segunda-feira, 24 de março de 2014

O FUTURO DA HUMANIDADE DEPENDE, EM GRANDE PARTE, DOS TRABALHADORES DOS ESTADOS UNIDOS

 por Beth Monteiro

A classe trabalhadora e classe média dos Estados Unidos  são as maiores  e mais combativas do mundo. Talvez percam em termos numéricos para as da China, mas em  padrão de vida (ou de consumo) são muito mais poderosas. Os trabalhadores da Rússia, China, Índia, Brasil etc, jamais experimentaram padrão de abundância e riqueza  sequer semelhante  a dos EUA.

Com a  exploração dos trabalhadores e o saque das riquezas dos países dominados, os EUA, com a ajuda da União Europeia, conseguiram manter sua própria classe trabalhadora  controlada, graças a este excelente padrão de vida.  Por isso, eles  entenderam  as guerras  implementadas pelos EUA como uma forma de impor “democracia”, “Direitos Humanos”,  “prosperidade” , e não como necessidade econômica para continuarem a manter seu alto padrão de consumo e os lucros de sua burguesia.
Com a crise do capitalismo, os trabalhadores e a pequena burguesia dos EUA estão apenas começando a sentir na pele o sofrimento que os trabalhadores  dos países periféricos sentem há muitos anos.

O governo dos EUA sabe que se arrochar mais, haverá uma explosão social incontrolável, ainda mais com uma população armada. A constituição dos EUA prevê  o direito de autodefesa porque, nos bons tempos, os legisladores  acharam que, em caso de necessidade, o povo iria defender seu país com armas na mão e, principalmente, visavam a lucratividade da indústria armamentista. E agora essa luta para desarmar a população...
O governo  e a burguesia norte-americanos estão desesperados, tentando, diante da crise terminal do capitalismo, impedir uma revolta popular interna, ao mesmo tempo em que tentam de forma dramática aumentar o saque das riquezas e a exploração dos trabalhadores de países semicoloniais.

O grande problema é que o governo dos EUA perdeu o apoio  popular  para suas guerras por “Direitos Humanos” e “Democracia”, porque seu povo  começou a observar que suas ”boas” intenções implicam em gastos que acabam por prejudicá-los internamente e que “benevolência” tem limites.
A burguesia estadunidense e sua cúmplice, União Europeia, não podem simplesmente dizer para seus trabalhadores que precisam matar milhões de pessoas pelo mundo afora para garantir seu padrão de vida, manter seus empregos etc. Eles, com certeza, não aceitariam.
Beth Monteiro
Engana-se quem pensa que a maioria da população dos Estados Unidos  é desumana  e  que pouco se importa com o sofrimento  dos povos dos países pobres. Eles foram convencidos de que seu governo fazia a guerra para impor o mesmo paraíso em que viviam a outros países, e por isso apoiavam, como também foram convencidos de que injustamente foram atacados pelo terrorismo  nos  eventos do 11 de setembro , e por isso, apoiaram, no início, a guerra contra o Afeganistão, mas foram capazes de saírem aos milhões nas ruas para tentarem barrar a guerra contra o Iraque. A maioria não sabe dos golpes e tramoias em  vários países e acreditavam que a vida do russos, chineses, cubanos, iugoslavos  etc , na época da Guerra-Fria, fosse um inferno  ao serem submetidos a terríveis ditaduras (o que não deixa de ser verdade) e que precisavam ser libertados pelo seu “heroico” país.

Como não podem mais iludir tanto o seu próprio povo e muito menos manter  o seu  alto padrão de vida, os EUA/UE começaram a meter os pés pelas mãos, numa tentativa desesperada de garantir os lucros de sua burguesia e ao mesmo tempo aplastar as revoltas populares, atacando todos que tentam cruzar seu caminho ou atrapalhar seus planos para uma sobrevida.

Arrisco dizer que, diante desta situação desesperadora de crise de superprodução e queda drástica das taxas de lucro, a sobrevivência da Humanidade está nas mãos dos trabalhadores dos Estados Unidos.
A esquerda marxista revolucionária dos Estados Unidos ( sim, ela existe)
precisa  se colocar à frente das  greves, mobilizações e rebeliões, que já começam a acontecer,  para reverter este dramático curso da História que pode levar a Humanidade para o abismo da barbárie.


Um comentário:

  1. Uma nova pesquisa mostra que a maioria dos americanos não acha que os EUA devem intervir na Rússia devido a recente anexação da Crimeia.
    A pesquisa da CBS constatou que 61 por cento dos entrevistados disseram que os EUA não têm a responsabilidade de se envolver na disputa entre Rússia e Ucrânia.

    (New York Time de 25/01/2014)


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