A ONDA DE JUSTIÇAMENTO É FRUTO DA IMPUNIDADE DE SEUS INCENTIVADORES E DA INDIFERENÇA DO PODER PÚBLICO
por Beth Monteiro
Quando pastores incentivam seus fieis a atacarem e depredarem templos
de cultos afro-brasileiros, estão praticando crimes de intolerância
religiosa e danos ao patrimônio. Mas se fossem gravados vídeos
mostrando líderes sindicais ou militantes de movimentos sociais
incentivando ataques ao “sagrado” patrimônio das empresas ou bens
públicos, certamente estes seriam presos, processados e condenados.
Entretanto, apresentadores de TV, como Raquel Sheherazade, incentivam a
violência ao vivo e a cores para milhões de pessoas cuja capacidade
de raciocínio é tão pobre quanto suas condições econômicas e sociais,
impunemente. E por isso elegem estes apresentadores como seus
mentores e líderes, assim como fazem com a horda de pastores
hipócritas, inconsequentes, vis e ambiciosos.
A justiça ignora
a execução pública de pessoas, fato que está se transformando em uma
espécie de epidemia, como se isso não fosse da alçada dela uma vez que
se trata de caso de polícia, que por sua vez lava as mãos porque não
pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e nem prever
acontecimentos.
Entretanto à polícia civil e à justiça cabe o
dever de investigar esses crimes e punir os culpados. O Ministério
Público já deveria ter iniciado uma ação contra a rede de TV SBT e a
apresentadora Sheherazade e outros que incentivam a violência,
principalmente os que pregam impunemente que “bandido bom é bandido
morto”, deixando claro para as mentes infantilizadas que se for bandido,
ou se acharem que são bandidos, eles estão livres assassiná-los.
A semente do fascismo foi plantada nas mentes das pessoas desde a
mais tenra idade, quando o poder estabelecido deixou de investir em
educação de qualidade, quando as escolas, cursos e universidades foram
obrigadas a abandonarem a formação humanista, a prática do raciocínio,
dos princípios e da ética. Ou seja, quando o desenvolvimento
intelectual foi substituído por um ensino que cria robôs a serem
devorados pelo mercado, mais como consumidor do que como produtor,
incapacitando-os para a vida em sociedade, pois criam consumidores sem
criarem as oportunidades que os permitam consumir e satisfazer suas
necessidades básicas e também as artificialmente criadas.
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