quinta-feira, 1 de maio de 2014

SOMOS GOVERNADOS POR BANDIDOS E SEUS COMPARSAS

No decurso do último década, o banco  britânico  HSBC colaborou com os cartéis da droga do México e da Colômbia - responsáveis por dezenas de milhares de assassínios com armas de fogo - na lavagem de dinheiro,  num montante de cerca de 880 bilhões de dólares.

 As relações comerciais do banco com os cartéis da droga perduraram, apesar das dezenas de notificações e avisos de diversas agências governamentais dos EUA (entre as quais o OCC - Office of the Comptroller of the Currency).

Os lucros obtidos não só levaram o HSBC a ignorar os avisos, mas, pior ainda, a abrir balcões especiais no México, onde os narcotraficantes podiam depositar caixas cheias de dinheiro vivo, para facilitar o processo de branqueamento.

 Apesar da atitude abertamente provocatória do HSBC contra a lei, as consequências legais da sua colaboração direta com as organizações criminosas foram praticamente nulas. Em Dezembro de 2012, o HSBC teve de pagar uma multa de 1900 milhões de dólares - o que equivale a uma semana de receitas do banco - para fechar o processo de branqueamento.

Nem um só dirigente ou empregado foi sujeito a procedimento criminal, embora a colaboração com organizações terroristas ou a participação em atividades ligadas ao narcotráfico sejam passíveis de cinco anos de prisão. Ser dirigente de um grande banco dá direito a carta branca para facilitar, com total impunidade, o tráfico de drogas pesada, ou outros crimes.

E pensar  que bancos são os maiores financiadores de campanhas eleitorais  para  garantirem a eleição de governos cúmplices de sua bandidagem, que colaborem com o  saque a seus próprios países. Mas esses governantes  "não  fazem  isto por maldade":  uns e umas até juram que amam o seu povo, que governam para os trabalhadores, que são de esquerda etc . Eles fazem isso por submissão e por ganância, ou seja,  em troca de muita grana, não só para suas campanhas eleitorais, mas, também, para suas contas particulares.

Para ficarem milionários, políticos vendidos, que representem as elites e tenham alguma chance no processo eleitoral viciado,  nem precisam mais ganhar eleições: basta serem candidatos e funcionarem como antagonistas dos mesmos projetos e programas de governo que “combatem”, criando assim uma falsa polarização que leve  os eleitores a  serem obrigados a optarem por um  “mal menor”

Eric Hobsbawm  escreveu sobre  a “Era das Revoluções”, a “Era dos Extremos”, a “Era do Capital” e a “Era dos Impérios”.  Agora, acho que chegou a hora de completar sua obra, escrevendo sobre  a “Era do Cinismo” ou da Falta de Vergonha na Cara.

Beth Monteiro

Fonte: CADTM – Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo.


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