segunda-feira, 22 de abril de 2013

                                                O Petróleo é mesmo nosso?

                                                                           Por Mário Medina


A discussão em torno da distribuição dos royalties do petróleo está
acirrada e tem levado parlamentares e membros do executivo dos estados
e da presidência a um desentendimento que sai da esfera da política em
busca de um parecer do STF.
Jornalistas e analistas políticos de várias correntes de pensamento
tem convergido na análise de que há no pais uma tendência de
judicialização da política. O que não é resolvido na arena política,
isto é, na camâra dos deputados e no palácio do planalto, é jogado nas
mãos do STF, que imbuído de poderes biônicos tem decidido acerca do
que não é de sua competência.
Pra ser bem sincero, é de bom alvitre ponderar que os politiqueiros
burgueses de plantão tampouco tem autoridade pra falar em nome do
povo. A esmagadora maioria dos parlamentares e todos os chefes do
executivo envolvidos na discussão estão interessados apenas com o
próprio umbigo, com aquilo que lhes trará prestigio político traduzido
em votos em suas regiões.
A presidente Dilma, muito malandramente, joga com o PMDB carioca ao
aceitar o pedido de veto de seus aliados no governo e, logo após,
indagada sobre o posicionamento da votação na camâra, lava as mãos
perante a questão ao afirmar que foge de suas capacidades enquanto
presidente decidir se os royalties vão apenas para os estados
produtores ou se serão igualmente distribuídos entre os diversos
municípios da federação. Ou seja, fica em cima do muro fazendo
demagogia com ambos os lados.
Para além dos interesses mesquinhos dessa camarilha burguesa nojenta,
setores mais progressistas da sociedade tem se colocado em favor de
uma distribuição equânime dos recursos advindos da extração do
petróleo.
No ultimo decênio encontraram reservas de petróleo no pré-sal de
estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo. E esses estados, ou
melhor, seus gerentes de plantão, querem levar o bolo todo pra casa,
sem dividir com o resto do país, alegando que irão perder vultosas
quantias de dinheiro em seus orçamentos. Faltou dizer que, se ficarem
com os royalties, todos os outros estados da federação perderão a
quantia que lhes caberia numa distribuição igualitária. Será que só
Rio e Espírito Santo necessitam de recursos em seus cofres?
E se esse petróleo tivesse sido encontrado em outros estados, como
Sergipe, por exemplo, que é um estado nanico? Com certeza iriam querer
meter a mão no dinheiro do pequeno estado. Ou seja, não querem saber
de onde vem o recurso; querem monopolizar ou espoliar caso tiverem
oportunidade para isso.
A esquerda consciente desse pais se coloca, como não poderia deixar de
ser, em favor de uma distribuição igualitária da verba advinda da
extração do petróleo, e vai além, reivindicando a total estatização da
extração, refinamento e distribuição do petróleo, e reivindicando
poder operário sobre o ciclo completo da produção. O petróleo, como
riqueza natural do país, deve servir aos interesses da população do
país como um todo.

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