segunda-feira, 10 de março de 2014

Candidatura Mario Medina / RPR- PSOL

São Paulo, 10 de Março de 2014 Para nós da RPR está mais claro do que nunca qual será o caráter das eleições que se avizinham. As eleições burguesas de Outubro não passarão de um jogo de cartas marcadas, onde mais uma vez as poderosas elites brasileiras irão aparelhar os cargos do legislativo e executivos com o intuito de seguir aplicando a velha política de sempre. No Brasil, como em todos os países de regime capitalista, quem ganha a eleição é quem tem dinheiro pra isso, ou seja, as velhas raposas financiadas pelas elites econômicas do campo e da cidade, numa troca de favores criminosa e perversa. Muitos partidos com t de trabalhador no nome, ou c de comunista, inúmeros picaretas de todas as matizes políticas e de diversas origens, quase todos eles mal intencionados, se aproximarão dos cidadãos para comprar votos, oferecer ajuda, posar de amigos e camaradas; tudo pra chegar nos cargos que almejam. Toda eleição no Brasil é um circo. Essa não será diferente. É impressionante como os anseios de mudança das classes populares são frustrados ano sim ano não, como as mesmas figuras carimbadas continuam nos gabinetes de onde dão as canetadas que tiram qualquer qualidade de vida do trabalhador pra colocar em forma de dinheiro na boca dos capitalistas. Porque é assim que acontece. A classe política é financiada pra isso. É pra isso que eles contam com milhões de reais doados às campanhas. É assim que são alimentadas as bancadas ruralistas, as bancadas evangélicas, os sindicalistas pelegos, etc... A eleição, reiteramos, é um circo, comandada pelos que tem dinheiro pra bancar massivas campanhas, com marqueteiros hiper-remunerados, gente que ganha e vive em função de ludibriar a opinião pública, gente que vive em função de oferecer boa aparência e discurso afiado para picaretas profissionais interessados na carreira política. Como fazer para distinguir os picaretas dos honestos, ou os carreiristas dos bem intencionados? Aí reside a grande angústia. Porque se não bastasse a limitação de entendimento das grandes massas sujeitas às ideologias burguesas, marteladas dia e noite nas cabeças da população, mesmo pessoas com algum grau de instrução e senso critico estão sujeitas a trocar gato por lebre. Não bastam boas intenções para mudar as coisas. É necessário ter clareza, saber quem é quem, quais os rumos históricos, notar os deslizes de outrora, as lições que aprendemos, as experiências que fizemos, de modo que possamos nos apropriar de uma conduta política emancipada e transformadora. E ocorre que todo esse processo de consciência política exige avanços efetivos, inovações, rupturas, quebra de paradigmas. Ora, está claro que não podemos esperar algo que preste dos pleitos viciados de sempre, que temos de construir alternativas anti-capitalistas, de democracia direta, de construção popular e cidadã de uma nova sociedade. É por isso que apresentamos a perspectiva de um Brasil socialista, com poder popular erigido nas bases, nos bairros operários, nos locais de trabalho. Só uma revolução socialista poderá levar o Brasil a um status de pais soberano, com igualdade social, pleno emprego, qualidade de vida para seus cidadãos. Uma vida nova para a classe trabalhadora exige saídas e soluções revolucionárias, exige uma nova forma de organização social, com socialização dos meios de produção e da terra, com expropriação da burguesia e reforma agrária. Isso tudo, evidentemente, passa por um processo muito mais intenso e amplo que uma simples participação nas eleições. Todavia, os comunistas revolucionários nunca se furtaram de participar das eleições e parlamento burgueses, justamente para oferecer aos trabalhadores a experiência necessária com a institucionalidade burguesa, com o intuito de apontar suas limitações, suas deficiências irremediáveis. Os revolucionários participam das eleições e se valem do espaço na campanha, nas tribunas do parlamento; batalham como e onde podem para lançar mão de seu discurso contra-hegemônico. É um processo educativo ao mesmo tempo que conspiratório, pois denunciam a institucionalidade de dentro da institucionalidade.. Todos os terrenos da luta política são propícios aos revolucionários, em todas as conjunturas possíveis, seja no parlamento, seja na clandestinidade, no sindicato, no chão de fabrica, etc. Por mais que não acreditemos nas eleições como um fim em si mesmo, como uma saída definitiva, vemos nesse processo uma alternativa de participação política contundente da nossa parte, onde expressamos nossos pontos de vista, de onde falamos as massas trabalhadoras por ocasião da atenção conferida ao processo eleitoral; ainda que seja para afirmar que não acreditamos em tal processo, e que, pelo contrário, apontamos para a necessidade de uma saída revolucionária, de tomada do poder e ditadura do proletariado. Estando isso bem claro, apresentamos nossas candidaturas, expressão eleitoral de nossas convicções políticas, de nossas análises e de nossa militância na esquerda revolucionária brasileira. Nossa tarefa não é ganhar votos ou eleger bancadas consideráveis, até porque sabemos que isso não faria sentido, que para tanto teríamos que abrir mão de nosso discurso radical, de nossos preceitos éticos, convicções ideológicas. Estamos entrando no processo eleitoral para dialogar com o maior número de trabalhadores, para fazermos o trabalho de convencimento político desses trabalhadores. E para tanto sairemos às ruas, panfletaremos, faremos o que estiver ao nosso alcance, com pouquíssimo dinheiro, mas com a garra da nossa militância, com a ajuda dos trabalhadores, com a solidariedade dos setores populares. E apresentaremos uma bela síntese da nossa plataforma política, do programa que reivindicamos. Iremos pra campanha pra exigir salário, trabalho, saúde, educação, cultura, lazer, etc. Queremos escala móvel de salários, escala móvel de horas de trabalho, salário mínimo vital de R$ 2. 750 com reajustes mensais conforme o índice inflacionário, jornada máxima de 30 horas semanais, com pleno emprego, plano de obras públicas, construção de casas, hospitais, escolas, universidades, parques, teatros, obras de saneamento básico. Reivindicaremos o imediato cancelamento do pagamento da dívida pública, defenderemos a desmilitarização das polícias, defenderemos um esquema de defesa feito pela classe trabalhadora, com formação em direitos humanos. Reivindicaremos o fim das forças armadas, do alistamento obrigatório. Reivindicaremos a estatização completa da saúde, da educação e do sistema financeiro. Todos os eixos do programa de transição para a revolução socialista serão contemplados em nossa campanha. Para tanto, em São Paulo, apresentamos o companheiro Mario Medina como pré-candidato a deputado federal. Militante oriundo do movimento estudantil, Medina é estudante de filosofia, dirigente e fundador da RPR- São Paulo, membro do comitê central da corrente. Medina será nosso rosto nessa campanha, encarnará nosso programa.

Até a vitória sempre

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