quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pré-Tese da TR para os congressos partidários de 2013 / Texto comum para teses de congressos municipais, estaduais e nacional.

-

Programa da TR para os congressos municipal, estadual e nacional do Psol


Introdução

A Tendência revolucionaria nasceu no final de 2012 com o intuito de aglutinar em suas fileiras os companheiros mais combativos e aguerridos que reivindicam um programa trotsquista genuíno. Respeitamos as correntes e seus programas em sua diversidade. Consideramos, inclusive, que essa diversidade é rica e saudável para a vida partidária, haja visto que a principal característica do Psol é justamente essa diversidade de correntes unidas em torno de um ideal, de uma bandeira socialista que as une numa legenda democrática da esquerda brasileira.
Todavia, reivindicamos para o Psol um programa mais classista, mais combativo, mais democrático em suas instâncias internas. Reivindicamos, sobretudo, que nosso partido exiba uma plataforma de pautas transitórias ao socialismo, contribuição do programa de transição da quarta internacional que entendemos de total necessidade para o desenvolvimento da luta de classes, para apontar as contradições do sistema capitalista viciado e diametralmente oposto aos interesses da classe trabalhadora.

Programa

Sendo assim, a TR apresenta a necessidade do Psol incluir em seu programa uma pauta de reivindicações em torno dos eixos principais do programa de transição elaborado por Trotsky para a quarta internacional, a saber: escala móvel das horas de trabalho, escala móvel de salário, plano de obras públicas e dissolução das forças armadas e da polícia.
No nosso entendimento, a escala móvel das horas de trabalho deve, a priori, estabelecer uma jornada semanal de no máximo 30 horas, com o intuito de apontar para a classe trabalhadora a farsa burguesa da mais valia e do trabalho extenuante do proletariado, apontando para a classe trabalhadora a problemática do desemprego estrutural que mantém o exército de reserva de trabalho.
A escala móvel de salários deve elevar o salário para um mínimo vital a fim de acabar com a extrema defasagem salarial que deteriora a qualidade de vida do trabalhador. Após esse ajuste, a escala móvel de salário consistirá em reajustes de acordo com a inflação do período correspondente, o que evidenciará para a classe trabalhadora o acirramento entre seus interesses vitais, de custo com tudo o que lhe é necessário para se manter e continuar vendendo sua força de trabalho e os interesses econômicos estapafúrdios da burguesia.
Um plano de obras públicas deverá garantir a economia em movimento ainda maior, empregando os trabalhadores que ainda estiverem desempregados, tudo sob controle operário e visando a construção de aparelhos públicos que beneficiarão a classe trabalhadora e seus filhos, como escolas, creches, universidades, moradias populares, etc.
A dissolução das forças armadas faz ainda mais sentido ao Brasil na atual conjuntura, haja visto que o pais não esta em nenhum conflito beligerante, o que denota ainda mais e melhor a mentira de haver necessidade de um exército regular com alistamento obrigatório. A polícia deve ser desmilitarizada e os trabalhadores deverão ter acesso à armas e fazer sua própria segurança. O policiamento deverá ser feito por trabalhadores, que se revezarão e farão serviço policial de tempo breve, em cargos removíveis em suas localidades de moradia, o que evitará o abuso de poder e a corrupção.
Para além das pautas transitórias apresentadas, a TR defende a estatização imediata dos setores estratégicos da sociedade. Deverá haver maior empenho para a estatização completa dos sistemas de saúde, educação e transporte, tudo sob controle operário e planificado de acordo com a necessidade da classe trabalhadora.

Atuação dos parlamentares

Nossos parlamentares devem atuar na defesa dessas plataformas, utilizando o parlamento como tribuna de denúncia contra os capitalistas e em defesa dos interesses específicos da classe trabalhadora, sem a falsa esperança de mudar alguma coisa por dentro do sistema, mas conspirando contra o governo da burguesia, a fim de marcar posição e ganhar hegemonia para preparar o terreno para a futura sublevação da classe trabalhadora.
O salário dos parlamentares deve ser de acordo com suas necessidades, sem exageros. A TR defende que os parlamentares tenham o salário de trabalhadores comuns de suas áreas de origem, repassando o restante para o partido, tudo amparado em estatuto. Consideramos necessário estabelecer um teto de dois salários mínimos vitais, o que hoje calculamos em cerca de R$ 5.200 mensais.
Os parlamentares devem estar submetidos a maior rigor de centralismos, devendo cumprir penalizações caso incorram em defesa de posicionamentos que não contemplam a política do partido. A TR entende que parlamentares que descumprem o estatuto partidário devem ser repudiados, devendo sofrer sanções políticas ou mesmo afastamento em caso de comprovação de culpa pela comissão de ética.

Financiamento de campanha

Quanto ao financiamento de campanha eleitoral, a TR defende que os candidatos do partido não aceitem dinheiro de empresa ou empresários em caso nenhum, a fim de manter independência de classe e independência política completa. O partido deve se auto-financiar, recorrer à classe trabalhadora e manter uma política de finanças criativa e classista.
Para um controle mais efetivo do partido, a TR defende que os candidatos só recebam dinheiro de pessoas físicas, com um valor de teto a ser estipulado, que a TR deverá sugerir em tempo oportuno. Atualmente o estatuto só proíbe o recebimento de dinheiro de empreiteiras, bancos e multinacionais, o que ainda deixa brecha para várias outras correntes do capital, o que deve ser combatido veementemente pelo partido.

Questões internas

As instâncias internas do partido devem ser efetivamente democráticas, dando espaço para toda e qualquer corrente regularmente filiada ao Psol, bem como para todos os filiados e militantes do partido, respeitando as diferenças práticas e teóricas da vida intra-partidária.
Nesse sentido, a TR defende que todos os militantes tenham espaço nos núcleos e diretórios do partido para exporem suas opiniões, desde que respeitem as decisões e a linha política do partido. Em caso contrário, o militante deve ser sancionado, ou, se for o caso, ser afastado do partido pela direção, que deverá atuar com firmeza ideológica e programática diante de eventuais desvios.
Em caso de desvio ideológico e programático por parte de dirigentes, estes devem ser igualmente penalizados a afastados imediatamente de suas funções dirigentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário