o prefeito Fernando Haddad, subir até os R$3,40, mas fechou em RR 3,20 numa outra suposta tentativa de evitar maior inflação, além de não criar maiores animosidades com a população.
A população, todavia, e com muita razão, tem repudiado o aumento da tarifa, ainda que essa não tenha subido conforme o índice inflacionário do período, como tem defendido Haddad.
O transporte público em São Paulo já está muito caro, e nem de longe faz jus a alguma qualidade esperada para o mesmo. Trabalhadores continuam andando feitos sardinha em lata nos horários de pico, em situação degradante, de continuo desconforto, insegurança, etc...
Quem controla a perversa lógica do transporte em São Paulo são os donos das companhias de ônibus, uma verdadeira máfia que concentra o serviço de transporte graças aos lobbys com parlamentares e membros do executivo municipal.
E mesmo que o transporte fosse de qualidade, nada justificaria um preço tão elevado. A tarifa do transporte suga uma quantia relevante do dinheiro do trabalhador, e, ademais, não faz sentido, haja visto que pagamos impostos para esperar o retorno em investimentos nos serviços públicos.
Transporte é uma necessidade e um direito do cidadão, assim como outros serviços, como educação, saúde, previdência. Como costuma dizer Lucio Gregory em suas palestras sobre o passe livre, é o direito de ir e vir. Assim como contamos com o serviço dos hospitais públicos em caso de doença, assim deveríamos contar com o transporte público sempre que tivéssemos necessidade do mesmo.
Fazer de uma necessidade do cidadão uma fonte de lucro de um punhado de capitalistas mal intencionados é uma maldade política permitida pelo sistema que garante a continuação dessa lógica maldita.
Nesse sentido, a esquerda mais combativa e coerente reivindica a aplicação do sistema de passe livre, projeto que inclusive foi apresentado à câmara pelo vereador Toninho Vespoli; e mais, reivindica a municipalização do sistema de transporte.
É necessário colocar o transporte público a serviço da trabalhadora e do trabalhador, seu funcionamento sob a direção dos trabalhadores da categoria, sua propriedade sob o poder e a administração da população que o utiliza, e que por isso mesmo se preocupa de fato com sua qualidade e funcionamento. Todo o resto é conversa pra boi dormir elaborada por quem quer lucrar com a desgraça alheia.





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