Por Mário Medina
Aeroportos, portos, estádios que sediarão os jogos da Copa
2014, bacias de petróleo, todos esses patrimônios públicos estão sendo
privatizados pelo governo petista e por sua base aliada no legislativo e nos
estados. O PT diz que não se trata de privatização, mas de concessões à iniciativa
privada. Ou seja, alteram o verbo e trocam seis por meia dúzia. A equação pode
mudar de forma, mas o conteúdo é o mesmo. Tanto PT como PSDB governam para os
grandes conglomerados capitalistas e colocam o lucro na boca da iniciativa
privada.
Observem que durante muito tempo e até hoje muitos petistas
afirmam categoricamente que o PSDB foi o
responsável pelas privatizações da década de 90. Fato. Mas o que o PT fez para
reestatizar os setores que foram vendidos a preço de banana para os
capitalistas? Nada. Muito pelo contrario, continuou `` concedendo nossa
soberania e riqueza aos capitalistas que os financiam nas campanhas eleitorais.
Se o PT está no governo hoje é porque a elite desse país
permitiu.E não só permitiu, como financiou. E não só financiou, como continua a
financiar. Nos grandes municípios e nos estados que o PT ascendeu ao poder do
executivo, as coisas continuam como antes.As máfias dos transportes, a boa
relação com as empreiteiras que liberam quantias vultosas para a legenda nas
eleições em troca de favores e benesses nas gestões, tudo continua como antes. Prefeituras
e governos estaduais que foram para as mãos do PT continuam aplicando as mesmas
políticas nefastas das gestões anteriores.
Nesse sentido, PT e PSDB são iguais, são gerentes de plantão
do grande capital. Guardam características e peculiaridades que lhes são
próprios, evidente. Mas o objetivo dos partidos é o mesmo, o poder. O
pragmatismo político de um e outro visa tão somente o poder, sem nenhum plano
de governo de plataforma político- social no sentido forte da palavra.
O PT tem um plano de poder para o Brasil. Lula encaixou dois
mandatos e fez sua sucessora, Dilma, que por sua vez já encaminha sua
reeleição. Em 2018 Lula volta e fica no poder até quando lhe convier. Tanto é que muito politiqueiro da direita se diz de centro e rompe com a oposição de
direita para aderir à base aliada do governo, porque sabem que a hora e a vez
são do PT, que na atual conjuntura só o PT
ainda tem alguma base social que lhe permite jogar com as massas, e
assim sabem que se quiserem mesmo ter cargos, terão de estar ao lado de quem
está no poder.
Ou seja, de um lado o PT se rende cada vez mais à elite, e a
elite se rende cada vez mais ao PT. As figuras mais ordinárias desse regime
capitalista brasileiro pós- ditadura militar, e mesmo elementos que figuraram no
poder ao lado dos milicos, estão de
braços dados com Lula e o PT. Vide a emblemática foto de Lula abraçando com
familiaridade Maluf, seu desafeto de outrora. Lula e Dilma governam com Sarney,
Renan Calheiros, Collor, o que de pior existe no cenário político nacional, a
pior corja política das oligarquias do Nordeste, que se tornou curral
eleitoral do PT com medidas assistencialistas que perpetuam a miséria e o clientelismo,
garantindo a continuidade das coisas tais como a elite gosta, numa relação de
dependência que é revertida em votos ano sim ano não.
O que tem acontecido no Brasil nas últimas semanas é o mais
do mesmo. Quando lemos nos jornais as licitações que são abertas ou
finalizadas; quando observamos que a presidente libera uma quantia de cerca de
um bilhão em emendas parlamentares pra comprar o voto de deputados picaretas e
assim passar a MP dos Portos; quando assistimos com tristeza e lamentação os
estádios brasileiros sendo derrubados e construídos novamente, consumindo rios
de dinheiro que vieram de nossos impostos quando, na verdade, nossa educação
não tem infra-estrutura e qualidade, que serviços tão essenciais quanto a saúde
a e a previdência social são sucateados pra favorecer as empresas capitalistas
que negociam o que deveria ser direito nosso; quando nos damos conta de tudo
isso e vemos que nada mudou, então notamos que o PT é mesmo uma farsa, que a
única saída é revolucionaria e à esquerda.
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