segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um novo partido, uma velha história...

                                
                            
 
                                                                   Por Mário Medina
 
Na última semana foi realizado em São Paulo um encontro de Marina Silva com um grupo de cerca de 350 pessoas, entre os quais, vários medalhões da política paulista, que ela tem arregimentado em torno do Movimento Nacional por uma Nova Política.
Acontece que Marina tem viajado o país para articular uma nova legenda partidária onde possa lançar sua candidatura à presidência em 2014, haja visto que, já faz um tempo, rompeu com o PV após ter se desentendido com velhos quadros da sub-legenda tucana e, agora, se encontra sem sigla.
Entre uma base de ingênuos militantes ambientalistas e movimentistas que querem se reunir ao redor da figura de Marina pra reivindicar novas políticas ambientais para o país, e uma extensa lista de políticos descontentes em suas atuais legendas, Marina articula uma união que possa coletar quase 500 mil assinaturas necessárias para possuir uma nova legenda em mãos e não ter de se submeter à filiação a nenhum outro partido onde encontre divergências quanto ao seu plano de se candidatar.
E, nessa `` onda Marina ``, o curioso é notar a afluência de dissidências de diversas tendências do cenário político nacional. Entre os futuros correligionários de Marina figuram lado a lado tucanos e petistas insatisfeitos, dissidentes que a acompanham da saída do PV e até mesmo uma sondagem por parte de Heloisa Helena, fundadora do Psol.
Essa salada mista de quadros políticos oriundos de diversos partidos extremamente incorporados ao funcionamento do regime democrático burguês, e mesmo a intenção de alas da esquerda, que hoje compõem o Psol, de se vincular ao novo partido, é sinal, por um lado, da desagregação que existe no seio das burguesias por conta de conflitos de interesses entre elas mesmas; sintomática, por outro lado, do descontentamento político da juventude e dos trabalhadores com o cenário que aí está posto, o que tende a jogar setores politizados da pequena burguesia na ilusão de que uma nova sigla encabeçada por Marina poderia fazer a diferença; e, numa análise mais apropriada da esquerda e do proletariado, uma evidência da crise de direção que impede o progresso político da classe operária, que também é vitimada enormemente pelo discurso ideológico predominante.
A tendência é que o novo partido de Marina seja mais uma legenda de aluguel, mais um partido nanico, entre tantos outros, operando na maneira habitual de ser dessas organizações. A saber, eleger parlamentares que muito provavelmente se unirão à base de apoio dos governos locais; viabilizar candidaturas insignificantes política e numericamente, passando a serem meros coadjuvantes nos segundos turnos, em busca de cargos e benesses, o que os faz ainda mais propensos ao fisiologismo; e aglutinar, nesse caso, como no PV, um razoável número de militantes sociais que ficarão à deriva das decisões políticas dos caciques do partido, e que serão ludibriados na esperança de estarem construindo uma nova alternativa onde, na verdade, o velho já está posto. Como diria o velho Marx, `` a história se repete como tragédia, e depois como farsa `` .
A respeito dos quadros do Psol que possivelmente romperão com o partido para aderir à legenda de Marina, a Resistência Popular Revolucionaria pensa que isso pode demonstrar um aspecto positivo, no sentido de que haverá uma depuração no partido por conta da legenda de Marina. Os que não desejam permanecer no Psol tem mesmo é que sair do partido. Elementos centristas e revisionistas e politiqueiros inveterados não farão falta alguma. O Psol se consolida ainda mais como partido da esquerda brasileira, como partido dos que acreditam na revolução e na transformação da sociedade.

TR- Tendência Revolucionaria / Psol

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