por Alexandre Augusto
Este dia dezoito de maio
foi marcado por mais um dia de luta para trabalhadores e usuários de serviços de
saúde mental. Com uma manifestação de luta
antimanicomial que ocorreu nas ruas do centro da capital paulista, centenas de pessoas reivindicaram o fim dos hospícios e uma política de saúde mental que respeite a subjetividade dos pacientes e os direitos trabalhistas e salariais dos técnicos da área.
Uma das pautas da
manifestação foi o fim da internação compulsória
para usuários de droga e álcool da cracolândia, produto das políticas higienistas e truculentas de saúde
mental do PSDB, veementemente endossada por Ronaldo Laranjeiras, psiquiatra conhecido por defender publicamente as internações.
O psicólogo Renê
Rogério, em entrevista a estudantes de jornalismo que acompanhavam o
ato, disse que há muito o que fazer na área da saúde mental, reivindincando dos governos uma política contundente de ações psicossociais,
investindo em mais CAPS e diminuindo um problema que tornou-se
símbolo da luta para um tratamento mais humano: a
hipermedicalização.
O psicólogo afirmou em entrevista que não
basta dar remédios aos pacientes, que tem de haver
condições para os pacientes serem incluídos de volta ao convívio
social, como, por exemplo, através de projetos de geração de renda e moradia digna. Vale lembrar que parte dos pacientes atendidos pelos serviços de saúde mental se encontram em situação de rua.
Apesar do ato coincidindir com a virada cultural, o trajeto teve início no
teatro municipal e se encerrou na estação da luz em frente ao Cratod. A passeata contou com a presença de vários companheiros, entre pacientes de diversos CAPS, de várias regiões do estado, coletivos antimanicomiais, representantes do conselho regional de psicologia e da frente antimanicomial do estado de São Paulo.
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