segunda-feira, 17 de março de 2014

A SOMALIZAÇÃO DA LÍBIA PODE SER CONSIDERADA UMA VITÓRIA DOS TRABALHADORES?

Tanto Marx, como Engerl, Lênin, Trotsky e demais destacados marxistas revolucionários defenderam o fim do Estado burguês com sua paulatina substituição pelo Estado Operário e posterior definhamento deste Estado para o  surgimento do Comunismo que, pela inexistência de conflitos de classe, não necessitaria de um Estado no sentido definido por Marx que significa  uma ditadura de classe.

Os Anarquistas defendem o fim puro e simples do Estado burguês sem nenhuma intermediação (Socialismo) para que surja uma sociedade livre.

Estranhamente, algumas organizações trotskistas estão saudado o esfacelamento do Estado burguês da Líbia, sem a substituição de um Estado Operário, como vitória  "inquestionável” da classe trabalhadora, e quem não tem a mesma e “competente” análise “principista” passa a ser imediatamente  tachado de estalinista, chavista, castrista etc etc.

Recordando  o que aconteceu na Somália

Houve um tempo em que a Somália  tinha uma economia diversificada que superava a de muitos países africanos, segundo avaliação da ONU. Em 1974 , o governo somali  fundou a União Africana  e começou a apoiar o ANC (Congresso Nacional Africano) na África do Sul contra o regime do apartheid,e, também,  os separatistas eritreus na Etiópia durante a Guerra de Independência da Eritreia.

A Somália Britânica ganhou independência  como Estado da Somalilândia em 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1 de julho de 1960.

A Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969. Por meio de um golpe de Estado, chegou ao poder Siad Barre  que  eliminou a livre iniciativa, instituindo  uma economia planificada adaptada às especificidades da Somália.

Nesta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética. Em 1974, Somália e União Soviética assinaram um tratado, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para o Ocidente.

Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desapareceu após a queda do regime pró-soviético de Siad Barre, em 1991. Os "senhores da guerra" tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente que  já matou dezenas de milhares de somalis, além de uma tremenda crise humanitária que devastou a população pela fome.

Na Somália, não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões. Ante esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em 1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território, dissolvendo-se de fato o Estado somali.

Estarão os somalis, atualmente, mais próximos de uma revolução socialista, ajudados pela fragmentação do Estado burguês? Qual seria a ordem dos “iluminados” para a classe trabalhadora somali?


Por Beth Monteiro



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