por Beth Monteiro
“O princípio que deve agora estar NA BASE DA NOSSA TÁTICA NÃO É O DE QUAL DOS DOIS IMPERIALISMOS É MAIS VANTAJOSO ajudar agora, mas o princípio de como melhor e mais seguramente assegurar à revolução socialista a possibilidade de se reforçar, ou, PELO MENOS, DE SE MANTER num país até que outros países se lhe juntem. NÓS RECONHECEMOS O DERROTISMO APENAS EM RELAÇÃO À NOSSA PRÓPRIA BURGUESIA IMPERIALISTA...” (V. I. Lênin - 20 de Janeiro de 1918).
SE O RECORDE DE ABSTENÇÃO NO PLEITO PARA O PARLAMENTO EUROPEU, em seu conjunto, já está deixando muitos analistas políticos apreensivos, o grande fiasco que foi a rejeição dos eleitores dos países do Leste Europeu e ex-repúblicas soviéticas, como a Eslováquia, que teve 87% de abstenção, deveria ser um aspecto a ser considerado com um novo olhar pela esquerda maidanista que apoiou o golpe na Ucrânia que depôs um presidente eleito porque este se recusou a assinar um acordo com a União Europeia que significaria o corte de 50% nos salários, aposentadorias e pensões, a demissão de 50 mil funcionários públicos e o aumento de 50% no preço da energia entre outros ataques sem precedentes ao nível de vida dos trabalhadores.
MAS NÃO EXISTEM INDÍCIOS DESTA MUDANÇA DE RUMOS; os mesmos que apoiaram o golpe liderado por nazifascistas, com a cumplicidade aberta dos Estados Unidos, tendo à frente seus mais altos representantes participando com os “revolucionários” nos protestos violentos ,na Praça Maidan, no centro de Kiev, e como timoneiro, George Soros e sua Monsanto, que com seus bilhões de dólares investiu pesado nesta “revolução”, seguem repetindo ad nauseam as frases do megaespeculador Soros, tentando eleger um diabo mor , criando um fascismo pra chamar seu : Putin por defender a “etnia” russa dos ataques do governo golpista e dos nazifascistas na Ucrânia, quando na verdade nem existe uma única etnia na Rússia, trata-se de nacionalidade e dos que falam o idioma russo.
EM UM PAÍS QUE TINHA UM REGIME DEMOCRÁTICO BURGUÊS FORMAL, o que poderia aspirar os que apoiaram aquela “revolução vitoriosa”, no caso de total impossibilidade de os trabalhadores avançarem, naquele momento, para a o socialismo? A DEMOCRACIA LÍQUIDA? Denis Pilas, um dos organizadores da ”Esquerda Maidan”, disse que a esquerda internacional não deve sucumbir a qualquer tipo de geopolítica ou de apoio do imperialismo 'mal menor'. Em vez disso, ele deve fazer campanha contra a política militarista tanto e aventureiro de ambos os EUA e a Rússia. Deve ser um movimento antiguerra genuína, contra uma possível guerra civil na Ucrânia também.
“NEM WASHINGTON NEM MOSCOU” uma expressão muito usada pelos que já fizeram sua opção e não querem assumir. Como dizia Lênin: “... deste ponto de vista, em ambos os casos, NÃO NOS LIVRAREMOS COMPLETAMENTE DE UM OU OUTRO LAÇO IMPERIALISTA, e é evidente que não é possível libertar-se completamente dele sem derrubar o imperialismo mundial. A conclusão correta disto é que, a partir do momento da vitória de um governo socialista num país, é preciso resolver as questões NÃO DO PONTO DE VISTA DA PREFERÊNCIA POR ESTE OU POR AQUELE IMPERIALISMO, mas exclusivamente do ponto de vista das melhores condições para o desenvolvimento e o reforço da revolução socialista que já começou.”
A realidade não pode ser varrida para debaixo do tapete com umas frases de efeito. Gostemos ou não, temos que lidar com ela como se apresenta porque uma análise feita a partir de sentimentos ou de posições previamente introjetados, cedo ou tarde irá cobrar o restabelecimento da verdade, e o preço pode ser muito alto.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
PEPE MUJICA GOVERNA, HUMILDEMENTE, PARA O CAPITAL FINANCEIRO E PARA AS MULTINACIONAIS
por Beth Monteiro
Há uma contradição flagrante entre o discurso e as ações do
presidente uruguaio
Está clara a intenção dos ideólogos do capitalismo ao
abraçarem as causas das minorias e dos Direitos Humanos: estas lutas, embora
justíssimas, não implicam em mudanças radicais do sistema econômico vigente, e
por isso estão servindo como mais um instrumento político de dominação, desta
vez levando ilusões até mesmo a amplos setores que se reivindicam de esquerda e
defensores dos direitos humanos.
Talvez o modelo de maior sucesso, que está servindo de modelo
a ser usado como uma tentativa desesperada para prorrogar a vida vegetativa do capitalismo,
seja o de Pepe Mujica no Uruguai.
O URUGUAI É UM PAÍS CONHECIDO PELO SEU PIONEIRISMO EM MEDIDAS
RELACIONADAS COM DIREITOS CIVIS e democratização da sociedade: em 1907, foi o
primeiro país a legalizar o divórcio; em 1932, o segundo país da América a
conceder às mulheres o direito ao voto. Em 2007, quando Mujica ainda não era
presidente, o Uruguai foi o primeiro país sul-americano a legalizar uniões
civis entre pessoas do mesmo sexo.
OBSERVADORES POLÍTICOS CONSIDERAM O URUGUAI O PAÍS MAIS
SECULAR NAS AMÉRICAS. Em 1909, toda e qualquer educação religiosa foi banida
das escolas públicas; em 1917, a completa separação entre Igreja e Estado foi
introduzida na Constituição. O Uruguai se converteu no país mais laico da
região com várias medidas que já levam mais de um século, como o fim dos
feriados religiosos. Lá o Dia de Reis se chama Dia das Crianças, a Semana Santa
é a Semana do Turismo e o Natal se conhece como o Dia da Família.
A partir destas
características e de conquistas já assimiladas pela população menos conservadora
da América Latina, Mujica ousou avançar um pouco mais, fazendo algumas mudanças
como transformar a lei já existente, sobre união civil, em casamento gay, aprovar
a descriminalização do aborto e a legalização da maconha. Entretanto, seu governo não legislou em favor
dos interesses dos trabalhadores uruguaios. O modelo econômico permanece o
mesmo.
CONTRADIÇÕES
Mujica posa de grande defensor do meio ambiente, mas deu
carta branca para as empresas transnacionais poluírem à vontade, tendo a seu
dispor generosos incentivos fiscais. Nunca o Uruguai deu tanta terra para as
multinacionais que incluem empresas que cultivam soja GM com agrotóxicos e
desenvolvem projetos de mineração a céu aberto que está causando um grande impacto
negativo ao meio ambiente.
UM TERÇO DOS TRABALHADORES URUGUAIOS ganha menos de 14.000
pesos por mês, quando se estima que, para a família média de quatro pessoas,
seriam necessários 50 mil pesos mensais para cobrir as necessidades básicas. Os
ricos, no entanto, continuam cada vez mais ricos. E se, por um lado, houve uma
ligeira valorização salarial e queda na taxa de desemprego, por outro lado, a
maioria dos trabalhadores é obrigada a aceitarem a precarização.
O governo de Pepe Mujica afastou-se do programa inicial da
Frente Ampla e de sua retórica anti-imperialista e antioligárquica, optando por
uma coalizão socialdemocrata. Assim, ficou livre para enganar o povo com um
discurso de viés progressista para convencer o eleitorado de que um capitalismo
desenvolvido com a vinda de grandes multinacionais levaria o país ao Socialismo
(??!!).
O EX-GUERRILHEIRO MUJICA DIZ SER A FAVOR DE UM CAPITALISMO
MAIS HUMANO, ao mesmo tempo em que segue determinações do FMI e do Banco
Mundial, em detrimento dos trabalhadores, que têm se decepcionado com as
consequências do retorno do Uruguai a total dependência do capital estrangeiro,
com serviços financeiros levando expressiva parcela do PIB, o que acarreta ao
país a fama de ser um paraíso fiscal. Atualmente, a Dívida Pública se converteu
em 125% do PIB, índice semelhante ao
alcançado na época da Ditadura Militar.
MUJICA ESTÁ SERVINDO COMO UMA MARIONETE OU “GAROTO
PROPAGANDA” DO CAPITALISMO, mostrando ao mundo as qualidades e os benefícios
que pode trazer a um país um governante austero em sua vida pessoal e que não
seja corrupto em sua vida pública. Para isso, ele usa frases de efeito e uma
filosofia duvidosa que agrada a todos: desde Obama e especuladores como George
Soros que apoiou e financiou a campanha pela legalização da maconha de olho nos
lucros que a Monsanto terá com a cannabis GM, até ambientalistas do Greepace,
passando pela esquerda festiva que não se cansa de admirá-lo pela sua coragem de
governar em prol das minorias oprimidas, mesmo que isto signifique governar
contra a maioria explorada e em prol das oligarquias.
Fontes: La República –Ministério das Relações Exteriores do Brasil –Wikipédia - Carta Capital
terça-feira, 20 de maio de 2014
Ato antimanicomial em SP
por Alexandre Augusto
Este dia dezoito de maio
foi marcado por mais um dia de luta para trabalhadores e usuários de serviços de
saúde mental. Com uma manifestação de luta
antimanicomial que ocorreu nas ruas do centro da capital paulista, centenas de pessoas reivindicaram o fim dos hospícios e uma política de saúde mental que respeite a subjetividade dos pacientes e os direitos trabalhistas e salariais dos técnicos da área.
Uma das pautas da
manifestação foi o fim da internação compulsória
para usuários de droga e álcool da cracolândia, produto das políticas higienistas e truculentas de saúde
mental do PSDB, veementemente endossada por Ronaldo Laranjeiras, psiquiatra conhecido por defender publicamente as internações.
O psicólogo Renê
Rogério, em entrevista a estudantes de jornalismo que acompanhavam o
ato, disse que há muito o que fazer na área da saúde mental, reivindincando dos governos uma política contundente de ações psicossociais,
investindo em mais CAPS e diminuindo um problema que tornou-se
símbolo da luta para um tratamento mais humano: a
hipermedicalização.
O psicólogo afirmou em entrevista que não
basta dar remédios aos pacientes, que tem de haver
condições para os pacientes serem incluídos de volta ao convívio
social, como, por exemplo, através de projetos de geração de renda e moradia digna. Vale lembrar que parte dos pacientes atendidos pelos serviços de saúde mental se encontram em situação de rua.
Apesar do ato coincidindir com a virada cultural, o trajeto teve início no
teatro municipal e se encerrou na estação da luz em frente ao Cratod. A passeata contou com a presença de vários companheiros, entre pacientes de diversos CAPS, de várias regiões do estado, coletivos antimanicomiais, representantes do conselho regional de psicologia e da frente antimanicomial do estado de São Paulo.
domingo, 18 de maio de 2014
“SE VOCÊ ESTÁ PROCURANDO AS SEMENTES DO SOCIALISMO EM ALGUM LUGAR NA UCRÂNIA,ELAS ESTÃO NOS MOVIMENTOS NO SUDESTE. “
Para aqueles que não viram o conteúdo progressista e mesmo
revolucionário de eventos no Sudeste da Ucrânia, Lênin dirigiu estas palavras: "Imaginar
que a revolução social é concebível sem revoltas por pequenas nações nas
colônias e na Europa, sem explosões revolucionárias por uma seção da pequena
burguesia com todos os seus preconceitos, sem um movimento das massas
proletárias e semiproletárias politicamente não-conscientes imaginar ... tudo
isso é repudiar revolução social. Assim, as linhas de um exército em um lugar diz: "Nós somos pelo socialismo", e outra, em outro lugar diz:
"Nós somos pelo imperialismo", e que vai ser uma revolução social!
... Quem espera uma revolução social 'pura' nunca vai viver para vê-lo. Tal
pessoa paga um falatório sobre revolução sem entender o que é revolução...”
UMA CHANCE SOCIALISTA
PARA O SUDESTE DA UCRÂNIA.
Por Victor Shapinov,
União Borotba (Luta) da Ucrânia
A orientação anticapitalista em grande parte espontânea dos
ativistas AntiMaidan que criaram as repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk não é
surpreendente. Os maiores proprietários-oligarcas eram clientes, patrocinadores
e os principais "beneficiários" do EuroMaidan. Oligarcas capitalistas
como Igor Kolomoysky, Dmytro Firtash, Sergei Taruta e, em menor medida, Rinat
Akhmetov, financiaram o EuroMaidan e o
promoveram em seus meios de comunicação. Quando o EuroMaidan ganhou, aqueles
que anteriormente governaram o país
indiretamente através da administração de Yanukovych continuaram no controle
direto, incluindo compromissos como os governadores de áreas-chave.
Além disso, como se vê, a ajuda da oligarquia não só levou à
vitória dos ultranacionalistas e EuroMaidan, mas eles tentaram influenciar o
movimento de resistência ao novo governo - o chamado AntiMaidan.
Como Pavel Gubarev, o governador do Povo da região de
Donetsk, declarou recentemente que Rinat Akhmetov pagou um número de ativistas
AntiMaidan para que eles silenciassem.
"Todas as atividades de Akhmetov foram destinadas a drenar a raiva das
pessoas, e tudo acabou bem em Dnepropetrovsk. O Oligarch Kolomoysky conseguiu isso porque há um pouco de
sentimento pró-ucraniana mais forte do que no Donbass", disse Gubarev em
entrevista ao " Rossiyskaya Gazeta ".
A oligarquia patrocinou o desenvolvimento de vários grupos
neonazistas e sua união sob a marca "setor direito." Oligarcas indiretamente financiaram o líder reconhecido do setor direito, Dmitry
Jaros, que disse à imprensa: " Nós não nos importamos se eles (os
oligarcas) financiem nosso exército". O Bilionário Igor Kolomoysky mostrou zelo
especial, atendendo ao público das milícias do Sudeste, oferecendo US $ 10.000
para uma "sabotador".
Por isso, a própria lógica da luta está empurrando os
ativistas do Sudeste para o campo de anticapitalismo. Participei do movimento
AntiMaidan em Kharkov e Odessa, eu vi como as massas populares têm levantado slogans contra a oligarquia.
Sergei Kirichuk, um dos líderes do Kharkov AntiMaidan e
coordenador do movimento socialista Borotba, também enfatiza a agenda social do
movimento do Sudeste: "as pessoas aqui no Sudeste levantam demandas de
seus direitos socioeconômicos . Há um componente antioligárquico, anticapitalista muito sério
nestes protestos ", diz Kirichuk, que agora se encontra no exílio.
Caracterizando o financiamento do AntiMaidan, Kirichuk diz:.
"O movimento no Sudeste, em seus equipamentos técnicos e de apoio financeiro,
não pode ser comparado com o Maidan Victoria Nuland que disse que os EUA gastou US $ 5 bilhões
para" promover a democracia "na
Ucrânia e no leste da Ucrânia. O movimento de protesto não demonstram possuir um forte apoio financeiro,
pelo menos nas cidades onde estavam ativos -.em Kharkov e Odessa - não tenho visto nenhum financiamento dos
russos ou da administração Putin. E no cenário político, não vimos quaisquer
pessoas ajudar ou financiar, este
movimento ".
Posso confirmar estas palavras de Sergei: em Kharkov, produzimos panfletos com o nosso próprio
dinheiro, com uma circulação total de cerca de 100.000 cópias. Reunimos
pequenas doações privadas. Dez mil cartazes foram colados chamando o boicoteàs
eleições marcadas pela junta de Kiev. No monumento a Lenin, havia uma caixa de
doações para ajudar os Defensores de Kharkov e os feridos. Os organizadores
AntiMaidan usaram o pequeno escritório no porão de Borotba. Isso é tudo que tivemos para o "financiamento"
de AntiMaidan. Não descarto a possibilidade de
alguns bandidos terem coletado grandes quantidades, usando o nome do
movimento, mas entre os ativistas não vi
nada disso.
Gubarev pinta a mesma imagem da Donetsk AntiMaidan: "Na
milícia há pessoas diferentes: mineiros e ex-funcionários, anunciantes, meus
companheiros ... Mas o que eles têm em comum é que eles são honestos sobre o
dinheiro. Eles hipotecaram sua
propriedade,.. tomaram o dinheiro e investiram no movimento quando tivemos dificuldades
financeiras. Eles gastaram seu próprio dinheiro."
Este também é um contraste: de um lado, os militantes
ultranacionalistas com grande financiamento e, de outro, os trabalhadores, estudantes,
desempregados e ativistas pobres. Quando os nossos camaradas da Borotba apreenderam
documentos setor direito na Administração Estatal Regional Kharkov, entre eles
estavam cartões bancários e cheques. Eles testemunharam que um menino da vila,
um estudante do Instituto de Educação Física, tinha um valor de US $ 10.000.
Ressalto mais uma vez que não havia slogans antioligárquicos
ou mesmo sociais entre os EuroMaidan. Alguns esquerdistas que queriam
"estar com as pessoas" e tolamente inocentes passaram entre os EuroMaidan, foram espancados e expulsos em desgraça pelos
ultras que dominam lá. Esses neonazistas,
uma vez viciados em financiamento oligárquico, imediatamente esquecem sua demagogia
"anticapitalista”.
Esta união de oligarcas e nazistas vem diretamente das páginas dos livros de história, como o faz a união de slogans
antifascistas e anticapitalistas por opositores da junta Kiev.
"O FASCISMO É A DITADURA TERRORISTA ABERTA DOS
ELEMENTOS MAIS REACIONÁRIOS, mais chauvinistas, mais imperialistas do capital
financeiro ... O fascismo não é um poder supraclasse, não é o poder da pequena
burguesia e lumpenproletariat sobre o capital financeiro. Fascismo é o poder do
capital financeiro. É uma organização de represálias terroristas contra a
classe trabalhadora e contra a seção revolucionária do campesinato e da intelectualidade.
Fascismo na política externa é chauvinismo em sua forma mais crua, cultivando
ódio xenófobo contra outras nações ", de acordo com a definição clássica
do fascismo formulada por Georgi Dimitrov. E o que está acontecendo na Ucrânia
de hoje se encaixa totalmente nessa definição.
O proprietário de Privat Kolomoysky é um símbolo vivo do capital financeiro. A violência terrorista dos exércitos privados da Kolomoysky
junto de militantes de extrema-direita, foi visto por todos na mídia.
Não é por acaso que os defensores da Maidan demoliram
monumentos de Lênin enquanto seus opositores o protegiam. Neste sentido, há uma
divisão de classes de profundidade. E se você está procurando as sementes do
socialismo em algum lugar na Ucrânia - elas estão nos movimentos no Sudeste.
Claro, Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk não serão socialistas porque, provavelmente, parte das
empresas de médio grande porte vão manter as suas posições. Uma tentativa de ocupação poderia não ser aceita, pois seria como rotular as corporações russas como "ruins". Mas, no
"fundo", a criação de repúblicas populares, a experiência da luta de massas
antifascista, anti - imperialista e antioligárquica, sem dúvida, mudou não apenas o Sudeste da
Ucrânia, mas também todo o espaço
pós-soviético, para a esquerda.
Para aqueles que não viram o conteúdo progressista e mesmo
revolucionário de eventos no Sudeste da Ucrânia, Lênin dirigiu estas palavras: "Imaginar
que a revolução social é concebível sem revoltas por pequenas nações nas
colônias e na Europa, sem explosões revolucionárias por uma seção da pequena
burguesia com todos os seus preconceitos, sem um movimento das massas
proletárias e semiproletárias politicamente não-conscientes imaginar ... tudo
isso é repudiar revolução social. Assim, as linhas de um exército em um lugar diz: "Nós somos pelo socialismo", e outra, em outro lugar diz:
"Nós somos pelo imperialismo", e que vai ser uma revolução social!
... Quem espera uma revolução social 'pura' nunca vai viver para vê-lo. Tal
pessoa paga um falatório sobre revolução sem entender o que é revolução...”
"A Revolução Russa de 1905 foi uma revolução
democrático-burguesa. Ela consistia de uma série de batalhas em que todas as
classes descontentes, grupos e elementos da população participaram. Entre
estes, havia massas imbuídas dos preconceitos mais cruéis, com os objetivos
mais vagas e a mais fantásticas luta; havia pequenos grupos que aceitaram
dinheiro japonês, havia especuladores e aventureiros, etc ...
"A revolução socialista na Europa não pode ser outra
coisa senão uma explosão de luta de massas por parte de todos e elementos
oprimidos e descontentes diversos. Inevitavelmente, setores da pequena
burguesia e dos trabalhadores atrasados irão participar dele, sem essa
participação, luta de massas é impossível, sem o que nenhuma revolução é possível, e assim
como, inevitavelmente, eles vão trazer para o movimento , os seus preconceitos, suas fantasias
reacionárias, suas fraquezas e erros."
(De "A discussão da Autodeterminação” resumo, julho de
1916)
Tradução - Greg Butterfield
sábado, 17 de maio de 2014
ESQUERDA VENDIDA QUER CALAR A AUTÊNTICA ESQUERDA EM NOME DO COMBATE À DIREITA
Não existe, no Brasil, um ataque direto ou indireto, através da
presença de proxies terroristas financiados por Washington, em território
brasileiro, uma vez que isso não é
necessários, pois os EUA faz , em nosso país ,o que bem entendem e o governo de Frente Popular não dá um pio,
seguindo religiosamente todas as ordens
do Banco Mundial e do FMI , mesmo que este último este não esteja de corpo presente,
neste momento, no Brasil .
SENDO ASSIM, SÓ SE PODE CLASSIFICAR DE OPORTUNISTAS TOSCOS
OU PARANOICOS os que se colocam
em defesa do governo Dilma contra os
“ataques” do imperialismo,
comparando-o à Venezuela, Cuba, Líbia,
Síria e , agora, Ucrânia. Nestes países estava e está claro a existência da chamada
Guerra de Quarta Geração ou guerra nas
sombras , implementada pelos EUA e seus cúmplices na União Europeia e Oriente Médio. Neste caso, é correta a posição da esquerda marxistas, que não
capitulou ao discurso departamento de Estado norte-americano, em
priorizar a resistência aos ataques da
maior potência econômica e nuclear do mundo contra países indefesos e semicoloniais.
Mas este não é o nosso caso, pelo menos por enquanto. Sendo
assim, a esquerda marxista e mesmo a esquerda reformista podem e devem seguir em suas críticas e apoio
às lutas dos trabalhadores e populares por
melhores condições de vida, contra os desmandos e escândalos deste governo que
de esquerda não tem nada.
NÃO PODEMOS PERMITIR QUE O CINISMO DAQUELES QUE ESTÃO TENTANDO CALAR AS VOZES
DOS QUE GRITAM POR JUSTIÇA e por direitos a uma vida digna, prossiga. UMA COISA É O DISCURSO DE ÓDIO E SEM SENTIDO DA OPOSIÇÃO DE DIREITA. Qualquer um, por mais
alienado que seja, pode ver que PSDB e aliados não criticam os baixos salários, o
Salário Mínimo de fome que o governo Dilma impõe a mais de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, as
privatizações, a extorsão praticadas pelas
mais altas tarifas do mundo nos serviços
de água/esgoto, passagens, telefonia, eletricidade, nem tampouco o DESVIO DO DINHEIRO DE NOSSOS IMPOSTOS e fruto do trabalho de milhões de brasileiros
para o pagamento dos juros da Dívida Pública e para o pagamento de uma dívida nunca auditada e
que já foi paga várias vezes, e para
garantir a escandalosa lucratividade dos
banqueiros e especuladores.
CHEGA DE HIPOCRISIA. Vamos seguir com nossas lutas e fazendo
oposição, pela esquerda, aos desmandos deste governo.
Beth Monteiro
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Poder para o povo!
por Mário Medina
Nesta
última quinta-feira, dia 15 de Maio, o Brasil foi tomado por
manifestações e greves de diversas categorias. Trabalhadores,
estudantes, sem-tetos e outros movimentos populares tomaram as ruas
para reivindicar aumentos salariais e direitos, saúde, educação e
moradia.
Ás vésperas da copa do mundo, diante do superfaturamento dos
estádios, do colapso dos serviços públicos, das perdas salariais
frente a inflação, do déficit habitacional e da especulação
imobiliária, o povo retoma o espírito das jornadas de Junho e
promete mais uma vez protagonizar uma onda de mobilizações de
proporções nunca vistas.
O governo e o PT estão perdendo o controle das massas. Não há
medidas de bondade que Dilma possa lançar mão para blindar o povo
da revolta e assim livrar as ruas das grandes manifestações que
estão a ponto de estourar outra vez.
A classe trabalhadora está cansada de tanto esperar, está perdendo
o resto de confiança que tinha nos petistas. Os trabalhadores querem
o novo, e lutarão por isso, ainda que não tenham clareza do que
esse novo significa.
O papel da esquerda revolucionária é primordial para guinar as
massas à esquerda e apontar para o rompimento com as ilusões
constitucionalistas e eleitorais, para dirigir os trabalhadores na
luta pelo poder e pelo socialismo.
As mobilizações de Junho passado não foram adiante nas tarefas
revolucionárias justamente por carecerem de uma liderança, porque
os grandes aparatos, as centrais sindicais, o MST e outros movimentos
sociais de envergadura estão atrelados ao PT; abdicaram da luta e do
papel revolucionário de outrora.
Na ausência da esquerda, a direita oportunista se revela, tenta
tomar a frente e pinta a justa indignação social de um
verde-amarelismo ufanista e infantil. É preciso derrubar esse
governo entreguista, mas também é preciso varrer os fascistoides
das ruas, acabar com as esperanças da tucanada. É preciso empunhar
a bandeira vermelha da revolução social, mostrar que só a esquerda
revolucionária tem uma saída à altura do que o Brasil necessita.
O momento é de luta acirrada com os poderosos, e, portanto, de
unidade ferrenha da esquerda, dos partidos realmente progressistas e
revolucionários, das centrais e dos sindicatos de luta, dos aparatos
que não estão nas mãos da pelegada e da patronal.
O momento é de tomar as ruas e exigir a saída dos politiqueiros de
plantão, com uma greve geral que sacuda esse país e acabe com a
farra das empreiteiras e do governo, dos banqueiros e dos
especuladores. O momento é de tamanha mobilização que o país pare
e a Fifa retroceda, que a copa seja inviabilizada por massivas
categorias em paralisação, e que o mundo veja o poder de luta da
nossa classe trabalhadora e da nossa juventude.
Queremos um Brasil para os trabalhadores! Queremos salários dignos e
qualidade de vida! Queremos o socialismo!
Fora Dilma!
Poder para o povo!
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Da ‘Loucura’ à luta antimanicomial
por Roberto Barros
“A história da
nossa psiquiatria é a história de um processo de asilamento, é a
história de um processo de medicalização social” essa sentença
de Amarante ilustra em poucas linhas a real situação que este
domínio de saber se encontra e a constante necessidade de
reformulação do mesmo. A psiquiatria surge, com a chegada da
Família Real ao Brasil, com o objetivo de colocar ordem na
urbanização, disciplinando a sociedade e sendo, dessa forma,
compatível ao desenvolvimento mercantil e as novas políticas do
século XIX. É a partir do embasamento nos conceitos da psiquiatria
européia, como degenerescência moral, organicidade e
hereditariedade do fenômeno mental, que a psiquiatria brasileira
intervém no comportamento considerado como desviante e inadequado às
necessidades do acúmulo de capital, isolando-o e tratando-o no
hospital psiquiátrico. Dessa forma o saber e o poder médicos,
artificialmente, criam uma legitimidade de intervenção da classe
dominante sobre os despossuídos através da nova especialidade - a
psiquiatria - da nova instituição - o Hospital Psiquiátrico. O
objeto dessa intervenção - o sofrimento mental - é reduzido,
através de um artifício conceitual, a categoria de \"doença
mental\", subtraindo-se toda a complexidade de fenômenos
diversos, singulares e compreensíveis no contexto da existência
humana. O Manicômio, dentre outros dispositivos disciplinares
igualmente complexos, atravessou séculos até os nossos dias,
conformando uma sociedade disciplinar com dispositivos disciplinares
complementares num processo de legitimação da exclusão e de
supremacia da razão. É incrível como a sociedade ocidental sempre
procurou apartar e excluir aqueles que se encontram fora dos
“padrões” impostos por um grupo específico de indivíduos que
detém certos poderes. No passado isso se deu, por exemplo, com a
forma como a igreja tratou os leprosos através do período das
Cruzadas e como a mesma em associação com outras instituições
posteriores trataram o louco em períodos subsequentes.
Foucault mostra que
com o fim da lepra, reside nos loucos o estigma de desvio moral
justificando a exclusão destes. Dessa forma, pode-se concluir que as
pessoas acometidas pela loucura representam os excluídos da
sociedade, que necessitam com urgência desaparecer da visibilidade
das pessoas. Assim, hão de carregar sempre com eles este estigma –
a marca da discriminação e exclusão.
De certa forma, o
espectro que é observado atualmente é uma extensão do que ocorreu
durante nossa história. Na Renascença, os loucos eram colocados em
barcos e navios e carregados para cidades longe das suas em busca da
razão. Havia partidas de navios especialmente para levar os loucos.
Quando estes chegavam nas cidades, eram enxotados pelos moradores
(característica da exclusão). No entanto, havia locais destinados a
colocar os loucos, existindo, assim, a possibilidade de que os que
fossem enxotados fossem aqueles provenientes de outras cidades,
enquanto que os que ficavam eram oriundos delas.
Marinheiros
atracavam em lugares comerciais e ali deixavam os loucos. Estes,
quando acolhidos e mantidos pela cidade, eram levados para a prisão.
Esse fato torna-se interessante e até alegórica, pois o fato do
louco ser transportado de um espaço (local) para o outro através da
água remete-se ao que Foucault chama de “prisioneiro da mais
aberta das estradas”, ou seja, cria-se uma ambivalência pois o
lugar onde o insano estava indo não era sua terra, mas a que ficou
para trás também não o era. A terra do louco limita-se à
distância de ambas: a que foi sua e a que nuca será. Assim, a forma
como os poetas Renascentistas simbolizavam essa travessia ilustrava a
aterritorialidade. Literalmente, o insano não tinha chão. Ou tinha
água em volta de si, ou tinha grades. E, desde o século XIX, no
entanto, estes tem os manicômios que funcionam em sua maioria como
prisões, espaços de exclusão legitimado pelos dispositivos dos
saberes que foram apropriados pelas práticas médicas. Percebe-se a
existência dos manicômios por séculos à fio e frente a essa
realidade surgem alguns movimentos que questionam essa ordem das
coisas, procurando romper com a tradição manicomial brasileira,
principalmente com o fim da Segunda Guerra Mundial. Todas essas
experiências são locais, referidas a um ou outro serviço ou grupo
e estão à margem das propostas e dos investimentos públicos
efetivos. Há forte oposição exercida pelo setor privado que se
expande e passa a controlar o aparelho de Estado também no campo da
saúde.
Na década de 60,
com a unificação dos institutos de pensões e de aposentadoria, é
criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O Estado
passa a comprar serviços psiquiátricos do setor privado e concilia
pressões sociais com o interesse de lucro por parte dos empresários.
Dessa forma, cria-se uma indústria para o enfrentamento da
loucura. Mesmo diante dessa realidade os movimentos questionadores
crescem e têm como principal inspiração a experiência de Trieste,
na Itália, liderada por Franco Basaglia. Basaglia, em 1971, fecha os
manicômios, acabando com a violência dos tratamentos e põe fim no
aparelho da instituição psiquiátrica tradicional. Basaglia
demonstra que é possível a constituição de uma nova forma de
organização da atenção que ofereça e produza cuidados, ao mesmo
tempo que produza novas formas de sociabilidade e de subjetividade
para aqueles que necessitam da assistência psiquiátrica.
Em 13 de maio de
1978 foi instituída a Lei 180, de autoria de Basaglia, e incorporada
à lei italiana da Reforma Sanitária, que não só proíbe a
recuperação dos velhos manicômios e a construção de novos, como
também reorganiza os recursos para a rede de cuidados psiquiátricos,
restitui a cidadania e os direitos sociais aos doentes e garante o
direito ao tratamento psiquiátrico qualificado.
Esse grande passo
dado pela Itália influenciou o Brasil, fazendo ressurgir diversas
discussões que tratavam da desinstitucionalização do portador de
sofrimento mental, da humanização do tratamento a essas pessoas,
com o objetivo de promover a reinserção social. Na década de 70
são registradas várias denúncias quanto à política brasileira de
saúde mental em relação à política privatizante da assistência
psiquiátrica por parte da previdência social, quanto às condições
(públicas e privadas) de atendimento psiquiátrico à população.
No Rio de Janeiro,
em 1978, eclode o movimento dos trabalhadores da Divisão Nacional de
Saúde Mental (DINSAM), que faz denúncias sobre as condições de
quatro hospitais psiquiátricos da DINSAM e coloca em xeque a
política psiquiátrica exercida no país. É nesse contexto, no fim
da década de 70, que surge a questão da reforma psiquiátrica no
Brasil. Pequenos núcleos estaduais, principalmente nos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais constituem o Movimento de
Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM). A questão psiquiátrica é
colocada em pauta:... tais
movimentos fazem ver à sociedade como os loucos representam a
radicalidade da opressão e da violência imposta pelo estado
autoritário
A violência das
instituições psiquiátricas, dessa forma, é entendida como parte
de uma violência maior, cometida contra trabalhadores, presos
políticos e, portanto, contra todos os cidadãos. O movimento de
reforma sanitária tem influência constitutiva no movimento de
reforma psiquiátrica. Nos primeiros anos da década de 80 os dois
movimentos se unem, ocupando os espaços públicos de po
der e de tomada de decisão como forma de introduzir mudanças no sistema de saúde.
der e de tomada de decisão como forma de introduzir mudanças no sistema de saúde.
A Proposta da
Reforma Sanitária Brasileira representa, por um lado, a indignação
contra as precárias condições de saúde, o descaso acumulado, a
mercantilização do setor, a incompetência e o atraso e, por outro
lado, a possibilidade da existência de uma viabilidade técnica e
uma possibilidade política de enfrentar o problema.Somente no final
do século XX é que a militância por serviços humanizados consegui
às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os
CAPS .
Foi em 2001 que a
Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei redireciona a
assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de
tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a
proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não
institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos
manicômios.
As condições da
saúde mental no Brasil evoluíram, porém a Luta Antimanicomial não
parou. Ainda acontecem manifestações em todo o país no dia 18 de
maio, para que se mantenha vivo o cuidado com os doentes, e para que
fique claro que eles não devem ser excluídos da sociedade e
maltratados como eram antigamente, mas sim orientados e acompanhados
para que possam encontrar seu lugar no mundo. O dia 18 de maio também
se tornou Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes.
15 de maio de 1948 - dia da NAKBA - a tragédia palestina. O desterro de quase um milhão de pessoas sob o olhar indiferente e a cumplicidade da Comunidade Internacional
Beth Monteiro
A ironia trágica desta história é quando se percebe que as
vítimas do Holocausto se tornaram os
algozes que promoveram - e continuam a promover - a Nakba, ou seja, a expulsão sistemática e violenta de um povo
do seu próprio país de origem.
Mais do
que o assassinato de cerca de 15 mil pessoas em massacres, a destruição de 521
vilas palestinas e o deslocamento de cerca de 800 mil pessoas (números oficiais
da ONU relativos apenas a 1948), a Nakba foi uma limpeza étnica, que, de acordo
com as Nações Unidas, é definida pela transferência massiva de uma população de
forma sistemática, coerciva e deliberada, com o objetivo de alterar a
composição demográfica de uma região, e, particularmente, quando há por trás
uma ideologia que justifique a dominação de um grupo sobre o outro.
Desde
1948, o sionismo, com a conivência e apoio incondicional do imperialismo, usa
essa política para impedir os palestinos de exercerem seu direito de
autodeterminação. Israel expulsa os palestinos de suas terras e impede seu
retorno com o propósito de colonizar e estabelecer uma maioria judia no
território. A Nakba segue ocorrendo na chamada Terra Santa. A política de
expulsão sistemática da população palestina continua na ordem do dia.
Além do
bloqueio à Faixa de Gaza, que Israel transformou
no maior campo de concentração do mundo, os palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental convivem diariamente com
o confisco de suas terras, a demolição
de suas casas, com o controle sobre a água, estradas e
fronteiras e o estabelecimento de checkpoints (bloqueios militares) em todo o
território, além da prática hedionda do APARTHEID que foi institucionalizado com a
construção do muro da segregação na Cisjordânia, território palestino ocupado
ilegalmente por Israel , que começou a ser erguido em 2002, e tem cerca de nove
metros de altura e 700 km de
comprimento. (quase a mesma distância entre o Rio de Janeiro e Luziânia em
Goiás)
Este
muro da segregação não tem o objetivo de segurança, como alega Israel,
mas de reforçar a colonização. Pelo caminho, vão-se demolindo casas,
destruindo infraestruturas, sistemas de irrigação, separando famílias,
impedindo o crescimento natural e saudável de uma sociedade já traumatizada por uma ocupação violenta.
Mas os
palestinos continuam firmes em sua resistência às ambições racistas do
sionismo/imperialismo. Uma luta que não tem data para acabar. Mas eles sabem que o caminho é longo, e por isso é
preciso construir uma base sólida de resistência, pautada na total independência do jogo político capitalista e centrada na
construção de uma Palestina laica, independente, autônoma e Socialista em um só
Estado onde todas as etnias e religiões possam conviver em paz e que,
sobretudo, mantenha e amplie o caráter internacionalista desta luta.
A luta dos palestinos é a luta de todos que lutamos contra a
opressão capitalista, agravada exponencialmente
em sua fase imperialista cada vez mais predatória, desumana e cruel. A este
povo espoliado foi destinada uma das mais
terríveis experiências humana: ficar cara a cara com
monstro sionista
(Israel) que encarna toda a crueldade e
capacidade humana para destruir, humilhar, despojar, roubar, matar, torturar e
encarcerar todos os que resistem a seu poder desmedido , cujos crimes ficam
impunes por conta do apoio que recebe de praticamente todos os países que o
reconhecem e com ele mantém relações políticas, comerciais e culturais.domingo, 11 de maio de 2014
PROLETARIADO DA UCRÂNIA EM BUSCA DE UMA DIREÇÃO
por Beth Monteiro
Em 1871, a Comuna de Paris passou para a história como símbolo da capacidade do proletariado organizado para forjar transformações radicais na sociedade e uma afirmação revolucionária da autonomia de uma cidade. Os trabalhadores derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonarem precipitadamente a cidade. A Comuna de Paris é considerada a primeira república proletária da história.
Na construção da Comuna, que durou 40 dias, os trabalhadores foram a principal força e, muitos deles eram filiados à Primeira Internacional dos Trabalhadores. Não obstante, entre as massas, havia confusão política. Seu esmagamento, pelas forças armadas de Thiers, revestiu-se de extrema crueldade, deixando um rastro sangrento de 20 mil mortos.
A República Popular de Donetsk , na Ucrânia, não tem em sua direção, um grupo, ou Partido formado por Internacionalistas marxistas, mas gente do povo, trabalhadores, setores da classe média e até diretamente burgueses ou pró-burgueses. Mas, sendo esmagada ou não, certamente deixará para a história uma das mais candentes experiências de autodeterminação dos trabalhadores. Suas ilusões e confusão políticas não podem servir de motivo para que a mesma seja desprezada pela Esquerda marxista .
Para entender os militantes rebeldes do Leste e Sul da Ucrânia e suas ilusões, devemos recordar que em janeiro de 1905, os trabalhadores russos, liderados pelo padre Gapon, saíram na manhã do que ficou conhecido como o Domingo Sangrento para pleitear do czar, o reconhecimento de que suas reivindicações eram justas. Entretanto, as lideranças revolucionárias marxistas não os desprezaram por suas ilusões toscas no Czar e por seguirem um religioso que os levou a acreditarem que seriam recebido pelo Czar Nicolau II da Rússia, no Palácio de Inverno. A manifestação foi reprimida pelos soldados do Czar, que dispararam sobre a multidão, matando 200 pessoas e ferindo 800.
Olhando comentários e postagens em redes sociais de pessoas desta região, fico impressionada com o fato de que a insurgência no sul -oriental da Ucrânia é, basicamente, um movimento de operários. Na cidade de Yenakievo, e sem dúvida , em outros lugares, MINEIROS E METALÚRGICOS ADERIRAM AO MOVIMENTO EM MASSA.
Os militantes tiveram muitas ilusões nos governos e oligarcas de Kiev, mas isso não os impediu de queimarem os bancos de um dos piores deles, Kolomoysky. E agora que Putin retirou até mesmo seu apoio retórico para a sua causa, os militantes estão perdendo suas ilusões no Estado russo também. Quando confrontados com as perspectivas econômicas intoleráveis, e submetido a ameaças físicas, os TRABALHADORES OLHAM COMO LIDERANÇA PARA QUALQUER UM QUE PARECE PREPARADO PARA LUTAR e tem algumas ideias sobre como a luta deve prosseguir.
O IDEAL É QUE ESSES LÍDERES SEJAM EXPERIMENTADOS MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS, mas a maior parte deles está longe disso. Não vamos, no entanto, descartar o potencial da classe trabalhadora como um agente de mudança revolucionária baseados em que, por vezes, seus membros estão sob a influência de aventureiros, estalinistas, nacionalistas ou da direita. Temos que expressar nossa confiança na capacidade dos trabalhadores para aprenderem com a sua experiência e construírem uma direção voltada para a defesa de seus interesses de classe, e que tenham coragem e princípios para conduzir sua luta.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Tá tudo errado!!!
A ONDA DE JUSTIÇAMENTO É FRUTO DA IMPUNIDADE DE SEUS INCENTIVADORES E DA INDIFERENÇA DO PODER PÚBLICO
por Beth Monteiro
Quando pastores incentivam seus fieis a atacarem e depredarem templos de cultos afro-brasileiros, estão praticando crimes de intolerância religiosa e danos ao patrimônio. Mas se fossem gravados vídeos mostrando líderes sindicais ou militantes de movimentos sociais incentivando ataques ao “sagrado” patrimônio das empresas ou bens públicos, certamente estes seriam presos, processados e condenados.
Entretanto, apresentadores de TV, como Raquel Sheherazade, incentivam a violência ao vivo e a cores para milhões de pessoas cuja capacidade de raciocínio é tão pobre quanto suas condições econômicas e sociais, impunemente. E por isso elegem estes apresentadores como seus mentores e líderes, assim como fazem com a horda de pastores hipócritas, inconsequentes, vis e ambiciosos.
A justiça ignora a execução pública de pessoas, fato que está se transformando em uma espécie de epidemia, como se isso não fosse da alçada dela uma vez que se trata de caso de polícia, que por sua vez lava as mãos porque não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e nem prever acontecimentos.
Entretanto à polícia civil e à justiça cabe o dever de investigar esses crimes e punir os culpados. O Ministério Público já deveria ter iniciado uma ação contra a rede de TV SBT e a apresentadora Sheherazade e outros que incentivam a violência, principalmente os que pregam impunemente que “bandido bom é bandido morto”, deixando claro para as mentes infantilizadas que se for bandido, ou se acharem que são bandidos, eles estão livres assassiná-los.
A semente do fascismo foi plantada nas mentes das pessoas desde a mais tenra idade, quando o poder estabelecido deixou de investir em educação de qualidade, quando as escolas, cursos e universidades foram obrigadas a abandonarem a formação humanista, a prática do raciocínio, dos princípios e da ética. Ou seja, quando o desenvolvimento intelectual foi substituído por um ensino que cria robôs a serem devorados pelo mercado, mais como consumidor do que como produtor, incapacitando-os para a vida em sociedade, pois criam consumidores sem criarem as oportunidades que os permitam consumir e satisfazer suas necessidades básicas e também as artificialmente criadas.
por Beth Monteiro
Quando pastores incentivam seus fieis a atacarem e depredarem templos de cultos afro-brasileiros, estão praticando crimes de intolerância religiosa e danos ao patrimônio. Mas se fossem gravados vídeos mostrando líderes sindicais ou militantes de movimentos sociais incentivando ataques ao “sagrado” patrimônio das empresas ou bens públicos, certamente estes seriam presos, processados e condenados.
Entretanto, apresentadores de TV, como Raquel Sheherazade, incentivam a violência ao vivo e a cores para milhões de pessoas cuja capacidade de raciocínio é tão pobre quanto suas condições econômicas e sociais, impunemente. E por isso elegem estes apresentadores como seus mentores e líderes, assim como fazem com a horda de pastores hipócritas, inconsequentes, vis e ambiciosos.
A justiça ignora a execução pública de pessoas, fato que está se transformando em uma espécie de epidemia, como se isso não fosse da alçada dela uma vez que se trata de caso de polícia, que por sua vez lava as mãos porque não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e nem prever acontecimentos.
Entretanto à polícia civil e à justiça cabe o dever de investigar esses crimes e punir os culpados. O Ministério Público já deveria ter iniciado uma ação contra a rede de TV SBT e a apresentadora Sheherazade e outros que incentivam a violência, principalmente os que pregam impunemente que “bandido bom é bandido morto”, deixando claro para as mentes infantilizadas que se for bandido, ou se acharem que são bandidos, eles estão livres assassiná-los.
A semente do fascismo foi plantada nas mentes das pessoas desde a mais tenra idade, quando o poder estabelecido deixou de investir em educação de qualidade, quando as escolas, cursos e universidades foram obrigadas a abandonarem a formação humanista, a prática do raciocínio, dos princípios e da ética. Ou seja, quando o desenvolvimento intelectual foi substituído por um ensino que cria robôs a serem devorados pelo mercado, mais como consumidor do que como produtor, incapacitando-os para a vida em sociedade, pois criam consumidores sem criarem as oportunidades que os permitam consumir e satisfazer suas necessidades básicas e também as artificialmente criadas.
domingo, 4 de maio de 2014
2 DE MAIO DE 2014 EM ODESSA: O DIA QUE VIVERÁ NA INFÂMIA
Moradores de Odessa levam flores na entrada do prédio onde morreram dezenas de ativistas pró-russos |
Nazifascistas
da Ucrânia, apoiados pelos Estados
Unidos e União Europeia, sitiaram um
prédio de sindicatos e colocaram fogo , queimando militantes vivos que lutavam contra a política do FMI
imposta pelo acordo com a União Europeia, e
se divertiram com o fato nas redes sociais.
E pensar que há 73 anos, os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial, aliando-se à ex União
Soviética , China, Grã-Bretanha e outros países, que lutavam contra o
expansionismo de Hitler, para ajudá-los
a combater o nazismo; e que o então presidente dos EUA, Roosevelt, nomeou o ataque do Japão à base naval americana, em Pearl
Harbour, no Havaí, em 1941, como “dia
que viverá na infâmia”.
E O QUE ELES ESTÃO FAZENDO, AGORA, NA UCRÂNIA É O QUÊ? Talvez
algo que supere a nossa capacidade de
assimilar até que ponto o imperialismo
dos EUA e aliados pode chegar, para impor sua agenda de dominação total
do mundo. E se para isso usam os mesmo métodos
de Hitler, então qual é a
diferença entre o imperialismo “democrático”, tão embelezado pela esquerda sem noção, e o
nazifascismo de Hitler?
Dirão os mais afoitos defensores do imperialismo “democrático” que devemos, em primeiro lugar, apoiar os que
lutam contra o imperialismo “ditatorial”
da Rússia, que a luta dos trabalhadores
não é contra o fascismo, mas contra o
imperialismo russo que está oprimindo os povos de todo o mundo, impondo planos
de arrocho, desemprego e miséria na
Ucrânia e em outros países, e que tem desencadeado guerras que já mataram mais de 1 milhão de pessoas
nas últimas duas décadas, quando qualquer estudante da sexta série do ensino
fundamental sabe que quem faz isso são os Estados Unidos.
Pior ainda: quando não têm mais como negar que são os nazis seguidores de Stefan Banderas, o
carrasco nazista que assassinou com
requintes de crueldade milhares de ucranianos, nos anos de 1940, que estão
dando as cartas na Ucrânia, que ocupam postos chaves da área da segurança e no governo golpista de Kiev, continuarão a dizer que não é nada disso e
que o Svodoba (partido nazifascista
ucraniano) já fez autocrítica e não
quer mais perseguir judeus.Não convencem nem as crianças da sexta série, mas conseguem
convencer suas bases que parecem hipnotizadas e passaram a ver o mundo ao
contrário, embarcado na estranha realidade criada pelos seus dirigentes.
Para os trabalhadores, principalmente o operariado da Ucrânia,
que vivem no Sul e no Leste do país,
onde estão as principais bases econômicas do país com suas fábricas e lavouras,
o que está em jogo é a resistência aos planos
de ajustes draconianos do FMI que prevê a demissão de milhares de
funcionários público, o reajuste de mais de 50%
nos preços da energia, o sucateamento da indústria do país, a redução
salarial e o desemprego em massa. Eles lutam para não se tornarem escravos da
União Europeia que está de olho na mão de obra barata e especializada da Ucrânia para manter seus
lucros e, por tabela, atacar ainda mais os direitos e conquistas dos
trabalhadores dos países da União Europeia. Além disso, há o interesse
geopolítico dos Estados Unidos que joga
sujo para implantar suas bases militares nas fronteiras da Rússia para ameaçar,
chantagear e escravizar aquele país.
No Brasil, vivemos sob
um governo de entreguistas,
covardes e submissos, com grande parte
da população transformada em escravos do império norte-americano e sem praticamente nenhum direito de reclamar.
Qualquer derrota na agenda demoníaca de dominação do imperialismo, seja na
Ucrânia ou na Grécia, é uma vitória para nós, trabalhadores brasileiros e de
todo o mundo. É isso que devemos ter em mente para determinar de que lado devemos ficar neste enfrentamento:do nosso lado, claro.
Beth Monteiro
quinta-feira, 1 de maio de 2014
SOMOS GOVERNADOS POR BANDIDOS E SEUS COMPARSAS
No decurso do último década, o banco britânico HSBC colaborou com os cartéis da droga do
México e da Colômbia - responsáveis por dezenas de milhares de assassínios com
armas de fogo - na lavagem de dinheiro, num montante de cerca de 880 bilhões de
dólares.
As relações
comerciais do banco com os cartéis da droga perduraram, apesar das dezenas de
notificações e avisos de diversas agências governamentais dos EUA (entre as
quais o OCC - Office of the Comptroller of the Currency).
Os lucros obtidos não só levaram o HSBC a ignorar os avisos,
mas, pior ainda, a abrir balcões especiais no México, onde os narcotraficantes
podiam depositar caixas cheias de dinheiro vivo, para facilitar o processo de
branqueamento.
Apesar da atitude
abertamente provocatória do HSBC contra a lei, as consequências legais da sua
colaboração direta com as organizações criminosas foram praticamente nulas. Em
Dezembro de 2012, o HSBC teve de pagar uma multa de 1900 milhões de dólares - o
que equivale a uma semana de receitas do banco - para fechar o processo de
branqueamento.
Nem um só dirigente ou empregado foi sujeito a procedimento
criminal, embora a colaboração com organizações terroristas ou a participação
em atividades ligadas ao narcotráfico sejam passíveis de cinco anos de prisão.
Ser dirigente de um grande banco dá direito a carta branca para facilitar, com
total impunidade, o tráfico de drogas pesada, ou outros crimes.
E pensar que bancos são
os maiores financiadores de campanhas eleitorais para garantirem a eleição de governos cúmplices de sua bandidagem, que
colaborem com o saque a seus próprios
países. Mas esses governantes "não fazem isto por maldade": uns e umas até juram que amam o
seu povo, que governam para os trabalhadores, que são de esquerda etc . Eles
fazem isso por submissão e por ganância, ou seja, em troca de muita grana, não só para suas
campanhas eleitorais, mas, também, para suas contas particulares.
Para ficarem milionários, políticos vendidos, que representem
as elites e tenham alguma chance no processo eleitoral viciado, nem precisam mais ganhar eleições: basta serem
candidatos e funcionarem como antagonistas dos mesmos projetos e programas de
governo que “combatem”, criando assim uma falsa polarização que leve os eleitores a serem obrigados a optarem por um “mal menor”
Eric Hobsbawm escreveu sobre
a “Era das Revoluções”, a “Era dos Extremos”, a “Era do Capital” e a “Era
dos Impérios”. Agora, acho que chegou a
hora de completar sua obra, escrevendo sobre
a “Era do Cinismo” ou da Falta de Vergonha na Cara.
Beth Monteiro
Fonte: CADTM – Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro
Mundo.
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